Expresso
O Presidente afegão Ashraf Ghani propôs aos talibãs um acordo de paz nos termos do qual haveria um cessar-fogo e uma libertação de prisioneiros, seguidos de uma possível revisão constitucional. Os talibãs seriam reconhecidos como partido e integrados no processo político do país, com uma possível realização de eleições.
A oferta foi feita esta quarta-feira no início de uma conferência de paz que reúne 25 países na capital afegã, Cabul. Embora em parte os seus termos continuem a refletir uma posição do Governo e do seu aliado norte-americano que os talibãs têm sempre rejeitado - negociações diretas com o Governo afegão, não com os EUA - ela sinaliza uma mudança de tom por parte de Ghani, que até agora costumava referir-se aos talibãs como terroristas.
O Presidente deixou claro que as conversas teriam lugar sem pré-condições e garantiu não fazer "julgamentos prévios" sobre nenhum grupo. "Haveria um cessar-fogo, os talibãs seriam reconhecidos como partido político e um processo de criação de confiança teria início". Pela sua parte, os talibãs teriam de reconhecer o Governo e a Constituição, que Ghani se comprometeu a modificar.
"Agora a decisão é deles", frisou o Presidente. "Aceitem a paz e vamos trazer estabilidade a este país".
Nos últimos meses, em consequência dos bombardeamentos mais agressivos ordenados pela administração Trump, os talibãs encontram-se sob maior pressão e têm respondido de violência acrescida. O mês passado, dois ataques suicidas, um deles no Hotel Intercontinental em Cabul, fizeram 150 vítimas civis. Os talibãs publicaram uma longa carta aberta, dirigida ao povo americano e aos "congressistas amantes da paz", a propor negociações diretas com a administração norte-americana.
Lembrando os milhares de baixas (eles davam um número preciso: 3546) que os EUA e países aliados já sofreram no país, diziam: "Se a política de usar força continuar por mais cem anos, o resultado será o mesmo, como terão visto nos passados seis meses, desde que começou a nova estratégia de Trump. Também diziam que o dinheiro dos contribuintes americanos estava a ser dado a "ladrões e assassinos".
A pressão de países vizinhos, nomeadamente o Paquistão, de onde tradicionalmente vem o principal apoio dos talibãs, poderá ser agora mais um elemento no sentido de terminar a guerra civil que há 16 anos aflige o Afeganistão. De qualquer modo, com a produção de heroína a atingir recordes e o Afeganistão empenhado no lançamento de um gasoduto que ligará o Turquemenistão (na Ásia Central) ao estado indiano no Punjab, passando pelo Afeganistão e o Paquistão, há outras razões fortes para criar a estabilidade de que fala Ghani, caso seja possível.
A oferta foi feita esta quarta-feira no início de uma conferência de paz que reúne 25 países na capital afegã, Cabul. Embora em parte os seus termos continuem a refletir uma posição do Governo e do seu aliado norte-americano que os talibãs têm sempre rejeitado - negociações diretas com o Governo afegão, não com os EUA - ela sinaliza uma mudança de tom por parte de Ghani, que até agora costumava referir-se aos talibãs como terroristas.
O Presidente deixou claro que as conversas teriam lugar sem pré-condições e garantiu não fazer "julgamentos prévios" sobre nenhum grupo. "Haveria um cessar-fogo, os talibãs seriam reconhecidos como partido político e um processo de criação de confiança teria início". Pela sua parte, os talibãs teriam de reconhecer o Governo e a Constituição, que Ghani se comprometeu a modificar.
"Agora a decisão é deles", frisou o Presidente. "Aceitem a paz e vamos trazer estabilidade a este país".
Uma carta aberta dos talibãs
Nos últimos meses, em consequência dos bombardeamentos mais agressivos ordenados pela administração Trump, os talibãs encontram-se sob maior pressão e têm respondido de violência acrescida. O mês passado, dois ataques suicidas, um deles no Hotel Intercontinental em Cabul, fizeram 150 vítimas civis. Os talibãs publicaram uma longa carta aberta, dirigida ao povo americano e aos "congressistas amantes da paz", a propor negociações diretas com a administração norte-americana.
Lembrando os milhares de baixas (eles davam um número preciso: 3546) que os EUA e países aliados já sofreram no país, diziam: "Se a política de usar força continuar por mais cem anos, o resultado será o mesmo, como terão visto nos passados seis meses, desde que começou a nova estratégia de Trump. Também diziam que o dinheiro dos contribuintes americanos estava a ser dado a "ladrões e assassinos".
A pressão de países vizinhos, nomeadamente o Paquistão, de onde tradicionalmente vem o principal apoio dos talibãs, poderá ser agora mais um elemento no sentido de terminar a guerra civil que há 16 anos aflige o Afeganistão. De qualquer modo, com a produção de heroína a atingir recordes e o Afeganistão empenhado no lançamento de um gasoduto que ligará o Turquemenistão (na Ásia Central) ao estado indiano no Punjab, passando pelo Afeganistão e o Paquistão, há outras razões fortes para criar a estabilidade de que fala Ghani, caso seja possível.
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