Adiamento: 30 de dezembro é a nova data para as eleições na RDC
Novo adiamento das eleições na RDC anunciado nesta quinta-feira (20.12.), notícia que foi muito mal recebida pela oposição que insiste numa saída rápida do Presidente Joseph Kabila, no poder desde 2001.As eleições presidencial, legislativas e provinciais na República Democrática do Congo (RDC) foram adiadas de sete dias, e agora terão lugar no domingo 30 de dezembro, anunciou o presidente da Comissão Eleitoral Independente (CENI), Corneille Nanngaa.
"A Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) disse que está na incapacidade técnica para organizar as eleições a 23 de dezembro", anunciou uma fonte da organização.
As razões apontadas pela CENI para este adiamento são atrasos na implantação do material eleitoral e um incêndio num armazém da CENI há uma semana em Kinshasa, que segundo as autoridades eleitorais provocou "um grande golpe" ao processo .
Já na noite de quarta-feira (19.12.) uma fonte oficial que solicitou o anonimato disse aos jornalistas que a CENI estava a considerar um adiamento de pelo menos sete dias, para a realização do pleito eleitoral.
Transição pacífica na RDC?
Segundo várias fontes diplomáticas em Kinshasa, as três eleições presidenciais, legislativas e provinciais, antes marcadas para 23 de dezembro, devem levar à primeira transmissão pacífica de poder na RDC. Os três escrutínios devem permitir a saída do poder do Presidente Joseph Kabila, de 47 anos, que renunciou a um terceiro mandato, aliás proibido pela Constituição.
As eleições no maior e um dos países africanos subsarianos mais instáveis foram adiadas uma vez no final do segundo e último mandato do presidente Kabila, em 2016, oficialmente por razões financeiras.
DW – 20.12.2018
Manuel Bissopo anuncia candidatura à presidência da Renamo
O secretário-geral da Renamo, Manuel Bissopo, anunciou hoje que vai candidatar-se à presidência da organização, prometendo manter os ideais de Afonso Dhlakama.
“Decidi avançar, porque sinto que tenho que defender os ideais do presidente Afonso Dhlakama, que são os interesses da maioria do povo moçambicano”, declarou Manuel Bissopo, em entrevista divulgada hoje pelo semanário Savana.
O secretário-geral do principal partido da oposição assumiu-se como parte dos sacrifícios pela democracia consentidos por Afonso Dhlakama, que morreu de doença em maio.
“Dhlakama foi um mártir, sacrificou a sua vida pela Renamo e pelo povo, também assumo esse compromisso”, frisou.
Manuel Bissopo prometeu transformar a Renamo num partido forte, comunicativo e com quadros competentes, caso seja eleito.
“Sou produto da Renamo, tenho formação superior custeada pela Renamo, grande parte da minha vida está ligada às causas da Renamo e associado a isso, assumi em 2012 o cargo de secretário-geral”, defendeu.
Elias Dhlakama, irmão de Afonso Dhlakama, também anunciou, este mês, a sua candidatura à liderança do partido.
LUSA – 21.12.2018
“Decidi avançar, porque sinto que tenho que defender os ideais do presidente Afonso Dhlakama, que são os interesses da maioria do povo moçambicano”, declarou Manuel Bissopo, em entrevista divulgada hoje pelo semanário Savana.
O secretário-geral do principal partido da oposição assumiu-se como parte dos sacrifícios pela democracia consentidos por Afonso Dhlakama, que morreu de doença em maio.
“Dhlakama foi um mártir, sacrificou a sua vida pela Renamo e pelo povo, também assumo esse compromisso”, frisou.
Manuel Bissopo prometeu transformar a Renamo num partido forte, comunicativo e com quadros competentes, caso seja eleito.
“Sou produto da Renamo, tenho formação superior custeada pela Renamo, grande parte da minha vida está ligada às causas da Renamo e associado a isso, assumi em 2012 o cargo de secretário-geral”, defendeu.
Elias Dhlakama, irmão de Afonso Dhlakama, também anunciou, este mês, a sua candidatura à liderança do partido.
LUSA – 21.12.2018
Mulher de empresário raptado em Moçambique volta a apelar à intervenção do Estado português
Numa carta dirigida ao presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, Salomé Sebastião pede que sejam acionados “os mecanismos” necessários para que se resolva o caso, salientando que “Portugal e o Estado português têm que agir”.
“Portugal e Moçambique são dois países irmãos e tem que haver mecanismos que sejam acionados para que tudo se resolva”, frisou a mulher do empresário, em declarações à imprensa, na Assembleia da República.
Salomé Sebastião exortou a uma “intervenção firme, forte e digna do Estado português perante um seu cidadão”.
A esposa de Américo Sebastião considerou que Portugal e o Estado português “não podem ficar passivos perante este caso muito grave, gritante, de um atentado a um cidadão português perdido algures em África”.
Ainda assim, Salomé Sebastião acredita que há “vontade para que no futuro se consiga realmente a boa tramitação de todos os procedimentos conducentes ao resgate” de Américo “e trazê-lo à liberdade”.
