quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

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Director: Lourenço Jossias | Editor: Nelo Cossa | Maputo, 17 de Outubro de 2017 | SAI ÀS TERÇAS |Ano X | Nº 544 PUB Mais uma plataforma para que o seu anúncio chegue mais longe Contamos desde já com aplicativo móvel www.magazineindependente.com www.facebook.com/magazineindependente Para mais informações contacte o endereço abaixo. Nyusi anuncia soluções contra corruptos Graça revela que “somos cúmplices de corrupção” Graça Machel, activista social, clarificou, ainda, que a corrupção não só se manifesta pelo desvio de dinheiro, mas assume outras formas, como desvios de comportamentos, o que no fim prejudicam os cidadãos desfavorecidos. Vaga de calor atingirá 44°C no Sul e Centro O Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) prevê, esta semana em quatro províncias das regiões Sul e Centro de Moçambique, a ocorrência de uma vaga de calor caracterizado por temperaturas que variam de 35 a 44 graus celsius. Setina Titosse abre jogo sobre fraude FMI exige clarificação antes de retomar ajuda financeira PUBLICIDADE 50,00MT Mais uma plataforma para que o seu anúncio chegue mais longe Contamos desde já com aplicativo móvel www.magazineindependente.com www.facebook.com/magazineindependente Para mais informações contacte o endereço abaixo. 2 Magazine independente Terça-feira | 17 de Outubro 2017 destaques Graça Machel revela que “somos cúmplices de corrupção” Milda poderá recolher às celas antes da sentença Milda Cossa, uma das arguidas no “caso FDA”, poderá ver sua liberdade provisória quebrada. A medida foi requerida pelo Ministério Público depois da mesma não ter comparecido numa audiência de acareações, violando assim o acórdão do supremo que a atribui obrigação especial de presença. A dependência de Moçambique do financiamento externo deverá forçar a Administração Nyusi a adoptar algumas medidas políticas impopulares a fim de voltar a obter o apoio do Fundo Monetá- rio Internacional (FMI), afirmam os analistas da Economist Intelligence Unit (EIU) no seu mais recente relatório sobre o país, citados pela agência de notícia Macauhub. O documento salienta que a falta de vontade de introduzir medidas de austeridade antes das eleições de 2019 poderá tentar o governo a ir adiando o relançamento do programa de apoio por parte do FMI, mas acrescenta que a crise de liquidez que se tem vindo a agravar acabará por fazer com que essa postura tenha de ser revista. Esta posição deriva do facto de o governo continuar a resistir às exigências apresentadas pelo FMI para transparência total, nomeadamente com a divulgação total do relatório produzido pela empresa de consultoria Kroll Associates UK às dívidas ocultas, bem como com a adopção de uma política fiscal mais restrictiva, concluíndo a EIU que um acordo com o FMI não deverá ter lugar em 2018. A crise da dívida não terá uma solução rápida, dizendo os analistas da EIU que a solução mais provável será a junção das três dívidas no montante de 2000 milhões de dólares numa única, com os credores a serem obrigados a perder parte do seu investimento e com a amortização dos empréstimos, em incumprimento desde Fevereiro de 2017, a ser empurrada para depois de 2020. O calendário para o alcance de uma solução, qualquer que ela seja, é ainda mais incerto, devendo os tomadores de dívida pública moçambicana exigir, à semelhança do FMI e dos doadores internacionais, a divulga- ção total do relatório da Kroll Associates UK. A economia de Moçambique, que deverá começar a acelerar este ano devido ao aumento dos preços das matérias-primas que Moçambique exporta, caso do carvão, deverá registar um crescimento a oscilar entre 4,2% em 2017 em 5,6% em 2022. Apoio do FMI deverá obrigar governo a adoptar medidas impopulares Os níveis atingidos no julgamento do caso do desfalque dos 170 milhões de meticais no Fundo do Desenvolvimento Agrário (FDA) foram ilustrados pela activista social Graça Machel como exemplo da fragilidade do sistema judicial moçambicano, quando este lida com crimes económicos. “Somos uma sociedade de cumplicidade nos comportamentos não éticos”, destacou a ex- -primeira dama de Moçambique, para depois defender a criação de tribunais especializados para crimes de corrupção. Nelson Mucandze “O caso FDA” foi apen a s o exemplo que a Graça Machel, militante da primeira linha da Frelimo, encontrou para sustentar a sua defesa de se criar tribunais especializados para julgarem crimes económicos, porque se são julgados no sistema geral prolongam-se por períodos quase que sem fim, criando-se, na sociedade, um sentimento de impunidade. Uma observa- ção que alinha- -se a de diversos pensadores nacionais que, em coro, acusam a justiça moçambicana de ser selectiva. “Quando se cria o sentimento de impunidade, desenvolvemos uma atitude de grande tolerância para com a corrupção, porque achamos que não se vai fazer nada”, sublinhou frisando que “é preciso termos um sistema que, quando se detecta um caso que lesa a pátria como o do Fundo de Desenvolvimento Agrário, de imediato seja investigado e julgado”. No seu entender, o facto de o caso que envolve a ex-PCA da FDA, Setina Titosse, chegar ao julgamento dois anos depois da descoberta da infrac- ção, revela as fragilidades que o sistema judicial tem em lidar com o corrupção, cuja situação se mostra presente em outros casos de escândalos financeiros até aqui não esclarecido, nomeadamente a dívida oculta, bem como “caso LAM- Embrear”. A solução, segundo defende, está na criação de um sistema composto por membros do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), Ministério Público, tribunal e serviços penitenciários para detectar esses crimes, porque ficar à espera dos tribunais normais para julgar crimes de corrupção, não tratará solu- ções a tempo e hora. “Aqueles que estão nos níveis mais baixos são os que sofrem mais. Então, temos que ser mais rigorosos em protecção daqueles que são mais desfavorecidos”, disse Machel no evento que tinha como um dos objectivos a apresentação do Código de Conduta comercial para Moçambique, um instrumento que se enquadra nas acções desenhadas para o combate à corrupção. É um documento cujos objetivos resumem-se na criação da ética empresarial e capacidade de formação em matéria de prevenção da corrupção, capacidade no sector privado para a implementação do Código de Ética para negócios do modo a reduzir a corrupção e na facilitação de uma plataforma de engajamento entre as empresas privadas e autoridades aduaneiras transfronteiriças. Machel clarificou, na ocasião, que a corrupção não só se manifesta pelo desvio de dinheiro, mas assume outras formas, como desvios de comportamentos, o que no fim prejudicam os cidadãos desfavorecidos, daí entende ser urgente que haja espaços que apliquem vigorosamente a lei, quando estes desvios forem detectados. Neste momento, segundo lembra a nossa interlocutora, aquele que sofre mais é o cidadão comum, é aquele mais baixo, aquele que perdeu o emprego, aquele cujo salário já não tem qualquer expressão para ter alimentação, transporte, pagar os estudos dos filhos. “Normalizamos comportamentos antiéticos e estes passaram a ser o nosso dia-a-dia. Por exemplo, se alguém precisa de documento no servidor público e o pedido demora, é normal ir pagar a um funcionário para acelerar o processo. É normal um pai ir pagar a um professor para o seu filho passar de classe. Quer dizer, são comportamentos maus que dominaram a sociedade. Somos uma sociedade de cumplicidade nos comportamentos não éticos”, disse. Para isso, segundo ela, é preciso que Moçambique seja dotado de instrumentos capazes de permitir detectar, imediatamente, os casos de corrupção, para, na mesma linha, serem encaminhados aos tribunais especializados, visando responsabilizar os respectivos autores e, consequentemente, corrigi- -los. Estes pronunciamentos foram feitos à margem da palestra com as organizações do sector privado sobre a ética empresarial em Moçambique, num um evento organizado pelo Instituto de Directores de Mo- çambique em parceria com a Ordem dos Contabilistas e Auditores (OCAM). “...desenvolvemos uma atitude de grande tolerância para com a cor- rupção, porque achamos que não se vai fazer nada” “Normalizamos comportamentos antiéticos e estes passaram a ser o nosso dia-a-dia” - Graça Machel Foto: Nilton Cumbe 17 de Outubro 2017 | Terça-feira Magazine independente 3 Setina promete abrir jogo sobre mais casas Os pombos da culpa estão próximos do poso no processo 92/2016/7ªA, sobejamente apelidado “caso FDA”. Na sessão de julgamento de dois dias destinada a acareações, se demonstrou foro pró- prio para revelações. Na senda, a antiga Presidente do Conselho de Administração (PCA) do Fundo de Desenvolvimento Agrário (FDA) prometeu ao tribunal revelar mais bens imóveis e móveis adquiridos com o dinheiro da fraude milionário. Abanês Ndanda No final da acarea- ção, que atiçou o ascender dos nervos, antiga Presidente do Conselho de Administração do Fundo de desenvolvimento Agrário prometeu ao tribunal fazer revelações que a acusa- ção não conseguiu trazer ao processo. Setina comprometeu-se a trazer para o tribunal casas e outros bens adquiridos com dinheiro da fraude que, neste momento, se encontram na posse de pessoas que não foram acusadas nem pronunciadas no processo-crime 92/2016/7ªA. “Vou conversar com o meu advogado e em momento próprio vou falar dessas coisas”, Setina Titosse. A acareação que opunha Setina Titosse e os três irmão da Milda Cossa foi pedia pelo Ministério Público com fundamento nas contradições havidas nas declarações dos quatro em relação ao local das assinaturas dos projectos, local de entrega, posse dos cartões e destino dos valores transferidos pelo FDA, supostamente para implementação de projecto de criação de gado bovino. Os três irmãos Manganhe declararam ter recebido de Setina Titosse os valores para pagamento das custas dos processos de contratação de financiamento junto do cartó- rio privativo do Ministério das Finanças em valores que superavam os 30 mil meticais por projecto. Neste aspecto, Setina confessou ter disponibilizado o valor, mas, contrariamente ao que os irmão de Milda tinham dito, a antiga PCA disse ter cedido o valor a título de empréstimo e, principalmente, a pedido de Milda. Uma das questões que não foi possível colocar o “preto no branco”, tem a ver com a posse dos cartões de débito bancário durante o período da fraude, pois há três versões. A primeira é a dos irmão Manganhe que afirmaram os três ter entregue os cartões à Setina. A segunda versão é a da Setina, segundo a qual não teria ficado na posse de nenhum dos três cartões, até porque “nem conheço a cor de tais cartões”. A terceira é a versão de Milda Cossa. Milda disse estar na posse dos três cartões de igual número de irmãos seus, mas que “o da Binaia recebi das mãos da senhora Setina”. “Recolhi os cartões em cumprimento de ordens de senhora Setina para evitar que os meus irmãos fizessem uso do valor. Eu não tinha como recusar porque o dinheiro era dela e só ela podia decidir tudo sobre ele”, disse Milda Cossa para, em seguida, frisar nunca ter feito nenhum uso dos referidos cartões em caixas automáticas (ATM) sendo que, ainda segundo ela, só usou para pagamentos em estabelecimentos comerciais para sempre que Setina assim ordenasse. “Meritíssimo, eu mal conheço os três irmãos. O único que conheço um pouco é Gerson que vinha para minha casa para fazer alguns trabalhos”, palavras de Setina para sustentar a veracidade da sua afirmação, segundo a qual seria imprová- vel ter recebido algo das mãos dos irmãos de Milda. De acordo com Setina, os três irmãos (Gerson, Dércio e Binaia) Manganhe estão a tentar safar-se a custa dela. “Eu não sei porquê as pessoas andam a tentar se