sábado, 26 de maio de 2018

Perguntas sobre (e para) o debate a cerca da história da Renamo

Perguntas sobre (e para) o debate a cerca da história da Renamo
A Frelimo foi fundada em 1962 e, até hoje, existem muitos membros fundadores vivos, com quem se pode falar. Na ZANU, no MPLA, na UNITA,hoje é, igualmente, possível encontrar alguns dos seus fundadores com quem se pode falar.
Entretanto, a Renamo foi criada, mais tarde, na década de 1970 e não conheço nenhum membro fundador com que se pode falar, hoje! Aqui é importante ter em atenção o facto de que eu não estou a falar de pessoas que se juntaram aos movimentos. Eu estou a falar de pessoas que participaram na criação dos movimentos.
A Frelimo foi criada na Tanzânia, no dia 25 de Junho de 1962. A ZANU foi criada no dia 8 de Agosto de 1963; o MPLA foi criado no dia 10 de Dezembro de 1956 e a UNITA foi criada no dia 13 de Março de 1966. Todos estes celebram, de forma solene, essas datas como forma de eternizar a sua relevância política na história dos seus países, bem como para manter a sua legitimidade/ importância/ vitalidade política.
Entretanto, a Renamo não tem uma data oficial da sua fundação. A única informação que se conhece é a Renamo foi fundada no ano 1975. Pelo menos essa é a informação que eu vi, ainda este ano, no site oficial da Renamo. Curiosamente, hoje, eu revisitei o site da Renamo e não encontrei a mesma informação. Assim, eu não conheço a data simbólica e politicamente relevante usada para celebrar a fundação da Renamo.
O que dizer do local da formação da Renamo? Este ano, 2018, a informação que constava no site da Renamo era clara ao referir-se a Rodésia (espaço geográfico onde se localiza o actual Zimbabwe)...
A Frelimo surgiu como um movimento político, depois criou o braço armado, as FPLM. A ZANU tambem surgiu como um movimento político e depois criou o seu braço militar, chamado ZANLA. O MPLA e a UNITA tambem surgiram como movimentos políticos, que, depois, criaram os seus braços militares, as FAPLA e as FALA. O ANC, o FNLA e a ZAPU, por exemplo, também seguiram a mesma trajetória. Primeiro o movimento político e depois os braços militares.
Entretanto, a Renamo surgiu como um braço militar, que está num processo sinuoso de transformação com vista a criação de um braço político. Esta almejada transformação fracassou, pois até hoje, não se conhece os limites claros entre o braço militar e o braço político. Ademais, o braço militar sempre assumiu uma posição de superioridade em relação ao braço militar.
Por último, como é que se explica que a Renamo lutou pela democracia, desde a sua fundação, mas não recebeu apoio dos “donos da democracia liberal”, tal como aconteceu, por exemplo, com a UNITA?
Ps: eu decidi afastar-me do debate público sobre questões domésticas, particularmente nas redes sociais. Entretanto, vi muita informação sobre a história da Renamo (nos últimos dias) e decidi romper o meu silêncio com perguntas simples, baseadas no método comparativo, só para oferecer o meu contributo!
Ps: parte do que está aqui faz parte do contexto/ da minha reflexão a cerca do ADN/ da essência/ da alma da Renamo ao longo da história. O texto já está acabado e Um dia, quem sabe, público na íntegra. Mas, a publicação será feita numa revista acadêmica.
Ps: Como sempre, eu não vou agradar a gregos e a troianos. Por isto, estou ciente de que serei chamado “inimigo da paz”, que é a mais alta condenação social quando se trata de debater a actualidade política de/ em Moçambique 🇲🇿


Joao Cabrita Entre as várias afirmações descabidas do autor de “Males que vêm por bem”, é quando diz que “o discurso pró-democracia da Renamo data (d)os finais da década de oitenta”, resultado de um “grande golpe negocial dos mediadores” que “foi convencer a Renamo que ela estava a lutar pela democracia”.

Os factos, tal como a história os regista, contrariam, uma vez mais, o referido autor, colocando-o na embaraçosa posição de surgir aos olhos de todos como indivíduo malicioso e mal-intencionado.