“Peço ajuda ao Estado português e que o Estado aja”, sublinhou.
A mulher do empresário português garantiu que não vai desistir, referindo que “quanto mais o tempo passa, mais firme” está e mais certeza tem “de que tudo vai acabar bem”.
Salomé Sebastião adiantou que entregou na quarta-feira uma carta ao Governo pedindo uma “intervenção política ao mais alto nível” e um “acompanhamento da boa tramitação da petição entregue em Moçambique”.
Durante o seu discurso, Salomé Sebastião lembrou a comemoração da Declaração Universal dos Direitos Humanos e afirmou que se Moçambique e Portugal “realmente entenderem essa Declaração Universal e a colocarem em prática”, então o seu marido “tem a vida protegida e a sua liberdade será readquirida”.
A esposa do empresário raptado avançou que também vai entregar hoje a carta ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apelando que seja “o porta-voz desta questão humanitária perante os Governos de ambos os países, perante as instâncias internacionais, nomeadamente a União Europeia”, e outras “instâncias da comunidade internacional”.
Quanto ao futuro, Salomé Sebastião revelou que tem “mais ações pensadas”, nomeadamente a nível da União Europeia, que serão postas em prática já em Janeiro.
No início de dezembro, a esposa de Américo Sebastião entregou uma petição no parlamento moçambicano em que pediu ajuda para o esclarecimento do caso, arquivado pela justiça, mas sobre o qual a família julga ter indícios que poderiam ajudar a descobrir o empresário.
“Portugal e Moçambique são dois países irmãos e tem que haver mecanismos que sejam acionados para que tudo se resolva”, frisou a mulher do empresário, em declarações à imprensa, na Assembleia da República.
Salomé Sebastião exortou a uma “intervenção firme, forte e digna do Estado português perante um seu cidadão”.
A esposa de Américo Sebastião considerou que Portugal e o Estado português “não podem ficar passivos perante este caso muito grave, gritante, de um atentado a um cidadão português perdido algures em África”.
Ainda assim, Salomé Sebastião acredita que há “vontade para que no futuro se consiga realmente a boa tramitação de todos os procedimentos conducentes ao resgate” de Américo “e trazê-lo à liberdade”.
“Peço ajuda ao Estado português e que o Estado aja”, sublinhou.
A mulher do empresário português garantiu que não vai desistir, referindo que “quanto mais o tempo passa, mais firme” está e mais certeza tem “de que tudo vai acabar bem”.
Salomé Sebastião adiantou que entregou na quarta-feira uma carta ao Governo pedindo uma “intervenção política ao mais alto nível” e um “acompanhamento da boa tramitação da petição entregue em Moçambique”.
Durante o seu discurso, Salomé Sebastião lembrou a comemoração da Declaração Universal dos Direitos Humanos e afirmou que se Moçambique e Portugal “realmente entenderem essa Declaração Universal e a colocarem em prática”, então o seu marido “tem a vida protegida e a sua liberdade será readquirida”.
A esposa do empresário raptado avançou que também vai entregar hoje a carta ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apelando que seja “o porta-voz desta questão humanitária perante os Governos de ambos os países, perante as instâncias internacionais, nomeadamente a União Europeia”, e outras “instâncias da comunidade internacional”.
Quanto ao futuro, Salomé Sebastião revelou que tem “mais ações pensadas”, nomeadamente a nível da União Europeia, que serão postas em prática já em Janeiro.
No início de dezembro, a esposa de Américo Sebastião entregou uma petição no parlamento moçambicano em que pediu ajuda para o esclarecimento do caso, arquivado pela justiça, mas sobre o qual a família julga ter indícios que poderiam ajudar a descobrir o empresário.
Posted at 10:55 in Justiça - Polícia - Tribunais, Política - Partidos, Portugal | Permalink | Comments (0)
20/12/2018
STV-Opinião no Feminino 20.12.2018(video)
Não editado pela STV-SOICO
STV-Jornal da Noite 20.12.2018(video)
Não editado pela STV-SOICO
Frelimo e Renamo trocam acusações sobre impasse no processo de paz
A Frelimo considerou hoje urgente o desarmamento da Renamo, enquanto o principal partido da oposição acusou o Governo de violar o Memorando de Entendimento sobre o processo de paz no país.
"O desarmamento, desmobilização e reintegração dos homens armados da Renamo é, sem margem de dúvidas, uma das ações mais urgentes para devolver a paz definitiva ao país", afirmou a chefe da bancada da Frelimo, Margarida Talapa, no discurso de encerramento das sessões plenárias da Assembleia da República deste ano.
Margarida Talapa exigiu que a Renamo entregue a lista de todos os seus oficiais, assinalando que os avanços no processo de paz dependem dessa ação.
Talapa não esclareceu se a lista é referente aos 14 oficiais que o Memorando de Entendimento assinado com a Renamo preconiza que sejam nomeados para cargos de direção nas Forças de Defesa e Segurança (FDS), e que o principal partido da oposição afirma que já entregou, ou à totalidade dos quadros militares da organização.
