quarta-feira, 28 de março de 2018

Misérias ou momentos brilhantes da diplomacia portuguesa?

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Misérias ou momentos brilhantes da diplomacia portuguesa?

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Será que Augusto Santos Silva considera que as decisões de expulsão de diplomatas russos por parte da maioria dos países da NATO e da União Europeia são imprudentes e precipitadas?
É surpreendente a teimosia com que Augusto Santos Silva, ministro português dos Negócios Estrangeiros, se recusa a esclarecer porque é que Portugal não está do lado da esmagadora maioria dos países da União Europeia e da NATO na crise diplomática com a Rússia.
Os argumentos invocados por ele são ainda mais surpreendentes. Na entrevista à SIC Notícias, o chefe da diplomacia portuguesa voltou a dar provas de equilibrismo e demagogia raros. Como será possível conjugar os apelos à prudência e à não precipitação, por um lado, e o diálogo político com a Rússia, por outro? Será que Augusto Santos Silva considera que as decisões de expulsão de diplomatas russos por parte da maioria dos países da NATO e da União Europeia são imprudentes e precipitadas? Que Portugal é o canal de diálogo privilegiado que resta para manter o diálogo com a Rússia?
Neste contexto, a chamada a Lisboa “para consultas” do embaixador português em Moscovo, Paulo Vizeu Pinheiro, parece não passar de mais uma manobra para adiar ou não realizar a expulsão de diplomatas russos no nosso país.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apoia a diplomacia do governo socialista, considerando que a chamada do embaixador de Portugal em Moscovo para consultas a Lisboa constitui “um aviso” e “uma decisão forte por parte do Estado português”. Do ponto de vista diplomático, isso é verdade, mas será que a decisão não chegou muito atrasada?
Se a maioria dos países aliados, antes de chamarem os seus embaixadores em Moscovo, convocaram os representantes diplomáticos russos para lhes informar que tinham de fazer regressar à Rússia parte dos funcionários das suas embaixadas, porque é que Portugal destoa da onda? O que espera o ministro Augusto Santos Silva ouvir da boca do nosso representante diplomático na capital russa? Que ele traga elementos novos que os numerosos países ocidentais que aprovaram esse tipo de represálias contra Vladimir Putin ainda desconhecem? Que o Kremlin ou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia possam transmitir algo que ilibe os dirigentes russos.
É verdade que, até agora, Londres não tornou públicas provas que mostrem que Putin ou os seus homens estiveram por detrás da tentativa de assassinato do antigo espião russo e, se não o fizer, o governo britânico colocará os restantes países que se solidarizaram com ele numa situação muito delicada. A aposta de Teresa May é demasiadamente alta e perigosa, o que leva a pensar que ela não irá repetir o mesmo erro de George W. Bush aquando da decisão de invadir o Iraque em 2003. Isso seria uma excelente prenda para o Kremlin, poderia abrir caminho a novas aventuras de Putin no palco internacional.
Teria sido compreensível se Augusto Santos Silva dissesse que as provas apresentadas pela Grã-Bretanha contra a Rússia no caso do envenenamento do antigo agente russo Serguei Skrypal e da sua filha não foram convincentes ou suficientes para levar Portugal a expulsar diplomatas russos, mas ele mesmo afirmou na já citada entrevista que “em ambos os casos, Portugal participou e apoiou as decisões” [da UE e da NATO de expulsar diplomatas russos]. Em que ficamos?
Também não convence a tese que, com esta posição, Portugal poderá conseguir preferências no comércio externo russo. Além das trocas comerciais entre os dois países não serem grandes, outros parceiros da UE e da NATO com maiores interesses económicos nas relações bilaterais com Moscovo optaram por expulsar diplomatas russos. O governo da Alemanha, por exemplo, no dia a seguir ao anúncio da expulsão, assinou um documento que autoriza a construção de mais um gasoduto: o North Stream 2, entre o seu território e a Rússia através do Mar Báltico. E isto não obstante os protestos dos países bálticos e da Polónia.
Não aconselho a acreditar nas grandes promessas de investimento russo em Portugal, pois muito pouco se tem materializado. Recordo apenas a promessa, feita em Setembro de 2013, de construção de uma fábrica em Oleiros, no distrito de Castelo Branco, que, segundo José Marques, presidente desse município, iria fabricar “equipamentos de combate a incêndios, máquinas para obter poupança de energia em termos industriais e aparelhos para o tratamento de águas residuais”. Onde estão a fábrica e os 90 postos de trabalho prometidos? Para já não se falar do negócio ruinoso dos helicópteros russos de combate a incêndios Kamov.
O ministro português poderá estar a tentar agradar a todos os lados, incluindo os seus aliados da governação (Partido Comunista Português e Bloco de Esquerda), mas os resultados não serão os melhores, pois é impossível estar-se sentado em duas ou mais cadeiras ao mesmo tempo.
A não ser que estamos perante uma combinação diplomática genial, cujos pormenores ainda não podem ser revelados. Vamos ficar à espera.

