01.06.2018 às 13h26
Resistência e determinação. Ao líder do PSOE são reconhecidas as duas qualidades e nenhuma será alheia à sua chegada à presidência do executivo espanhol, afastando Rajoy. Aos 46 anos fez triunfar a indignação, ao conseguir que a moção de censura apresentada pelo seu partido fosse aprovada
Há seis meses, numa entrevista que antecedia a sua passagem por Lisboa, para participar numa reunião do conselho do Partido Socialista Europeu, Pedro Sánchez vaticinava: “Faltam-me dois anos para governar Espanha”. Enganou-se. O secretário-geral socialista chegou já esta sexta-feira ao Palácio da Moncloa, assumindo a presidência do Governo espanhol na sequência de uma moção de censura a Rajoy, que há menos de uma semana não estava sequer nos seus planos.
A política (também) tem destas coisas. A Pedro Sánchez vaticinaram o fim da carreira em várias ocasiões. Uma delas quando falhou a tentativa para liderar o Governo em 2016, por não conseguir a união com os partidos Podemos e Ciudadanos; outra quando depois da repetição das eleições foi responsabilizado pelo pior resultado de sempre alcançado pelo PSOE; mas também quando, já fora da liderança do partido socialista, renunciou ao seu assento como deputado para - fiel aos seus princípios - não se abster na investidura de Rajoy, como foi decidido pela então secretária-geral do partido, Susana Díaz, nem ir contra o seu partido.
A resistência e preserverança que lhe reconhecem como principais traços psicológicos levaram a melhor. Talvez com sorte à mistura, dirão outros analistas. Certo é que Pedro Sánchez não só sobreviveu, como protagoniza uma reviravolta cujos primeiros sinais aconteceram há já um ano, em maio de 2017, ao regressar pela porta grande à liderança do PSOE.
OUTRO TEMPO, O DE SÁNCHEZ
Aos 46 anos, o ex-professor de economia viu recompensada a sua determinação, provando a capacidade de seguir adiante, mesmo quando o cenário se adivinha contra.
“A sua solidão, senhor Mariano Rajoy, constitui o epitáfio de um tempo político, o seu, que já terminou”, afirmou Sánchez durante o debate da moção de censura no Congresso dos Deputados, na quinta-feira. Começa outro tempo, portanto, para o qual o líder socialista já traçou as prioridades: “Recuperar a normalidade política e institucional, recuperar a vida democrática e responder às urgências sociais”.
Nascido a 29 de fevereiro de 1972, em Madrid, Pedro Sánchez foi jogador de basquetebol (mede 1,90 m) e estudou Economia, primero na capital espanhola e depois em Bruxelas.
À política chegou no ano de 2000, como delegado no 35º Congresso Federal do PSOE. Casado, pai de duas filhas, da vida como desportista ficaram as escolhas que definem uma vida saudável. E o gosto por ganhar.
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