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sábado, 24 de novembro de 2018
Vítimas e carrasco - Emídio Fernando
Luanda - Há dias, numa palestra numa universidade, Lopo do Nascimento, o primeiro primeiro- ministro de Angola independente, revelou um estado de espírito da mulher que se mantém há 40 anos: não consegue perdoar. Os irmãos de Maria do Carmo Nascimento foram mortos pela Unita e ela até conhece quem foi um dos mentores dos assassinatos. Convive com ele na Assembleia Nacional, mas, ainda hoje, não consegue estender-lhe a mão.
Fonte: Nova Gazeta
Esta incapacidade de perdoar (ou de esquecer) ainda valoriza mais o esforço de João Lourenço em querer reconciliar-se com a História e com os protagonistas. Mas, por outro lado, revela a impossibilidade (ou a grande dificuldade) de se fazer um amplo movimento de reconciliação, como ocorreu na África do Sul. Não só pelo passado mais distante como pelo ’27 de Maio’, que tantas feridas tem ainda para sarar. Somos diferentes. Temos culturas e origens religiosas distintas.
Não se pode condenar Maria do Carmo Nascimento por isso. Certamente, há pouca gente com essa qualidade de perdoar quando nos matam alguém que amamos.
Ainda hoje, ‘Dinho’ Chingunji, o sobrevivente da família Chingunji, esforça-se todos os dias para recordar quem lhe dizimou os parentes, da forma mais cruel e violenta: Jonas Savimbi. Está prometido para o próximo ano o lançamento do livro com a tragédia da família contada ao detalhe.
Daí que também seria impossível – como muita gente defendeu – juntar na lista de homenageados,como heróis nacionais ou combatentes pela independência, _guras como Jonas Savimbi ou mesmo Holden Roberto, ao lado de Viriato da Cruz, Deolinda Rodrigues e tantos outros. Por exemplo, uma das escolhas de João Lourenço foi precisamente Eduardo Jonatão Chingunji, o patriarca da família. Imagine-se o que seria juntar, na mesma lista, o carrasco e a vítima.Não foi possível carregar o Disqus. Se é um moderador, por favor leia o nosso guia de resolução de problemas.
Naomeu senhor, é precizo distinguir as coisas convenientemente.
Quem nao pode perdoar é um escravo de odio.
Holden e Savimbi como Neto sao mesmo os heróis da Independencia de Angola, sim senhor!
O povo Mukongo foi capaz de perdoar os assassinos de seus irmãos, suas irmãs, seus avós, seus filhos, enfim, o povo Mukongo perdoou os assassinos de seus amados. eles vivem e comem juntos, não há o menor conflito entre os antigos assassinos e as vítimas, eles vivem juntos. Eles não têm outra escolha. porque eles sabem bem que, se querem viver em paz, devem perdoar, nada pode viver em paz sem perdão, o ódio é a escravidão interna. Quem odeia não é livre. Pois o povo Mukongo entende que não é possível viver em paz sem perdão Estou bem ciente das atrocidades cometidas pelos guerreiros da ELNA contra seus inimigos e contra seu próprio povo e seus próprios oficiais desde 1961 até 1979. Mas isso não o priva do mérito pela independência de Angola. Holden Roberto contribuiu muito na luta para libertar Angola da ocupação e dominação colonial. Quais são as causas deste estado de coisas? Por um lado, a FNLA quer libertar o país da dominação estrangeira e por outro lado, submete o seu próprio povo a um tratamento idêntico ao da ocupação? Apesar dessa aparente contradição, Holden Roberto merece ser reconhecida como a herói da independência,
Teoricamente lógico.Se o governo posterior ao assassino impiedoso que foi A.Neto tivesse adotado uma politica de tolerância e tivesse levado o país a patamares de desonvovimento humano e econômico certamente que as mágoas e cicatrizes desse genocidio politico seriam bem menos profundas.Porque de vitimas indefesas covardemente assassinadas passariam a mártires e seus algozes tirariam do fundo do saco uma desculpa qualquer como... para chegarmos até este ponto foi necessário .Talvez imperdoável,talvez consolador.