Eduardo Lopes
44 m
Bom dia!
Caro Milhazes, Não o convenceu ainda a porcaria feita no Iraque, Síria, Sudão etc. ?
Ainda tem presente as bomba de Hiroshima, quem as lançou com medo?
Está convencido, que é apoiando decisões precipitadas tipo Durão Barroso, nos Açores que contribuímos para a paz no mundo?
Porquê? tanta cede de guerras, se por acaso, o sujeito fosse morto com um tiro, a Inglaterra teria a mesma reacção? 
Acredito, que não é isto que preocupa a Inglaterra " Um russo envenenado" deve haver outras razões que os estão a preocupar, depois vem a onda porque fica bem e, quando alguém não alinha, já é do contra, é isso que o Sr pensa?
Há pessoas que gostam muito de ver os outros sofrer, tipo povo da Síria, Iraque, entre outros povos por este mundo fora, parece que ao Sr também lhe dá prazer? para perder tempo a escrever tipo incendiário de verão, só com o prazer de ver as coisas arder. Escreva qualquer coisa sobre a fome que se passa neste país e, depois diga o que viu.
victor guerra
50 m
Como já escrevi aqui,assisti à entrevista do imbecil louro,que é ministro dos Estrangeros,à Deutsche Wella e a verdade é que ele não tem provas do que aconteceu ao Skripal e acha que o "veneno"é russo ,mas não o mostra.A palhaçada diplomática a que estamos a assistir ,só reforçará o poder do Putin.É tão estúpida que não parece coisa do Trump.A decisão do nosso MNE está certa-somos o único país europeu ,sob governação comunista
Antonio Sousa Branco
1 h
O Portugal do "nim", para não ficar completamente isolado em relação aos seus principais parceiros da U.E e da Nato, ainda vai expulsar meio diplomata russo.
Antonio Sousa Branco
1 h
Os 24 países que até agora expulsaram diplomatas russos, são todos meio apatetados, tipo "Maria vai com as outras", só para fazer a vontade e serem simpáticos para  com a G.B. 
Antonio Sousa Branco
1 h
Provas do tipo, um cartão com uma Matriosca, preso com um pionés na porta do ex-espião a dizer "with love from Russia"... ou então um anúncio na imprensa internacional, em várias línguas, claro,  a dizer... " perdeu-se embalagem de Novichok, arma química mais perigosa do que o Sheltox, por favor não cheirar.  Se achar, devolver à Rússia, dão-se alvíssaras.  
Vladimir Anatoly
1 h
Milhazes, querido russo, leia de novo que escreve e pensa bem: "Londres não tornou públicas provas que mostrem que Putin ou os seus homens estiveram por detrás da tentativa de assassinato do antigo espião russo e, se não o fizer, o governo britânico colocará os restantes países que se solidarizaram com ele numa situação muito delicada." Bem dito!
Pirolito
2 h
Ora cá está um forte candidato a futuro MNE - o Sr. padre Milhazes, para quem evitar repetir os erros da invasão do Iraque é,  para este anti-russo primário,  um defeito. Para Milhazes, teríamos que alinhar com os mais servis e os mais cínicos para ficar bem na fotografia, e os interesses da economia, Milhazes? O Reino Unido alguma vez se preocupou com a Europa para nós nos preocuparmos com eles? Agora que a Sra. May está em maus lençóis é que lançam esta campanha?
Rui Pedro Matos
3 h
Muito bem....
Manuel Domingues
3 h
Caro Milhazes,os Britanicos ainda não apresentaram provas publicamente,porque entre os aliados e em privado já o fizeram.

De lembrar que este modus operandi não é novo,já aconteceu com Alexander  Litvinenko.
De resto putin tem um longo historial de"picardias"com acções de provocação por ar mar e terra.
De lembrar que o melhor "code breaker"informatico Britanico apareceu morto de forma suspeita,foi assasinado.
E por conicidencia ou talvez não,foi quando comecaram os ataques informaticos atribuidos ao kremlin.
O técnico foi o mesmo que forneceu as provas irrefutáveis das ADM do Iraque?
Jean valjean
3 h
Estimado e douto Milhazes,
Chamou-o, para ir com ele à feira do gado.
Ou, hipótese B, chamou-o para verificar se os nossos argutos espiões estabeleceram novos contactos com as noviças do NKVD
Manuel Oliveira Pedroso
3 h
"expulsão de diplomatas russos por parte da maioria dos países da NATO e da União Europeia são imprudentes e precipitadas"

provas para quê????????? quando podemos acusar, julgar e punir logo!!! salazar partia da mesma base!

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