Meses antes do surgimento da Renamo, em Novembro de 1976, vinha funcionando a emissora “Voz da África Livre” cuja linha de acção assentava no fim de regime de partido único em Moçambique e do Estado policial instituído pela Frelimo; na realização de eleições livres, na condenação da política económica do regime no poder, no respeito dos direitos fundamentais dos cidadãos, na denúncia do sistema judicial em vigor, tendo como alvo preferido a chamada “Lei dos Crimes contra a Segurança do Povo e do Estado Popular” e o instrumento que criou o Tribunal Militar Revolucionário, ambos aprovados pelo regime em Fevereiro/Março de 1979. A acção da Voz da África Livre foi a de dar cobertura política à luta da Renamo nos moldes acabados de referir, e cujos Estatutos tinham por base, em traços gerais, esses mesmos princípios.

O Programa da Renamo aprovado em 1979 é mais específico, estabelecendo de forma clara o princípio de um Estado de Direito democrático, incluindo a separação de poderes (executivo, legislativo e judicial), uma economia assente na livre iniciativa, entre outros.

É do domínio público que os mediadores a que o autor do texto alude somente apareceram em cena em meados de 1989, pois data deste ano o início do processo negocial, primeiro em Nairobi, transferindo-se depois para Roma. Ou seja, mais de uma década depois da Renamo ter vindo a advogar princípios que, por vontade deliberada de distorcer os factos, o referido autor pretende atribuir a “golpe negocial” desses mesmos mediadores.

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Comentários
Osilva Ó da Silva Afinal de alguma coisa valeu o desaparecimento físico do líder trazer te de volta já estava com saudades
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Calton Cadeado 😀
Thanks pelas saudades. Afinal somos amigos de muito tempo. Quanto às questões políticas, agora é momento de parar e ouvir mais, ler mais, no lugar de falar muito!

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Osilva Ó da Silva Calton Cadeado sim sim saiba que quando para de escrever também deixo de te ver por isso estou feliz com o teu regresso he he he... Beijo e muito força
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Diamantino Cadeado Permita um reparo: "Ademais, o braço militar assumiu uma superioridade sobre o braço POLÍTICO"
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Calton Cadeado Mano Diamantino Cadeado! Thanks pelo seu olho de lupa, bem atento aos detalhes. Eu já fiz a correção! Thanks 🙏🏾
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Jeremias Chilaw Para aprofundar ainda mais o debate, era interessante aferir as afinidades existentes entre os sendentes pais da democracia moçambicana e o regime minoritário e anti-democrático da Rodésia, ou seja, fundaram uma organização para lutar pela democracia num país onde a democracia não passava de uma miragem. Era interessante perceber a logica da convivência ideológica entre estas duas realidades.
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Edgar Barroso Bom, sem querer ser advogado da Renamo... em nenhuma parte da história universal vem escrito que qualquer movimento social, político ou militar tem de ter data e local de fundação concreto, para a sua causa ter legitimidade. Nem que a sua materialização armada tem de ser posterior ao seu acto constitutivo. Ou que tenham de ter apoio ou reconhecimento externo a priori. Este é um falso debate.
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Sura Rebelo de Oliveira Estava a olhar Tb os termos comparativos e não me parece que tenha algum peso ou relevância relativamente as realizações l, oncretizações e objetivos.Datas locais etc 
Mas em democracia cada um defende aquilo que acredita ou até nem acredita..

