terça-feira, 5 de março de 2019

Guaidó voltou à Venezuela e lança um novo desafio ao regime

Guaidó voltou à Venezuela e lança um novo desafio ao regime

Líder da oposição passou a semana no estrangeiro, mas estava proibido de sair do país e arrisca ser detido esta segunda-feira. Governos que apoiam Guaidó avisam Maduro que irá haver consequências caso seja detido.
Apoiantes de Guaidó concentram-se em Caracas para uma manifestação
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Apoiantes de Guaidó concentram-se em Caracas para uma manifestação RAUL MARTINEZ / EPA
O líder da oposição venezuelana que se declarou Presidente interino, Juan Guaidó, voltou ao país, para participar numa manifestação em Caracas esta segunda-feira, em desafio directo a uma ordem judicial e correndo o risco de ser detido.
"Já na nossa terra amada!" Foi assim que Guaidó anunciou, através do Twitter, a sua chegada a Caracas, onde aterrou pouco depois do meio-dia (16 horas em Portugal continental). "Acabámos de passar [os serviços de] imigração e vamos dirigir-nos para onde está o nosso povo", disse o líder oposicionista. Falando aos seus apoiantes, Guaidó convocou novas manifestações em todo o país para o próximo sábado.
Ao voltar à Venezuela, Guaidó arrisca ser preso. Depois de se ter proclamado Presidente interino, contra o que disse ser a “usurpação” do cargo por Nicolás Maduro, em Janeiro, o Supremo Tribunal proibiu-o de sair da Venezuela. Mas, na semana passada, Guaidó atravessou a fronteira com a Colômbia para participar na distribuição de ajuda humanitária organizada pela oposição, violando a decisão judicial – é formalmente um fugitivo, explica o El País. Da parte do regime não houve qualquer reacção à entrada do opositor no país, que, aparentemente, não encontrou nenhum problema junto das autoridades alfandegárias.
Ao aeroporto internacional de Caracas vieram vários embaixadores europeus e latino-americanos para receber Guaidó e garantir que o presidente da Assembleia Nacional não era detido. "Viemos para nos assegurarmos que não se irá atentar contra a integridade física e a liberdade de movimentos e circulação do Presidente Guaidó", disse o embaixador francês, Romain Nadal.
Esta manhã, Guaidó tinha publicado uma curta declaração gravada em que dizia estar “a caminho de casa” e apelava à participação em manifestações convocadas para todo o país contra o regime de Maduro. No discurso que fez perante centenas de apoiantes, Guaidó voltou a dirigir-se às Forças Armadas e disse que "a cadeia de comando está rota". A estratégia da oposição continua a apostar em explorar as brechas no apoio dos militares a Maduro, e espera conseguir aumentar as deserções na cúpula das Forças Armadas. Depois do fracasso em conseguir fazer chegar a ajuda humanitária à população – travada na fronteira pelos militares –, a oposição procurava relançar nas ruas o combate com o regime e o regresso de Guaidó passou a ser o passo seguinte. O capítulo seguinte joga-se no próximo sábado, quando estão previstas novas manifestações da oposição.
No domingo, o líder oposicionista tinha já anunciado que pretendia regressar ao país, mas não especificou como o iria fazer. Guaidó deixou avisos a Maduro, caso venha a ser detido, de que foram dadas “instruções” sobre os “passos a seguir”, mas também aos “aliados internacionais”.