"O Governo está à espera da vossa lista, nada poderá fazer a comunidade internacional sem a vossa lista", frisou a chefe da bancada parlamentar da Renamo.
A alusão de Margarida Talapa à comunidade internacional está relacionada com os constantes apelos do principal partido da oposição para que a Frelimo seja persuadida a cumprir o Memorando de Entendimento.
Por seu turno, a chefe da bancada da Renamo, Ivone Soares, acusou o Governo de violar o Memorando de Entendimento por apenas ter colocado interinamente três oficias do principal partido da oposição em cargos de chefia e não 14.
"É do maior interesse da Renamo que os seus homens e mulheres ainda nas matas sejam desmobilizados e sejam incluídos na sociedade, num espírito de concórdia e reconciliação nacional", afirmou Ivone Soares.
A chefe da bancada parlamentar da Frelimo defendeu que a comunidade internacional deve agir no interesse dos moçambicanos e não da Frelimo, no acompanhamento do atual processo de paz.
O líder da bancada parlamentar do MDM imputou o actual impasse no processo de paz à exclusão de outras forças políticas e sociais promovida pela Frelimo e Renamo.
"Há uma exclusão deliberada, que poderá provocar conflitos no futuro, as forças excluídas não sentirão obrigação de aderir a pactos sobre os quais não foram consultadas", declarou.
LUSA – 20.12.2018
"O desarmamento, desmobilização e reintegração dos homens armados da Renamo é, sem margem de dúvidas, uma das ações mais urgentes para devolver a paz definitiva ao país", afirmou a chefe da bancada da Frelimo, Margarida Talapa, no discurso de encerramento das sessões plenárias da Assembleia da República deste ano.
Margarida Talapa exigiu que a Renamo entregue a lista de todos os seus oficiais, assinalando que os avanços no processo de paz dependem dessa ação.
Talapa não esclareceu se a lista é referente aos 14 oficiais que o Memorando de Entendimento assinado com a Renamo preconiza que sejam nomeados para cargos de direção nas Forças de Defesa e Segurança (FDS), e que o principal partido da oposição afirma que já entregou, ou à totalidade dos quadros militares da organização.
"O Governo está à espera da vossa lista, nada poderá fazer a comunidade internacional sem a vossa lista", frisou a chefe da bancada parlamentar da Renamo.
A alusão de Margarida Talapa à comunidade internacional está relacionada com os constantes apelos do principal partido da oposição para que a Frelimo seja persuadida a cumprir o Memorando de Entendimento.
Por seu turno, a chefe da bancada da Renamo, Ivone Soares, acusou o Governo de violar o Memorando de Entendimento por apenas ter colocado interinamente três oficias do principal partido da oposição em cargos de chefia e não 14.
"É do maior interesse da Renamo que os seus homens e mulheres ainda nas matas sejam desmobilizados e sejam incluídos na sociedade, num espírito de concórdia e reconciliação nacional", afirmou Ivone Soares.
A chefe da bancada parlamentar da Frelimo defendeu que a comunidade internacional deve agir no interesse dos moçambicanos e não da Frelimo, no acompanhamento do atual processo de paz.
O líder da bancada parlamentar do MDM imputou o actual impasse no processo de paz à exclusão de outras forças políticas e sociais promovida pela Frelimo e Renamo.
"Há uma exclusão deliberada, que poderá provocar conflitos no futuro, as forças excluídas não sentirão obrigação de aderir a pactos sobre os quais não foram consultadas", declarou.
LUSA – 20.12.2018
2019: um ano condicionado a todos os níveis pelas eleições gerais
O ano de 2019 em Moçambique deverá ser condicionado a todos os níveis pelas eleições gerais marcadas para 15 de Outubro e que deverão ser o derradeiro teste ao processo de paz em curso no país.
A Frelimo lidera o país desde a independência e decidiu, logo em 2017, que vai levar o seu líder e Presidente da República, Filipe Nyusi, a candidatar-se a um segundo mandato.
Nas eleições autárquicas de outubro de 2018, a Frelimo venceu em 44 dos 53 municípios – cabendo oito à Renamo e um ao MDM.
O domínio é claro, mas os partidos da oposição e observadores independentes denunciaram situações de fraude que terá passado impune em diversos municípios e alertaram para o facto de tal suceder pouco tempo antes das eleições gerais.
A rejeição dos resultados eleitorais pela oposição tem sido o motivo de conflitos armados entre Governo e o braço armado da Renamo no passado, deitando por terra outros processos de diálogo para a paz, pelo que a expectativa é grande sobre o que acontecerá no próximo ano.
A expectativa é ainda maior porque, pela primeira vez, os 11 governadores provinciais vão ser eleitos (a partir da votação para as assembleias de província), em vez de ser nomeados pelo poder central - uma mudança acordada nas negociações de paz.
As conversações atuais iniciaram-se com as tréguas sem prazo declaradas por Afonso Dhlakama, presidente da Renamo, em Dezembro de 2016, abrindo-se negociações para a descentralização do poder e reintegração dos militares da oposição, os dois dossiês base para depois de assinar um acordo de paz.
