domingo, 29 de julho de 2018

"Não se pode dizer eu só batizo o teu filho se te casares pela igreja"


O que pensa o novo cardeal sobre a fé de hoje? Sobre o que se diz a pais que querem batizar os filhos e não são casados, sobre o que se diz a um crente recasado? E aos políticos? As ideias que D. António Marto defendeu num almoço com o DN
Doutorado em Teologia, D. António Marto é tido como um homem de trato fácil, simples, que não gosta de falar de improviso e se prepara até ao ínfimo pormenor para tudo. É conhecido como um dos que eram céticos em relação ao fenómeno de Fátima, mas, diz, que tudo mudou quando participou num congresso e teve de estudar a fundo a mensagem de Fátima e percebeu o seu significado. Nos últimos tempos, tem-se revelado como um dos próximos das ideias do Papa Francisco, que lhe disse que o cardinalato foi "uma carícia de Nossa Senhora". O pensa o novo cardeal sobre algumas das questões da atualidade.

Batismo

O que se diz a uns pais que não são casados pela Igreja e querem batizar o filho? A resposta surge facilmente: "Podemos encarar a situação como uma oportunidade para acolher aquele casal, mas não com chantagem", atira de imediato. "Não se pode dizer eu só batizo o teu filho se te casares pela igreja. Isso é retirar liberdade à pessoa. Mas pode ser a oportunidade para lhes oferecer um caminho de fé", remata.

Recasados

À pergunta sobre o que dizer a um católico que viu o casamento fracassar e se divorcia, D. António Marto responde com a exortação do Papa Amoris laetitia, que diz ser um texto "muito belo". Mas não tem dúvida de que quando há fracasso, estes católicos "continuam a pertencer à família, não podem ser excomungados, depois há todo um itinerário de discernimento pessoal e pastoral que podem fazer." Chegar ao ponto de celebrar novo matrimónio, não. Agora, uma maior integração na comunidade cristã pode e deve haver.

Sobre se há uma crise de fé ou não, diz: "Antigamente, combatia-se o ateísmo marxista, sabia-se com o que se lidava, Hoje, o problema em relação à fé é a indiferença religiosa. É o pensar-se que: 'Passo bem sem isto, não me diz nada.'"

Educação

Um dos desafios da Igreja é a educação. "É procurar novos horizontes educativos que permitam abrir a mente e o coração à sociedade e aos outros. E nisto a Igreja não pode ficar de braços cruzados."

Catequese

A dimensão da catequese tem de ser revista, em nome de se fazer passar uma mensagem que não está a ser conseguida. Antes a fé era passada como tradição, hoje isso acabou. A juventude exige uma dimensão espiritual mais profunda. "Tornámos a catequese semelhante à escola, não pode ser. Temos de a tornar mais vivencial, experiencial, de a adaptar aos ritmos das famílias. A questão já foi discutida na Conferência dos Bispos e foi decidido que a sua dimensão terá de ser revista."

Fátima

Antigamente era um cético relativamente a Fátima. Depois, "por uma circunstância ocasional, tive de participar num congresso sobre e tive de estudar a fundo o que significava a mensagem de Fátima. Passei a vê-la com um novo olhar. Escrevi um artigo e acho que foi isso que levou o Papa Bento XVI a enviar-me para aqui".

