terça-feira, 28 de agosto de 2018

cria a ideia que a Frelimo alberga assassinos mesmo que não seja uma organização de assassinos

Precisa-se, urgentemente, vacina contra o ódio na sociedade Moçambicana.
Há um discurso de ódio, de intolerância, de desrespeito pelas peasoas, uma mentalidade de infalibilidade e de direito divino ao poder, um crer na omnipotência, uma mercadorização da politica e dos valores éticos, que têm de acabar. Levados ao extremo, criam e, como diz Roberto Tibana num outro debate noutro local, albergam assassinos.
Para impermeabilizar a Frelimo, ou qualquer outra organização, contra a infiltração por assassinos e psicopatas, contra ambiciosos sem escrúpulos para quem o vale tudo é tudo o que vale, é preciso mudar muita coisa no discurso e na prática, nas ideias e na cultura. Quando a estratégia, a táctica, a linguagem, a mentalidade e a prática toleradas são de guerra (esmagar, asfixiar, não dar espaço, destruir, governar mil anos, inimigos, traidores, etc,) o terreno está a ser fertilizado para psicopatas ambiciosos ganharem protagonismo e poder.
Está a circular um texto de um dito prof que, no limite, faz a apologia do assassinato do Júnior e da sua madrasta, insinuando, até, que o pai do Júnior foi assassinado pelos seus pares. O indivíduo em causa está a fazer um ode à violência, ao ódio, ao racismo, à xenofobia, à homofobia, à intolerância extremas há 4 anos, em nome da Frelimo. Já se fez protegido de Guebuza e agora faz-se protegido de Nyusi, provavelmente à revelia destes. À medida que sobe no rank da organização, o seu discurso piora e está cada vez mais descontrolado. Tem sido muito criticado por muita gente, incluindo por muitos membros da Frelimo. A mais recente denúncia vem num post de Gabriel Muthisse, que aconselho que sigam. Mas a organização, a Frelimo, nunca se demarcou dele, até aqui, e ele tem-se estabelecido internamente. Porquê? Será que há quem pense que gente desta é necessária para certos trabalhos? É isto que, como diz o Tibana, cria a ideia que a Frelimo alberga assassinos mesmo que não seja uma organização de assassinos?
A denúncia feita por Gabriel Muthisse mostra que os factos são conhecidos e algumas pessoas no seio da Frelimo os repudiam completamente. Mas, até aqui, pelo menos tanto quanto eu saiba, a Frelimo como instituição ainda não se demarcou publicamente destes discursos nem abriu um processo legal contra os indivíduos em causa, que até fazem a apologia do assassinato de membros da Frelimo. Será isto evidência de que no seu seio há indivíduos que não vêem nenhum problema na táctica do vale tudo?
Este discurso de apelo ao ódio como manifestação máxima de lealdade e do poder está presente na política e na economia (por exemplo, na expropriação de terras, no assassinato dos seus ocupantes, empurrando famílias para a informalidade e a ilegalidade, violando as suas mulheres, tudo em nome do progresso e do grande investimento modernizador). Hoje é um dito professor ou um dito comunicador que incitam a violência física contra um membro que não seguiu a disciplina interna e decidiu, pela sua consciência e vontade, criar uma alternativa eleitoral. Amanhã é esse membro ou outro que incita, pratica, deixa praticar ou justifica violência extrema contra famílias camponesas que têm o azar de habitarem por cima de recursos minerais valiosos. Depois de amanhã é um grupo que rapta e espanca ou baleia um analista independente ou oposicionista, ou assassina um jurista ou outro cidadão por causa das suas convicções. No dia seguinte é alguém que discorda da ordem constitucional e desata aos tiros até ser ouvido, descentralizado, desmobilizado e reintegrado, e dado o poder de nomear democraticamente. E assim por diante.
Tudo isto tem de acabar. Para realmente se demarcar de um discurso de ódio político contra um dos seus membros, a Frelimo e todas as outras organizações têm de se demarcar de todo o discurso de ódio, de poder e de controlo sobre os outros, e de recurso à violência como primeira alternativa de quem tem mais poder para exercer o controlo sobre todas as esferas da sociedade. Ou vamos correr o risco de normalizar o ódio e a violência como cultura, método e prática económica, política e social, e a sua denúncia exigirá cada vez mais coragem e será cada vez mais confinada a actos isolados.
Temos de ir muito mais longe do que repetir o discurso mole da tolerância, que coabita com a mentalidade de omnipotência e com a prática de exclusão e ódio.
A questão não é tolerância, mas igualdade. Somos socialmente iguais e temos direitos iguais mesmo sendo humanamente e politicamente diferentes. Ninguém deve ter o poder para escolher ser tolerante (como se fosse superior mas, por razões morais ética tolera os outros) ou odiar. Ou somos iguais, com direitos iguais, com liberdades iguais, ou estamos a construir uma farsa constitucionalmente articulada como democracia que cresce em cima de um barril de pólvora. Assim não dá.
Comentários
Albino Francisco Fumo Fumo Recomenda-se uma dosagem muito elevada para ter efeitos mínimos.
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Nuno Pires Um tal "Calado" voltou...
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Carlos Nuno Castel-Branco Mais Julião que Calado e, infelizmente, nunca está calado.