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Adilson Mahomed Tajú Do ponto de vista da História o questionamento do CC faz todo sentido. Eu estava aqui a imaginar-me numa sala de aulas a explicar aos meus estudantes sobre os partidos/movimentos politicos/militares africanos e imaginava os meus estudantes a colocarem esse tipo de questão. Mesmo que não esteja escrito que um partido/movimento para ter legitimidade ou reconhecimento precise de ser situado. Mas para propósitos académicos na minha óptica era interessante ter o percurso histórico-politico-militar da Renamo. Perceber o movimento dissidente que conduziu a formação, as etapas, as reuniões/congressos, os participantes, as grandes decisões e por vai.
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Sura Rebelo de Oliveira Adilson Mahomed Tajú Sabes gostamos muito de "palestras". Fala se muito até para, início de discurso leva se 10minutos a saudarem. O que de facto importa no país anda parado ou anda pra meia dúzia. ...
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Edgar Barroso Caro Taju, eu creio que esse seria o trabalho de casa de eleição, para um académico ou pesquisador que se preze. O seu job description é exactamente esse: ir ao terreno e investir naquilo que Michel Foucault chamava de "arqueologia do saber", até trazer factos aos seus estudantes; não o de ser mera reprodução de propaganda e desinformação, arrastando irresponsavelmente os seus estudantes para esse oceano de especulações.
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João Barros Parabens Calton Cadeado! Como sempre, alguns dos comentadores nao entenderam o teu post e tentam ludribiar o pensamento com palavreado inutil. Espero pela publicacao do estudo! Abraco.
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Edgar Barroso All due respect, uma coisa é alguém fazer perguntas e outra pessoa as responder objectiva e concisamente; outra é uma outra terceira pessoa achar que outra não as entendeu (como se fosse faculdade só sua essa), sem sequer responder as mesmas e ainda fazer bullying intelectual. Estamos mal.
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João Barros A carapuça sempre cai em alguém!
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Edgar Barroso heheheheheh...
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Zé Joel Edgar Barroso sim esse é que é o outro lado do problema.
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Zé Joel Adilson Mahomed Tajú legítimo.. Isso é verdade mas há quem deve se encarregar de o faze-lo. Se os próprios partidos não o fazem ou quando o fazem criam uma história subjectiva, então cabe ao historiador repor os factos out aproximar-se a eles.
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Raul Chambote Boa reflexão Calton Cadeado. Vale a pensa fazer questionamentos.
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Sura Rebelo de Oliveira Voltamos a génese dos movimentos partidos ou vamos caminhar para o tal paz definitiva almejada pela MAIORIA dos moçambicanos?
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Rildo Rafael Calton Cadeado: Caro amigo, muito bom ver o seu regresso! As suas perguntas são muito interessantes!

A existência ou não de membros fundadores de um ou de outro partido a quem se pode falar remete-nos a que? O facto de não conhecermos (eu, tu e outros
), quer automaticamente dizer que eles não existem ou existiram? Penso que a analogia é deveras interessante, mas ao mesmo tempo embaraçosa, comparar movimento político e um movimento militar (rebelde)? Já agora, a Frelimo de 1962 era necessariamente um movimento político (houve abertura por parte do colonialismo português para uma empreitada desta natureza)? Ou movimento militar? (porque essa opção?) A questão da “paternidade” da luta pela democracia levanta uma serie de dúvidas, mas ao mesmo tempo pode remeter para questões de escalonação e descalonação (dinâmicas do conflito). A gênese da Renamo não foge muito a própria gênese da Frelimo gloriosa (formam-se no exterior), mas não por vontade própria! Porque?
É sempre prestigiante ler os seus textos
Abraços

