quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Momade defende a paz na posse como presidente da Renamo em Moçambique


Ossufo Momade garantiu o compromisso pela paz e a coesão dentro do partido com vista à vitória nas próximas eleições. O novo presidente da Renamo dirigia o partido interinamente há oito meses.
O novo líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Ossufo Momade (à esquerda), durante o 6.º Congresso do partido, na Gorogongosa, em Moçambique
ANDRÉ CATUEIRA/LUSA
O novo presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Ossufo Momade, defendeu esta quinta-feira a coesão no partido, face às eleições gerais de 15 de outubro, assegurando o “compromisso pela paz”. “Precisamos de muita união [no partido], para a vitória nas próximas eleições” precisou Ossufo Momade, no seu primeiro discurso como presidente eleito do principal partido da oposição em Moçambique, no final do 6.º Congresso na Gorongosa, Sofala, centro de Moçambique.
Ossufo Momade, que dirigia o partido interinamente há oito meses, após a morte do ex-líder Afonso Dhlakama, disse que para a sua governação vai prevalecer o lema da campanha que realizou: “Renamo unida rumo a vitória”. Referiu que a sua eleição fortaleceu a democracia interna do partido, agradecendo o apoio da ala militar, por permitir a realização do congresso na Serra da Gorongosa, “um sonho do ex-líder”, por ser o local onde Afonso Dhlakama se encontrou com o Presidente moçambicano Filipe Nyusi, durante as recentes negociações de paz.
Contudo, Momade disse que vai continuar a residir na serra da Gorongosa, durante a trégua, alcançada em 2016 entre o Governo e a Renamo, enquanto decorrem as negociações para “uma paz efetiva” no país e reiterou o “não retorno à guerra”.
“Essa lição [de não retorno à guerra] está nas nossas cabeças. Nós não vamos primar pela guerra, nunca”, disse Ossufo Momade, garantindo que a Renamo “assumiu o compromisso” do ex-líder, para a pacificação do país através do diálogo.
Entretanto, os candidatos derrotados consideraram que as eleições foram “pacíficas e democráticas” e apelaram ao novo presidente eleito a não desperdiçar os seus manifestos e a integrar as ideias dos adversários no seu programa de governação, para o fortalecimento da Renamo.
“Tinha um manifesto muito rico, tinha que ver com a organização do partido, a gestão de recursos e apelávamos à união: a Renamo como um partido uno e indivisível”, disse Elias Dhlakama, um dos candidatos derrotados, reiterando o apoio ao partido, pelo qual recordou combater “desde os 14 anos”, quando se juntou ao irmão (Afonso Dhlakama), para lutar pela democracia em Moçambique.
Já Manuel Bissopo disse que o seu manifesto defendia “a continuidade dos ideias de Afonso Dhlakama”, afiançando que, com as eleições no 6.º Congresso da Renamo, ganhou a democracia. Por sua vez, Juliano Picardo, que entrou na corrida com o apoio de generais e da juventude da Renamo, enfatizou a união, defendendo no seu manifesto o modernismo do partido.
Os candidatos desvalorizaram de forma unânime o risco de fricções no partido, após as eleições, sustentando que, a acontecer, seria uma imaturidade política e a traição dos ideais de Afonso Dhlakama, o líder histórico que morreu há oito meses numa das bases na serra da Gorongosa.
O 6.º congresso da Renamo deverá ainda esta quinta-feira eleger a Comissão Política Nacional, o Conselho Nacional e o secretário-geral do partido. O nome de Elias Dhlakama é apontado como favorito a secretário-geral nos corredores do congresso, em substituição de Manuel Bissopo.

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