safar de uma situação, principalmente os três irmãos”, questionou a ex-PCA do FDA, Setina Titosse “Binaia, com que dinheiro comprou o terreno e construiu a casa onde vive”, questionou Setina Titosse à Binaia Manganhe, uma situação que colocava em cheque a sua anterior afirmação, segundo a qual mal conhecia os irmãos Manganhe. O processo que caminha para a finalização da fase de produção de provas está a colocar várias relações de familiaridade à prova. Aliás, vale dizer que, neste momento, os intervenientes vão se tornando maquiavélicos jogando a “vale tudo”. Gerson Manganhe, Dércio Manganhe e Binaia Manganhe são irmãos de Milda Manganhe Cossa que, por sua vez, é casada com Humberto Cossa, primo de Setina Titosse. Gerson, supostamente o mais confiado e conhecido de Setina, terá movimentado em sua conta pouco mais de 23 milhões de meticais durante o período da fraude. Já Dércio e Binaia só receberam os valores correspondentes ao financiamento de projectos que não chegaram a ser implementados. Setina Titosse FMI exige clarificação antes de retomar ajuda financeira a Moçambique O recomeço da ajuda financeira a Moçambique depende da clarificação por parte do governo do destino dado aos fundos obtidos com os empréstimos contraídos junto dos bancos Credit Suisse e VTB da Rússia, afirmou em Washington o director da divisão África do Fundo Monetário Internacional, citado pela Macauhub. Abebe Aemro Selassie afirmou que a instituição não prevê que seja possível alcançar um acordo para a retomar a ajuda financeira a Moçambique em 2018. “Não há conversações sobre o programa de ajuda antes da satisfação das lacunas de informação identificadas pelos auditores”, disse o quadro do FMI, que recordou continuar- -se à espera que a Procuradoria-Geral da República de Moçambique divulgue o texto completo do relatório de auditoria efectuado pela Kroll Associates UK e que foi pago pela Suécia. Entre os pontos críticos das exigências, constam a clarifica- ção do destino dado a 500 milhões de dólares e a divulgação dos nomes dos funcionários governamentais citados no relató- rio de auditoria. A posição agora apresentada pelo FMI poderá representar um duro golpe ao ministro moçambicano da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, que terá manifestado a esperança de sair de Washington com o bloqueio do FMI resolvido. Sobre o encontro com a delegação liderada pelo ministro moçambicano, Selassie disse que “o diálogo foi útil, com informação melhorada sobre a situação macro-económica sobre a adopção de reformas fiscais.” Foto: António Mangumbe 4 Magazine independente Terça-feira | 17 de Outubro 2017 destaques África precisa de um sector privado vibrante e liderado por africanos para desbloquear a sua economia Quatro polícias e outras sete pessoas morreram na tarde da última quinta-feira num tiroteio na aldeia de Maculo, no distrito de Mocímboa da Praia, norte de Moçambique, disse à Lusa fonte da rádio comunitária da vila. Os polícias realizavam uma patrulha na povoação, situada no meio do mato, junto à costa, a cerca de 20 quilómetros da sede de distrito, quando foram atacados por um grupo armado, referiu a mesma fonte, com base nos depoimentos de dois familiares de agentes abatidos. Segundo um dos parentes, os corpos dos polícias já foram encaminhados para a morgue da capital provincial, Pemba. Os outros sete mortos seriam elementos do grupo que atacou os agentes, de acordo com uma fonte da aldeia. As autoridades locais ainda não prestaram informações sobre o assunto, mas as fontes ouvidas suspeitam tratar-se do mesmo grupo que tem desestabilizado a zona, na província de Cabo Delgado. O ataque acontece uma semana depois de os postos de polícia da vila de Mocímboa da Praia terem sido atacados por um grupo armado de 30 homens com sinais de afiliação islâmica (vestes e palavras de ordem), mas do qual as organizações muçulmanas moçambicanas já se distanciaram. Nos primeiros ataques da já tinham morrido outros quatro polícias, 12 atacantes e um líder comunitário, segundo informações da polícia. Nesta segunda-feira, a Polícia anunciou que detivera na capital provincial de Pemba cinco homens e estão a seguir outras pistas após o ataque armado a Mocímboa da Praia. A entrada de cinco homens de calções, com mochilas, pelas machambas (hortas) do bairro de Muxara A, ao lado do principal acesso à cidade, foi denunciada na manhã de quarta-feira por residentes. “As pessoas estão mais alerta e prontas a denunciar” qualquer coisa que considerem suspeita, “depois do que se passou em Mocímboa da Praia”, referiu a fonte. Quatro polícias e outras sete pessoas mortas em tiroteio no norte de Moçambique Detido presidente da Assembleia Municipal de Sussundenga O Presidente da Assembleia Municipal de Sussundenga, em Manica, Jacob Muiambo está detido desde a última sexta-feira, indiciado de envolvimento no roubo de cerca de dois milhões de meticais dos cofres da edilidade local. Num evento que juntou mais de mil participantes de 54 países, o patrono da Fundação Tony Elumelu (TEF), defendeu, semana finda em Lagos, na Nigéria, que a África precisa de ter um sector privado vibrante e liderado por africanos de modo a desbloquear a sua economia e dependência externa. Elumelu salientou que o destino de África está nas mãos das novas gerações de empreendedores. Elísio Muchanga, em Lagos O patrono da fundação Tony Elumelu, que falava durante a 3ª edição do fórum anual de empreendedores levada a cabo pela Fundação Tony Elumelu, frisou que uma economia liderada por africanos em África é a chave para desbloquear o potencial econó- mico e social da África. Afirmou que “o desenvolvimento da África deve ser liderado pelo sector privado e orientado por empreendedores, jovens inovadores africanos que, com as suas ideias transformadoras, criarão milhões de empregos que a África precisa.” Segundo Elumelu,”o crescimento e desenvolvimento da África é nossa responsabilidade e uma oportunidade para nós, pois ninguém mais além de nós tem o dever de desenvolver a África. O destino da mesma está nas mãos das novas gerações de empreendedores”. Referiu ainda que “todos nós estamos cientes do rápido crescimento populacional, explosão demográfica que força a criação de empregos para as novas gerações, facto que não é tarefa exclusiva dos governos, pois há que se democratizar a criação de empregos e a forma de fazer isso, de acordo com o patrono da fundação, é criar e emponderar empreendedores que irão prover milhões de empregos. O fórum de três dias, que acolheu mais de 1.300 participantes, na sua maioria jovens empreendedores africanos, foi uma vitrina de ideias inovadoras em todos os sectores, com desataque para agricultura, tecnologia, saúde, moda e energia. Lançado em 2015, o Fórum de empreendedores surgiu de um compromisso de 100 milhões de dólares da fundação com o objectivo de identificar, capacitar, orientar e financiar 10.000 empresários africanos, ao longo de uma década, através do Programa de Empreendedorismo TEF. Por outro lado, Elumelu contou que “ nós unimos o ecossistema de empreendedorismo africano, colocando os empresários no centro do palco. Gostaria de agradecer aos chefes de governo e outros decisores políticos, que apoiaram a nossa firme convicção de que o sector privado é o motor do crescimento e os actores do sector privado, que são modelos de nossa filosofia do Africapitalismo, a ideia que os negócios irão impulsionar a mudança e essa mudança deve gerar riqueza económica e social “. Entretanto durante as diferentes sessões foi enfatizado o papel da fundação de unir empresários e formuladores de políticas, como forma de garantir que os sectores público e privado trabalhem juntos para criar um melhor ambiente operacional possível para o empreendedorismo prosperar. O evento contou com a participação de várias personalidade políticas e empresarial de África com destaque para Alhaji Aliko Dangote, presidente do Grupo Dangote, que abordou as condições necessá- rias para estimular o crescimento empresarial em África, bem como Lionel Zinsou, ex- -primeiro-ministro da Repú- blica de Benin, dirigentes da Afrexim Banco entre outras individualidades. “Os sector privado e público juntos podem prosperar por meio do desenvolvimento. Os governos africanos devem ir além das retóricas e implementar suas ideias “, entusiasmou Oba Otudeko Por seu turno, o vice-presidente da Nigéria, Yemi Osinbajo, salientou, na ocasião, que, “esta geração de jovens fará o excepcional. Tu és a razão pela qual a África funcionará. O comprimento e a amplitude da exibição de talentos mostraram que há realmente esperança “. No decurso do fórum foram testemunhados acordos memorandos de entendimentos entre o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (UNDP) e a Fundação, e entre o banco de desenvolvimento bilateral francês, Agence Française De Développement (AFD) e TEF. Os parceiros da TEF, incluindo a Microsoft, a Sage One e a Greentec, também realizaram oficinas de capacitação e eventos paralelos voltados para abordagens para ampliar estrategicamente as empresas. O United Bank for Africa (UBA) orgulhosamente apoiou o fórum. 17 de Outubro 2017 | Terça-feira Magazine independente 5 PR coloca seu Governo à prova Na semana que findou, o Presidente da República (PR), Filipe Nyusi, apresentou aos membros que compõe o corpo de dirigentes do seu governo uma série de acções que devem desenhar e apresentar ao seu responsável como prova do compromisso de combate à corrupção. A medida surge num momento em que a corrupção registou um aumento de 18 por cento em Moçambique. Nelson Mucandze Nyusi recomendou que cada dirigente formulasse o seu Plano de Acção Anti- -corrupção e submeter ao seu responsável hierarquicamente superior para a monitoria, avaliação e controle. Enquanto isso, outras acções passam pela promoção de um movimento activo e transparente com os grupos interessados, através do acesso à informação como forma de prestação de contas e a promoção de debates sobre os males da corrupção com a sociedade civil, incluindo os polí- ticos e os religiosos. Na mesma senda, Nyusi, que se mostrou desgastado pelos índices elevados de corrup- ção no País, que colocam Mo- çambique na quinta posição a nível da SADC, deixando para trás Angola, República Democrática do Congo, Zimbabwe e Madagáscar, disse a uma plateia constituída por dirigentes de empresas públicas, secretários permanentes, inspectores-gerais, assessores e outros quadros que os orçamentos elaborados para o funcionamento dos sectores que dirigem devem incluir actividades que visam combater à corrupção. Na ocasião, o Presidente da República destacou o estabelecimento de mecanismos que concorram para a redução da burocracia, trabalhando para a redução dos passos para se obter a documentação necessária como forma de evitar jogos de favores. “A corrupção é uma doença, tem carcomido a nossa sociedade, retardou o nosso desenvolvimento e denegriu a nossa reputação durante muito tempo”, disse PR, para, depois, apresentar o quão assustador são os índices de corrupção que se apresentam no País. Só de Janeiro deste ano (2017) a esta parte foram tramitados mais de quatrocentos e cinquenta e sete processos. Fora da SADC, a nível mundial, em 2016, o País regrediu, ocupando a centésima quadragésima segunda posição, com vinte e sete pontos contra a centésima décima primeira posição, em 2015, com trinta e um pontos. Em 2016, o Ministério Público, através do Gabinete Central de Combate à Corrupção, tramitou 1235 processos-crime, contra 1051, em 2015. Os dados relativos aos processos de peculato indiciam um prejuízo para o Estado no valor de Quatrocentos e cinquenta e nove milhões, trezentos e quinze mil, novecentos e sessenta e oito meticais e noventa e cinco centavos. As províncias de Nampula, Sofala e Cidade de Maputo liderarem