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Eduardo Matine Eu aguardo o final do raciocínio para ter certeza que percebi correctamente! Por enquanto só lhes adianto que este texto é mais combustível para os que não conseguem serenar ânimos nestas alturas... Hugs
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Sura Rebelo de Oliveira Dúvidas da intenção? Hugs
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Alcidio Do Rosario A única data (quanto a mim) que tem sido comemorada é o 17 de Outubro.
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Augusto BáfuaBáfua Estou aqui para ler os comentários...
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Kuyengany Produções Resistiremos até a Victoria Final
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Armando Nenane Alguma vez a revolução pediu registo?
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Elidio Cuco Mesmo os Es tados Unidos de Americana apoiaram a RENAMO através do regime do apartheid no contexto a conflito ideológico, com objectivo de promover a corrente democrática na região!
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Domus Oikos Cuco estes indivíduos fazem até perguntas interessantes, mas justificam o apoio americano como factor legitimador da democracia. Mas nao sabem que os estados unidos na história apoiaram mais regimes controversos, ditadores do que propriamente democráticos. Apoiaram Mobutu grande ditador e sanguinário... em "Livro Negro do Capitalismo" está a venda nas livrarias.
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Elidio Cuco E interessante, o professor Calton Cadeadosabe muito bem disso!
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Domus Oikos Sobretudo é muito inteligente. Tem potencialidade pra ajudar na pacificação deste país do que investir em coisas sem objectivo de construção de consensos. Outro também inteligente meus pares professores Elisio Macamo e Macie rtc. Estes podiam ser referência histórica de pacificação no lugar de levantarem fantasmas pra coisas como diz Gilder Anibal que não funcionam (coisas inúteis)
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Cléo Mafu Kkkkkk
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Fatu Fatu Só 👉👀
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Abdul Givá Oh Calton Cadeado, o texto é interessante, mas deixa algumas dúvidas e suscita mais questionamentos. Quais são as evidências, factos e constatações de que de facto "os donos da democracia liberal" não apoiaram a Renamo tal como apoiaram a UNITA? Pelo q sabemos, a Renamo como movimento militar ou politico-militar, surge no auge de conflito ideológico entre a bipolaridade das potências existentes (EUA e URSS). Essas duas potências "lutavam" em África para expansão das suas influências ideológicas através de apoios directos e indirectos. URSS ao Governo de Moçambique, na altura Socialista através da logística militar e, por sua vez os EUA apoiavam o regime minoritário Apartheid da RSA e da Rodésia e esses davam o apoio militar e logístico a Renamo.
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Ze Luis Meu Deus...Destarte (baseado no pressuposto apresentado pelo Professor), significaria que aquele meu avo que por sinal eh regulo (cuja data Oficial de nascimento nenhum familar conseguiu identificar ou apurar) devera ser considerado de um actor pouco legitimo e culturalmente INvalido ? Sou da opiniao de que, ja que a Renamo parece nao dispor de uma data Oficial de comemoracao da sua fundacao (tal como esta sendo retratado aqui), entao, se calhar o presente debate se tornasse ainda mais relevante se nos dessemos ao luxo de nos questionarmos sobre como eh que alguns partidos politicos BEM CONSTITUIDOS (isto eh, com datas comemorativas bem definidas, etc etc.,) foram capazes, afinal, de se renderam por varias vezes (e nos seus mais variados dominios) diante daqueLes (os aqui tacitamente considerados de [INCONSISTENTES]) !! Nisso, devo reconheccer que, se por um lado, a descricao feita pelo Professor realca aspectos de forum administrativo/organizacionais MUITO CONSIDERAVEIS a respeito da Renamo, por outro, deixa (INOCENTEMENTE) de considerar os desafios e o valor reflexivo e academico que o percurso desse partido politico (desprovida de data oficial de sua fundacao,) abre para juntos (enquanto cidadaos) tentarmos reflectir MAIS APROFUNDADAMENTE a respeito d'alguns dos nossos conceitos e PRESSUPOSTOS! Enfim...talvez eu resuma esta minha intervencao do seguinte modo: "Para existir, basta apenas PENSAR" e, quando muitos julgaram que essa maxima so serviria para descrever a realidade e os interesses do "Ocidente", me apercebo hoje e agora que, afinal tambem desempenha um papel REAL e relevante para a nossa Africa Subsahariana (portanto, "desprovida de escrita?", na qual a Renamos se localiza). Melhores cumprimentos!
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Domus Oikos Parabenizo a pesquisa. O Espírito de questionar. Mas subsiste alguma outra pergunta em mim. 

Pergunta: Porquê se insiste pela história? Resposta: mostrar que a Renamo é fruto das forças reacionárias estrangeiras. 

Será que tem alguma importância? Isso soa como intenção de desconstruir ou destruir. 
Por exemplo alguém vendo um lar feliz comece a contar aos filhos o seguinte: "Olhem filhos estes vossos pais eram putas" 
A pergunta sobre a fundação ou génese faz surgir esta outra: "qual é a intenção dos "genesistas" neste momento de reconciliação nacional?

