Marta Afonso, repórter de “Carta de Moçambique”, é alvo de ameaças
A jornalista Marta Afonso, da “Carta”, está ser alvo de ameaças. Há duas semanas, “Carta” recebeu uma denúncia documentada de má gestão no Instituto Superior de Contabilidade e Auditoria de Moçambique (ISCAM). Marta foi indicada para apurar a veracidade das alegações, recolher evidências e confrontar os visados. Esse trabalho está a ser feito. Entretanto, nos últimos dias, e depois de um levantamento de material no ISCAM, Marta Afonso começou a ser assediada para não publicar a história. Um dos responsáveis do ISCAM visado na matéria tentou, por várias vezes, desaconselhá-la a publicar a reportagem. Marta Afonso partilhou esses detalhes na redacção.
Na terça-feira (16), ela foi contactada por um jornalista de um conhecido jornal da praça, com o mesmo pedido: não dar relevância a matéria. Marta Afonso a todos respondeu que não lhe cabia tomar decisões editoriais. E ontem à noite começou a receber chamadas anónimas de duas mulheres. Uma delas disse-lhe que antes de publicar a história, ela devia pensar bem no que queria da profissão; a segunda disse que Marta devia encontrar-se com ela esta manhã antes de publicar o texto, caso não iria arrepender-se.
O Conselho da Redacção de “Carta” reuniu-se esta manhã e tomou as seguintes decisões:
• Denunciar publicamente estas ameaças;
• Meter queixa na PGR contra desconhecidos;
• Publicar a matéria em causa logo que o processo editorial esteja concluído, dando o devido destaque.
• Denunciar publicamente estas ameaças;
• Meter queixa na PGR contra desconhecidos;
• Publicar a matéria em causa logo que o processo editorial esteja concluído, dando o devido destaque.
Por último, uma mensagem a quem quiser intrometer-se no nosso trabalho: “Carta” é um jornal sem medo e que não cederá a pressões desta ou doutra natureza e o responsável último do seu jornalismo não são os seus repórteres, mas o seu director Marcelo Mosse. É a ele que devem visar
Maputo, 18 de Abril 2019
Carta de Moçambique
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