segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Tribunal condena pelo menos um assassino do procurador Marcelino Vilanculos

Tribunal condena pelo menos um assassino do procurador Marcelino Vilanculos
Escrito por Emildo Sambo  em 29 Janeiro 2018
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O Tribunal Judicial da Província de Maputo (TJPM) condenou o réu Amade António Mabunda a 24 anos de prisão maior por ter posto término à vida do procurador Marcelino Vilanculos, na noite de 11 de Abril de 2016, à porta da sua residência, no bairro Tsalala, no município da Matola. A sentença foi proferida na última sexta-feira (26).
Nas suas declarações durante o processo de audiência, discussão e julgamento, o arguido confessou que o crime foi executado com recurso a uma arma automática Avtomat Kalashnikov modelo de 1947, vulgo AK-47.
De acordo com o juiz da 5a. Secção Criminal daquele tribunal, Samuel Artur, no dia dos factos, Amade Mabunda fazia-se acompanhar pelos seus comparsas Abdul Afonso Tembe e um outro apenas identificado nos autos pelo nome de Mussavene.
O sentenciado alegou que o mandante do crime era supostamente José Ali Coutinho, que morreu em circunstâncias não esclarecidas, no distrito de Moamba, província de Maputo. O seu corpo teria sido achado numa vala.
Segundo o tribunal, ficou provado que Amade Mabunda foi o autor material dos disparos que tiram a vida do procurador. A intenção era impedir a investigação dos raptos, uma vez que a vítima tinha em seu poder processos sobre este tipo de crime que abalou o país, sobretudo as cidades de Maputo e da Matola, entre 2011 e 2015.
Para além da condenação máxima e pagamento de imposto máximo de justiça, Amade deverá pagar 28 milhões de meticais de indemnização à família de Marcelino Vilanculos, por danos psicológicos, e 500 mil meticais devido à destruição da viatura em que o malogrado se fazia transportar no fatídico dia.
Amade é um dos dois homens recrutados por José Coutinho, para executar o assassinato do procurador.
O outro elemento é Abdul Afonso Tembe, considerado foragido depois de escapulir-se do Estabelecimento Penitenciário da Província de Maputo, acto facilitado pelos membros de direcção e guarda daquela cadeia, concluiu a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Em relação a José Coutinho, considerado autor moral do crime contra o procurador, cumpria pena de prisão por prática de vários crimes, tais como sequestros e homicídios.
Ele foi resgatado a 24 de Abril de 2017, na baixa da cidade de Maputo, por um grupo de indivíduos armados numa viatura do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), a caminho de uma esquadra onde seria ouvido.
O resgate, cuja eficácia equipara-se a uma exibição cinematográfica da Hollywood, aconteceu por volta das 11h00.
O carro-celular do SERNIC, com a matrícula PRM-01-2-49, em que José Coutinho e outro comparsa de nome Alfredo José Muchanga se faziam transportar, ficou retida no semáforo do prédio 33 andares. Porém, sabe-se que as viaturas policiais têm livre trânsito, até em contra mão se for imperioso.
Na circunstância, os supostos bandidos entraram em acção e abriram fogo contra a veículo sem causar ferimentos aos quatro agentes da Polícia que lá se encontravam, felizmente.
Dias depois, José foi achado sem vida. Por via disso, o tribunal declarou extinta a responsabilidade penal em resultado da sua ausência física do indiciado.
Na matéria julgada e que culminou a condenação de Amade, consta que este e Abdul receberam 500 mil meticais cada pelo assassinato de Marcelino Vilanculos. Este último foi quem conduziu o carro que seguiu a vítima até a sua casa a 11 de Abril de 2016.

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