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Mario Fiosse Exacto, deveriamo nos preocupar com o processo de reconciliacao que pensamos que não aconteceu efectivamente. Esse tipo de pesquusas so ameacam a paz e a Reconciliação.
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Mario Fiosse Com a morte do lider da Renamo tem nascido muitos discursos de odio, sobre o que a Renamo e a Frelimo fizeram no passado, penso deveriamos nos concentrar em busca de medicamentos para curar as feridas do coração provocadas pelas guerras do passado e continuamos a construir o nosso pais com muita harmonia. Agora discursos sobre quem matou mais ou matou menos e porque, penso é o mais importante neste momento.
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Mario Fiosse Tenho visto aqui nestes espaços muitos concidadaos a fomentarem a eclosão da guerra, como se a guerra fosse uma campanha de distribuicao de rebuçados e constata se que muitos destes não se esqueceram dos horros da guerra do passado e nao se reconciliaram nem com eles mesmos e nem com a sociedade. Por isso, os nossos discursos devem ser de paz e de tentativas de resgatar esses para o caminho de bem.
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Elisio Macamo não concordo com este tipo de questionamento. há sempre mérito intelectual em regressar ao passado, se mais não fosse para mostrar como um movimento ao longo do tempo se aproximou do ideal que diz ter sempre defendido. o facto de o passado tenebroso darenamo criar alguns incômodos a algumas pessoas não devia constituir razão para não ser revisitado. a questão é o que se faz depois com isso. à renamo pode servir para saber como se reinventar e participar de forma mais constructiva no processo nacional e aos que a aplaudem acriticamente também pode ser uma oportunidade para clarificarem o sentido de democracia ou nação que os anima. a analogia com o lar feliz não me parece adequada. primeiro, moçambique não é um lar feliz neste momento e a história tem muita culpa nisso; segundo, se o casal fosse severo com os seus filhos na base duma moral oportunista seria de todo o interesse que os filhos soubessem como eles chegaram a ser o que dizem ser. as minhas simpatias pela frelimo não me impediram de fazer esse recuo. num trabalho publicado no ano passado analisei o discurso de "legítimo representante do povo" e mostrei como ele produziu uma frelimo totalitária que acabou traindo os ideais nacionalistas. é importante perceber esses processos para sabermos para onde queremos ir. o debate democrático não pode ser condicionado pelos receios das pessoas. tem que ser determinado pelos princípios democráticos que queremos promover. quando aparecem jovens semi-analfabetos a dizer que as chacinas de civis e a destruição de infraestrutura foram males necessários eles estão a promover uma postura pública dos fins que justificam os meios que é contrária a uma sociedade democrática sã. infelizmente, há muita gente a participar nestes debates que vê as coisas só em termos de preto e branco. nem tudo que é mau para a frelimo é bom para o país; e nem tudo que é bom para a renamo é mau para o país. e vice-versa.
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Imtiaz Vala Post que resgata factos da Historia que estavam a ser escamoteados e branqueados!E mais Peter Botha,Ian Smith,Orlando Cristina,Evo Fernandes alguma vez estiveram preocupados com a Liberdade,Independencia dos paises africanos e com Democracia, Multipartidarismo em Moçambique?Agora que a Renamo atrelou-se as dinâmicas politicas,socio-económicas e globais para justificar,emprestar algo que nunca teve desde a sua concepção isso é um facto e acabou ganhando notoriedade...
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Claudio Nhapimbe Bom dia. Convem ouvir Gustavo Mavie, tambem se interessa pela Paternidade da RENAMO.
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Kuyengany Produções Propodanda Turra
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Moz Godwin Muito interesante o seu posto... a intelligência que faz com que á Renamo esteja vivo ate data hoje....é manter segredo das materiás e informação que pode lhe prejudicar de uma forma ou outra. Por isso nem si houve em publico sobre o elenco da liderança do partido Renamo. A retenção destes tipo da informação carrega uma intelligência necessario para presevar a vida dos futuro lideres do partido enquanto estão na opposição. 
Pois, á Renamo tão como qualqual partido não têm obrigação de divulgar os seu segredos.
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Rogério Salvador Muthetho Salvador O ponto de vista de um ilustre academico. Obrigado por espevitar este debate Professor. Desta colocacao sua, brota em mim a conviccao que, se calhar, a falta da informacao sobre os verdadeiros e invisiveis actores e motores fundadores da Renamo, condiciona negativamente os caminhos para uma paz efectiva. Ou seja, ate que ponto o dialogo em curso abarca e envolve as entranhas/sujeitos da Renamo com interesses objectivos e subjetivos na vida politica e economica do Pais. Parcebi ainda, que a reconciliacao nacional nao pode ser feita, escamoteando a verdade dos factos historico, por mais que estes sejam vergonhosos.
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Calton Cadeado Prof. Ferreira!
Nos os dois conhecemos a ética na pesquisa - “do no harm, do good”. O Pro. está aqui a dizer que as minhas perguntas são uma ameaça à paz e a reconciliação. Curiosamente, o Prof. não mostra que perguntas, nem tampouco como a(s) minha(s)
 pergunta(s) ameaçam a paz e a reconciliação. Sem mostrar isso e com evidências, o Prof. está a prestar um mau serviço a academia. Além disso, o Prof. presta um mau serviço a própria Renamo que tem a tarefa difícil de conduzir a sua transformação inacabada de um movimento de guerrilha para um partido genuinamente política, principalmente agora que já não tem o seu líder carismático. Neste contexto, o Prof. ignora ou finge ignorar a importância da “verdade” histórica e a importância da política do simbolismo para manter as tradições, os valores e as instituições. O Prof, com um discurso evangélico e/ou de comissário político, esquece ou finge esquecer que as pessoas, tal como as instituições fazem questão de celebrar os seus aniversários. Porquê será? O Prof. finge ou ignora o facto de que a memória institucional é importante para a coesão, para a legitimidade das instituições e das suas causas. Neste caso, a Renamo já não tem o seu principal mobilizador, agora, mais do que nunca, vai precisar de elementos aglutinadores, elementos mobilizadores.
Eu trabalho com teorias, com argumentos e com evidências. Eu desafio-lhe a mostrar-me com evidências o meu mau contributo para a paz e para a reconciliação. 
Ps: em Israel, todos param um minuto para celebrar o dia da independência. Porquê? Em Moçambique, “todos” paramos para celebrar a independência e a Frelimo fez questão de associar essa data a data da sua criação. Porquê? Agora, a Frelimo está engajada na celebração dos 50 anos da realização do seu segundo congresso. Porquê? No Zimbabwe, a ZANU, enquanto era liderada por Mugabe, fez questão de realizar congressos e sessões de comitê central associadas às suas datas históricas? Porquê?
A resposta, Prof. Domus Oikos, reside na política do simbolismo!

