Analistas ouvidos pela Lusa consideram que o Comité Central da Frelimo vai realizar-se sob “a sombra” do conflito entre o Presidente da República e da organização, Filipe Nyusi, e Samora Machel Júnior, filho do primeiro Presidente, Samora Machel.
O Comité Central da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) reúne-se de sexta-feira a domingo na cidade da Matola, província de Maputo, não se conhecendo ainda a agenda do encontro do principal órgão de decisão da organização política no intervalo entre os congressos.
“O presidente do partido [Filipe Nyusi] não vai sossegado ao Comité Central, não vai despreocupado, porque a sua autoridade tem sido severamente desafiada por Samora Machel Júnior”, disse à Lusa Juma Aiuba, analista político residente na cidade de Nampula, norte do país.
O filho do primeiro Presidente acusou Filipe Nyusi de violar os estatutos da Frelimo, exigindo que seja instaurado um processo disciplinar ao presidente do partido.
Para Juma Aiuba, Samora Machel Júnior é apenas o rosto de uma forte corrente no partido que contesta a direção de Filipe Nyusi e que tenta pôr em causa a sua recandidatura à Presidência da República nas eleições gerais deste ano.
Juízes denunciam perseguições contra magistrados envolvidos em “grandes” casos de corrupção
Quase duas semanas depois de Délio Portugal, o juiz das “dívidas ocultas”, ter sido transferido para presidir o Tribunal do Trabalho da Província de Maputo, a Associação Moçambicana de Juízes denunciou, esta quinta-feira, perseguições contra magistrados envolvidos em “grandes” casos de corrupção.
Segundo Carlos Mondlane, os juízes são vítimas de perseguições por tomarem decisões desfavoráveis para uma minoria de pessoas.
O presidente da associação dos juízes vai mais longe ao afirmar que, as ameaças de que o juiz é alvo podem fazer com que o sistema de justiça entre, ainda mais, em descrédito.
Por sua vez, o vice-presidente do Tribunal Supremo aponta restrições de recursos humanos, materiais e financeiros como um dos factos que limita o campo de actuação do magistrado.
O Primeiro Congresso de Juízes Moçambicanos decorre sob o lema: “O poder judicial em tempos de crise: estatuto e modernização da justiça” e tem a duração de dois dias.
O PAÍS – 02.05.2019
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Piores aumentos salariais dos últimos 3 anos desmentem fim da crise económica em Moçambique
Os novos salários mínimos em vigor em Moçambique, com a pior revisão desde 2016, desmentem “o início do pós-crise” anunciado pelo Presidente Filipe Nyusi em meados de 2018. Apenas 5 por cento de aumento para os sectores da Pesca e Função Pública, este últimos que continuam amordaçados porque o Governo não quer reconhecer-lhes o direito de se organizarem em sindicatos, estão longe da cesta básica que aumentou 10 por cento para 19.637 Meticais.
Na véspera do Dia do Trabalhador a ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social anunciou a ansiada revisão salarial anual, fruto da concertação entre o Governo, patrões e sindicatos que cada vez menos representam os trabalhadores moçambicanos.
“Partindo dos pressupostos da realidade do país que os reajustes pudessem salvaguardar a manutenção dos postos de trabalho e a possibilidade de se criarem novos postos de trabalho e também a manutenção da estabilidade das empresas”, ressalvou Vitória Diogo ao anunciar os piores aumentos desde 2016 e após 3 anos em que os moçambicanos sentiram o seu poder de comprar ser corroído por uma inflação acima de dois dígitos.
Posted at 17:34 in Economia - Transportes - Obras Públicas - Comunicações, Política - Partidos | Permalink | Comments (0)
Moçambique/ciclones: Voo sobre a ilha do Ibo e zona costeira mostra face da destruição
Moçambique foi pela primeira vez atingido por dois ciclones na mesma época chuvosa (de Novembro a Abril), depois de em Março o ciclone Idai, de categoria três, ter atingido o cento do país onde provocou 603 mortos.
Se o ciclone Kenneth tivesse uma cara, seria a da destruição da ilha do Ibo.
O roncar do vento ficou gravado nas chapas retorcidas, palmeiras e casas tombadas que se veem às centenas para quem se aproxima de avião da antiga capital de Cabo Delgado.