actos de corrupção, segundo as estatísticas oficiais. “A corrupção é uma realidade global antiga e penetrante – é uma doença universal. O seu impacto é adverso. Ela é sentida e se apresenta de forma desproporcional nos países em desenvolvimento, com suas instituições ainda jovens, democracias incipientes, capacidades de acção menores e com a pobreza generalizada”, lembrou o Chefe de Estado. Na sua intervenção, Nyusi sublinhou que nos países pobres, a corrupção apresenta-se como um ciclo vicioso. As pessoas são corruptas porque são pobres e são pobres devido à corrupção ou devido as más prá- ticas de governação. “O ciclo vicioso deve ser quebrado e isto depende deste corpo de dirigentes intermé- dios. Esta massa pensante mo- çambicana deve verticalmente mudar de paradigma”, disse o governante. No seu extenso discurso de 32 páginas, Nyusi realçou que esta luta é tão crucial porque os custos da corrupção são evidentes. Apesar de que ao nível individual possa parecer que um acto de pedir um pequeno suborno não prejudique, ou se considere de pouca monta, porém, o seu efeito cumulativo é exactamente o contrário. “É verdade que estamos a dar passos determinantes nesta batalha contra à Corrupção como acima nos referimos, mas precisamos de fazer muito mais”, disse na reunião dos que decorreu sob o lema ‘Por uma Administração Pública Integra, contra à Corrupção e Orientada para resultados”. Ainda na reunião dos inspectores-gerais , directores nacionais das instituições Estados e secretários permanentes o PR lembrou que nestes crimes, dentre os envolvidos, figuram governantes, edis dos municí- pios, diplomatas, administradores, entre outros. “Quer seja no sector público ou privado, uma “comissão” de um bilião de dólares americanos ou um suborno de apenas cinquenta meticais: Moçambique não vai tolerar, é corrupção na mesma”, alertou, clarificando ainda que apesar de a luta não constituir descoberta o combate à corrupção deve tornar-se prioridade. Sua redução, segundo entende Nyusi, irá melhorar o ambiente de negócios para as famílias, para os empresários e para os grandes investidores nacionais e internacionais. Ainda no mesmo discurso, chamou a atenção sobre o perfil dos dirigentes para os desafios que devem ser vencidos. “A integridade é a nossa capacidade de assumir compromissos sérios, que fizemos connosco mesmos e manter os que assumimos com os outros. “Integridade é fazer o que dizemos. Nós queremos funcionários firmes nas suas convic- ções, que trabalham de forma diligente e pragmática, responsável e honesta”, disse o Chefe de Estado. País pretende superar a produção pré-independência de castanha de caju Moçambique deverá estar a produzir a curto prazo 200 mil toneladas de castanha de caju, disse o primeiro-ministro Agostinho Carlos do Rosário, que justificou a sua afirmação com os investimentos que estão a ser efectuados na cultura de rendimento. O primeiro-ministro, que recordou que Moçambique já ultrapassou aquela tonelagem antes da independência, em 1975, disse que Nampula é uma das províncias do país que mais se destaca na produ- ção de castanha de caju, com 60 mil toneladas ou quase metade da actual produção de 137 mil toneladas. Carlos Agostinho do Rosário falava no campo de produção intensiva de cajueiros de Nassuruma, distrito de Meconta, no âmbito da visita de trabalho que efectua a Nampula, de quinta-feira a sábado da semana passada, de acordo com a agência noticiosa AIM. O viveiro de Nassuruma, que pertence ao Instituto de Fomento do Caju (Incaju), tem como uma das suas principais actividades a produção de mudas de cajueiro, tendo na presente campanha 2016/17 produzido já 799 mil mudas enxertadas. O primeiro-ministro visitou ainda a empresa Alfa-Agricultura, de capitais sul-africanos, cujos donos aplicaram 8,6 milhões de dólares na produção, num terreno com 1080 hectares, de castanha de caju, produtos hortícolas e fruta. Macauhub Fotos: Nilton Cumbe 6 Magazine independente Terça-feira | 17 de Outubro 2017 Registado sob o n° 05/GABINFO-DE2007 Propriedade de MAGAZINE MULTIMEDIA,SA Conselho de Administração Constantino Bacela - presidente Lourenço Jossias Sheila Dundule Director: Lourenço Jossias (jossiasgira@gmail.com) (82 3093420) Editor: Nelo Cossa (mncossa@gmail.com) (82 6581770) Redacção: António Zacarias, Alfredo Langa, Aida Matsinhe, Elísio Muchanga, Reginaldo Tchambule, Nelson Mucandze, Abanês Ndanda e Adelina Pinto Fotografia: Nilton Cumbe (82 62 79 873) e António Nhangumbe Grafismo: Jorge Neves (82 80 85 310) e Samuel Dias (84 75 65 575) Distribuição e vendas: Samuel Dias (salazarsamuel5@gmail.com) (84 756 5575) Correspondentes: António Zacarias (Inhambane - 82 79 81 590), Isaías Natal (Sofala - 84 22 94 680) Directora Administrativa: Flora Nguenha (82 827 3130) (floraguenha@gmail.com) Publicidade e Marketing: Acrísio Seixas (84 761 8156) (acrisioseixas@yahoo.com.br) Impressão: S-Graphics Direcção, Redacção, Grafismo e Administração: Av: Ahmed Sekou Touré n°-1078, 1° andar, Flat 1 - Maputo, Tel/Fax: 21 328 579 Telemóvel: 82 01 52 830, 84 76 84 840 email: jornalmagazineinde@gmail.com www.magazineindependente.com FICHA TÉCNICA Wallerstein: tempos de incerteza caótica Trimestral 1700,00MT 4000,00MT 2500,00MT 4.000,00MT 2500,00MT 5500,00MT Periodicidade Anual Semestral Cidade de Maputo Províncias Para mais informação, contacte 84 242 9024, 84 756 5575 ou 21 328 579 Informamos ao público em geral e aos nossos assinantes em particular que está aberto o processo de renovação e abertura de novas assinaturas do Jornal Magazine Independente para o ano de 2017. Queiram por favor consultar a tabela que se segue e efectuar as subscrições na Av. Ahmed Sekou Touré Nº 1078 1º andar. TABELA DE ASSINATURAS opinião Você está confuso com o que acontece no mundo? Eu também estou. Todo mundo está. Essa é a realidade subjacente e contínua de um sistema-mundo caótico. Numa situação caótica, há mudanças constantes e dramá- ticas nas prioridades de todos os atores. Num dia, as coisas parecem correr de modo favorável, do ponto de vista de certo ator. No dia seguinte, a perspectiva parece muito desfavorável. Nem sempre o sistema-mundo esteve mergulhado no caos. Muito pelo contrário! O sistema-mundo moderno, como qualquer sistema, tem suas regras de funcionamento. Essas regras possibilitam que tanto os de fora quanto os participantes avaliem o comportamento provável de diferentes atores. A aderência às regras de comportamento expressa o funcionamento “normal” do sistema. Somente quando o sistema atinge um ponto em que não é possível retornar a um equilíbrio (móvel) que renova suas operações normais é que ele entra numa crise estrutural. A incerteza caótica é uma característica central dessa crise estrutural. No começo de setembro de 2017 houve três dessas mudanças dramáticas em prioridades e alianças. A que atraiu maior atenção foi o anúncio, pelo presidente dos EUA Donald Trump, de que havia chegado a um acordo com os líderes democratas do Congresso – senador Chuck Schumer e deputada Nancy Pelosi – para promulgar uma medida de (1) ajuda emergencial para o furacão no Texas e estados vizinhos, sem impor quaisquer condições, combinada com (2) aumento do teto do endividamento, por três anos. Esse acordo foi significativo por duas razões. Primeiro, porque Trump havia se comprometido a não negociar com os democratas. E mais, essa negociação foi aparentemente nos termos estabelecidos pelos democratas. Mais importante ainda, Trump fez esse acordo sem informar, até o último minuto, a liderança republicana no Congresso – o deputado Paul Ryan e o senador Mitch McConnell, que se sentiram compreensivelmente atacados por essa ação. Segundo, e ainda mais surpreendente, ele adiou por seis meses o fim do programa DACA, celebrado pelo ex-presidente Barack Obama. O DACA foi projetado por Obama para permitir a permanência, nos EUA aos chamados dreamers, imigrantes “ilegais” que chegaram ao país na infância. Trump prometera cancelar o programa no primeiro dia do seu mandato. Por quanto tempo esse acordo irá durar, ainda não se sabe. Mas seu simples anúncio perturbou, provavelmente por um longo tempo, a relação de confiança entre Trump e os congressistas republicanos. Foi por certo uma virada dramá- tica. Menos notada, mas muito importante, foi o anúncio, pelo governo da Indonésia, da mudança, para Mar de Natuna Norte, do nome das águas imediatamente ao norte do país. Esse ato aparentemente inócuo pode ser entendido em termos de história das reivindicações marítimas nas águas do leste e sudeste da Ásia. Há algum tempo, a China tem reivindicado a maior parte desses mares e construído bases em ilhas ou mesmo rochas neles localizadas. As reivindicações chinesas foram contestadas pelas Filipinas, Taiwan e Vietnã, e também pelos Estados Unidos. Até agora, a Indonésia tentou manter-se neutra nessas disputas e até se ofereceu como mediadora. O ato de renomear as águas ao norte do país é, contudo, uma proclamação dos direitos indonésios a águas reclamadas pela China. Anunciar publicamente essa disputa é não apenas um ato contra a China como também uma atitude muito “dura” da Indoné- sia. A China imediatamente sinalizou seu desagrado com a renomeação. A Indonésia não está recuando. A terceira virada em alian- ças é menos dramática porque já acontece há algum tempo. Todavia, agora assumiu uma forma dramática. A Turquia parece ter renunciado a suas obrigações como membro da OTAN, ao decidir pela compra de um sistema militar russo de mísseis terra-ar, que não é “interoperável” pelos aliados da OTAN. Esse ato é considerado um grande giro nas antigas relações turcas com a Europa Ocidental e os Estados Unidos. Da perspectiva turca, é simplesmente uma resposta a atos hostis de membros da OTAN contra ela. Tem ainda implicações para alianças geopolíticas e grandes arranjos econômicos. É uma maneira de relegar ao passado disputas entre a Turquia e a Rússia sobre a Síria e o Irã. Também aqui é preciso averiguar o quanto durará. Viradas dramáticas são o arroz com feijão cotidiano de uma crise estrutural. Isso significa que viveremos em incerteza caótica até que a crise estrutural seja resolvida em favor de uma das duas pontas da bifurcação. Precisamos concentrar nossas análises e nossas ações naquilo que torna mais provável o lado progressista da bifurcação ultrapassar, no médio prazo, o lado reacionário, para a resolução dessa luta. * Immanuel Wallerstein é um dos intelectuais de maior proje- ção internacional na atualidade. Seus estudos e análises abrangem temas sociólogicos, históricos, políticos, econômicos e das relações internacionais. É professor na Universidade de Yale e autor de dezenas de livros. Immanuel Wallerstein Cresce a instabilidade global. Atores políticos antes previsíveis alteram seu comportamento bruscamente. Antecipar o futuro torna-se quase impossível. A crise estrutural aprofunda-se 17 de Outubro 2017 | Terça-feira Magazine independente 7 O combate à corrupção e o papel de vários actores! O futuro na Unesco jossiasgira@gmail.com O Presidente da República, Filipe Nyusi, fez na última Sexta-feira, aquilo que lhe competia fazer como Chefe de Estado: Dar a devida legitimidade política ao combate à corrupção, um fenó- meno que virou cancro desde que o País abandonou a economia centralmente planificada e abraçou a economia de mercado, vulgo capitalismo. Em discursos avulsos, na capital e nas províncias, em comunica- ções no estrangeiro e até no XI Congresso da Frelimo, Nyusi sempre sinalizou que o combate à corrupção era uma prioridade número 1 na sua governação e na Sexta-feira o que ele fez foi mesmo selar essa intenção política, marcando, ele próprio, o pontapé de saída para uma jornada que será dura, longa e produzira vítimas. Não se vá culpar, doravante, o PR nem o Governo a nível central por não ter dado o aval