'Rússia foi arrasada': ela destruiu o mais valioso que o Ocidente tinha
A delegação russa, em conjunto com a da Síria, realizou um briefing na sede da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) em Haia com participação de 17 testemunhas da encenação do suposto ataque químico em Douma, na Síria, em 7 de abril, entre os quais estava o menino sírio Hassan que participou do vídeo dos Capacetes Brancos.
Seus testemunhos confirmaram que o vídeo sobre o envenenamento químico foi encenado. No entanto, as palavras destas pessoas não causaram o interesse dos representantes dos EUA, França ou Reino Unido que optaram por não assistir ao briefing.
No seu artigo, o jornalista russo Viktor Marakhovsky ressalta que nesta situação a coisa mais interessante, além da reação dos países acima mencionados que não estavam presentes na sala, foi a repercussão nas "mídias livres do mundo livre".
O autor cita várias edições para demostrar essa reação. O diário Japan Times escreveu assim: "A Rússia é acusada de mascarada vergonhosa — por apresentação de residentes de Douma a fim de provar que o ataque químico foi encenado."
© SPUTNIK / MIKHAIL VOSKRESENSKY
A edição britânica Mirror, entre outros, escreveu: "A Rússia apresenta menino sírio de 11 anos como 'testemunha' para 'provar a falsificação do ataque químico'".
"Rússia foi arrasada por tentar refutar o ataque químico", informou o diário New York Daily News.
"Reino Unido e França denunciam declarações russas como 'truque'", estipulou o jornal The Washington Post.
O jornalista assinala que todos estes artigos sobre o briefing russo-sírio em Haia não foram publicados nas capas destas edições ou páginas principais, passando somente em plano de fundo.
© REUTERS / CHRISTIAN HARTMANN/FILE PHOTO
O jornalista ressalta que não há nada de novo aqui e lembra que a história já conhece casos parecidos, como as acusações falsas à Sérvia de assassínios em massa dos civis albaneses de Kosovo, a proveta com pó branco de supostas armas de destruição em massa, produzidas pelo Iraque, do então secretário de Estado norte-americano Colin Powell, as alegadas provas de Grigory Rodchenkov, informador da WADA — Agência Mundial Antidoping — sobre uso de doping pelos esportistas olímpicos russos, o envenenamento polêmico do ex-espião russo Sergei Skripal e sua filha Yulia, etc.
No entanto, nota, enquanto nos casos da Sérvia e do Iraque esses países foram "quebrados", em 2018 "algo correu errado". A coisa é que "na realidade real tudo isso tropeçou na 'Rússia de hoje'". A Síria continua a reconquistar os seus territórios aos terroristas, e a Rússia ainda "estrangulou" um dos valores declarados do Ocidente mais importantes, quer dizer, a liberdade de expressão.
Além disso, quanto maior for a lacuna entre o que é informado pela mídia e o que está acontecendo na verdade, tanto mais forças serão usadas para "proteger a verdade", isto é, para isolar a mídia das democracias avançadas da "informação desnecessária", opina Marakhovsky, acrescentando que isso cria a ideia de um falso triunfo sobre a Rússia.
O jornalista concluiu dizendo que a Rússia já está acostumada a tais provocações, e "por isso a Rússia de 2018 reage a novas vitórias sobre ela cada vez com mais calma".
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