Do ar, vê-se que o perímetro de cada aldeia da costa Norte de Moçambique está decalcado, mas sem nada lá dentro, só uma amálgama de pedras, paus, lama, chapas de zinco que brilham ao sol e palmeiras estateladas, tudo pulverizado.
"Perdi a casa, perdi tudo, por isso fiz uma barraca de chapas", dois painéis retorcidos encostados um no outro, são a única coisa garantida de Moaba Abdala e da família, no Ibo.
Com 72 anos, conheceu duas grandes tempestades, mas nunca pensou vir a conhecer a mãe delas: "Essa era ela, muito forte, muito pior. Partiu-me a casa toda".
Moaba Abdala, a vizinha dele, o jovem casal que mora ao lado, os pescadores e todos à volta, perderam as casa de estacas e ‘matope' (barro).
Aliás, nem cimento e alicerces escaparam, como se vê na casa da diretora de serviços públicos, nalguns hotéis, no hospital e na polícia, num roteiro de prejuízos que tocou a todos.
É impossível dar um passo no Ibo sem ver estragos, há 15.000 mil pessoas afetadas e duas pessoas morreram quando as casas desabaram.
A fortaleza de São João Baptista do Ibo, construída por portugueses no século XVIII, escapou incólume e serve agora de centro de acolhimento para 131 desalojados, famílias inteiras, muitas crianças.
Outros dois centros funcionam na ilha e no total devem acolher cerca de 400 pessoas.
As crianças são as únicas que se vê comer fora do horário da refeição e o que têm para matar a fome são papas de farinha de milho.
Cândido Mapute, representante do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), refere que a alimentação está a ser providenciada, depois de as organizações humanitárias terem enfrentado dificuldades por falta de acessos terrestres até ao cais (sete vias foram destruídas pelo ciclone) e por causa de mau tempo para voar.
Uma semana depois, este é primeiro dia em que o sol brilha durante a maior parte do dia, e junto à pista de aterragem do Ibo estão dezenas de caixas de biscoitos energéticos do Programa Alimentar Mundial (PAM), ajuda alimentar para providenciar vitaminas e nutrientes a quem tem passado fome.
Mas há queixas, como refere Emílio Ivo, 49 anos: "A comida é pouca", mas a fome é relativa para quem dá graças por estar vivo.
"O ciclone atirou-me a parede de casa para cima da perna" e aponta para o joelho, que vai levar tempo para sarar.
Da mesma forma, "vai levar tempo a reconstruir o Ibo", refere Cândido Mapute.
Muitos desalojados vão todos os dias às respetivas casas e ‘machambas’ (hortas), olham, remexem nos escombros, tentam encontrar um ponto de partida, mas voltam todos à fortaleza na hora das refeições e para dormir.
Além da alimentação, o tratamento da água é uma prioridade, porque a maioria dos poços do Ibo ficou inquinada, explica Cândido Mapute, enquanto ajuda a montar algumas tendas.
"Estamos a tentar libertar as divisões no interior da fortaleza, em que há muita gente junta", numa altura em que distribuir abrigos também faz parte das prioridades da assistência humanitária.
Nádia Saide, 32 anos, não quer recordar o que se passou, recusa-se a falar da quarta-feira do ciclone, há uma semana.
"Epá, nós estamos mal", diz, e pega em duas peças de roupa.
Há muito trabalho para fazer na fortaleza: parte do pátio está pintado com roupa estendida a secar ao sol, enquanto as crianças varrem do outro lado.
"Não há escola. Saiu a chapa", ou seja, as salas de aula não têm telhado, explicam.
O ciclone Kenneth foi o primeiro a atingir o norte de Moçambique e foi classificado com um grau de destruição de categoria quatro (numa escala de um a cinco, o mais forte).
A tempestade matou 41 pessoas, segundo o levantamento provisório das autoridades, e afetou cerca de 166.000 pessoas.
LUSA – 02.05.2019
Consultora EXX Africa alerta para aumento das actividades dos terroristas no norte
O director da consultora EXX Africa alertou hoje à Lusa que os ciclones que assolaram Moçambique podem favorecer o aumento das actividades do grupo terrorista que tem levado a cabo ataques no norte do país.
