Opinião
Bolsonaro: a culpa é deles
Não usem falsos argumentos. A culpa da expansão da extrema-direita por todo o Mundo é mesmo de governos democráticos. De governos que não cumpriram promessas, de políticos corruptos, desonestos e mentirosos. Do velho discurso dos velhos de sempre, mesmo que novos em idade, e dos fatos cinzentos que, por mais luz artificial apontada, não brilham.
A culpa é de uma geração de políticos que obrigou uma outra geração a desinteressar-se pela política. Para os mais novos, pertencer a um partido moderado já não é "cool". Cresceram com as televisões e com a Internet a dar tempo de antena a políticos duvidosos que caíram em desgraça. Preferem radicalizar-se.
Agora, das duas uma: ou Jair Bolsonaro é como a maior parte dos políticos que prometem, prometem e não cumprem nada, ou é, de facto, um fenómeno completamente inesperado e transforma o Brasil na ditadura fascista que todos tememos.
Até o podem criticar. Mas se, até este domingo o recém-eleito presidente precisava dos brasileiros, a partir de hoje é ele que vai ditar o jogo, num tabuleiro para o qual tantos políticos sem fronteiras têm contribuído. A culpa é deles, não de quem foi votar.
Contaminaram muitos países. O Brasil também já adoeceu. Ficou doente quando a ideia de ter um presidente fascista, homofóbico e sexista se revelou a única solução para resolver todos os problemas.
A Europa esquerdista também pode ter calma que o Mundo não está para acabar, da mesma forma que não implodiu com Donald Trump.
Mas devem começar a pensar de forma menos autista e perceber as mensagens que o povo tem enviado. Não são as greves ou os abaixo-assinados que mudam as políticas dos países. São os votos do povo, aquele que mais ordena. Lembram-se?
*DIRETOR-ADJUNTO
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