Roberto Tibana
29-03-2018
29-03-2018
Smokescreens (Cortinas de fumo…) é gíria referente a uma nuvem de fumo destinada a esconder atividades militares. Em operações de inteligência, subversão ou terrorismo refere-se a atividades irrelevantes destinadas a esconder as intenções ou atividades reais de alguém ou duma organização.
Antes do ataque ao Ericino de Salema houve muito disso nas redes sociais, incluindo em particular aquí no Facebook. Infelizmente, em certo momento o próprio Ericino de Salema viu-se embrulhado nisso, sem se dar conta, sem saber que tudo era um exercício orquestrado e bem cordenado para distrair as atenções de muitos (e eventualmente dele, como acabou acontecendo). Ele que afinal era o alvo direto real nesse dia.
Normalmente quando o verdadeiro alvo é ‘envelopado’ atrás de um ‘cortina de fumo’ perde concentração sobre si próprio, o seu foco e atenção é sobre essas atividades irrelevantes. O alvo fica assim psicológica, emocional, e mentalmente envolvido e absorvido. E torna-se presa fácil. Alguns desses debates desnecessariamente violentos e socialmente irrelevantes que as vezes algumas pessoas iniciam aquí no Facebook, são parte disso. E esta semana foi a papel químico, ou como nos manuais.
Começa tudo com provocações aparentemente inócuas, sem sentido, dirigidas a si ou a pessoas suas amigas ou de alguma maneira associadas a si. Os provocadores exprimem raciocínios aparentemente confusos, difíceis de entender mesmo pelas pessoas que lhes admiram, misturadas com violência verbal desmedida e insultos abertos, que indignam toda a gente. Aí os mais sensatos mas desprevenidos entram também a tentar entender e a tentar chamar os iniciadores da contenda a razão. Mas, debalde. Quase que incompreensivelmente eles próprios tornam-se alvos das diatribes do indivíduo que iniciou toda a “confusão”.
Normalmente os agentes que iniciam e estão no centro dessas operações jogam de verdadeiros teimosos, numa aparente luta contra todos, uns autênticos Rambos do Facebook, disparando para todos os lados aparentemente sem olhar. E fica tudo muito emocional. Alguns deles intelectualizam as suas intervenções, e têm aura suficiente para isso (aos olhos dos incautos!). Outros já nem conseguem fazer isso, são simplesmente brutais na linguagem e agem como boçais.
Nesses momentos é preciso ter cuidados especiais e discernimento rápido. Essas pessoas não são psicopatas, malucos, irracionais como aparentam. Estão num jogo bem calculado e coordenado e nele têm esse papel específico. Eles algumas vezes aparecem como os mais acérrimos críticos do regime, para no dia seguinte lhes vermos a partilhar sala com o próprio regime. São os “críticos autorizados”. Vão dizer tudo o que quiserem, mas eles próprios nunca vão receber a bala na cabeca ou o pé de cabra no femur ou nas costelas. Porque tudo faz parte de um jogo. São as iscas que nos atraem para sermos pescados.
E de repente houves BUUMMM… ou tu ou um teu amigo foi, raptado ou baleado!
E depois disso, vem mais. A desinformação sobre o que realmente se passou. A criação de motivos falsos. Até se usa o telefone que foi tirado a vítima pelos algozes para simular que a própria vítima exonera este ou aquele dos possíveis suspeitos, executores ou mandantes. Desta vez é para apagar os rastos, confundir as investigações, se alguém sério que resta ainda dentro do regime está fazendo algo sério par descobrir quem fez e porquê. É tudo para confundir a sociedade para ela não raciocinar corretamente e assim não conseguir ligar as agulhas.
A operação é muito pérfida! Pérfida mesmo! As redes de amigos ficam baralhadas. As organizações da sociedade civil e as associações profissionais são neutralizadas e a sua reação torna-se atabalhoada e sem nexo.
Está tudo ligado. Isto não é uma teoria de conspiração. O regime em que vivemos é perigoso. Eu não acredito nas condolências deles. Eu já instrui a minha família que QUANDO (porque para alguns de nós agora a questão não é SE, mas sim QUANDO) chegar a minha vez não lhes quero no meu funeral, não quero que tenham o prazer de vir cuspir sobre o meu corpo. E se tiver a sorte de sobreviver não quero sua visita. Eles conhecem-se! Isto é um problema do regime. Gente do regime longe de mim. Da mesma maneira que nos ostracizam e nos entregam aos seus algozes em vida, longe também em morte.
Não vale a pena tentarem enganar-nos que nós já vimos o jogo. O governo tem todos os meios para desarticular esses instrumentos monstruosos de morte que foram criados dentro das nossas forças de defesa e segurança. Desde mais de uma década que eu falo disto. As nossas forças de defesa e segurança foram tomadas por bandidos. O Estado não é nosso. Lágrimas de crocodilo, visitas e palavras de pesar já não nos enganam. Isto serve o vosso regime senhores, nós sabemos disso. Párem! Basta!
Só que sabemos que não vão parar porque gritamos párem. Está no vosso DNA político e social.
Mas é assim… ( o Salema gostava de iniciar as suas intervenções mais contundentes com esta expressão, e eu uso-a em sua homenagem, acrescentado mais)… é assim:
IREMOS ATÉ AO FIM!
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