"A curto prazo, a tempestade vai ter dois efeitos no conflito na província de Cabo Delgado", onde decorre a maior parte das explorações de gás natural pelas empresas internacionais, disse Robert Besseling à Lusa.
"Se o Governo não conseguir dar abrigo às pessoas de Ibo, elas serão obrigadas a ir mais para o interior, onde ficariam mais vulneráveis a ataques ou acções de recrutamento por parte dos rebeldes", explicou o analista.
Por outro lado, acrescenta, "com as plantações de cereais em Macomia e Quissanga destruídas e a serem substituídas por alimentos doados pela ajuda internacional, a tradicional forma de aquisição de alimentos por parte dos insurgentes, que é obrigar os civis a darem uma parte da sua colheita ou recorrer a plantações próprias, ficou bloqueada, o que aumenta a probabilidade de atacarem os distribuidores locais de ajuda internacional".
Robert Besseling diz que "é difícil colocar um número no aumento da probabilidade destes ataques sem saber as reservas alimentares" que os terroristas têm, mas alerta que "as fontes locais da EXX Africa avisam que os distribuidores devem ter cuidado, nos próximos meses, quando viajarem sem escolta para locais dominados pelos rebeldes".
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01/05/2019
André Majibire promete colocar a Renamo no poder
André Majibire, novo secretário-geral da Renamo, diz que vai combater a indisciplina no seio do partido e a sua meta é ter Ossufo Momade eleito presidente da República e o seu partido governar o país.
Para o efeito, afirma Majibire, é necessário que cada um dos membros do partido se envolva na fiscalização do recenseamento eleitoral em curso.
Ele diz que “o nosso adversário, neste momento, já mudou de tática (…) vai agora usar outra estratégia, que é de através de uma lista feita com ajuda de líderes comunitários, inscrever as pessoas, e esgotada a lista ninguém mais se recenseia”.
“É nossa responsabilidade controlar essas manobras contra a lei e temos que denunciar,” diz.
Majibire foi apontando para o cargo por Ossufo Momade, nesta segunda-feira, 29.
Para o efeito, afirma Majibire, é necessário que cada um dos membros do partido se envolva na fiscalização do recenseamento eleitoral em curso.
Ele diz que “o nosso adversário, neste momento, já mudou de tática (…) vai agora usar outra estratégia, que é de através de uma lista feita com ajuda de líderes comunitários, inscrever as pessoas, e esgotada a lista ninguém mais se recenseia”.
“É nossa responsabilidade controlar essas manobras contra a lei e temos que denunciar,” diz.
Majibire foi apontando para o cargo por Ossufo Momade, nesta segunda-feira, 29.
VOA - 30.04.2019
IV RECENSEAMENTO GERAL DA POPULAÇÃO E HABITAÇÃO 2017
Conheça aqui
IV RECENSEAMENTO GERAL DA POPULAÇÃO E HABITAÇÃO 2017
RESULTADOS DEFINITIVOS
Cerca de 200 mil pessoas precisam de ajuda urgente em Cabo Delgado
A província de Cabo Delgado continua a receber ajuda humanitária de várias organizações, no entanto precisa de mais apoio urgente, devido ao elevado número de afectados, e dos danos causados pelo mau tempo.
Por dia a cidade de Pemba recebe dezenas de camiões carregados de comida, tendas e outros bens para apoiar os sobreviventes e os afectados pelo ciclone Kenneth. São cerca de 200 mil pessoas na sua maioria crianças que precisam de ajuda urgente em alimentos e abrigos.
O último donativo, composto por refeições instantâneas foi doado, pela Arco-íris, uma organização religiosa americana, que está disponível para apoiar na reconstrução das casas danificadas.
"Mandamos medicamentos, comida para ilhas e agora estamos quase para mandar grande barco para Quissanga onde pessoas não come há vários dias", afirmou Heidi Backer representante da comunidade Arco Iris.
O donativo foi entregue a esposa do governador da província, Naydi Parruque que agradeceu o gesto e apelou a mais pessoas juntar-se à causa de Cabo Delgado.