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Calton Cadeado Eu acho interessante os comentários evangélicos que não focalizam nas minhas perguntas. Eu acho interessante porque esses comentários evocam um falso ódio, que curiosamente, eu nunca vi ou senti. 
Eu convivo pacífica e democraticamente com muitas pessoas da Renamo. Nas vezes que interagimos, sempre soubemos separar pessoas de ideias. 
Portanto, deixem de levantar um problema que não existe.

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Kuyengany Produções ça ne se voit pas
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Claudio Nhapimbe Bolas baixas com Prof
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Jacinto Américo So queria saber a relevancia dessas perguntas num momento que nem este de pos morte do lider da RENAMO? Eleicoes a vista, parecem me perguntas de alguem que pretende mostrar que a RENAMO nao é organizada e a FRELIMO é? parecem me mais perguntas do agente de campanha frelimista
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Jah Yahwah Matavele O que o professor Calton quis dizer, é que o Ken Flowers não pode, em termos de direito, aparecer a exigir a paternidade da Rena. Seria terrível! Acho melhor que fique sem data, e assim Ken Flowers não entra na história. Se procurarmos datas, capaz apanharmos Ken Flowers com os arquivista esperando por nós. Quem é Ken Flowers? Sei lá. Googlem!
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Júlio Mutisse Este país anima. 
Você faz perguntas e há quem entra não para responder mas para te mostrar que vai no sentido contrário
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Hortense Uetela Wellcome back Doctor, não te apartes nunca da construção do teu país. A colocação está bem feita, os conhecedores/actores dessa historia tão recente que se pronunciem com factos e registos indubitáveis, tragam respostas, pautas, numeros e quiçá fotografias 

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Murukuruku Nyoni Hlophi Muita demonstração de terminologias acadêmicas aqui. O pano do fundo é que com ou sem data de nascimento a RENAMO existe, como partido e como movimento militar, como moçambicanos devemos encontrar (daqui para frente) formas saudáveis de tornarmos a RENAMO um partido político apenas, para o bem da tal democracia que afinal a própria FRELIMO subscreve. O resto é meramente demonstração de "academiedade " ou "academieice"!

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