Acusações fazem parte de um processo movido por Cristina Bolsonaro, à época do divórcio, revelado pela revista Veja. Hoje ela é eleitora do ex-marido
A ex-mulher de Jair Bolsonaro processou em 2008 o então marido, acusando-o nas 500 páginas que compõem a ação de sonegação de impostos, furto de um cofre e de agressividade excessiva, segundo a edição desta semana da revista Veja. Ana Cristina Sequeira Valle já havia sido notícia esta semana, no jornal Folha de S. Paulo, por nessa ocasião se ter queixado ao ministério dos Negócios Estrangeiros de ter sido ameaçada de morte pelo hoje candidato presidencial de extrema-direita pelo PSL. No entanto, Ana Cristina, que assina Cristina Bolsonaro e é eleitora do ex-marido, atribui as queixas à mágoa que sentia na altura.
Cristina entrou em 2008 com um processo contra Bolsonaro alegando que ele não aceitava fazer uma partilha justa de bens, à data do divórcio. São quatro as principais acusações: a primeira, de ocultação de património, uma vez que quando se candidatou a deputado, o ex-capitão omitiu a posse de três casas, um apartamento, uma sala comercial e cinco lotes, num total de 1,7 milhões de euros, aproximadamente.
Noutro trecho das 500 páginas, afirma que o presidenciável auferia cerca de 100 mil reais (hoje entre 20 e 25 mil euros), embora recebesse oficialmente apenas 35 mil (cerca de oito mil euros) da soma do cargo de deputado com a condição de oficial na reserva, deixando por explicar a proveniência da diferença.
Cristina revela ainda que Bolsonaro furtou o conteúdo de um cofre seu, num total de cerca de 220 mil euros em joias e dinheiro em espécie, guardado numa agência do Banco do Brasil. No processo, consta uma troca de acusações entre ambos, em que ela acusa o marido de furtar o cofre e ele reage dizendo que a mulher sequestrou o filho do casal - este episódio coincide com a notícia da Folha, a dar conta de que Cristina fora ameaçada de morte por Bolsonaro, e desse facto se queixara ao ministério dos Negócios Estrangeiros, se levasse a criança para a Noruega. Na ocasião, disse também que o marido tinha "um comportamento explosivo" e uma "agressividade desmedida".
"Apesar de 'machão' ama os filhos incondicionalmente"
Procurada pela revista para comentar, Cristina Bolsonaro atribuiu eapesar de 'machão' ama os filhos incondicionalmente sse processo à mágoa natural de uma separação. "Quando você está magoada você fala coisas que não deveria", disse. "Bolsonaro é digno, carinhoso, honesto e provedor e apesar de 'machão' ama os filhos incondicionalmente e trata as mulheres como princesas".
Como é tradição no Brasil, os últimos dias de campanha costumam reservar "balas de prata" ou twists na imprensa. Além da reportagem de Veja, na próxima semana Lula da Silva, antigo presidente impedido de concorrer às eleições por ter sido condenado em segunda instância e líder em todas as sondagens em que o seu nome surgia, foi autorizado a dar uma entrevista à Folha, por ordem do juiz do Supremo Tribunal Federal. Além dele, também Adélio Bispo, o agressor de Bolsonaro, concederá duas entrevistas da prisão.
Em São Paulo
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