O grande erro da FRELIMO
Sabeis? O grande erro da FRELIMO, com referência específica para os seus órgãos centrais, foi permitir que bajuladores tomassem conta da máquina do partido e do Estado. Eles manipulam tudo a seu favor. O objectivo deles é sequestrar e manipular dirigentes. Fizeram isso com Eduardo Mondlane, Samora Machel, Joaquim Chissano e Armando Guebuza. Actualmente estão a fazer o mesmo com Filipe Nyusi. E quem recusou ser manipulado por esses bajuladores foi morto precocemente. Eduardo Mondlane e Samora Machel são dois exemplos notáveis dos que tiveram essa drástica e triste sorte. O bom de combater bajuladores como o fizeram Eduardo Mondlane e Samora Machel é que a FRELIMO ficou mais coesa, mais patriótica, próxima do povo, politicamente dinâmica e disciplinada. Entretanto, quem acomodou bajuladores e se serviu deles para também fazer das suas, ainda está vivo. Joaquim Chissano e Armando Guebuza são dois exemplos vivos dos que acomodaram bajuladores e se serviram deles para fazer cada um das suas. O mal de acomodar bajuladores como o fizeram Joaquim Chissano e Armando Guebuza é que a FRELIMO ficou faccionada, distante do povo, arrogante, com acção política enfraquecida.
Agora é hora de perguntar:
1. Que exemplo está a ser seguido pelo Presidente Filipe Nyusi: o de Eduardo Mondlane e Samora Machel ou o de Joaquim Chissano e Armando Guebuza?
2. Ou não será que o Presidente Filipe Nyusi está a criar o seu próprio paradigma de liderança política na FRELIMO?
Quem acha que sabe as respostas correctas para as duas perguntas postas acima?...
Enfim, eu acho que inicialmente o Presidente Filipe Nyusi tentou afastar-se dos bajuladores… mas agora parece que se está a render. A táctica dos bajuladores é endeusar um homem mortal para o fazer pensar que é ser especial melhor que os demais seres. Eles batem palmas para todos os actos do "chefe". Mesmo quando o "chefe" comete um erro crasso, os bajuladores seguem batendo palmas. Isolam do "chefe" todos aqueles que lhe mostrarem os erros que comete e lhe sugerem as correcções a fazer. Fazem com que o "chefe" seja avesso à crítica e intolerante para com a opinião diferente da sua. Se o "chefe" era inicialmente uma pessoa humilde, os bajuladores convertem-no numa pessoa arrogante e convencida da sua "infalibilidade". Foi assim que fizeram com Samora Machel, enquanto ele fingia que lhes ouvia, mas depois ele os denunciava e insultava publicamente em comícios populares. Morreu. Foi também assim que fizeram com Joaquim Chissano, que também fingia que lhes ouvia, mas depois fazia das suas para a surpresa de todos. Está ainda vivo. Também foi assim que fizeram com Armando Guebuza, sendo este quem deu mais campo de acção aos bajuladores que acabaram tomando de assalto a própria FRELIMO. Também está ainda vivo. Estes dois homens ainda podem ajudar a salvar a FRELIMO, falando ao povo moçambicano sobre o que fizeram de errado na direcção do nosso Estado e da FRELIMO, e as causas desses erros, para que não sejam repetidos. Vou continuar a pedir que assim os dois procedam, até à minha morte ou de cada um deles. Não estamos aqui para viver para sempre; estamos de passagem. Mas os dois homens, veteranos da luta de libertação nacional, têm mais uma possibilidade de deixar melhor marca para serem lembrados eternamente como homens que marcaram uma geração de moçambicanos que sabiam educar com recurso a bons exemplos. É bom exemplo dizer "eu errei aqui e ali; as causas dos meus erros foram a x e y; quem me dera se eu tivesse evitado o que fiz daquela maneira e tivesse feito assim!…; portanto, não faz como eu fiz, pois vai resultar errado!"
Eu disse.
Palavra d'onra!
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