O PAÍS – 01.05.2019
Posted at 15:32 in Ambiente - Ecologia - Calamidades, Cooperação - ONGs, Solidariedade - Segurança Social | Permalink | Comments (0)
Afonso Dhlakama e a mamba verde
Por André Thomashausen
Nas cerimónias fúnebres de Dhlakama a decorrer ontem, dia 9, no campo desportivo do Ferroviário da Beira, bem como em todo o território nacional, rezam pela sua alma e choram pela sua morte prematura mais de oito milhões de moçambicanos.
As imagens testemunhas do amor e da lealdade de uma metade dos moçambicanos pelo homem que derrotou o monopartidarismo em Moçambique são abundantes. Para eles, Dhlakama será sempre o pai da democracia e o nosso pai.
Quando encontrei Dhlakama pela primeira vez em 1983 fiquei tocado pelo magnetismo do seu calor humano e a sua sinceridade. Um charme difícil de resistir e que ao longo da sua vida cativava as pessoas que entravam naquela "aura" que sempre existia onde Dhlakama se encontrava. Dhlakama nunca teve de chamar alguém à ordem nas suas reuniões. Tinha uma autoridade natural e incontestável.
História nunca contada, ao acabar do dia 29 de setembro de 1992, perto já da meia-noite, estava sentado só com Dhlakama na "casa principal", uma palhota aberta na base de Massala. Tínhamos passado o dia a rever os 11 protocolos que juntos estavam para ser assinados em Roma, Itália, no dia 1 de outubro, para constituir o Acordo Geral de Paz. Dhlakama tinha-me pedido para explicar os acordos aos generais. Aguardavam em fila para me ouvir. Homens duros e com nada para ganhar. Lembro--me do olhar preocupado no rosto do general Ossufo Momade, agora o sucessor interino do falecido presidente. Era comandante da Zona Sul, a zona militar mais difícil para a Renamo. Pediu licença para falar e perguntou-me como a Renamo poderia evitar "que nos vão cortar o pescoço a todos nós" se abandonarem o controlo militar do território. Eu respondi que se os generais conseguissem organizar um levantamento popular em Maputo em que o governo seria preso e levado à justiça popular, numa grande praça aberta, não precisaríamos negociar um acordo de paz.
Dívidas ocultas em Moçambique: Porque o silêncio em relação ao VTB?
Alguém ainda se lembra do VTB no caso das dívidas ocultas? Porque as baterias estão apontadas só para o Credit Suisse? Jogadas dos titãs da banca podem ser a razão, bem como acordos opacos entre Moçambique e a Rússia.
O banco russo VTB parece ter sido posto de lado no caso das dívidas ocultas moçambicanas. Mas dos cerca de dois mil milhões de dólares envolvidos, 535 milhões foram emprestados pelo VTB a MAM, uma das três empresas que criadas no contexto das dívidas.
Mas até agora o Credit Suisse é o banco mais referido no escândalo de corrupção e o único alvo de uma ação na justiça em Londres.
O economista Muzila Nhansal interroga-se sobre esse silêncio em torno da participação do VTB, mas antes ressalta: "Há certos bancos internacionais que foram postos de fora desta "bolada". Porque estão a atacar só a Credit Suisse como se fosse o único banco [envolvido], porque não se está a atacar o VTB russo, por exemplo? Porque as mesmas ações não são feitas contra a Rússia?"
VTB, "resolver esse problema de outra maneira"
Assim que o escândalo das dívidas ocultas explodiu, Moçambique muito rapidamente aproximou-se da Rússia com quem chegou a um acordo cujos detalhes não são publicamente conhecidos. Em março de 2018 o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, visitou Moçambique e nessa altura foi anunciado um entendimento sobre como sanar a dívida. O ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros José Pacheco disse na altura que "esteve no país o diretor-geral do banco russo VTB [Andrey Kostin] e trabalhou com os setores pertinentes nesta área."
Sobre essa aproximação o jornalista Fernando Lima comenta: "Penso que o Governo desde há muito que estabeleceu canais de comunicação com o VTB e com a própria administração russa no sentido de resolver esse problema de outra maneira."
E Lima revela: "Eu sei que numa reunião que aconteceu no ano passado inclusivamente se disse que se as coisas ficassem muito complicadas havia um tomador do total das dívidas e esse tomador era russo, mas não se disse quem era e que a situação estava sob controlo. Isto vale o que vale, mas é o que foi explicado aos membros do comité central sobre o assunto."
Baixa do Credit Suisse na guerra entre titãs?