Fotojornalista detido em Cabo Delgado promete ação contra militares
O fotojornalista Estácio Valói disse à DW que, junto com o pesquisador David Matsinhe e o seu assistente, pretendem processar os militares que os detiveram por dois dias na província de Cabo Delgado, em Moçambique.
Estácio Valói teve os seus equipamentos confiscados pelos militares
Ouça aqui
Em Moçambique, o fotojornalista Estácio Valói, o pesquisador David Matsinhe e o seu assistente foram libertados nesta terça-feira (18.12) à tarde. Os três estiveram sob custódia militar por cerca de 48 horas na província nortenha de Cabo Delgado, depois de terem estado a trabalhar na região entre os distritos de Palma e Mocímboa da Praia.
Entretanto, o equipamento de trabalho e os telemóveis apreendidos pelos militares não lhes foram devolvidos. Os visados ponderam entrar com uma ação contra a brigada militar em causa por violação dos seus direitos.
DW África: Pode nos narrar as circunstância em que foram detidos?
Estácio Valói (EV): Fomos detidos em emboscada pelas Forças de Defesa Nacional, isto a 15 quilómetros de Palma, na estrada principal. Quando nos aproximamos, um grupo de mais de 20 militares mandaram-nos parar, apontando as armas todas, vieram cá e mandaram-nos sair de forma agressiva: "Saiam do caro, saiam do carro! Estávamos à vossa procura. Temos ordens dos nossos superiores, os mesmos que disseram que vocês poderiam ir a Chitolo, são os mesmo que disseram para que nós vos interpelássemos aqui”. Tinham armamento por todo lado. Cercaram o carro e tivemos que descer. A primeira coisa que eles disseram foi "mostrem as vossas câmeras; onde é que estão os vossos computadores?”.
Posted at 11:40 in Defesa, Informação - Imprensa, Justiça - Polícia - Tribunais, Política - Partidos | Permalink | Comments (1)
Homens armados matam uma pessoa e ferem outra em aldeia de Mocímboa da Praia
Homens armados mataram um homem a tiro e feriram outro na noite de quarta-feira na aldeia de Mwangaza, distrito de Mocímboa da Praia, norte do país, disseram hoje à Lusa fontes locais.
Os atacantes, munidos de armas de fogo e catanas, incendiaram cinco casas durante a ação, abandonando depois a aldeia, relataram as mesmas fontes.
O ataque de quarta-feira foi o primeiro a Mwangaza, que fica perto da aldeia de Undjama, que já tinha sido alvo de investidas de homens armados.
A aldeia atacada na quarta-feira situa-se a cerca de 25 quilómetros da vila-sede do distrito de Mocímboa da Praia, um dos quatro da província de Cabo Delgado, que têm sido assolados por ações de grupos armados desde outubro do ano passado.
Dezenas de pessoas morreram na sequência dos ataques, que provocaram o deslocamento de populações das suas aldeias.
Mais de 100 pessoas estão a ser julgadas em Cabo Delgado na sequência dos ataques, que atingem áreas próximas dos campos de gás que vão conhecer avultados investimentos de multinacionais petrolíferas nos próximos anos.
Na quarta-feira, Filipe Nyusi disse no parlamento que as Forças de Defesa e Segurança estão a “fragilizar” a ação dos “malfeitores” que atuam nas quatro províncias de Cabo Delgado.
LUSA – 20.12.2018
Posted at 11:14 in Defesa, Justiça - Polícia - Tribunais, Política - Partidos | Permalink | Comments (1)
Nyusi condiciona nomeações para Forças Armadas a "passos subsequentes" da Renamo
Filipe Nyusi condicionou hoje a nomeação de oficiais do braço armado da Renamo para cargos de chefia nas Forças de Defesa e Segurança (FDS) a "passos subsequentes" que devem ser dados pelo principal partido da oposição.
O líder interino da Renamo, Ossufo Momade, acusou na terça-feira o Governo de violar o Memorando de Entendimento sobre o processo de paz por ter nomeado interinamente três oficiais do braço armado do partido contra 14 previstos no referido acordo.
Falando hoje no parlamento sobre o estado da Nação, o chefe de Estado disse que a designação de quadros militares da Renamo para posições de direção nas FDS será completada quando o partido der passos previstos no acordo, mas não especificou que tipo de iniciativas deve ser seguido.
"O processo deverá ser completado logo que a Renamo concretizar os passos subsequentes, que são da sua responsabilidade, conforme o memorando tornado público para o acompanhamento de todos os moçambicanos", afirmou Filipe Nyusi, no seu discurso sobre o estado da Nação.
Falando de improviso, o chefe de Estado desdramatizou a contestação da Renamo em relação ao caráter interino das nomeações até agora feitas, assinalando que os militares designados estão a exercer as novas funções normalmente.
"Os militares estão lá e sabem que quando se dá uma missão, cumprem", defendeu.
O Memorando de Entendimento assinado entre o chefe de Estado e o líder interino do principal partido da oposição prevê que o braço armado seja desmobilizado e os seus membros integrados na vida civil, além da nomeação de 14 oficiais do principal partido da oposição para cargos de chefia nas FDS.