Este individuo so falou dos outros da oposição.ou seja dos carrascos da oposição….Há pessoas dentro do próprio Mpla que convivem no mesmo partido e que dizimaram cruelmente a família quase inteira do outro seu colega do mesmo partido,e fingem que esta´ tudo bem…..O próprio Agostinho Neto foi um dos carrascos mais implacáveis do 27 de Maio de 1977,quando disse "" Não havera´ perdão para ninguém". Foi a partir destas palavras que começou uma da maiores "CHASSINAS" de seres humanos jamais vista em Africa..E no entanto convive no seio do MPLA como um Heroi...Perguntem ao MPLA se a maior parte dos assassinos do 27 de Maio de 1977 estao protegidos debaixo das saias do Mpla!!!E no entanto dentro do MPLA os assassinos e os carrascos convivem mutuamente e fingem que nunca se passou absolutamente nada….São uns cínicos do caraças…..O caso da senhora Maria do Carmo ,dentro do próprio seu partido existe as centenas…..
Quem é Maria do Carmo Nascimento?
Não percebi muito bem...! Sejam mais claros quando vão falar para o público ou pessoas que desnconhcem as razões das vossas brigas.
Até um Ngweta, pulako dum cú vem aqui mandar bocas a ofender Savimbi, que foi homenageado pelo presidente da República de Angola, como se o Chingunji fosse um conterrâneo seu de comer bolotas lá nas anharas do Alentejo. Um insulto aos angolanos! A tal Maria do Carmo não tem boca para falar ela mesma? Ou será que também Savimbi lhe arrancou a língua? Se você é advogado dela vá à Justiça e senão, deixe de comportar-se como um alcoviteiro e querer ganhar fama e protagonismo por ter a chipala no Club K. O problema é seu ou dela?
O problema dos angolanos, sobretudo os caluandas é a incapacidade de descobrirem as causas da guerra e dos consequentes assassinatos que coloriram o país de sangue, num conflito entre supostos irmãos. Se o problema para a reconciliação entre angolanos é Jonas Savimbi e Holden Roberto, tal como alude Emídio Fernando, então devemos recorrer aos números para as estatísticas ajudarem-nos a aferir quantos elementos que cada um deles (Agostinho Neto, Holden Roberto, Jonas Savimbi e Eduardo dos Santos) mandou assassinar? As estatísticas poderiam auxiliar-nos a decidir por "Referendo", quem tem direito de ser homenageado e proclamado Herói Nacional. No caso de Agostinho Neto, as estatísticas disponíveis oscilam entre os 30 mil e os 80 mil assassinatos, sem contar com aqueles que foram omitidos porque o seu desaparecimento ocorreu em lugares recôndidos e os seus carrascos não deixaram rastos. Pessoalmente, conheço alguns campos de fuzilamento, pelo interior adentro e que ainda não foram cadastrados e os nomes de protagonistas desses assassinatos; todos eles a mando do governo do MPLA. Em relação ao Holden Roberto e Jonas Savimbi ainda não existem estatísticas, nem mesmo provisórias para termos a mínima ideia do que foi a sua quota parte em tudo isso. Estranho é, algumas pessoas como Emídio Fernando fecharem os olhos às atrocidades protagonizadas por Agostinho Neto e seu sucessor de quem se conhecem já alguns dados, e arremessarem permanentemente contra Holden Roberto e Jonas Savimbi figuras de quem não se conhecem ainda as estatisticas sobre os assassinatos protagonizados a seu mando. Em nosso entender, a diabolização contra estes dois nacionalistas não tem qualquer razão de ser, senão pelo simples facto de serem MBaNTUS e não crioulos naturais de Luanda.
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