O banco russo VTB parece ter sido posto de lado no caso das dívidas ocultas moçambicanas. Mas dos cerca de dois mil milhões de dólares envolvidos, 535 milhões foram emprestados pelo VTB a MAM, uma das três empresas que criadas no contexto das dívidas.
Mas até agora o Credit Suisse é o banco mais referido no escândalo de corrupção e o único alvo de uma ação na justiça em Londres.
O economista Muzila Nhansal interroga-se sobre esse silêncio em torno da participação do VTB, mas antes ressalta: "Há certos bancos internacionais que foram postos de fora desta "bolada". Porque estão a atacar só a Credit Suisse como se fosse o único banco [envolvido], porque não se está a atacar o VTB russo, por exemplo? Porque as mesmas ações não são feitas contra a Rússia?"
VTB, "resolver esse problema de outra maneira"
Assim que o escândalo das dívidas ocultas explodiu, Moçambique muito rapidamente aproximou-se da Rússia com quem chegou a um acordo cujos detalhes não são publicamente conhecidos. Em março de 2018 o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, visitou Moçambique e nessa altura foi anunciado um entendimento sobre como sanar a dívida. O ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros José Pacheco disse na altura que "esteve no país o diretor-geral do banco russo VTB [Andrey Kostin] e trabalhou com os setores pertinentes nesta área."
Sobre essa aproximação o jornalista Fernando Lima comenta: "Penso que o Governo desde há muito que estabeleceu canais de comunicação com o VTB e com a própria administração russa no sentido de resolver esse problema de outra maneira."
E Lima revela: "Eu sei que numa reunião que aconteceu no ano passado inclusivamente se disse que se as coisas ficassem muito complicadas havia um tomador do total das dívidas e esse tomador era russo, mas não se disse quem era e que a situação estava sob controlo. Isto vale o que vale, mas é o que foi explicado aos membros do comité central sobre o assunto."
Baixa do Credit Suisse na guerra entre titãs?
Pedida maior investigação sobre moçambicanos detidos por tráfico de chifres de rinoceronte
O tribunal de Belfast requereu hoje o aprofundamento da investigação policial sobre o envolvimento de dois cidadãos moçambicanos no tráfico de chifre de rinoceronte na África do Sul, disse fonte diplomática.
"A Polícia comunicou-nos hoje que o caso necessita de ser investigado para aprofundar o grau de envolvimento dos detidos, se são furtivos ou apenas correio - qual é de facto a sua actividade -, antes de o juiz pronunciar uma sentença", disse à Lusa Eugénio Langa, cônsul de Moçambique em Nelspruit, próximo da fronteira com Moçambique.
O responsável consular adiantou que o julgamento de Alberto Ernesto Nharreluga, 46 anos, e seu filho Ernesto Alberto Nharreluga, 26 anos, detidos a 18 de abril por posse ilegal de chifres de rinoceronte quando viajavam em direção de Joanesburgo, não se realizou hoje como agendado pelo juiz.
"Os detidos também não foram levados hoje a tribunal e não se agendou uma nova data", precisou o diplomata.
"O que vamos fazer mediante esta decisão, é uma visita aos detidos, que já solicitámos, no sentido de terem uma entrevista com os nossos serviços consulares por forma a averiguar como os assistir", declarou Eugénio Langa.
30/04/2019
Salários mínimos com aumentos entre cinco e 12 por cento
Se a última mexida do salário mínimo na função pública, em 2018, cujo aumento foi de 6,5 por cento, era considerada a mais baixa dos últimos anos, neste 2019, baixou ainda mais. O aumento foi apenas de 5 por cento, sendo que o mais baixo ordenado dado pelo Estado passou de 4255 meticais para 4467,75 centavos.
No sector privado, os números revelam uma subida mais baixa em relação ao ano passado. Os salários deverão aumentar apenas entre 5 e 12 por cento. Ano passado houve aumento que variou de 6 a 18,67 por cento.
Significa isto que o subsector da pesca da capenta, por exemplo, se em 2018 tinha um salário mínimo de 4 063,5 centavos, o mais baixo salário de todos os sectores, este ano passou para 4 266, 68 centavos. A agricultura, sector que absorve a maioria dos moçambicanos, o salário mínimo aprovado é 4 390 meticais.
