quinta-feira, 26 de julho de 2018

Congressista apanhado na televisão de rabo à mostra e a “perseguir” um “terrorista” demite-se


MARK METCALFE/GETTY

É mais uma das vítimas do comediante Sasha Baron Cohen, no seu novo programa satírico, “Who is America”, que está a dar muito que falar

Jason Spencer, um congressista estatal da Georgia, (EUA), demitiu-se depois de aparecer na televisão a fazer figuras ridículas. É apenas um de vários políticos, na sua maioria conservadores, "apanhados" pelo comediante Sasha Baron Cohen no seu novo programa satírico, "Who is America".
Tal como outras figuras enganadas por Cohen, Spencer é conhecido pelas suas posições e atitudes extremas. No ano passado, chegou a ameaçar uma ex-colega democrata de que ela poderia acabar por desaparecer num pântano se continuasse a defender a remoção de monumentos que homenageiam generais confederados (isto é, defensores da escravatura durante a Guerra Civil Americana). Essa frase já tinha comprometido seriamente a sua carreira política, mas o programa agora exibido ter-lhe-á posto fim de vez, pelo menos por agora.
Cohen faz-se passar por um especialista israelita em segurança, o "Capitão Erran Morad". À semelhança de casos anteriores, convence Spencer a participar naquilo que ele julga ser um treino de autodefesa. Para saber se uma mulher vestida com uma burka é terrorista (há anos, Spencer tentou fazer aprovar uma lei que proibia esse tipo de vestuário), o congressista disfarça-se de turista chinês e distrai a mulher enquanto lhe mete o telemóvel por baixo da burka, usando um pau de selfie. A imagem resultante mostra a zona íntima da mulher, sem bombas escondidas.
A seguir, Cohen pede a Spencer que tire as calças, e depois as cuecas, como forma de assustar um eventual terrorista. A ideia, aparentemente, é jogar com o terror muçulmano em relação à homossexualidade. Spencer persegue o terrorista com o seu rabo à mostra enquanto grita "EUA!" e "América". Para lhe chamar a atenção, tinha dito várias vezes a palavra "nigger" (preto) em voz alta, por Cohen lhe haver sugerido que era a palavra proibida na América.
Mesmo para um político conhecido por chamar a atenção pelos piores motivos, foi demais. Os colegas republicanos de Spencer exigiram-lhe que se demitisse. Ele ainda resistiu - estava a meses de completar os dois mandatos que lhe dariam direito a assistência de saúde vitalícia, entre outros benefícios - mas acabou por ceder.
Não sem tentar explicar que Cohen se tinha valido dos seus justificados receios (dele, Spencer) de poder vir a ser vítima de um ataque terrorista. Uma desculpa que ninguém parece ter levado muito a sério.

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