terça-feira, 2 de abril de 2019

FLEC/FAC reivindica morte de três oficiais angolanos em confrontos em Cabinda


A Frente de Libertação do Estado de Cabinda/Forças Armadas de Cabinda refere ter abatido 2 tenentes e um major das FAA e ferido outros 4 militares nos confrontos nas aldeias de Luali.
No documento, o movimento independentista responsabiliza ainda o Presidente de Angola, João Lourenço, "por todo o derramamento de sangue"
HELENA VALENTE/LUSA
A FLEC/FAC reivindicou esta terça-feira ter abatido no fim de semana três oficiais das Forças Armadas Angolanas (FAA) durante confrontos nas aldeias de Luali, região de Belize, e de Banga, em Buco-Zau, na fronteira com a República Democrática do Congo.
Num comunicado, assinado por Cabral Rodrigues Bisafi, chefe de Operações Militares, o Estado-Maior General da Frente de Libertação do Estado de Cabinda/Forças Armadas de Cabinda (FLEC/FAC) refere terabatido dois tenentes e um major das FAA e ferido quatro outros militares nos confrontos, em que foram mortos também dois combatentes do movimento independentista.
O Estado-Maior General da FLEC-FAC reafirma que está em curso uma ofensiva coordenada contra as forças de ocupação angolanas presentes em todo o território de Cabinda e apela à população de Cabinda e estrangeiros no território à mais elevada prudência”, lê-se no documento, em que o movimento independentista responsabiliza o Presidente de Angola, João Lourenço, “por todo o derramamento de sangue” no enclave.
A 28 de fevereiro último, a FLEC/FAC anunciou a retoma, “de forma intensiva, da luta armada em Cabinda” e alertou que o enclave angolano é “um território em estado de guerra e que os estrangeiros “devem tomar as medidas de segurança adequadas“.
Num “comunicado de guerra”, enviado então à agência Lusa, a FLEC/FAC argumentou que “nunca quis a guerra e sempre abriu as portas à paz” e que “todas as oportunidades” para a construir foram “esmagadas no sangue por Angola e os seus presidentes Agostinho Neto, José Eduardo dos Santos e João Lourenço”.
Na ocasião, o movimento independentista alertou a comunidade internacional e todos os seus expatriados que Cabinda é um território em estado de guerra e por isso todos devem tomar as medidas de segurança adequadas.
O Governo angolano, que nem sequer discute a possibilidade de Cabinda aceder à independência, tem insistido na ideia de que a situação no enclave “é tranquila”
A FLEC, através do seu “braço armado”, as FAC, luta pela independência do território alegando que o enclave era um protetorado português, tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885, e não parte integrante do território angolano.
Criada em 1963, a organização independentista dividiu-se e multiplicou-se em diferentes fações, efémeras, com a FLEC/FAC a manter-se como o único movimento que alega manter uma “resistência armada” contra a administração de Luanda. Grande parte do petróleo extraído por Angola é oriunda de Cabinda.
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