O Memorando de Entendimento faz parte do processo de paz em curso, visando acabar com ciclos de violência militar opondo as FDS e o braço armado da oposição.
LUSA – 19.12.2018
Posted at 00:00 in Defesa, Justiça - Polícia - Tribunais, Política - Partidos | Permalink | Comments (1)
19/12/2018
STV-Jornal da Noite 19.12.2018(video)
Não editado pela STV-SOICO
África do Sul: Justiça emite mandado de prisão contra Grace Mugabe
A justiça da África do Sul emitiu um mandado de prisão contra a ex-primeira-dama do Zimbabwe, Grace Mugabe, por causa de uma agressão num bairro nobre de Joanesburgo, no ano passado.
A Reuters reporta que o anuncio foi hoje feita por Vishnu Naidoo, porta-voz da polícia, e está relacionado com a alegada agressão contra a modelo Gabriella Engels.
"Posso confirmar que um mandado de prisão contra Grace Mugabe foi emitido na última quinta-feira", disse Naidoo, acrescentando que a políciaprocura ajuda da Interpol para o efeito.
Após o alegado ataque com um cabo eléctrico, em agosto de 2017, o governo sul-africano concedeu imunidade diplomática a Grace Mugabe.
Mas tal imunidade foi anulada por um tribunal sul-africano neste ano, após recurso da modelo Gabriella Engels.
Não houve comentários imediatos de Grace Mugabe, nem das autoridades de Harare.
VOA – 19.12.2018
Jornalistas detidos pelo exército moçambicano no norte do país estão em liberdade
Os três jornalistas estrangeiros e um moçambicano retidos pelo exército caminho do distrito de Palma, norte de Moçambique, foram libertos na manhã de hoje após 48 horas de detenção, anunciou um deles.
"Depois de 48 horas de detenção, fomos libertos. A luta continua", escreveu na sua página do Facebook Estácio Valoi, o jornalista moçambicano que integrava o grupo.
Os jornalistas foram detidos por volta das 09:00 de segunda-feira, pelas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), quando se encontravam a caminho de Palma oriundos de Chitolo, Mocímboa da Praia, onde estiveram a trabalhar.
Os profissionais alegaram que tinham autorização dos comandantes local e provincial para trabalharem naquelas zonas, de acordo com um comunicado do Instituto de Comunicação Social da África Austral (MISA).
Além de Valoi e dos três jornalistas estrangeiros detidos, esteve também sob custódia das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) o motorista que os acompanhava.
Os jornalistas estiveram detidos no Comando Distrital de Palma.
Os distritos de Palma e da Mocímboa da Praia, na província de Cabo Delgado, tal como outras zonas do norte de Moçambique, têm sido palco de ataques protagonizados por grupos armados, desde outubro do ano passado.
A violência já provocou dezenas de mortos, entre civis, membros das Forças de Defesa e Segurança e dos grupos armados, e deslocações de populações bem como destruição de propriedade.
Os grupos que protagonizam os ataques têm sido associados a tentativas de impor uma versão do islão diferente do que vinha sendo praticado na região, que vai conhecer nos próximos anos projetos de produção de gás natural.
LUSA – 19.12.2018
"Depois de 48 horas de detenção, fomos libertos. A luta continua", escreveu na sua página do Facebook Estácio Valoi, o jornalista moçambicano que integrava o grupo.
Os jornalistas foram detidos por volta das 09:00 de segunda-feira, pelas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), quando se encontravam a caminho de Palma oriundos de Chitolo, Mocímboa da Praia, onde estiveram a trabalhar.
Os profissionais alegaram que tinham autorização dos comandantes local e provincial para trabalharem naquelas zonas, de acordo com um comunicado do Instituto de Comunicação Social da África Austral (MISA).
Além de Valoi e dos três jornalistas estrangeiros detidos, esteve também sob custódia das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) o motorista que os acompanhava.
Os jornalistas estiveram detidos no Comando Distrital de Palma.
Os distritos de Palma e da Mocímboa da Praia, na província de Cabo Delgado, tal como outras zonas do norte de Moçambique, têm sido palco de ataques protagonizados por grupos armados, desde outubro do ano passado.
A violência já provocou dezenas de mortos, entre civis, membros das Forças de Defesa e Segurança e dos grupos armados, e deslocações de populações bem como destruição de propriedade.
Os grupos que protagonizam os ataques têm sido associados a tentativas de impor uma versão do islão diferente do que vinha sendo praticado na região, que vai conhecer nos próximos anos projetos de produção de gás natural.
LUSA – 19.12.2018
Posted at 15:37 in Defesa, Informação - Imprensa, Justiça - Polícia - Tribunais, Política - Partidos | Permalink | Comments (0)
Geraldo Carvalho substituído na Comissão de Defesa e Segurança da AR
Geraldo Carvalho, deputado da Assembleia da República pela bancada do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), foi substituído, na semana passada, na Comissão de Defesa e Segurança, do Parlamento, e no seu lugar foi colocado o suplente Raimundo Pitágoras, segundo escreve o diário electronico “Carta”, na sua edição de hoje.