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Nuno Pires Carlos Nuno Castel-Branco já falámos disso em tempos, (confundem-se) a confirmação tardou mas parece que vai chegando... Que pena o Sumbana já não estar entre nós, esse sabia muito a respeito.
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Carlos Nuno Castel-Branco Nuno Pires sim, o Sumbana tinha um dossier bem completo sobre o JJC. O que é difícil de engolir é porque o homem continua aceite nas fileiras e porque a direcção da Frelimo não age decididamente contra ele? Será que isso confirma a tese que embora nem todos da frelimo sejam assassinos, há assassinos albergados lá porque fazem "coisas" úteis para "uns alguens" de vez em quando? O pior é quando esses tipos viram a sua sede de sangue para membros seniores da organização - aí já surge confusão - mas é tudo normal enquanto buscarem apenas o sangue dos inconvenientes de fora que não sejam intocáveis.
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John Barnes E no UK e US
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Luis Nhachote E mais um aditivo: se não houver indignação contra esse tipo de ódios eles vão crescer. A sociedade precisa ser mais enérgica e cidadã contra esse tipo de gente
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Arnaldo Mendes Primeira ação tem que ser a nível da organização onde milita esse picopata
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Domus Oikos Assassinos
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Mahanguica Eduardo A Organizacao tem hierarquias tem chefes. Quandos estes se calam querem nos transmitir o que????
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Samuel Simango Tudo indica que há grupos organizados para perpertarem a violência política e assassinatos selectivos. Esses grupos a uma certa altura estavam sob o comando de raiz aprumada e bem disciplinado. A gestão bicefala das elites do poder deve estar a colocar os grupos em apuros o que os leva à necessidade de marcarem a sua existência como como pilares do poder e saberem que pelos serviços prestados no passado dificilmente essas elite se pronunciem a condenar essas ameaças veladas. Este é o preço de se criarem poderes secretos paralelos aos do Estado.
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Ka Munanga Para o sociólogo britânico Anthony Giddens (2007), todo o fundamentalismo, seja ele étnico, religioso ou nacionalista é em si problemático, na medida em que é propenso a violência e é, em virtude disto, inimigo dos valores cosmopolitas – consciência dacomplexidade existencial, tolerância e abertura a diversidade – que em sua óptica representam a pedra-angular da democracia. Corroboro-o e acresço o fundamentalismo político-partidário, visto que a semelhança de outras formas de fundamentalismo se recusa a ver nas outras alternativas político-partidárias, e não só, a legitimidade de pensar e agir de forma diferente e, sobretudo, de se fazer a luta pelo poder político. 
De referir que a propensão do fundamentalismo a violência resulta do facto de que os fundamentalistas não só reclamam para si o conhecimento da verdade absoluta, em certa matéria, como pretendem que tais verdades sejam aplicadas a vida prática, colidindo assim com outras visões, que são, para os fundamentalistas, erradas e que devem por isso ser extirpadas, não importa os meios. Assim, podemos inferir que há, com o fundamentalismo, uma supressão do outro enquanto que sujeito e isto, de uma ou de outra forma, num ou noutro momento, pode fazer eclodir tensões e atestar a ideia de que “Los que le cierran el camino a la revolución pacífica, le abren al mismo tiempo el camino a la revolución violenta (Hugo Chavés, 2002)”, que, muitas vezes, causa estagnação ou mesmo retrocesso, na medida em que paralisa ou constrange a oferta de serviços públicos, destrói bens-públicos e não só e planta dor e luto no seio de inúmeros cidadãos. É em virtude disto que Giddens sentencia que o fundamentalismo consiste na “recusa do diálogo, num mundo cujo ritmo e continuidade depende dele (Giddens, 2007, p. 57) ”.
Entretanto, o que move os fundamentalistas a criarem “mitos colectivos/sociais (Norberto Elias, 1991)”, que neste caso os coloca como legítimos senhores da verdade e, com isto, únicos capazes de encaminhar politicamente as massas, é nada mais e nada menos que a “febre/embriaguez hegemónica (Idem)” que os conferirá a possibilidade de acumulação contínua de recursos da sociedade (Serra, 1997), ainda que para isso tenham de atemorizar e eliminar os que pensam diferente.
Nota: Urge repensarmo-nos enquanto sociedade que se pretende inclusiva e integradora.
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Alba Mate Oh...que intervenção...
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Xavier Boane Tranferiu toda a dissertação da monografia- cientista político
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Niz Tambira A génese de tudo isso é a irracionalidade e o disfarce que caracteriza os que praticam a cultura de biscateiros de ideologias. Esses querem condenar os moçambicanos livres e instalar suas familias para que também no tempo da fome lhes sirvam de alimento.Temos de encontrar saida para o perigo que isso representa.Como é que indivíduo pagos com fundo do estado corrompem a alma para prejudicarem mais de 20.000.000 de pessoas? Isso deve ser bem analisado.
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Sergio Nguenha Esta é a consequência de dar poder a indivíduos que pegaram em armas para "libertar ' o pais. Guerrilheiros não são suficientemente inteligentes para até governar um pais, salvo um e outro. Estes, sim, devem libertar e passar aos que nasceram com esta veia, principalmente filósofos.
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