político para o combate avançar. Não se vai alegar alguma cumplicidade política para quem doravante ande a delapidar fundos públicos, para quem ande a gerir mal o património do Estado para obter benefícios próprios, para quem faz jogadas de favorecimento para beneficiar amigos e familiares. Isso já acabou, promete o Presidente falando a quadros seniores que fazem a gestão do Estado a vários níveis. E depois do discurso incisivo do Presidente Nyusi o que sobra? Sobram certamente comentários abonatórios a intenção do Chefe do Estado. Sobram análises muito boas a sua inspiração e vontade de liderar uma nova era de distanciamento para com a corrupção e sobram muitas interrogações: Será que o Governo vai conseguir reduzir os altos e vergonhosos índices de corrupção? Em nossa opinião, o Presidente da República fez e muito bem a sua parte, a parte que lhe competia como Chefe do Governo. A impunidade em relação aos crimes de corrupção roçava e roça, ás vezes, o ridículo, ao ponto de quem não for corrupto ser ridicularizado em várias instituições do Estado e mesmo a nível das famílias. Só que esse combate não começa nem termina no PR. Em nosso entender, muitos e vários actores sociais estão convidados a fazerem parte nesta jornada que no final do dia honrará e dignificará a grande família moçambicana quando as estatísticas e barómetros nos colocarem entre os paí- ses menos corruptos do Planeta. Os denunciantes e testemunhas têm aqui papel fundamental. Devem denunciar e testemunhar com responsabilidade. Sem maldade e sem nenhuma outra motivação que não seja proteger o bem-comum do Estado mo- çambicano. Os investigadores policiais ou do Ministério Público devem elaborar com responsabilidade, serenidade e no estrito respeito pela Lei os competentes processos- -crime, de maneiras que quando estes chegarem ao juiz, este tome decisões justas e baseadas apenas na legislação pertinente. Os juízes ou tribunais têm aqui papel fundamental e decisivo, pois não se espera que o combate à corrupção produza vítimas para entrarem nas estatísticas sobre quantos corruptos foram presos, quantos corruptos foram julgados, quantos foram acusados. A guerra declarada Sexta-Feira contra a corrupção pelo PR não é uma campanha de caça às bruxas. De vinganças entre colegas, entre superiores e subordinados por razões mais ou menos mesquinhas. É um assunto sério que visa devolver dignidade a todo um Estado, a todo um País. A guerra contra a corrupção não deve ser feita tipo campanha, num País que gosta muito de fazer as suas campanhas, muitas delas muito mal feitas ate. Conhecemos a pressão da sociedade para que os corruptos vão todos a cadeia. Conhecemos a pressão dos famosos doadores para que os corruptos sejam julgados e condenados. Conhecemos a pressão das nossas organizações da sociedade civil para que as cadeias sejam abarrotadas de quadros e quanto mais superiores forem melhores, quanto mais sonantes e mediáticos os nomes melhores. Mas atenção: os nossos procuradores e juízes não podem cair nessa tentação de correr para prender gente inocente, gente cujos crimes não têm provas sólidas. Prender gente apenas para satisfazer estatísticas, doadores e sociedade civil. A nossa Justiça não deve se sentir pressionada nem obrigada pelo Governo ( que até lhe paga bons salários) para correr e prender quadros apenas porque tem nomes sonantes e são figuras mediáticas e assim haver relatórios ricos nos organismos nacionais e internacionais de combate à corrupção. O Presidente Nyusi não disse que de hoje em diante as cadeias devem estar cheias de gente. E preciso um trabalho calmo e competente. É preciso prover as instituições de investigação criminal de meios para que no final de cada acusação, haja provas robustas que fa- çam calar o mais crítico dos analistas. Todos nós temos responsabilidades acrescidas nesta fase nova do combate à corrupção, pois todos nos temos que acusar e provar em sede do tribunal os verdadeiros corruptos e deixar em paz aqueles que apenas parecem corruptos, mas que podem justificar os seus rendimentos. Porque não tenhamos duvidas: há por este País gente com grande nível de vida, resultante da sua entrega ao trabalho, ao empreendedorismo. O discurso do PR inicia e legitima um processo, mas não encerra um trabalho complexo que vem ai. editorial No seio das várias atitudes controversas que Donald Trump tem vindo a tomar na ordem internacional, o anúncio da saída dos EUA da Unesco deve ser visto como significativo, no entanto, como um episódio menor. A circunstância de Israel ter acompanhado a atitude americana revelou a racionalidade subjacente: foi uma resposta a decisões recentes que, no âmbito da organização, foram tomadas num sentido que as autoridades israelitas interpretam como hostis aos seus interesses. A Unesco é uma agência da constelação das Nações Unidas dedicada à educação, à ciência e à cultura. Ela é mais visível, contudo, na leitura das opiniões públicas, pela classificação dos patrimónios, de natureza material e imaterial, disputadas pelos vários países como fatores de prestígio, com consequências económicas não despiciendas. Não obstante os seus objetivos poderem indiciar alguma neutralidade temática, tornou-se evidente, ao longo do seu historial, que a Unesco se foi transformando num palco secundário dos grandes afrontamentos políticos à escala global. Por um tempo, a Guerra Fria e as questões do então chamado Terceiro Mundo marcaram os dias da Unesco. Em crescendo, o diferendo israelo-palestiniano transportou para aí toda a sua acrimónia. A partir de certa altura, o mundo ocidental revelou um certo incó- modo com o curso tomado pela organização, vista como um instrumento para agendas adversas aos seus objetivos. Os Estados Unidos e o Reino Unido, por exemplo, haviam já assumido gestos de afastamento da Unesco, com consequências graves nas respetivas contribuições financeiras. Outros Estados não deixaram de mostrar sintomas de idêntico desagrado, apenas minorados pelo imperativo de terem de manter um relacionamento minimamente eficaz, no plano diplomático, com zonas do mundo que usavam a organização para dar relevo às suas especificidades culturais ou de relativismo civilizacional, como era o caso do mundo islâmico. Algum regular viés doutrinário em certas decisões geradas no seu seio, embora de forma indiscutivelmente democrática, contribuíram para que a Unesco sempre mantivesse a si associado um registo polémico, bem patente nos momentos de mudança dos respetivos diretores-gerais. Convém no entanto ser justo: dentro da Unesco, continuou sempre a ser desenvolvido, em muitas e importantes áreas, um trabalho reconhecidamente notável, da maior importância no plano científico e cultural, que garantiu à organização um lugar interessante, respeitado e prestigiado no universo multilateral. A recente decisão da administra- ção Trump de abandonar a Unesco insere-se naquilo que é manifestamente o multilateralismo à la carte que Washington assumiu como doutrina: utilizar o mundo das organizações internacionais quando ele convém à sua agenda nacional e atuar, nas áreas multilaterais em que os seus interesses não são servidos, de uma forma hostil e até agressiva. Acho, aliás, que estamos apenas no início desta coreografia política da equipa de Trump. Como sairá a Unesco desta crise? É evidente que os tempos futuros não vão ser fáceis para a organiza- ção, mas a verdade é que a atitude americana que vinha do passado também já tinha conduzido a Unesco a restrições muito fortes em vários dos seus programas. Os próximos anos serão complexos, mas talvez o facto de a nova diretora-geral, há dias eleita, ser francesa possa trazer a Europa para um papel mais importante na Unesco. E isso faria toda a diferença. Francisco Seixas da Costa diário notícias PT 8 Magazine independente Terça-feira | 17 de Outubro 2017 opinião Voz do Povo Olhar fotográfico Nilton Cumbe Se Machel fosse vivo, Moçambique estaria em outros níveis de desenvolvimento Arlindo Tivane Acredito que se o Presidente Samora Machel estivesse vivo, estaríamos em outros níveis de desenvolvimento. Ele tinha um pensamento diferente e o que ele dizia era acatado pelo povo moçambicano; era uma figura carismática. Entretanto, no sector de educação Samora Machel exigia um ensino de qualidade para poder ter bons resultados. O Presidente Machel valorizava a figura do professor, o que hoje não está acontecer. Clotide Pape Se o Presidente Samora Machel estivesse vivo, estaríamos em patamares de desenvolvimento aceitáveis. Quanto a educação, estaríamos avançados, bem como na saúde, porque ele foi enfermeiro. Na Saúde, Machel não gostava de ouvir que um profissional médico ou auxiliar abandonou o posto de trabalho; na agricultura também tinha um foco claro e praticável. Como medidas devemos lutar para acabar com corrupção. Absalão Chissano Se o Presidente Samora Machel estivesse vivo, Moçambique estaria desenvolvido, sobretudo quando olho para a questão da pobreza que nosso povo está a enfrentar até hoje. O Presidente Samora Machel lutava pela igualdade e não pela desigualdade, também dava valor aos sectores da Educação, da Saúde e da Agricultura. Penso que os nossos dirigentes deviam seguir o pensamento do Presidente Samora Machel. Sandra da Cruz Penso que se o Presidente Samora Machel estivesse vivo, o País estaria desenvolvido. O Presidente Samora Machel colocava em primeiro lugar a Agricultura como base desenvolvimento de Moçambique. Portanto, se resgatássemos o pensamento do Presidente Samora Machel, Moçambique estaria no outro patamar, pelo que apelo a todos os nossos líderes que resgatem os ideais de Samora Machel. 17 de Outubro 2017 | Terça-feira Magazine independente 9 opinião Quem toca tambor para fazer o louco dançar, não é mais lucido do que o louco (Provérbio Africano) Daniel Kahneman, um teórico que combina finanças e psicologia, trouxe ao pensamento económico a base do que designou de efeito de dotação que se funda no princípio de que os humanos têm aversão ao risco nas suas escolhas. Esta teoria sugere que o ser humano e as suas formações sociais estariam mais inclinados a um processo de crescimento e desenvolvimento sem riscos. Contudo, os caminhos trilhados por muitos países como Moçambique, perseguindo modelos de desenvolvimento de outros países, têm tendência para o prejuízo pelo facto de procurar imitar o percurso dos outros em contextos históricos e culturais diferentes. As definições clássicas apontam o conceito de desenvolvimento como “o aumento de produtividade e/ou da renda por habitante acompanhado por uma acumulação de capital” (Luiz Carlos Bresser-Pereira). Esta e outras definições do tipo mais parecem com uma normação do que com um processo. Como normação se força uma concentração obsessiva na acumulação de capital, o que tende a sacrificar outros aspectos da vida. Economistas como Joseph Schumeter reconhecem este sacrifício na sua dissertação sobre a chamada “destruição criativa” associada ao desenvolvimento baseado no capital. Isto está patente nas perdas de valores morais, culturais, destruição ambiental, novas doenças, guerras mais violentas, crises económicas com ciclos mais frequentes, etc. Se se olhar como a natureza processa o desenvolvimento pode-se aprender bastante para transformar o desenvolvimento de padrão normativo em processo evolutivo. A biologia ensina que crescimento e desenvolvimento são coisas distintas, mas relacionadas, integradas e interactivas. O crescimento de um organismo é um processo de multiplicação de células, e o desenvolvimento é a organização das células em tecidos e estes em órgãos que desempenham tarefas complexas, mas de forma coordenada. Uma multiplicação celular descoordenada prejudica o sistema. Um tecido, ou órgão que esteja em falta ou em excesso aniquila a eficiência do sistema ou