Política

Diz que é preciso estabelecer pontes de diálogo com todos, até para responder à agressividade. "Vivemos numa sociedade demasiado ideologizada pelos partidos, falta encontrar consensos no que é fundamental para podermos caminhar juntos, respeitando as diferenças. É o que o Papa tem feito, virando-se para a China, para o mundo islâmico. Se não houver diálogo interreligioso, se não houver paz nas religiões também não há paz no mundo." E critica: "A política de hoje é a dos mais fortes sobre os mais fracos."
Margarida Anacleto
Pois é uma tristeza sim e grande , eu sou Católica não sou praticante vou há missa quando penso que tenho que ir e tive que me casar pela Igreja para Baptizar o meu filho isso em Abril de 1983 , mas mais tarde tive outro filho que eu queria o Baptizar e o Padre não o quis Baptizar porque eu não era praticante , não ía há missa ao Domingo , pois eu trabalho no Hotel onde a minha folga na altura era há terça e há quarta e o horário que eu tinha era das 07.00 e saida hás 15.30 e então para Baptizar o menino ele teve que fazer a Catequese e já com 10 aninhos é que foi Baptizado , eu tenho tudo da Igreja que os meus pais me deram fui catequista enfim só me falta mesmo da Igreja é receber a morte e tive esta trabalheira toda para poder Baptizar os meus filhos , é uma tristeza e é por essas e por outras que as pessoas vão mudando de Religião
GostoResponder83 h
Teresa Clemente
Tem razão. Comoveu-me e muito o que escreveu. Nao se esqueça de um ponto - Jesus
foi baptizado quando era bem adulto e não criança. Ele deu-nos o exemplo, Ele sabia qual seria o momento ideal e certo para o deixar marcado no Evangelho. Não sou pregadora nem freira - apenas me lembrei deste ponto que talvez a possa ajudar. Um resto de boa tarde.
GostoResponder151 min
Manuel Oliveira
Sim, foi muito lamentável aquilo que lhe fizeram. A sua reação só prova a fé que tem. Dou-lhe os meus parabéns por isso. Que Deus a continue a ajudar. Bem haja!
GostoResponder23 min
José Queiroz
Seria bom que muitos que falam aproveitassem este texto para refletirem antes de julgarem e espalharem o que pensam, prestavam um bom serviço para a harmonia e paz nos dias tão conturbados... um bom domingo de descanso e convivio familiar e amigos.
GostoResponder34 h
Francisco Mestre Gonçalves
O principio do respeito pela diferença conduz a que tenhamos de respeitar os comportamentos antiéticos e imorais em relaçao ao conceito de "normalidade" aceite por um povo num determinado contexto social e coordenadas do planeta.
Na verdade se interrogarmos um elemento radicalizado do Estado Islamico ele está convito que defende o que é certo, normal para ele. Em que ficamos??? Respeitamos todas as diferenças ou só algumas? Fica a questão para meditarmos.
GostoResponder3 h
Rosário Soveral
Muitos párocos deviam ler bem o que diz D. António Marto, que é uma pessoa que sabe Teologia, não como muitos párocos que falam sem saber o que dizem e manipulam as pessoas..
GostoResponder23 h
Júlio Figueiredo
Eu casei-me , pela igreija , por insistência da m/ mulher porque felizmente há 60 anos não fiz a comunhão solene , porque não estava na disposicão de aturar aquela palhaçada.
Confessar-me? A padralhada ficava a saber tanto como eu ... vâo trabalhar, porque assim contribuem para a riqueza do País.
GostoResponder11 h
Inês Almeida
Romanos10 : 9 - A saber : Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus , em teu coração que Deus ressuscitou dos mortos , serás salvo.
GostoResponder2 h
Inês Almeida
Nas igeja católica ensinam o que é o baptismo ? É crer e professar a doutrina cristã, ora uma criança não sabe o que estã a fazer .
GostoResponder3 h
Augusto Babo
Vós não souberam fazer melhor.vem agora faser o quê tirar a pouca crença que o povo têm ..
GostoResponder2 h
José Joaquim Rosado Crispim
"Passo bem sem isto, não me diz nada..." eu acrescento "É estupidez pedir aos deuses aquilo que se pode conseguir sozinho."
GostoResponder13 h
Inês Almeida
Não deve baptizar crianças.
Manuel Fernandes
Nem adultos.
Abaixo a cerimónias pagãs.
Responder3 h
Eduardo Louro
Prezada Inês Almeida, bom dia.
Se a senhora tem crença noutra fé, tem todo esse direito. Acho bem que usufrua desse direito. Porém, respeite as crenças dos outros! Ou respeite quem não tem crenças religiosas, como eu.
As igrejas neo-pentecostais tentam tirar proveito das falhas da Católica, já todos perceberam isso. Acontece que todos têm telhados de vidro.
Cumprimentos, sra. Inês.
Responder2 h
Daniel Carr
Então, Deus não pode acolher a quem um Sr.Padre não tenha baptisado? Então, o dito Sr.Padre é mais poderoso que Deus!

Sem comentários:

Enviar um comentário

MTQ