O governo argumenta que a aprovação dos novos salários mínimos visam salvaguardar a manutenção dos postos de trabalho, a eventual criação de outros postos de trabalho e a necessidade de não sufocar o patronato.
O PAÍS – 30.04.2019
No sector privado, os números revelam uma subida mais baixa em relação ao ano passado. Os salários deverão aumentar apenas entre 5 e 12 por cento. Ano passado houve aumento que variou de 6 a 18,67 por cento.
Significa isto que o subsector da pesca da capenta, por exemplo, se em 2018 tinha um salário mínimo de 4 063,5 centavos, o mais baixo salário de todos os sectores, este ano passou para 4 266, 68 centavos. A agricultura, sector que absorve a maioria dos moçambicanos, o salário mínimo aprovado é 4 390 meticais.
O governo argumenta que a aprovação dos novos salários mínimos visam salvaguardar a manutenção dos postos de trabalho, a eventual criação de outros postos de trabalho e a necessidade de não sufocar o patronato.
O PAÍS – 30.04.2019
NOTA: Cambio $1 dólar = 64 meticais
Censo revela que após mais 10 anos de governação da Frelimo o futuro melhor não está no horizonte de Moçambique
Os resultados definitivos do Censo de 2017 revelam que após mais 10 anos de governação do partido Frelimo o futuro melhor não está no horizonte da maioria dos 27.909.798 moçambicanos que ficaram mais pobres. O Presidente Filipe Nyusi enfatizou que “os números falam” podem eles mostram que: o Produto Interno Bruto por pessoa reduziu, a maioria do povo continua a ser camponês, existem mais cidadãos a beberem água de fontes não seguras, aumentou o número de pessoas com latrinas não melhoradas e até os analfabetos aumentaram!
Dois anos após a sua realização, quase um ano depois da data inicialmente prevista para a sua divulgação e após dois adiamentos, enfim foram tornados públicos nesta segunda-feira (29) os resultados definitivos do IV Recenseamento Geral da População e Habitação que indicam que afinal não somos 28.861.863 moçambicanos, como indicavam os resultados preliminares, mas éramos 27.909.798 habitantes na “Pérola do Índico” em 2017.
Dentre várias alterações, aparentemente convenientes para o Governo, a mais significativa é da taxa de crescimento que os dados preliminares colocavam em 3,5 por cento, que seria sem precedentes e, de acordo com o Professor Catedrático de Economia da Universidade Eduardo Mondlane, poderia representar “o ponto de viragem para uma nova fase da transição demográfica moçambicana”.
Felizmente não se confirmou, “Nós estamos a um ritmo de crescimento agora de 2,8 por cento” indicou o Arão Balate, o director-geral de Censo e Inquéritos no Instituto Nacional de Estatísticas (INE).
Por seu turno o Chefe de Estado, que formalmente divulgou os resultados pouco depois das 11 horas, lamentou que o número da população não pára de aumentar “tendo estado a influenciar no cálculo dos indicadores a diferentes níveis”.
“A esperança mínima de vida dos moçambicanos sofreu incremento... da melhoria das condições de vida traduzidas por melhor acesso a Saúde e a Educação e melhoria das condições nutricionais dos cidadãos. Isto é uma realidade, os números como as minhas irmãs e os meus irmãos do grupo da estatística dizem os números falam. A esperança de vida em Moçambique em 1980 era de 43,6 anos, tendo reduzido para 42,3 anos em 1997 e incrementado sucessivamente para 50,9 anos em 2007 e com o Censo de 2017 a esperança de vida à nascença passou a 53,7 anos”, enfatizou o Presidente Filipe Nyusi.
Eleições em Moçambique: "A vitória da RENAMO vem do sacrifício"
Ossufo Momade garante que a RENAMO vai vencer as eleições de outubro, em Moçambique. Reunidos em Nampula, membros do conselho nacional do partido definem estratégias eleitorais e denunciam irregularidades.
A Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), principal partido da oposição, garante que vai vencer as eleições de outubro próximo. A garantia foi dada esta segunda-feira (29.04) pelo líder do partido, Ossufo Momade, na segunda sessão ordinária do Conselho Nacional do partido, em Nampula – uma reunião onde também foi eleito Andre Magibiri para o cargo de secretário-geral da RENAMO em substituição de Manuel Bissopo, que cessou funções em janeiro.
A Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), principal partido da oposição, garante que vai vencer as eleições de outubro próximo. A garantia foi dada esta segunda-feira (29.04) pelo líder do partido, Ossufo Momade, na segunda sessão ordinária do Conselho Nacional do partido, em Nampula – uma reunião onde também foi eleito Andre Magibiri para o cargo de secretário-geral da RENAMO em substituição de Manuel Bissopo, que cessou funções em janeiro.
Ouça aqui
Mobilizar eleitores para o processo de recenseamento eleitoral é uma das principais estratégias definidas pela RENAMO para vencer as próximas eleições de 15 de outubro. Para tal, Ossufo Momade exorta os seus membros - da base ao topo - a trabalharem nas comunidades e mobilizarem os cidadãos.
O líder da RENAMO fez estes pronunciamentos a partir da serra da Gorongosa, onde está aquartelado, na abertura da segunda sessão ordinária do Conselho Nacional, na cidade de Nampula.
"Estamos certos que a vitória vem do sacrifício. Por isso, apelamos a todos os quadros, membros e militantes do partido, a dar o seu máximo na mobilização de para que os potenciais eleitores adiram massivamente aos postos de recenseamento eleitoral de modo a concretizar o grande imperativo nacional; a vitória esmagadora, retumbante e asfixiante da RENAMO", exortou.
Irregularidades
Ossufo Momade denuncia ainda irregularidades em postos de recenseamento de várias províncias. Sem avançar detalhes, o líder da RENAMO disse que o Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) tem apadrinhado essas situações, e teme que a RENAMO saia prejudicada com isso.
O líder da RENAMO fez estes pronunciamentos a partir da serra da Gorongosa, onde está aquartelado, na abertura da segunda sessão ordinária do Conselho Nacional, na cidade de Nampula.
"Estamos certos que a vitória vem do sacrifício. Por isso, apelamos a todos os quadros, membros e militantes do partido, a dar o seu máximo na mobilização de para que os potenciais eleitores adiram massivamente aos postos de recenseamento eleitoral de modo a concretizar o grande imperativo nacional; a vitória esmagadora, retumbante e asfixiante da RENAMO", exortou.
Irregularidades
Ossufo Momade denuncia ainda irregularidades em postos de recenseamento de várias províncias. Sem avançar detalhes, o líder da RENAMO disse que o Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) tem apadrinhado essas situações, e teme que a RENAMO saia prejudicada com isso.
Opositores de Filipe Nyusi na FRELIMO vão colar-se a Samito?
Alas da FRELIMO ligadas à corrupção poderão aproveitar-se da boleia das contestações de Samora Machel Jr. para fragilizar ainda mais Filipe Nyusi no comité central do partido, entende o jornalista Fernando Lima.
Samora Machel Jr. declarou guerra aberta a Filipe Nyusi ao exigir que a FRELIMO abra um processo disciplinar contra o líder do partido e também Presidente da República por supostamente ter violado os estatutos da formação.
Esta posição consta da sua carta reação ao processo disciplinar contra si instaurado na sequência da sua candidatura às autárquicas de outubro de 2018.
Em que medida os pronunciamentos de Samito podem impulsionar uma ação contra Nyusi no comité central da FRELIMO que acontece de 3 a 5 de maio na Matola?
Fernando Lima é jornalista e opina: "De uma maneira geral, penso que este pronunciamento será minimizado durante o evento, essa é a tradição no seio da FRELIMO, porque existe uma determinação que ocorreu há dois anos atrás a quando da realização do congresso [do partido] que escolheu Filipe Nyusi a um segundo mandato. Ora, não me parece que tenham ocorrido eventos dramáticos de setembro de 2017 até agora para se escolherem outros potenciais candidatos."
Mudança ou continuidade com nova roupagem?
Há uma crescente fragilização da imagem do líder do partido que governa Moçambique desde a independência em 1975. Logo, este ambiente seria o favorável para que as palavras de Samito ganhem eco no partido. Entretanto o cientista político Pedro Nhacete não acredita em saídas radicais.