Segundo a publicação, a medida vem pôr termo ao braço-de-ferro, que coloca o então chefe nacional de mobilização e a direcção do MDM, por este ter, de forma unilateral, abandonado a formação política liderada por Daviz Simango.
Refere ainda que o conflito entre Carvalho e o MDM já se arrasta há bastante tempo, muito antes da realização das eleições autárquicas, tendo o ex-deputado rompido o silêncio e apoiado publicamente a campanha eleitoral de Manuel Bissopo, derrotado por Daviz Simango.
Geraldo Carvalho foi um dos que defenderam a substituição de Simango na lista dos candidatos do MDM ao Conselho Autárquico da Beira, situação que criou o isolamento do então chefe nacional de mobilização” no seio do clã Simango, que nunca quis ceder a presidência da edilidade a outros membros”.
A saída forçada de Geraldo Carvalho da Comissão da Defesa e Segurança foi confirmada ao “Carta” pelo porta-voz do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), e também deputado do parlamento, Sande Carmona. ”Não tenho muitos detalhes sobre isso, mas tive informações de que ele foi substituído na semana passada pelo colega e deputado, Raimundo Pitágoras, que era suplente na mesma comissão parlamentar”, disse fonte daquele jornal.
Refira-se que ainda se aguarda a decisão do Parlamento relativa à perda de mandato de Geraldo Carvalho e Ricardo Tomás, que já foram ouvidos pela comissão parlamentar de ética, sob proposta do Movimento Democrático de Moçambique. A destituição destes dois deputados deve-se ao facto de os visados se terem filiado ao partido Renamo.
“Carta” falou ontem com Carvalho. Ele disse que prefere não fazer comentários.
“O certo é que continuarei na Assembleia da República em cumprimento das leis existentes, não pela vontade de pessoas", disse.
Geraldo Carvalho diz não ter dúvidas que está a sofrer uma perseguição política interna, movida pela liderança do Movimento Democrático de Moçambique.
NOTÍCIAS – 19.12.2018
Segundo a publicação, a medida vem pôr termo ao braço-de-ferro, que coloca o então chefe nacional de mobilização e a direcção do MDM, por este ter, de forma unilateral, abandonado a formação política liderada por Daviz Simango.
Refere ainda que o conflito entre Carvalho e o MDM já se arrasta há bastante tempo, muito antes da realização das eleições autárquicas, tendo o ex-deputado rompido o silêncio e apoiado publicamente a campanha eleitoral de Manuel Bissopo, derrotado por Daviz Simango.
Geraldo Carvalho foi um dos que defenderam a substituição de Simango na lista dos candidatos do MDM ao Conselho Autárquico da Beira, situação que criou o isolamento do então chefe nacional de mobilização” no seio do clã Simango, que nunca quis ceder a presidência da edilidade a outros membros”.
A saída forçada de Geraldo Carvalho da Comissão da Defesa e Segurança foi confirmada ao “Carta” pelo porta-voz do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), e também deputado do parlamento, Sande Carmona. ”Não tenho muitos detalhes sobre isso, mas tive informações de que ele foi substituído na semana passada pelo colega e deputado, Raimundo Pitágoras, que era suplente na mesma comissão parlamentar”, disse fonte daquele jornal.
Refira-se que ainda se aguarda a decisão do Parlamento relativa à perda de mandato de Geraldo Carvalho e Ricardo Tomás, que já foram ouvidos pela comissão parlamentar de ética, sob proposta do Movimento Democrático de Moçambique. A destituição destes dois deputados deve-se ao facto de os visados se terem filiado ao partido Renamo.
“Carta” falou ontem com Carvalho. Ele disse que prefere não fazer comentários.
“O certo é que continuarei na Assembleia da República em cumprimento das leis existentes, não pela vontade de pessoas", disse.
Geraldo Carvalho diz não ter dúvidas que está a sofrer uma perseguição política interna, movida pela liderança do Movimento Democrático de Moçambique.
NOTÍCIAS – 19.12.2018
Guerra civil com novos protagonistas em livro com dados inéditos
O Instituto de Estudos Sociais e Económicos lançou hoje em Maputo "The War Within: New Perspectives on The Civil War in Mozambique 1976-1992", uma obra baseada em "arquivos inéditos" e que apresenta "novos intervenientes" no início da guerra civil dos 16 anos.
"É uma obra que nos leva a pensar a guerra de maneira diferente e que desenvolve uma nova perspetiva sobre como decorreu o processo, com intervenientes que foram ignorados pelos historiadores", disse à Lusa o pesquisador Éric Morier-Genoud, um dos autores.
Com 260 páginas, a obra, disponível apenas em inglês, indica que, antes da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), houve um movimento criado por dissidentes da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) que desencadeou ataques contra campos de reeducação na Zambézia, em 1976.
Trata-se do Partido Revolucionário de Moçambique e que viria mais tarde a juntar-se à Renamo, numa aliança que expandiu a guerra civil pelo centro e norte de Moçambique, segundo os autores.
