quarta-feira, 27 de junho de 2018

Lazaro Kavandane, Matias Guendjere, Urias Simango e esposa bem como Afonso Dhlakama como os heróis de topo na luta pela liberdade em Moçambique

DIA DA INDEPENDÊNCIA: Razak e Fernandes trocam acusações — JORNAL TXOPELA" />
<"As cerimónias de comemoração do dia 25 de Junho, dia da independência na cidade de Quelimane, foram marcadas por trocas de mimos entre Jorge Fernandes, Vereador para a Área de Saúde, Género e Acção Social no Município de Quelimane e Abdul Razak, Governador da Província da Zambézia.
Tudo começou quando na sua intervenção, na qualidade de representante do Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Quelimane, Jorge Fernandes atacou incisivamente o Governo da FRELIMO, acusando-o de intolerância política e de segregação de indivíduos por motivações assentes na divergência de opiniões. Num discurso académico-político, aquele dirigente chegou a apresentar a lista daqueles que segundo as suas palavras, “são os verdadeiros heróis moçambicanos”. Da lista apresentada por Fernandes constam personalidades com uma história bastante controversa sob ponto de vista político, dado que são individualidades consideradas “reacionárias” pelos manuais escolares em uso no sistema nacional de ensino.
Fernandes citou nomes como: Lazaro Kavandane, Matias Guendjere, Urias Simango e esposa bem como Afonso Dhlakama como os heróis de topo na luta pela liberdade em Moçambique, tendo a sua lista terminado com dois nomes sonantes na arena histórica nacional – Eduardo Mondlane e Samora Machel.
Outrossim, Fernandes teve que recorrer ao discurso de Eduardo Mondlane aquando do anúncio do desencadeamento da insurreição armada dos moçambicanos contra o colonialismo português em 1962, tendo dito que o líder da FRELIMO disse que anunciava o arranque da insurreição armada em nome dos moçambicanos no geral e não de um grupo de moçambicanos.
Entretanto, Abdul Razak, visivelmente agastado com os pronunciamentos do representante do Conselho Municipal, desfez-se do seu discurso oficial inicialmente preparado para a ocasião e dedicou mais de metade dos cerca de seis minutos do seu discurso para aquilo que chamou de “esclarecer aos distraídos”.
Razak refutou existir intolerância política em Moçambique protagonizada pelo partido no poder. Para sustentar o seu posicionamento, o timoneiro da província da Zambézia citou o facto de a província ter autarquias sob governação de partidos da oposição. “Não percebo o significado disso quando dizem que o Governo da FRELIMO está a promover a intolerância se este governo aceita que existam cidades ou municípios a serem dirigidos por partidos da oposição; o que querem dizer quando propalam que há um clima de guerra na Zambézia se tudo o que estamos a fazer é garantir que os nossos colegas dos municípios trabalhem confortavelmente. Este Governo, o Governo da FRELIMO nunca fez algo que impeça o melhor funcionamento do Conselho Municipal de Quelimane ou de Gurué, antes pelo contrário, nós nos esforçamos para garantir que eles trabalhem confortavelmente pelo desenvolvimento da nossa cidade e da nossa província” – rematou Razak.
Lembre-se que desde que Manuel de Araújo assumiu a Presidência do Conselho Municipal em 2012, as relações entre os Governadores que dirigiram a província da Zambézia e o Edil de Quelimane foram quase sempre toldadas.

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