domingo, 28 de janeiro de 2018

Ex-conselheiros de Puigdemont renunciam a lugar de deputado — e um deles comete uma gaffe



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A partir da Bélgica, o ex-conselheiro Puig renunciou ao cargo de deputado. No anúncio, disse que duas ex-conselheiras fariam o mesmo — o que acabou por ser uma gaffe, pela qual já pediu desculpa.


JOHN THYS/AFP/Getty Images

Depois de quase quatro meses de auto-exílio na Bélgica, três dos quatro ex-conselheiros do antigo governo regional de Carles Puigdemont renunciaram aos seus lugares de deputados, que foram conquistados nas eleições regionais de dezembro de 2017.
A decisão foi anunciada pelo ex-conselheiro da Cultura, Lluís Puig, que referiu que também as ex-conselheiras Clara Ponsatí (Educação) e Meritxell Serret (Agricultura) também iam abrir mão dos seus assentos parlamentares para garantir que haja uma maioria independentista na próxima composição do parlamento regional da Catalunha.
“Sempre disse que sabíamos como juntar 68 [deputados, maioria absoluta] para a sessão de investidura do MHP [sigla para Muito Honrado Presidente] Carles Puigdemont. Amanhã apresentarei a minha renúncia ao cargo de deputado, consciente de que com Clara Ponsatí e Meritxell Serret fazemos um ato de dignidade pelo nosso país. O Juntos Pela Catalunha e a Esquerda Republicana da Catalunha saberão gerir a situação”, escreveu o político catalão.
Depois de publicar esta mensagem, o Juntos Pela Catalunha (partido de Carles Puigdemont e em cujas listas Lluís Puig e Clara Ponsatí foram eleitos) confirmou a decisão dos dois deputados. No entanto, a ERC não confirmou que Meritxell Serret renunciava ao cargo de deputada, deixando a questão no ar.
Logo depois desta gaffe, o independentista tornou a acudir ao Twitter, desta vez para pedir desculpa. “Há que pedir desculpas publicamente pela minha incontinência verbal/twitteira. Não tenho o direito de falar em nome de outros grupos parlamentares. E tenho consciência de que apesar das desculpas é difícil corrigir o que foi dito. Repito: desculpas sinceras a Meritxell Serret e à ERC”, escreveu desta vez.
Esta decisão pode facilitar, em parte, as contas para os independentistas elegerem um líder de governo regional que parta das suas fileiras, uma vez que o Tribunal Constitucional impediu que a votação para a investidura fosse feita à distância ou que o voto pudesse ser delegado.
Porém, esta é uma questão longe de estar arrumada, uma vez que os independentistas continuam a afirmar que Carles Puigdemont é o seu candidato a presidente do governo regional. Isto porque o Tribunal Constitucional também ditou que, para ser eleito presidente regional, o político catalão terá de estar presente na investidura, em Barcelona — uma bota difícil de descalçar, uma vez que assim que, assim que puser os pés em solo espanhol, Carles Puigdemont e qualquer um dos seus ex-conselheiros será detido e possivelmente colocado em prisão preventiva.
Este domingo, Carles Puigdemont pediu autorização ao juiz Pablo Llarena, do Tribunal Constitucional espanhol, para estar presente na cerimónia de investidura do parlamento regional, agendada para terça-feira. Como condição para o seu regresso, o presidente destituído do ex-governo regional da Catalunha, pediu que lhe fossem dadas “garantias” e defendeu que o “o presidente da Catalunha é eleito pelo povo da Catalunha, não pelo Governo espanhol nem pelos tribunais”.

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