Adama Barrow regressou à Gâmbia há cerca de um ano para assumir a Presidência. Lembrando que "herdou uma nação falida", Barrow rejeita críticas de que pouco foi feito no seu mandato.
Adama Barrow regressou à Gâmbia a 26 de janeiro de 2017 para comandar o país depois de ter saído vencedor nas eleições de dezembro de 2016, um resultado que o seu antecessor Yahya Jammeh se recusou a aceitar. A eleição trouxe esperança ao povo depois de 22 anos de um regime opressivo.
Aos seus apoiantes, Adama Barrow prometeu libertar o país da ditadura, devolvendo-lhe a liberdade de expressão. A revitalização da economia e o nascimento de uma nova era de democracia e respeito pelo Estado de direito foram outras das suas promessas. Mas, um ano depois, Adama Barrow é criticado por muito pouco ter sido feito na Gâmbia.
O drama do desemprego
Em entrevista ao correspondente à DW, o presidente da Gâmbia lembra que "herdou uma nação falida" e rejeita as acusações de que nada foi feito. "Acho que cumprimos a nossa promessa", afirma.
Assume, no entanto, que o desemprego dos jovens continua a ser um dos grandes problemas no seu país e que o número elevado de jovens que parte da Gâmbia rumo à Europa, nomeadamente para a Alemanha, se deve a esta realidade.
No entanto, Adama Barrow desmente a assinatura de qualquer acordo com a Alemanha: "Penso que há rumores de que assinámos um acordo com os alemães para o regresso de migrantes gambianos da Alemanha. Mas não é a verdade", afirma.
Barrow explica que existiu, sim, "uma discussão muito honesta" com o Presidente alemão Frank-Walter Steinmeier quando este esteve na Gâmbia em dezembro de 2017, mas na qual o Governo gambiano foi claro: "A nossa mensagem foi que este não é um problema da Gâmbia. É um problema que precisa de ser analisado num contexto mais amplo. A Alemanha e outros países devem fazer parte disso. É um 'assunto' de todos", disse.
Apoios internacionais
Em entrevista à DW, Adama Barrow afirmou ainda não duvidar de que conta com "o apoio da comunidade internacional". Questionado, especificamente, sobre o apoio da União Europeia à Gâmbia, o Presidente deu conta que "os europeus são os maiores parceiros e doadores" do país.
"Estamos de acordo com a União Europeia e penso que eles têm uma grande consideração pela Gâmbia”, afirmou.
Em jeito de balanço, Adama Barrow destacou o "trabalho árduo" que tem estado a ser feito no país para "estabilizar a economia". Segundo o Presidente da Gâmbia, no último ano, as taxas de juro e os títulos do tesouro diminuíram e as receitas portuárias aumentaram 25%.
O presidente afirmou ainda que deve arrancar, em fevereiro, a criação de uma Comissão de Verdade e Reconciliação para avaliar a má governação nos anos em que Yahya Jammeh liderou o país.
Adama Barrow regressou à Gâmbia a 26 de janeiro de 2017, uma semana depois de ter tomado posse na embaixada do seu país em Dakar. O atual Presidente da Gâmbia refugiou-se no Senegal, depois de o seu antecessor, Yahya Jammeh, ter recusado aceitar a sua vitória nas presidenciais de dezembro de 2016. Jammeh partiu para o exílio na Guiné Equatorial a 21 de janeiro de 2017.
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- Data 01.02.2018
- Autoria Omar Wally, rl
- Assuntos relacionados Eleições em Angola, Eleições em Cabo Verde, Eleições na Guiné-Bissau, Eleições em Moçambique, Eleições em São Tomé e Príncipe, Parlamento Europeu, Bruxelas, Comissão Europeia, Eleições de 2017 em Angola, Alemanha
- Palavras-chave Adama Barrow, eleições, Gâmbia, democracia, liberdade de expressão, diatura, Yahya Jammeh,desemprego, Alemanha, dadores internacionais, União Europeia, economia, crise
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