A versão apresentada na obra difere da história oficial, que considera que a guerra civil moçambicana começou em 05 de maio de 1977, quando a Renamo protagonizou o primeiro ataque militar a uma base das forças governamentais na província de Manica, centro de Moçambique.
"Foi o Partido Revolucionário de Moçambique que autorizou a Renamo a entrar no norte de Moçambique, ou seja, a expansão da Renamo pelo norte de Moçambique passou por este movimento", declarou Éric Morier-Genoud.
O Partido Revolucionário de Moçambique dominou a Zambézia de 1976 até 1982, quando se aliou à Renamo, tendo, na altura, elementos do movimento desempenhado papeis importantes na liderança do atual principal partido de oposição em Moçambique.
"É uma obra que nos leva a pensar a guerra de maneira diferente e que desenvolve uma nova perspetiva sobre como decorreu o processo, com intervenientes que foram ignorados pelos historiadores", disse à Lusa o pesquisador Éric Morier-Genoud, um dos autores.
Com 260 páginas, a obra, disponível apenas em inglês, indica que, antes da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), houve um movimento criado por dissidentes da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) que desencadeou ataques contra campos de reeducação na Zambézia, em 1976.
Trata-se do Partido Revolucionário de Moçambique e que viria mais tarde a juntar-se à Renamo, numa aliança que expandiu a guerra civil pelo centro e norte de Moçambique, segundo os autores.
A versão apresentada na obra difere da história oficial, que considera que a guerra civil moçambicana começou em 05 de maio de 1977, quando a Renamo protagonizou o primeiro ataque militar a uma base das forças governamentais na província de Manica, centro de Moçambique.
"Foi o Partido Revolucionário de Moçambique que autorizou a Renamo a entrar no norte de Moçambique, ou seja, a expansão da Renamo pelo norte de Moçambique passou por este movimento", declarou Éric Morier-Genoud.
O Partido Revolucionário de Moçambique dominou a Zambézia de 1976 até 1982, quando se aliou à Renamo, tendo, na altura, elementos do movimento desempenhado papeis importantes na liderança do atual principal partido de oposição em Moçambique.
A importância histórica das eleições de 2018 na RDC - Ulisses Lufundisso
A República Democrática do Congo (RDC) vive um momento de apreensão e suspense. No dia 23 de Dezembro de 2018, realizar-se-ão as eleições presidenciais, legislativas e provinciais. Esse suspense é partilhado pela comunidade internacional, visto que desde a sua independência, nunca houve uma transição política pacífica no país.
Fonte: visão-global.blogspot.com.
A RDC, tem na sua maior bênção a sua maior maldição. É o segundo maior país de África em extensão e um dos mais abençoados a nível internacional em recursos naturais. Por essas razões, as lutas internas pelo poder e a cobiça pelos seus recursos por parte das potências estrangeiras são frequentes. Essa cobiça vetusta, foi inclusive um dos motivos que levou a realização da conferência de Berlim (1884- 1885), onde a grande questão em disputa era o controle do Congo, que passou a mão de um dos maiores assassinos da história (Rei Leopoldo II).
As disputas internas, alimentadas pelas potências estrangeiras continuamente ao longo da história se revelaram fatal para os desígnios daqueles que sempre sonharam e lutaram para verem um Congo (RDC) em paz e rumo ao desenvolvimento.
Ao contrário do que ocorreu em outras paragens de África, tal como em Angola por exemplo, no Congo, os dois líderes dos maiores movimentos independentistas – Patrice Lumumba do Movimento Nacional do Congo e Joseph Kasavubu da Associação do Baixo Congo (ABAKO) – chegaram a um acordo após as primeiras eleições do país e o primeiro foi empossado como Primeiro-Ministro e o segundo como Presidente da República. Rapidamente, Lumumba, que é um ícone do pan- africanismo, enveredou por reformas económicas no país, o que não agradou aos belgas que juntamente com a CIA,
Fonte: visão-global.blogspot.com.
A RDC, tem na sua maior bênção a sua maior maldição. É o segundo maior país de África em extensão e um dos mais abençoados a nível internacional em recursos naturais. Por essas razões, as lutas internas pelo poder e a cobiça pelos seus recursos por parte das potências estrangeiras são frequentes. Essa cobiça vetusta, foi inclusive um dos motivos que levou a realização da conferência de Berlim (1884- 1885), onde a grande questão em disputa era o controle do Congo, que passou a mão de um dos maiores assassinos da história (Rei Leopoldo II).
As disputas internas, alimentadas pelas potências estrangeiras continuamente ao longo da história se revelaram fatal para os desígnios daqueles que sempre sonharam e lutaram para verem um Congo (RDC) em paz e rumo ao desenvolvimento.
