sábado, 28 de abril de 2018

'Rússia foi arrasada': ela destruiu o mais valioso que o Ocidente tinha


Homem deslocado de Ghouta Oriental, Síria, com sua família

'Rússia foi arrasada': ela destruiu o mais valioso que o Ocidente tinha

© AP Photo/ Hassan Ammar
OPINIÃO
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A delegação russa, em conjunto com a da Síria, realizou um briefing na sede da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) em Haia com participação de 17 testemunhas da encenação do suposto ataque químico em Douma, na Síria, em 7 de abril, entre os quais estava o menino sírio Hassan que participou do vídeo dos Capacetes Brancos.
Seus testemunhos confirmaram que o vídeo sobre o envenenamento químico foi encenado. No entanto, as palavras destas pessoas não causaram o interesse dos representantes dos EUA, França ou Reino Unido que optaram por não assistir ao briefing.
No seu artigo, o jornalista russo Viktor Marakhovsky ressalta que nesta situação a coisa mais interessante, além da reação dos países acima mencionados que não estavam presentes na sala, foi a repercussão nas "mídias livres do mundo livre".
O autor cita várias edições para demostrar essa reação. O diário Japan Times escreveu assim: "A Rússia é acusada de mascarada vergonhosa — por apresentação de residentes de Douma a fim de provar que o ataque químico foi encenado."
A seguir, Marakhovsky cita o jornal The Times: "Mascarada vergonhosa da família de Douma."
A edição britânica Mirror, entre outros, escreveu: "A Rússia apresenta menino sírio de 11 anos como 'testemunha' para 'provar a falsificação do ataque químico'".
"Rússia foi arrasada por tentar refutar o ataque químico", informou o diário New York Daily News.
"Reino Unido e França denunciam declarações russas como 'truque'", estipulou o jornal The Washington Post.
O jornalista assinala que todos estes artigos sobre o briefing russo-sírio em Haia não foram publicados nas capas destas edições ou páginas principais, passando somente em plano de fundo.
A situação para o autor do artigo parece ser assim: os principais países livres, que com base neste vídeo bombardearam a Síria, ignoram a reunião porque "vocês estão mentindo". As suas mídias como que copiam as manchetes uns dos outros, relatam ao seu público a mascarada e truque vergonhoso que foi organizado pela Rússia. E quando comunicam algo sobre os testemunhos em Haia, isso é feito no contexto seguinte: "Vocês mesmos percebem que eles estão mentindo."
O jornalista ressalta que não há nada de novo aqui e lembra que a história já conhece casos parecidos, como as acusações falsas à Sérvia de assassínios em massa dos civis albaneses de Kosovo, a proveta com pó branco de supostas armas de destruição em massa, produzidas pelo Iraque, do então secretário de Estado norte-americano Colin Powell, as alegadas provas de Grigory Rodchenkov, informador da WADA — Agência Mundial Antidoping — sobre uso de doping pelos esportistas olímpicos russos, o envenenamento polêmico do ex-espião russo Sergei Skripal e sua filha Yulia, etc.
No entanto, nota, enquanto nos casos da Sérvia e do Iraque esses países foram "quebrados", em 2018 "algo correu errado". A coisa é que "na realidade real tudo isso tropeçou na 'Rússia de hoje'". A Síria continua a reconquistar os seus territórios aos terroristas, e a Rússia ainda "estrangulou" um dos valores declarados do Ocidente mais importantes, quer dizer, a liberdade de expressão.
O autor frisa que nenhuma mídia libre vai arriscar citar uma posição de qualquer outro país, já que pode ser iniciada uma investigação sobre "divulgação de notícias falsas". Por isso, todas as mídias livres comunicam a informação que foi formulada para elas, em formulações mais ou menos iguais.
Além disso, quanto maior for a lacuna entre o que é informado pela mídia e o que está acontecendo na verdade, tanto mais forças serão usadas para "proteger a verdade", isto é, para isolar a mídia das democracias avançadas da "informação desnecessária", opina Marakhovsky, acrescentando que isso cria a ideia de um falso triunfo sobre a Rússia.
O jornalista concluiu dizendo que a Rússia já está acostumada a tais provocações, e "por isso a Rússia de 2018 reage a novas vitórias sobre ela cada vez com mais calma".

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