Robert F. Smith é o milionário que anunciou no domingo que iria assumir os empréstimos dos 430 alunos que acabam de se formar numa universidade de Atlanta. Serão mais de 35 milhões de euros.
Robert F. Smith era até há poucos anos um desconhecido. Hoje já é reconhecido nos Estados Unidos da América como o negro mais rico do país. Mas foi um ato de generosidade que agora o elevou a figura mediática e despertou a curiosidade sobre a sua figura, a sua fortuna e o seu envolvimento social. No domingo, durante a cerimónia de formatura na Universidade de Morehouse, em Atlanta, no estado da Geórgia, composta historicamente por alunos afro-americanos, o milionário comprometeu-se a pagar todos os empréstimos contraída pelos 430 alunos para estudar. No total serão cerca de 40 milhões de dólares (35,8 milhões de euros) que irá gastar.
Quando ouviram as intenções de Smith, os alunos e as suas famílias ficaram sem palavras. "Havia espanto na sala, toda agente ficou de boca aberta", disse o presidente da Morehouse, David A. Thomas, que soube da oferta naquele momento, revela o The Washington Post.
Quem é este homem? O The New York Times conta que Robert F. Smith acumulou uma fortuna, que a Forbes estima em cinco mil milhões de dólares, ao fundar a Vista Equity Partners, uma empresa que se concentra na compra e venda de empresas de software.
Com cerca de 46 mil milhões em ativos sob a sua gestão, a Vista é uma empresa privada e não divulga publicamente seus resultados, mas acredita-se que seja uma das empresas com melhor desempenho no país. A empresa possui práticas de contratação pouco convencionais. Em vez de procurar pessoas com diplomas da Ivy League (oito universidades privadas dos EUA) ou recrutar os melhores talentos de Sillicon Valley, Smith procura engenheiros e gestores qualificados de outras profissões que possam prosperar nas suas empresas. O interesse de um candidato pelas artes e humanidades é tido em conta e é usado um teste de personalidade desenvolvido pela IBM que mede habilidades técnicas e sociais.
Foi num bairro predominantemente negro, de classe média, em Denver, que Robert Smith cresceu. Os seus pais já eram pessoas com um nível cultural acima da média: ambos tinham doutoramentos em educação. Smith cedo revelou ambição e solicitou um estágio na empresa Bell Labs, mas foi informado de que era muito jovem. Não desistiu e, diz o The New York Times, ligou todas as segundas-feiras, durante cinco meses, até finalmente conseguir o lugar.
Fez a faculdade em Cornell, no curso de engenharia química, e depois conseguiu um emprego na Kraft General Foods. Com um mestrado em administração de empresas em Columbia, Smith trabalhou na Goldman Sachs em São Francisco, onde fez assessoria a empresas como Apple, Hewlett-Packard e Microsoft.
O milionário tem uma grande paixão pela música. Em 2016, foi nomeado presidente do conselho do Carnegie Hall, um dos palcos mais famosos do país. Também comprou e restaurou um resort histórico, Lincoln Hills, nos arredores de Denver, onde tocavam músicos de jazz negros como Duke Ellington. Além disso, ainda fundou programas de apoio à educação musical e empreendedorismo em Austin, Texas, onde vive, e em Chicago, onde a Vista tem um escritório.
Conta o diário norte-americano que Smith tem um lado extravagante. É dono de um dos velhos pianos de Elton John e contratou John Legend e Seal para atuarem no seu casamento. Dois dos seus filhos, Hendrix e Legend, receberam o nome em homenagem a Jimi Hendrix e John Legend. É casado com Hope Dworaczyk, ex-modelo da Playboy.
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