da própria vida. Não desenvolvimento de órgão sem a célula e não há célula fora do tecido ou órgão. Esta lição sugere que o crescimento e desenvolvimento do País deve procurar ir para além dos aspectos normativos do capital, para trazer balanceamentos sociais, culturais e morais onde o homem (e não o Produto Interno Bruto-PIB) é centro motivador e beneficiador. O desenvolvimento visto como o uso das habilidades da sociedade para transformar a sua vida, acarreta menos riscos, pois cada membro da sociedade passa a ser imprescindível e se enquadra numa organização social que tem a sua tarefa. O funcionamento dos órgãos estabelece um sistema que estimula o crescimento e o desenvolvimento. Neste processo, o ser humano, e não a competitividade, é sujeito e objecto. Claramente que não se deve ignorar os modelos de outros países pois podem ser úteis como referencias, mas nocivos como meta. A adopção do desenvolvimento como um processo de transformação não assume obsessivamente uma meta, porque não há limite para a evolução de uma sociedade. O processo assume como alavanca o contexto local como se de célula se tratasse. O contexto local assume a localidade e a aldeia como o ber- ço que estrutura o crescimento e o desenvolvimento. É na visão da aldeia e da localidade como células onde nasce a diferenciação e a orienta- ção. E quem marca essa diferenciação é a cultura, que joga um papel preponderante como propulsionador. Mesmo o mundo globalizado, apregoa que a competitividade no mercado é ditada por aquilo que um país tem de único e especial e que pode partilhar com o mundo. O que cada sociedade tem de único é a sua cultura. Quando Moçambique tenta entrar no merca - do mundial de trigo ou de batata reno como produtor, muito cedo se visualizarão os riscos associados porque o trigo e a batata reno, embora sejam parte da dieta do Pais, o seu berço cultural é noutros quadrantes. Seria talvez, mas competitivo se se cultivasse e se industrializasse a massala, mukhua, mafurra, rícino, mapira, ameixoeira, etc. Se este for o caminho a distinção e o respeito do país no mercado vai ser acentuado pelo valor intrínseco da cultura local, geração e incorporação de novos conhecimentos, maior aceitação nacional e mundial, tolerância, criatividade e equidade. A cultura é um dos primeiros elementos de preparação para a vida de uma sociedade, e por isso tem um papel importante na formação do capital social. A cultura contribui para o aumento do potencial intelectual e faz da sociedade um gerador e não puro consumidor de conhecimento. A cultura é um instrumento de colaboração, comunica- ção, e integração social, prevenindo as exclusões sociais patológicas que se assistem hoje. Quando um povo ignora a sua cultura, perde a sua identidade e a sua orientação, transformando-se em mau imitador dos outros. Muzamani Lucinda da Angónia Tenho uma amiga que vive no Malawi, ela manda-me uma mensagem a dizer: “Conheces uma Lucinda que parece ter sido tua colega no Lar da Nossa Senhora das Mercês na Beira”…. Eu fiquei abismada…. Claro que sim…. Foi a primeira vez que eu me reencontrei, mesmo pela internet com alguém do meu tempo do Lar da Nossa Senhora de Mercês na Beira…. Logo lhe pedi a estória e ela aceitou. Vamos ouvir a sua estória na primeira pessoa: “Chamo-me Lucinda da Concei- ção, nasci na Angónia em 1959. Fiz a escola Primária na Angónia e o Ciclo Preparatório em Fonte Boa. Depois fui para a Beira, Liceu Pero de Anaia e fiquei no mesmo lar que tu da Nossa Senhora das Mercês. Depois fui para Niassa. Durante a minha estadia na Beira o meu pai morreu durante a Guerra de Libertação Nacional. As irmãs até rezaram uma missa para mim. Lembras-te quando faltávamos a algumas aulas para ir à praia e quando roubávamos as uvas dos vizinhos? Tu e as outras mais altas tiravam as uvas e davam-nos a nós mais novas. Os donos da casa eram Madeirenses. As irmãs nunca nos viram. Havia também o grupo das mais velhas cheias de vaidade e arrogância que ficavam no canto delas. Cansamo-nos de comer esparguete com salsicha, mas mesmo assim, naquela altura em que começavam a rarear os produtos alimentares, comíamos bem. Mas o grupo das mais velhas do que nós tinham comida especial. A filha adoptiva do Eng Jardim também vivia lá, a de origem chinesa. Havia as irmãs Frechaut de Luabo. Lembras-te do Rui Francisco que vivia no Malawi mas que também estudava na Beira, primeiro no Luís de Camões e depois no Liceu do Pero de Anaia? A Umbelina do Matundo é que nos comprava os bilhetes de passagem quando íamos de férias para Tete. Nós íamos contigo à praia e eras a nossa responsável. Fiz o 5º ano em Niassa com o Bispo D. Luís Ferreira da Silva. Ele é que me pagava os estudos. Casei na Angónia. O meu marido trabalhava no Instituto de Cereais. Eu trabalhei na EDM até à reforma. Uma nossa colega chamada Fernanda Lobo que era de Mutarara viveu até há pouco tempo na Beira. Mas foi para Portugal há cerca de três meses. Eu tenho quatro filhos. Já sou avó. Na EDM, na Angónia eu era caixa. O meu filho mais velho e o segundo são Engenheiros Agrónomos. A minha filha trabalha no Município de Tete, chama-se Digna Maria Dolores Trindade. O mais novo está na Angónia neste momento. Ele estava a estudar Direito, só que não conseguiu continuar. As propinas estão muito caras. É esta a minha estória Isaura.” Obrigada Lucinda pela tua linda estória. Desenvolvimento sem correr atrás de prejuizo Estórias Isaura Macedo Pinto estorias.da.isaura@gmail.com 10 Magazine independente Terça-feira | 17 de Outubro 2017 nacional É preciso investigar as causas de os deputados adormecerem na Assembleia da República A Sasol e os seus parceiros, a Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos (CMH) e a International Finance Corporation (IFC), assinaram um Memorando de Entendimento com a Universidade Pedagógica em Maputo, representada na cerimónia pelo seu Magnifico Reitor, Jorge Ferrão. O programa de capacitação de professores, cuja implementação em 3 anos está avaliada em cerca de 400 mil dólares, tem como objectivo impulsionar a qualidade da educação nas áreas de Matemática e Ciências Naturais para estudantes de 8ª a 12ª classes, nos distritos de Inhassoro e Govuro, na província de Inhambane. Seis escolas secundárias de Pande, Doane, Inhassoro e Maimelane receberam já laboratórios, materiais de ensino e aprendizagem como parte do programa. Na ocasião, Martin Waterhouse, vice-presidente de Operações da Sasol em Moçambique, referiu que “a assinatura do memorando hoje reforça o nosso compromisso na promoção da educação, particularmente nos assuntos relacionados à Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM) para beneficiar não só a Sasol, como um futuro empregador, mas o sector de petróleo e gás como um todo”. O projecto de gás natural tem trazido benefícios significativos para Moçambique, tendo o investimento permitido iniciar a realização de benefícios da riqueza natural do País, fornecendo, desta forma, uma plataforma para os tão necessários investimentos, crescimento económico, formação de mão-de-obra nacional e desenvolvimento social. O compromisso da Sasol em Moçambique iniciou há mais de uma década, quando juntamente com a Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos, SA (CMH) e a International Finance Corporation (IFC), desenvolveu o projecto de gás natural de Pande e Temane. Este projecto foi pioneiro na monetização dos campos de gás de Pande e Temane, que se encontravam sem mercado, há mais de 30 anos. Sasol reforça capacidade dos professores Instituições púbicas e privadas abertas em Mocímboa da Praia Instituições públicas e privadas voltaram a funcionar normalmente em Mocímboa da Praia, Província de Cabo Delgado, depois dos recentes ataques de homens armados desconhecidos. A governadora de Cabo Delgado, Celmira da Silva, garante que a vida voltou a normalidade. A investigação é a principal ferramenta para a produção do conhecimento e da cultura no mundo actual e em Moçambique, em particular. Trata-se de um aspecto incontornável para a produção do saber, do conhecimento em várias áreas, sendo que, no contexto moçambicano, os docentes, estudantes e cidadãos, no geral, têm ainda um grande trabalho por realizar neste âmbito. Esta foi a síntese da apresentação, efectuada pela docente da Universidade Pedagó- gica, Sarita Monjane- -Henriksen, num colóquio, promovido, recentemente, em Maputo, pela Biblioteca Central da Universidade Politécnica, sob o tema “Investiga- ção, conhecimento e produção cultural no espaço de língua portuguesa”. Na sua dissertação a oradora levantou questões como: “Investigar o quê, porquê e como?”. A docente universitária referiu-se a vários tipos de investigação e aos riscos que se apresentam no processo de elabora- ção de projectos de pesquisa. No seu dizer, “ao realizar um projecto de investigação é necessário ter-se em conta as questões de viabilidade, custo e prazo”. Acrescentando, afirmou que se debruçou igualmente sobre a relevância temática, científica e social, incluindo os ingredientes principais para a produção de um bom projecto de investigação. Revelou, na ocasião, um conjunto de temas que podem ser discutidos, no País, no âmbito da investigação, dando como exemplo, a importância que há em estudar-se os motivos pelos quais na Assembleia da Repú- blica de Moçambique alguns deputados adormecem. Na verdade, o que a docente sugere que se estude, do ponto de vista da Política Linguística, é questão da língua utilizada para a comunicação entre todos os participantes? Até que ponto o português é língua comum para a maior parte dos mo- çambicanos?”, questionou. Um outro orador do colóquio, Moisés de Lemos Martins, da Universidade do Minho, em Portugal, incidiu a sua apresentação sobre “O repositório do acesso aberto ao conhecimento científico, cultural e artístico”. Explicou que a globalização não é apenas a colonização em espírito, pois é também uma realidade pura e ambígua e tem a ver com a intervenção dos mercados ao nível mundial. “As tecnologias de informação trazem melhor controlo tecnológico sobre os indivíduos, mas também permitem que estes se constituam como comunidade”, argumentou, sublinhando que as tecnologias alargam o espaço do controlo. A mobilização tecnológica para o mercado global, conforme indicou, faz com que todas as coisas tenham valor económico, incluindo as pessoas, almas e espíritos: “Tudo hoje é avaliado em termos económicos e financeiros, isto resulta em indivíduos móveis, flexíveis e mobilizáveis para os interesses do mercado”, frisou o académico luso. Num outro desenvolvimento, disse que “a todos os níveis, o que quer que façamos socialmente requer que sejamos competitivos. Para se ser competitivo é preciso adoptar a lógica da produção, que não somos nós que a definimos”. Para Moisés de Lemos Martins, a disseminação de informação e conhecimento, através de portais, sites, blogs e redes sociais é importante, devido ao proactivismo na rede e permite o desenvolvimento da cidadania, do sentido crítico e democrático das sociedades, o que consequentemente concorre para o desenvolvimento humano. Ainda neste colóquio, o escritor moçambicano Crimildo Bahule dissertou sobre “Como produzir cultura e fazer música em língua portuguesa num espaço em que a maioria é de língua bantu”. Levantou questões pertinentes para se debater e afirmou que: “Se temos um músico que produz música em língua portuguesa, automaticamente, num cená- rio como o nosso, está a cantar para poucas pessoas. Produzir cultura, concretamente a música, em espaço de língua portuguesa é como andar na areia movedi- ça, porque a maior parte das pessoas, em Moçambique, não vai perceber a mensagem. Talvez esse dilema não se coloque nos casos do Brasil e Portugal, mas em Moçambique a língua portuguesa é usada apenas nas editoras, mas, quando