29/04/2019
PIB per capita moçambicano baixa quatro euros nos últimos dez anos
O Produto Interno Bruto (PIB) per capita de Moçambique registou um decréscimo de 458 dólares (410 euros) para 453 dólares (406 euros) entre 2007 e 2017, segundo os dados definitivos do Censo Geral da População divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) moçambicano.
Sem grande incidência sobre questões macroeconómicas, o censo realça que 57,6% da população moçambicana era, em 2017, economicamente ativa contra 69,2% em 2007, ano da penúltima contagem geral da população.
LUSA – 29.04.2019
NOTA: Mais uma “vitória” a agradecer à FRELIMO. Sempre em progresso.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Sem grande incidência sobre questões macroeconómicas, o censo realça que 57,6% da população moçambicana era, em 2017, economicamente ativa contra 69,2% em 2007, ano da penúltima contagem geral da população.
LUSA – 29.04.2019
NOTA: Mais uma “vitória” a agradecer à FRELIMO. Sempre em progresso.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
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Grupo suíço de monitoria processa Credit Suisse no caso "dívidas ocultas"
Um grupo suíço de luta contra a corrupção está a processar o o grupo financeiro Credit Suisse por alegada fraude no empréstimo de dois mil miliões de dólares americanos a Moçambique, revela nesta segunda-feira, 29, a agência Reuters.
O valor em causa, que o Governo moçambicano admitiu em 2016 ter sido alvo de um empréstimo e que deu origem ao escândalo das "dívidas ocultas", resultou no bloqueio do apoio ao país e à prisão de ex-dirigentes moçambicanos, empresários e banqueiros nos Estados Unidos, África do Sul e Reino Unido.
A organização suíça Public Eye argumenta que, embora as transações tenham sido facilitadas pela subsidiária britânica do Credit Suisse, o banco deveria também ser investigado na sua jurisdição de origem.
Na declaração citada pela Reuters, a Public Eye diz que "pediu ao Gabinete do Procurador Geral para investigar se o Credit Suisse Group AG cumpriu a sua responsabilidade corporativa de supervisionar a sua subsidiária e impedir a conduta ilegal, segundo exigência do código penal suíço".
Um porta-voz do Credit Suisse disse à Reuters, em Londres, que o banco “não está de momento em posição de divulgar detalhes de tais processo, por existirem investigações pendentes”.
As dívidas foram alegadamente contraídas com o intuito de realizar projectos de pesca de atum e segurança marítima, o que nunca aconteceu.
Neste momento, os Estados Unidos pediram a prisão de Manuel Chang, antigo ministro das Finanças de Moçambique, e dois seus colaboradores, três banqueiros do Credit Suisse em Londres e do empresário libanês, Jean Boustani.
A justiça moçambicana processou 18 envolvidos no processo.
VOA – 29.04.2019
O valor em causa, que o Governo moçambicano admitiu em 2016 ter sido alvo de um empréstimo e que deu origem ao escândalo das "dívidas ocultas", resultou no bloqueio do apoio ao país e à prisão de ex-dirigentes moçambicanos, empresários e banqueiros nos Estados Unidos, África do Sul e Reino Unido.
A organização suíça Public Eye argumenta que, embora as transações tenham sido facilitadas pela subsidiária britânica do Credit Suisse, o banco deveria também ser investigado na sua jurisdição de origem.
Na declaração citada pela Reuters, a Public Eye diz que "pediu ao Gabinete do Procurador Geral para investigar se o Credit Suisse Group AG cumpriu a sua responsabilidade corporativa de supervisionar a sua subsidiária e impedir a conduta ilegal, segundo exigência do código penal suíço".
Um porta-voz do Credit Suisse disse à Reuters, em Londres, que o banco “não está de momento em posição de divulgar detalhes de tais processo, por existirem investigações pendentes”.
As dívidas foram alegadamente contraídas com o intuito de realizar projectos de pesca de atum e segurança marítima, o que nunca aconteceu.
Neste momento, os Estados Unidos pediram a prisão de Manuel Chang, antigo ministro das Finanças de Moçambique, e dois seus colaboradores, três banqueiros do Credit Suisse em Londres e do empresário libanês, Jean Boustani.
A justiça moçambicana processou 18 envolvidos no processo.
VOA – 29.04.2019
Posted at 22:47 in Dívidas ocultas e outras, Economia - Transp
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