Eleição intercalar em Nampula: |
Escrito por Emildo Sambo em 28 Fevereiro 2018 |
O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), presidido por Daviz Simango, vai apoiar o candidato da Renamo, Paulo Vahanle, na segunda volta da eleição autárquica intercalar no município de Nampula, a realizar-se no dia 14 de Março prestes a iniciar. A decisão foi tornada pública na terça-feira (27), na chamada capital do norte, pelo delegado político provincial daquele partido, Vasco Napaua.
Na primeira volta, o candidato do MDM, Carlos Saide Chaure, teve apenas 10,10% de votos, dos dos 296.500 eleitores inscritos, enquanto Paulo Vahanle obteve 40,32%.
A partir da capital do maior circulo eleitoral do país, o MDM disse que a “Comissão Política Provincial analisou a situação política e a linha ideológica dos partidos [Frelimo e Renamo]” que vão disputar a segunda volta, tendo concordado que irá suportar a candidatura do partido do qual Daviz Simango é dissidente.
Segundo Vasco Napaua, a direcção do MDM e a comissão acima indicada determinaram “apoiar a candidatura de Paulo Vahanle” e vai orientar os seus membros e simpatizantes a procederem de tal forma.
Vahanle vai disputar a presidência do município de Nampula [em substituição de Mahamudo Amurane, morto a 04 de Outubro de 2017, na sua casa], por apenas sensivelmente sete meses, com Amisse Cololo, que na primeira volta amealhou 44,51% de votos.
Daviz Simango, presidente do Município da Beira, e dissidente da Renamo, sempre considerou este partido com ideias disfuncionais e contrárias às do MDM, que ele próprio fundou e dirige. Contudo, não é de estranhar o suporte que ele dá à formação política da qual foi expulsa, porque, em me parte, considera que Mahamudo Amurane foi vítima dos chamados esquadrões da morte, supostamente sob o comando da Frelimo.
Em 2009, pouco tempo depois de ter sido escorraçado da Renamo, Daviz Simango, concedeu uma entrevista ao SANAVA [20/03/2009], na qual alegava que a falta de qualidade da democracia em Moçambique sentia-se, também, dentro da própria Renamo.
No seu entender, este partido enfrentava uma “falta cultura de diálogo” prosseguia “à deriva”.
Na ocasião, o político não só afirmou que a diferença entre o MDM e a Renamo era a cultura de “uma democracia interna muito rígida”, como ainda disse o seguinte: “enquanto estive lá dentro tentámos [da Perdiz] introduzir dinâmica no partido, valorizar a oportunidade que tínhamos, com políticos e governantes, de elevar o bom-nome da Renamo, infelizmente não fomos compreendidos. Talvez porque as pessoas não entenderam que a política é uma dinâmica”.
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