Ao contrário do que ocorreu em outras paragens de África, tal como em Angola por exemplo, no Congo, os dois líderes dos maiores movimentos independentistas – Patrice Lumumba do Movimento Nacional do Congo e Joseph Kasavubu da Associação do Baixo Congo (ABAKO) – chegaram a um acordo após as primeiras eleições do país e o primeiro foi empossado como Primeiro-Ministro e o segundo como Presidente da República. Rapidamente, Lumumba, que é um ícone do pan- africanismo, enveredou por reformas económicas no país, o que não agradou aos belgas que juntamente com a CIA,
É o nosso 1º Natal sem a companhia de Afonso Dhlakama que partiu, para comemorar a Quadra Natalícia junto a Deus
Afonso Dhlakama teve vida de sacrifícios e deixou bem viva, toda a possibilidade de felicidade em nossas mãos, basta termos coragem e determinação para transformarmos os momentos difíceis em grandes desafios.
Vamos buscar na solidariedade e na unidade dos 28 milhões um passo para dias melhores.
Neste Natal já órfãos do nosso Grande Herói, que o enorme potencial da Humanidade se revele em cada um de nós, para vivenciarmos o verdadeiro espírito do Natal e, que essa firmeza nos guie durante o ano novo que está para começar, catapultando-nos rumo a ansiadas e definitivas vitórias.
Recordemos e projectemos o que Afonso Dhlakama nos ensinou, dado que simbolicamente ele está sempre do nosso lado, transversalmente através dos fiéis e valentes RANGERS, que ele preparou para serem nossos guardiões, para nos encorajarem e darem-nos esperança para o que vem.
O Tenente-General Ossufo Momade, é agora o nosso Chefe de Família, é quem lidera as “PERDIZES”, avancemos de braços dados, para a frente sem temermos os fracos e cobardes corruptos. Porque unidos somos sempre mais e fortes.
FELIZ NATAL E ANO NOVO PRÓSPERO, para todos os 28 milhões, incluídos os corruptos, os intolerantes, os anti-Povo, os assassinos, os incompetentes e os sistemáticos inimigos da democracia.
Bem hajam todos os Resistentes, todos os Compatriotas e todos os Moçambicanos, somos 28 milhões…
VLITOS – 19.12.2018
LÁGRIMAS DE UM CIDADÃO RESIDENTE EM NANGADE
Oh, Nangade minha terra, Nangade meu distrito, Nangade meu ponto de residência, Nangade meu ponto de sobrevivência! É com tanto orgulho que reconheço que nasci aqui, e provavelmente morrerei aqui. Nasci aqui e o meu maior sonho era de contribuir para o desenvolvimento do meu distrito através de trabalhos de agricultura, caça, construção de casas melhoradas e mais.
Não sei se este meu sonho poder-se-á realizar, devido à guerrilha que se instalou em alguns distritos da minha província, Cabo Delgado, a mais de metade de um ano, onde compatriotas são degolados ou assassinados, sem percebermos o porquê, onde casas são queimadas sem sabermos o porquê. Que sinistro vivemos!
Não sei se este meu sonho poder-se-á realizar, devido à guerrilha que se instalou em alguns distritos da minha província, Cabo Delgado, a mais de metade de um ano, onde compatriotas são degolados ou assassinados, sem percebermos o porquê, onde casas são queimadas sem sabermos o porquê. Que sinistro vivemos!
Não consigo trabalhar na machamba já há bastante tempo, devido as ameaças de guerra nesta minha terra. A castanha de cajú que eu produzi juntamente com a minha mulher foi queimada pelos famosos insurgentes, até inclusive a palhota que foi deixada pelos meus antepassados não sobreviveu, e nem se quer os rebanhos puderam também viver. A única sobrevivência que pude garantir, com ajuda de Deus, foi dos meus filhos e da minha mulher, ou seja, minha família.
Já não consigo ter os produtos da machamba para poder comer ou vender e conseguir ter dinheiro para sustentar a família, ou para poder comprar chapas de zinco e cimento para melhorar a minha nova palhota, aliás, não sei se a minha nova palhota “viverá” até ao próximo ano.
Faz tempo que não consigo dormir, todos dias passo a noite vigiando enquanto meus filhos e minha mulher dormem. Fico sempre atento empunhando flechas numa mão, catana acomodada nas ancas e uma espingarda (“espera pouco”) na outra mão, para defender a minha família.
Fico muito triste quando os meus familiares em Pemba ligam-me para informar que lá ouvem a dizer que já não há ataques por aqui, e muito mais triste quando dizem que a situação está controlada.
Já não consigo ter os produtos da machamba para poder comer ou vender e conseguir ter dinheiro para sustentar a família, ou para poder comprar chapas de zinco e cimento para melhorar a minha nova palhota, aliás, não sei se a minha nova palhota “viverá” até ao próximo ano.
Faz tempo que não consigo dormir, todos dias passo a noite vigiando enquanto meus filhos e minha mulher dormem. Fico sempre atento empunhando flechas numa mão, catana acomodada nas ancas e uma espingarda (“espera pouco”) na outra mão, para defender a minha família.
Fico muito triste quando os meus familiares em Pemba ligam-me para informar que lá ouvem a dizer que já não há ataques por aqui, e muito mais triste quando dizem que a situação está controlada.
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