falamos de percepção, a maioria da população não está identificada com a língua portuguesa, pois a base etnolinguística ainda é muito forte para questões identitárias no País”, defendeu Crimildo Bahule. O Presidente da República (PR), Filipe Nyusi, defendeu, semana finda em Maputo, reformas no sector do turismo, para tornar o país num destino privilegiado para os turistas nacionais e estrangeiros, segundo avançou ANGOP. Filipe Nyusi, que falava na abertura da IV Edição da Feira Internacional de Turismo de Maputo, denominada FIKANI, apontou algumas medidas em curso para a dinamização do sector, como a introdução do visto de fronteira, em sintonia com os demais países da SADC. O PR reconheceu que o desenvolvimento de um turismo sustentável, em Mo- çambique, está minado por vários obstáculos críticos, que poderão retrair o reflorescimento da actividade no país. FIKANI é um evento que junta, até ao próximo domingo, 145 expositores nacionais e internacionais e é tido como uma oportunidade para os operadores turísticos encontrarem novos clientes e estabelecerem novas parcerias e promoverem a troca de experiências. Dados apresentados pelo presidente moçambicano apontam que o país atraiu, em 2016, cerca de 1,7 milhão de turistas. Participam na Feira 126 stands de exposição, com destaque para hotelaria, companhias aéreas, agências de viagens, gastronomia, artesanato, entre outros produtos e serviços. África do Sul, Swazilândia, Nigéria e Ghana são alguns dos países que participam no FIKANI 2017. PR defende reformas no sector do Turismo 17 de Outubro 2017 | Terça-feira Magazine independente 11 Representantes de empresas públicas mostram-se preocupados com os procedimentos que ditam a abertura de processos disciplinares, no âmbito da auscultação pública para a revisão da Lei do Trabalho levado a cabo pelo Ministério do Trabalho Emprego e Seguran- ça Social (MITESS). A preocupação deriva dos procedimentos que conduzem à instauração de processos disciplinares aos trabalhadores de uma determinada empresa, quando cometem uma infrac- ção da qual também pode resultar um processo-crime. Esta inquietação foi manifestada durante o encontro de auscultação e recolha de contribuições, decorrida recentemente, onde os gestores de recursos humanos e juristas em representação das empresas públicas, defenderam que deve existir uma conexão clara entre o processo disciplinar laboral e o processo-crime. Eles entendem que o “processo-crime deve produzir efeitos jurídicos sobre o processo disciplinar, no caso de o processo-crime resultar em sentença condenatória do trabalhador em infracção relacionada com a sua actividade profissional na empresa”. Este foi um dos pontos que suscitou maior debate por parte dos representantes das dez empresas públicas, no processo de auscultação e contribuições para a Lei de Trabalho, em vigor há mais de dez anos e que carece de uma actualização. Ainda no rol das contribuições dadas pelas referidas empresas, destacam-se as faltas justificadas, contrato de trabalho a prazo certo e licença de nojo. Em relação à licença de nojo e tendo em conta questões só- cio-culturais foi sugerido que os cinco dias concedidos pela morte do pai, sejam também concedidos pela morte do sogro, contra os actuais dois dias. As empresas solicitaram igualmente a revisão das condições de celebração de contrato de trabalho a prazo certo, para facilitar a contratação dos trabalhadores pelas empresas. As sessões de auscultações pú- blica que o Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social leva a cabo, decorrem sob coordenação da Direcção Nacional do Trabalho, envolvendo ainda a Inspecção Geral do Trabalho (IGT), Comissão de Mediação e Arbitragem Laboral (COMAL), Gabinete Jurídico, Gabinete Jurídico do Instituto Nacional de Segurança Social e o Instituto Nacional de Emprego. Participaram no referido encontro representantes da Administração Nacional de Estradas (ANE), Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), Electricidade de Moçambique (EDM), Fundo de Estradas, FIPAG, IGEPE, mcel-Mo- çambique Celular, PETROMOC e Telecomunicações de Moçambique (TDM). Juristas defendem conexão entre processo disciplinar e processo-crime Moçambique está em condições de erradicar a fome até 2030 O Programa Alimentar Mundial (PAM) considerou, esta segunda-feira, em Maputo, que Moçambique está bem encaminhado para erradicar a fome até 2030, mas enfrenta o desafio de tirar um quarto da população da insegurança alimentar. “Po d e s e considerar que o país caminha r u m o à fome zero”, declarou, em conferência de imprensa, a representante do PAM em Moçambique, Karin Manente, falando por ocasião do Dia Mundial da Alimentação. O País conseguiu reduzir para metade o número da população em situação de fome, cumprindo uma das metas inscritas nos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. “No âmbito dos Objectivos de Desenvolvimento do Milé- nio, a meta de Moçambique era diminuir a percentagem da população em situação de fome para metade, estava em 56%, em 2003, e agora está em 24%”, declarou a representante daquela agência da ONU. No âmbito dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, Moçambique está empenhado em alcan- çar a meta de fome zero, até 2030, acrescentou Karin Manente. Apesar dos progressos, a representante afirmou que um quarto da população moçambicana ainda vive numa situação de insegurança alimentar cró- nica e mais de 40% de crian- ças com menos de cinco anos sofre de desnutrição crónica. “São múltiplos os factores que agravam a situação de insegurança alimentar e nutricional para um nível sério: pobreza generalizada, VIH, oportunidades de emprego no campo limitadas e choques recorrentes causados pelas mudanças climáticas”, apontou. Karin Manente adiantou que as práticas agrícolas de baixa produtividade e a falta de acesso aos mercados por parte dos produtores também exacerbam a situação da fome em Moçambique. As taxas de desnutrição são especialmente elevadas nas zonas rurais, onde as dietas não são diversificadas e são pobres em nutrientes essenciais. Para o combate à inseguran- ça alimentar, será necessário reforçar os investimentos nas zonas rurais, incidindo numa maior capacitação dos pequenos agricultores, sobretudo mulheres. “O Plano Estratégico do PAM para Moçambique tem a visão de contribuir para as soluções locais e apoiar a capacidade do Governo de Mo- çambique de erradicar a fome e a desnutrição crónica até 2030”, destacou Karin Manente, citado pela ANGOP. A vice-ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Nyeleti Mondlane, vai participar na 17ª Reunião Ordinária do Conselho de Ministros da Associação dos Países da Orla do Oceano Índico (IORA), que terá lugar no dia 18 de Outubro em curso, em Durban, África do Sul. No encontro, os ministros têm como principal ponto de agenda a eleição do novo Secretário-Geral da IORA, para o mandato de 2018-2021 e a passagem da presidência pro- -tempore da organização para a África do Sul. Os governantes vão também avaliar os progressos alcan- çados na implementação das actividades definidas na última reunião deste órgão, bem como a identificação de iniciativas para o reforço da cooperação entre os Estados membros. A participação da vice-ministra no Conselho de Ministros da IORA constitui uma oportunidade para o reforço da cooperação entre Moçambique e os países banhados pelo Oceano Índico nos vários domínios, com destaque para a segurança marítima, que tem sido a tónica da agenda da associação. Nyeleti Mondlane participa na reunião do Conselho de Ministros da IORA 12 Magazine independente Terça-feira | 17 de Outubro 2017 Kenmare resources reports another production record The Irish company Kenmare Resources, which operates the titanium minerals dredge mine at Moma, in the northern Mozambican province of Nampula, has reported record production levels in the third quarter of 2017. english A Chinese citizen was electrocuted and 17 Mozambicans suffered injuries when a violent storm hit Chimoio, capital of the central Mozambican province of Manica, on Tuesday evening. The Chinese man, who has not yet been identified, died when high winds knocked down an electricity pylon, and he was struck by one of the loose cables. Most of the injuries were caused by falling walls or trees, or other objects tossed around by the wind. One man was struck by lightning and has lost an arm. The Chimoio district administrator, Daniel Andicene, said the winds reached speeds of 80 kilometres an hour, and 72.5 millimetres of rain fell in the hour or so that the storm lasted. Damage to pylons and electricity transformers meant that most Chimoio neighbourhoods were deprived of their electricity supply. “We are working to ascertain the losses”, Andicene told reporters on Wednesday. “We have circulated through several neighbourhoods and found that there are many households who need our support. We are working to see if we can help them”. The storm destroyed or damaged 25 classrooms, two health units and several government offices, as well as Andicene’s own official residence. The fire brigade was called out to remove fallen tree trunks that were blocking main roads in parts of the city. The Chimoio community radio station has been forced off the air because the storm knocked down its transmission tower. The storm also hit Sussundenga, Macate, Vanduzi, Gondola, Guro and Tambara districts. The full extent of the damage here is not yet known, and the provincial director of public works, Eduardo Naietiene, said a full survey of the damage across the province is now under way. The Manica provincial government met in extraordinary session on Wednesday to discuss its response to the storm, and the measures needed to support those affected.AIM Violent storm hits Chimoio FDA fraud: accused deny each other’s claims The former chairperson of the Mozambican government’s Agricultural Development Fund (FDA), Setina Titosse, and the woman who was once her personal assistant, Milda Cossa, swapped accusations in the Maputo City Court on Wednesday. Both are key accused in the case of the gigantic fraud which saw 170 million meticais (about 5.6 million US dollars at the exchange rate of the time) disappear from the coffers of the FDA between 2012 and 2015. The court confronted them in an attempt to resolve contradictions in the evidence they had given in September. But they both stuck to their stories. Cossa said that Titosse had insisted that she collect the bank cards from her sister Binaia Manganhe, and her brothers Gerson and Dercio, who had all opened accounts at the BCI, the country’s second largest commercial bank, to which money drained from the FDA for non-existent livestock projects was to be sent. According to Cossa, Titosse wanted the bank cards so that the three siblings could not “waste” the money deposited in their accounts. Cossa said that, as the FDA money entered the accounts, Titosse ordered Cossa to transfer it to other accounts, the numbers of which she supplied. “In order to control the amounts, Setina said I should keep the bank cards”, recalled Cossa. “Setina gave me, in her own house, Binaia’s card. We used the cards depending on her needs, particularly in the shops where we made purchases”. “The greatest beneficiary of all the money that entered the accounts of my brothers and sister was Setina Titosse”, accused Cossa. She said the FDA money was to allow Binaia, Gerson and Dercio to breed cattle – even though they did not own a single cow between them. Cossa said that in reality the money was intended for Titosse, and there was nothing left over for livestock. Titosse claimed it was Cossa herself who suggested collecting the bank cards from her brothers, since she did not trust them with money. “I always used my own cards for my purchases”, she