O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) tem constatado ao longo dos anos que embora o nosso país esteja a matricular cada vez mais crianças no ensino primário, particularmente na 1º classe, porém o número de alunos que entra na 8ª classe tem vindo a diminuir desde 2010 e situa-se abaixo dos 50 por cento. Quer isto dizer que das cerca de 400 mil crianças que frequentam a 7ª classe só aproximadamente 240 mil são admitidas para frequência da 8ª classe.
Interpelada pelo @Verdade a ministra da Educação e Desenvolvimento Humano, Conceita Sortane, começou por dizer que este exíguo número de crianças que está previsto transitar do ensino primário para o secundário poderá ser reavaliado em função dos resultados finais que só serão apurados no término do ano lectivo.
No entanto Conceita Sortane declarou: “Há um pormenor que é preciso destacar, esta transição é feita de duas maneiras: o ensino presencial e o ensino à distância. O que significa que todo aluno que não for para aquela escola do ensino presencial tem a oportunidade de passar para o ensino à distância sem sobressaltos”.
Entretanto o @Verdade descobriu que a baixa taxa de admissão no ensino secundário não se deve a reprovação, dados históricos do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano indicam que a taxa de repetentes varia entre os 5 a 15 por cento, mas está directamente relacionada com a falta de escolas como aliás evidenciam as estatísticas oficiais.
Em 2017 existiam 7.454 escolas onde se leccionava a 6ª e 7ª classes porém só haviam 539 escola a ministrar a 8ª, 9ª e 10ª classes em todo Moçambique. Portanto mesmo que só fossem aprovados metade das 400 mil crianças que estudam a 7ª classe não existem escolas suficientes para os admitir.
O drama maior é na província da Zambézia onde mais de 91 mil alunos estudam em 2.147 escolas que leccionam o ensino primário do 2ª grau mas apenas existem 72 estabelecimentos para admiti-los no 1º ciclo do ensino secundário.
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