Avisos dos aliados

Vários governos que recusam reconhecer a legitimidade a Maduro, depositando-a em Guaidó, avisaram as autoridades venezuelanas para que não detenham o líder oposicionista. O conselheiro para a Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, prometeu que os EUA estão preparados para dar uma “resposta forte e significativa” perante “qualquer ameaça ou acto contra o regresso seguro” de Guaidó. O vice-Presidente, Mike Pence, disse que "o regresso de Guaidó à Venezuela em segurança é da maior importância para os EUA" e que "qualquer ameaça, violência, ou intimidação não será tolerada".
O ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, disse que se Guaidó for detido irá haver “consequências”, que passam pela “actuação diplomática e pela pressão política”.
O regresso de Guaidó ao país deixa o regime numa situação delicada. A detenção do líder oposicionista irá isolar ainda mais o Governo a nível internacional, ao mesmo tempo que poderá inflamar os ânimos das ruas. Permitir a entrada de Guaidó no país, em violação de uma decisão do Supremo Tribunal, poderá ser interpretado, por outro lado, como uma posição de fraqueza de Maduro, numa batalha pela legitimidade que se trava desde o início do ano.
A prioridade do círculo dirigente do regime é “evitar cair em provocações”, de acordo com as fontes citadas pelo El País. No Twitter, Maduro deixou esta segunda-feira um vídeo com paisagens do país em que convida “a família venezuelana a desfrutar” do período de Carnaval.
Na semana passada, numa entrevista ao canal ABC News, Maduro não excluiu prender Guaidó, caso voltasse ao país. "Ele não pode ir e vir, ele terá de enfrentar a justiça, e a justiça proibiu-o de sair do país", afirmou.
  1. Este Guidó tem tudo para vir a acabar mal..adivinha-se um fim trágico com uma corda ao pescoço..pendurado algures na Selva Venezuelana...enlaçado com um lindo nó.
  2. Darktin
      Anti Comunistas da Extrema-Direita 
    É como tinha imaginado. Deixaram bola do lado de Maduro. A Comunidade Internacional não quer ter um outro Leopoldo López na prisão para ser torturado. Penso que foi o primeiro grande erro ao deixarem Maduro fazer isto a um líder da Oposição. As sanções deveriam ter logo acontecido em 2014 e não só da parte dos EUA. A UE ficou em cima do muro neste atentado a Democracia e deveria ter tomado uma posição juntamente com Obama. Maduro agora sabe disto. Não vai conseguir calar ou por na prisão Guaidó sem severas consequências internacionais. Espero que Maduro compreenda que já não tem mais vez. Ou convoca eleições livres ou abandona o poder. O tempo pode passar mas não vai melhorar. A menos que a Rússia e a China estejam dispostas a dar dinheiro de graça. Sustentar a governação de Maduro.
    1. E é com sanções que se elimina a fome?
    2. Darktin
        Anti Comunistas da Extrema-Direita 
      Com sanções é que se combate a ditadura e repressão aos povos sem guerras. Qual seria alternativa? Deixar Maduro impor a sua vontade pela força sem fazer nada? Deixar manifestantes continuarem a serem presos e mortos? Contudo, as sanções podem acabar já amanhã. Basta Maduro convocar eleições livre e limpas. Se Maduro ganhar as eleições de forma Democrática as sanções acabam. Mesmo para o fim das sanções, a bola continua do lado de Maduro.
  3. Rebelde
      Venezuela Livre 
    Fico sempre admirado com a quantidade de apoiantes de ditaduras que há neste fóruns. A liberdade cansa? A mim não, amo-a de todo o coração. Nem fascismo nem comunismo, democracia como a que temos na UE é a resposta.
  4. Venezuela, em breve a nova teta dos EUA. Obrigado Guaidó, os americanos agradecem.
    1. Rebelde
        Venezuela Livre 
      Olhe que não!
  5. o lacaio dos yankies foi receber as ordems e levou a agenda para começar o seu trabalho de destabilisaçao... nao é o homem ideal para o seu pais, pelo contrario é um homem que procura mais a guerra que a paz para o seu pais.... a venezuela deve ter leis para este tipo de perturbador social.e fomentor de revoluçoes laranjas por conta de uma elite profunda que tem a sua cabeça o sucessor de kissinger o nero pompeio. de especialidade incendiador de paises..
  6. Rebelde
      Venezuela Livre 
    Para o conde e o sus o povo venezuelano é todo fascista, querem ver!
  7. Esta noticia, é da exclusiva responsabilidade publicitária da . Em representação dos "Donos Disto Tudo" que dominam o mundo através de actos terroristas, saque dos bens de países independentes, este tal de Guaidó é o mesmo que foi Savimbi no século XX para estes piratas e seus lacaios.
  8. Libertação imediata dos presos políticos do estado espanhol e o regresso dos exilados. Liberdade e democracia para a Catalunha. Fora com os hipócritas!
    1. Rebelde
        Venezuela Livre 
      Claro, Espanha é uma ditadura altamente repressiva. Na fronteira é ver os guardas civis a não deixar entras comunistas e bloquistas, ehehehehe. Não há pachorra!

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