said, “so I didn’t instruct her to use her brothers’ cards for any payment”. She admitted that money from the FDA did reach her hands, to pay for cattle that would be supplied from her own company – but admitted that some of the would- -be beneficiaries had not yet received any animals at all. So here was the head of a state institution openly admitting that money from that institution was channelled to buy livestock from a company which she owned. Titosse said she had helped Cossa’s brothers “because she asked me to, saying that they were suffering”. Judge Alexandre Samuel has now adjourned the trial until 1 November, when experts from the Ministry of Economy and Finance and the Administrative Tribunal will give evidence about the reports and accounts of the FDA.AIM Nyusi warns of obstacles threatening Tourism Mozambican President Filipe Nyusi on Thursday recognised that the development of sustainable tourism in the country is threatened by critical obstacles and, if urgent measures are not taken to deal with them, they could thwart the government’s hopes for a flourishing of tourism. Speaking in Maputo at the opening of the annual Mozambique International Tourism Fair (FIKANI), Nyusi listed some of these obstacles as poor access roads, lack of good quality electricity and drinking water in some tourist areas, the shortage of properly trained tourist guides, and the lack of courtesy shown by officials in attending to tourists. “These are the challenges to be overcome”, he declared. “In addition, we should include in the list of challenges, the fight against corruption and excessive red tape”. The government, he added, is already working to solve these problems. There are over 145 national and foreign exhibitors at FIKANI, displaying tourism products and potential, giving the public the opportunity to visualise the beauty and charm of Mozambique, and to know the tourism services that are available. The Fair provides an opportunity for tourism operators to find new clients, establish new partnerships and promote exchange of experiences. Despite the obstacles cited by Nyusi, tourism has been playing an increasing role in the Mozambican economy, thanks to the investments made in recent years. Nyusi said that, as a result of these investments, Mozambique attracted 1.7 million tourists in 2016. This is, however, a long way short of the government’s target, which is to reach four million tourist arrivals a year by 2025. Tourism also supports 60,000 jobs, directly and indirectly. These figures, Nyusi said, “strengthen our conviction that tourism is one of the sectors that can offer a great deal of employment”. The government, he continued, intended to maximise the potential of tourism to generate wealth for the benefit of the Mozambican people. It had therefore approved, earlier this year, the Tourism Marketing Strategy, including mechanisms for promoting domestic tourism, which is one of the recommendations of the Strategic Plan for the Development of Tourism for the period 2016-2025. FIKANI is promoted by Mozambique Adviser, a tourism operator specalised in designing package tours and managing events. The Thursday event also launched, through Mozambique Adviser, the project “TIYENDE Mocambique” (which means “Let’s go, Mozambique!”). TIYENDE is a range of packages to promote domestic tourism, focusing on destinations regarded as priorities in the national tourism strategy, including Greater Maputo, Inhambane province, the “northern triangle” (the cities of Nampula, Nacala and Pemba) and Lake Niassa.AIM 17 de Outubro 2017 | Terça-feira Magazine independente 13 Cabo Delgado governor urges “calm and vigilance” UBA invested $5bn in Africa in 7 years United Bank for Africa (UBA) Plc says it has invested more than $5billion to support infrastructure development in African in the last seven years. Oliver Alawuba, the Chief Executive Officer, Anglophone UBA Group, stated this at the 2017 Tony Elumelu Foundation (TEF) 3rd annual entrepreneurship forum in Lagos. He said the investment in the last five to seven years, which cut across African countries where the bank exists, were in electricity, power generation, road construction and rehabilitation and that the funds were invested in Senegal, Cote d’Ivoire, DR Congo, Benin Republic and Nigeria. Alawuba said that over $500 million had been invested in the power sector to touch the lives of the citizens. “Most African countries are at different stages of development and evolution; we need infrastructure. Our economies will be helped by more inter African trade,” Alawuba said. Mr Emeke Iweriebor, the Chief Executive Officer, Francophone UBA Group, said that the company was interested in African development. Our passion in UBA is how we can develop Africa in line with our chairman’s vision using Africa capitalism,” Iweriebor said. He said that the bank supported oil and gas industry with $1billion in Ghana, noting that oil and gas was key to Ghana. Iweriebor added that the company had invested the sum of $200 million in cocoa production in Ghana, adding that Ghana and Cote D’Ivoire produce over 50 per cent of cocoa in Africa. According to him, the bank is supporting several government projects in different African countries to strengthen development and growth. The annoucemet of UBA investmente in Africa were made public during the 2017 Tony Elumelu Foundation (TEF) 3rd annual entrepreneurship forum which according to the organizer (TEF), the objective is to develop a strong and integrated brand identity for the TEF Entrepreneurship; During a media roundtable Tony Elumelu Chairman Tony Elumelu Foundation and visioner of “Tony Elumelu Entrepreneurship Programme” for Africa said that that a prosperous African continent is feasible, but this will be achieved through strategic investments and capital, not foreign aid. Mr Elumelu stressed that there was a correlation between the growth of entrepreneurship and the alleviation of poverty, in any economy of the world. He noted that Africa’s growth had come to a critical point it had to move, to the level of real-time empowerment of the citizens. Elumelu decried the fact that one of challenges for businesses in the continent, was the lack of an enabling environment which has affected the competitiveness of the region. The Heirs Holding Chairman said Africa had to attract capital, which is essential for Looking at the African environment, the business icon called on the governments in the continent to focus on improving the ease of doing business, which will attract capital. According to him “African leaders must focus on creating an enabling business environment for the growth of the Small and Medium enterprises, that are key drivers of economic transformation in any nation”. E.Muchanga The governor of the northern Mozambican province of Cabo Delgado, Celmira da Silva, on Sunday made her second visit to Mocimboa da Praia district within the space of a week, and urged the population to remain calm and vigilant in the face of any act that might disturb public order and tranquillity. According to Radio Mozambiq u e , s h e w a s speaking at a meeting with members of the district government, neighbourhood secretaries from Mocimboa town, and other representatives of the local authorities. Police units in Mocimboa da Praia came under attack from armed islamic extremists on 5 October. In those clashes, according to the police, two policemen and 14 of the raiders died and the extremists murdered a local community leader. The police made 52 arrests. There was a further clash last Thursday afternoon, on the main road between Mocimboa da Praia town and Palma, when a police unit was ambushed. Details are still sketchy, but at least four people (one member of the riot police and three of the attacking group) are said to have been killed. Celmira da Silva declared she was pleased that normality had returned to Mocimboa da Praia. “We have been informed that the situation in the district is calm”, she said. “Investigations are continuing and some results are beginning to emerge that allow the police to continue their work to discover what really happened here – who these groups are, and how we can continue working so that evils of this nature do not occur again”. In Mocimboa, the extremist group is referred to as “Al- -Shabaab”, although there is no evidence that it has any formal ties with the Somali terrorist group of that name. According to the independent newsheet “Mediafax”, the group is more properly The United Nations World Food Programme (WFP) is focusing its support for Mozambique on resilience to climate change and on long term social protection in order to meet the target of “Zero Hunger” by 2030, the WFP natonal director for Mozambique, Karine Manente, told a Maputo press conference on Monday. She said the WFP is helping the government draw up policies to confront problems of food and nutritional insecurity. “The plan intends to ensure that people hav access to nutritional foodstuffs and held them become more resilient to the climate shocks to which Mozambique is ever more prone”, she added. Speaking at the same press confernece, held to mark World Food Day, the representative in Mozambique of the Food and Agriculture Organisation (FAO), Castro Camarada, said that at least 24 per cent of the Mozambican population – or about 6.5 million people – are still in a situation of food insecurity. Manente was optimistic that Mozambique is well placed to read the “Zero Hunger” goal by 2030. She claimed that Mozambique had met the first of the Millennoum Development Goals (MDGs) which was to cut by half the number of people suffering from hunger between 1990 and 2015. “It was about 56 per cent, and now it’s 24 per cent”, she said. “There’s an improvement. And with the investment policies that exist, the prospect is that Mozambique can reach zero by 2030. That’s the great effort the country is making with the support of the United Nations and other partners”. Camarada urged that actions be directed towards young people in the countryside so that they would become interested in agricultural and livestock activities, including agro- -business including marketing and small scale processing.AIM Mozambique “can meet zero hunger target” called “Al-Sunna” or “Suahili-Sunna”. The ideology espoused by the group seems much the same as that of islamist extremists across the globe – according to Mocimboa da Praia residents, they want to impose Sharia law, ban the sale of alcohol, and remove secular monuments and Christian crosses. Orthodox Mozambican islamic organisations have denounced the group. More than 30 moslem organisations condemned the Mocimboa attacks, and the leaders of Mocimboa da Praia moslems say they repeatedly warned the authorities about the extremist group, but no action was taken. There is no tradition of fundamentalism, let alone terrorism, among Mozambican islamic communities, and a long tradition of cohabitation between moslems and christians.AIM 14 Magazine independente Terça-feira | 17 de Outubro 2017 nacional Assistência aos grupos vulneráveis ainda é um desafio A vice-ministra da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional, Leda Hugo, afirmou que a Biotecnologia deve ser desenvolvida e utilizada com medidas de segurança adequadas para o meio ambiente e para a saúde humana, o que exige a adopção e regulamentação de medidas apropriadas de segurança para o uso e manuseamento de produtos resultantes da Biotecnologia, de modo geral, e da Biotecnologia moderna ou engenharia genética, de modo particular. Ledo Hugo, que falava há dias em Maputo durante a cerimónia de abertura da capacitação aos membros do Grupo Inter-institucional de Biossegurança, disse, igualmente, que a Biotecnologia pode também contribuir para a preservação e melhoria da qualidade do meio ambiente. A ser ministrada pela Nova Parceria para o Desenvolvimento de África/ Rede Africana de Especialistas de Biossegurança (NEPAD/ ABNE), capacitação tem duração de dois dias, e marca o primeiro passo de um ciclo de capacitações em 5 pilares previstos no Memorando de Entendimento assinado com a NEPAD/ABNE a um de Julho de 2017. “Esperamos que a presente acção de capacitação contribua na sensibilização das partes interessadas e na divulgação do regulamento de biossegurança, acções bastante importantes para garantir a monitoria e gestão de possíveis riscos desta tecnologia”, disse a dirigente. Na ocasião, a Vice-Ministra agradeceu a Agência da NEPAD/ABNE, pelo apoio técnico-científico e financeiro que visa reforçar as competências dos reguladores Moçambicanos, de modo a responderem com eficiência aos desafios impostos pela biotecnologia. MCTESTP promove Capacitação dos Membros do GIIBS Tudo apostos para as eleições A Comissão Nacional de Eleições (CNE) garante que já estão criadas todas as condições para o decurso normal dos próximos pleitos eleitorais, no País, não obstante, a actual crise financeira. A garantia foi dada pelo vice-presidente da Comissão Nacional de Eleições, Meque Braz. Apesar dos progressos alcançados na Protecção Social, ainda persistem desafios no tocante ao reforço das acções de assistência aos grupos vulneráveis, segundo avançou, esta segunda- -feira, Lucas Mandrasse, vice-ministro de Género, Criança e Acção Social, durante as cerimónias de lançamento da semana de Protecção Social, que teve lugar no distrito de Magude, província de Maputo, sob o lema “Investir na Protecção Social é Investir no Desenvolvimento do Capital Humano”. Aida Matsinhe De acordo com o vice-ministro de Género, Criança e Acção Social, a protecção social básica tem vindo a ganhar uma grande projecção, como resultado do reconhecimento do seu contributo no fortalecimento do capital humano e no desenvolvimento social. O País, de acordo com o governante, tem dado passos importantes no desenvolvimento do piso de protecção social, como resultado deste processo está o conjunto de instrumentos legais e estratégias que regem a protecção social básica, com destaque para a II Estratégia Nacional de Segurança Social Básica para o período 2016-2024, o Plano Quinquenal do Governo que permitiu a expansão do acesso dos indiví- duos e grupos vivendo em situação de vulnerabilidade aos serviços sócias básicos. Entretanto, para o governante, apesar dos progressos alcançados nesta área ainda persistem desafios no reforço das acções de assistência aos grupos vulneráveis, de preven- ção da violência, desamparo, casamentos prematuros e outros fenómenos que afectam negativamente o bem-estar e desenvolvimento das famílias e comunidades. Por seu turno, o representante da Plataforma da Sociedade Civil para Protecção Social, Sérgio Falange avançou que estas feiras, que, no âmbito da semana de protecção social, este ano se estendem por algumas províncias do País, tem por objectivo advogar, divulgar e promover acções no âmbito da protecção social básica para as populações mais pobres e vulneráveis. Por outro lado, segundo Falange, este é um momento por excelência para sensibilizar e mobilizar a sociedade civil mo- çambicana para acções activas através da implementação de acções de assistência, solidariedade e responsabilidade social. “A semana de protecção social constitui uma oportunidade para a reflexão pública sobre a necessidade da promoção social”, frisou Falange, que espera ao longo desta semana debates que representam os anseios dos grupos vulneráveis, não só pelo facto de o País viver agora um contexto em que este seja necessário, mas também como um indicador que honra com actividades os fins constantes nos instrumentos legais que versam sobre está matéria. O representante do Banco Mundial, Elves Langa reiterou apoio técnico e financeiro com vista a materialização dos objectivos estabelecidos na polí- tica e na estratégia sobre protecção social, e reconhece que o desafio comum é transformar estes instrumentos em acções práticas. A representante do Governador da Província de Maputo, Jorgete de Jesus, avançou que “acreditamos que o lema escolhido visa despertar a nossa sociedade sob a importância e a necessidade de garantir a protecção e assistência as pessoas carenciadas e em situação de vulnerabilidade, pelo que somos todos chamados a conjugar esforços”. Acrescentou que “estamos comprometidos em garantir os direitos sociais às pessoas em situa- ção de vulnerabilidade através de várias acções e intervenções beneficiando aos idosos, mulheres, crianças, pessoas com deficiência e outros grupos sociais”. Assim, neste âmbito, de acordo com Jorgete de Jesus, o Governo da província de Maputo, com vista a aliviar o sofrimento destes grupos, assiste actualmente 16 126 agregados familiares vivendo em situação de pobreza e de vulnerabilidade, e 10 024 crianças em idade pré-escolar, através de centros infantis e escolinhas comunitárias. 17 de Outubro 2017 | Terça-feira Magazine independente 15 PUBLICIDADE 16 Magazine independente Terça-feira | 17 de Outubro 2017 nacional A Polícia da República de Moçambique (PRM) frustrou uma tentativa de tráfico de uma menor de 13 anos de idade envolvendo o seu pró- prio pai biológico, na cidade de Tete, província com mesmo nome, no centro do país, segundo noticia AIM. O negócio, inviabilizado recentemente por denúncia popular, envolvia 2.363 mil meticais, valor com o qual o pai da menor pretendia construir uma habitação e comprar artigos domésticos. Estefánio Máquina, pai da menor que escapou do tráfico, encontra-se detido nas celas da corporação no bairro Matundo. Para atingir os seus objectivos, Máquina contactou o presidente da Associação de Ervanários de Mo- çambique (AERMO), na província de Tete, José Soca Carlos. “Ele, Máquina, contactou-me para que eu procurasse um comprador da criança por 2.363 mil meticais. Disse que decidiu vender a sua filha, menor de 13 anos, para sair da situa- ção de pobreza, porque o objectivo principal é conseguir ter dinheiro para a compra de casa”, explicou o cidadão que foi escolhido para caçar bom cliente. Contou que “quando fui abordado para este tipo de negócio de venda de pessoa, achei muito estranho, por isso lhe pedi para que fosse esperar num local, onde poderíamos fazer o negócio e ele concordou, uma vez que já via o dinheiro perto de si, mas sem saber que eu ia comunicar à Polícia”. José Carlos explicou que para conseguir vender a menor, Máquina enviou a sua esposa para a sua terra natal, no distrito de Chiúta. Ele ficou a viver com duas crian- ças, a menina que escapou de ser vendida, e um menino, de nove anos. Quando veio à minha casa, trouxe as duas crianças, mas uma é que estava à venda”, acrescentou. Acrescentou que para poder convencer as crianças a saírem, disse- -lhes que: “filhos, vamos até à estrada para receber a vossa mãe, que está a vir de Chiúta”. Quando eu vim com os polícias discretos até ao local, ele já tinha dito aos seus filhos que ia para o corte de lenha numa zona por onde passa um riacho. Quando chegamos, ele abraçou a menina, dizendo que é esta minha filha. Foi assim que os polícias conseguiram provar que ele estava a vender a sua filha”, explicou. Polícia frustra negócio de venda de menor Executivo garante no Dia do Professor pagar horas extraordinárias Os velhos problemas da classe dos pedagogos ofuscaram as celebrações do Dia nacional dos professores, assinalado anualmente a 12 de Outubro. A falta de condições de trabalho, a baixa remuneração, o atraso no pagamento de horas extraordinárias, aliás, este último levou os professores a observarem uma greve na província de Gaza. Entretanto, a titular das pastas de Educação e Desenvolvimento Humano reconheceu a existência destes e outros problemas e assegurou que esforços estão a ser envidados no sentido de melhorar a condição destes profissionais, mas levará o seu tempo. Aida Matsinhe O relógio marcava aproximadamente 9 horas, quando os professores juntaram-se na praça dos heróis para prestar homenagem aos heróis nacionais, no âmbito das celebrações do Dia 12 de Outubro. Num ambiente que deveria ser de festa e de reflexão, estes aproveitaram os “holofotes” para mais uma vez fazer eco e lutar pelos seus direitos. Afinal, segundo constatou MAGAZINE, os velhos problemas ainda continuam a atormentar esta classe responsável pela formação de “cérebros”. Segundo avançou a professora Berta Matavele, este grupo ainda debate- -se com vários problemas, entre eles a falta de meios de trabalho, atrasos no pagamento das horas extraordinárias, entretanto, a sociedade, em viva voz, os atribui a responsabilidade pela má qualidade de ensino. “É preciso reconhecer que o professor também tem sua responsabilidade, mas entenda-se que o ensino é guiado por um processo e se neste ciclo alguma coisa falha, evidentemente que os resultados não serão os desejados”, disse Matavele. Por seu turno, o professor Sérgio Macovo, que primeiro apelou para maior participação da sociedade no processo de ensino- -aprendizagem para que seja alcançada a qualidade de ensino, entende que a qualidade de ensino vai mais além do aprender a ler e escrever, pois levanta-se a questão da falta de qualidade, um dos requisitos essenciais para que este aluno esteja preparado para resolver os desafios impostos pelo desenvolvimento. Olhando para a situação do professor, a fonte disse que são vários os desafios que este tem no seu dia-a-dia, que muitas vezes se relacionam com a natureza do seu trabalho, que devem ser ultrapassados. Entre eles está a falta de salas, salários baixos e a demora no pagamento das horas extras. No tocante a questão das horas extraordinárias, a província de Gaza assistiu recentemente a uma paralisação de professores em reivindicação das horas extras até aqui não pagas. A este respeito Macovo disse que “infelizmente a província de Gaza assistiu a uma paralisação por parte dos professores que reclamam o pagamento das horas extras, embora este seja um direito, penso que estes deveriam ter encontrado outros mecanismos para fazer valer este direito, tendo em conta que no final os alunos é que saíram prejudicados, uma vez que já estamos no final do ano e acredito que não será possível recuperar estas aulas perdidas. Os alunos que transitem irão para a classe subsequente com algumas lacunas”. Casamentos prematuros e desvios comportamentais preocupam dos professores É notória a preocupação dos professores em relação aos casamentos prematuros, que são responsáveis pela desistência escolar da rapariga. Moçambique faz parte dos 10 países com índices elevados de casamentos prematuros. Neste sentido, os professores apelam a um trabalho conjunto com os pais e/ou encarregados de educação com vista a formação de uma sociedade capaz de responder aos desafios nacionais. Para o professor João Carlos Sapatinha, que primeiro manifestou a sua preocupação em relação aos comportamentos nocivos ao desenvolvimento integral do aluno, apelou que se faça a um trabalho sério com vista a acabar com a venda de bebidas alcoólicas e outras drogas junto às escolas. Sapatinha avançou que, tendo em conta que o papel do professor é educar e moldar a sociedade, há que chamar atenção aos fenómenos que não abonam à favor da qualidade de educação, que, entre eles, está o consumo de álcool nas escolas do País. Por outro lado, Sapatinha disse que “devemos lutar no sentido de mudar os actuais comportamentos desviantes que os alunos apresentam, desde a forma de ser e estar. O aluno deve saber que é Foto: Nilton Cumbe 17 de Outubro 2017 | Terça-feira Magazine independente 17 Executivo garante no Dia do Professor pagar horas extraordinárias Ministra garante pagamento de horas extras até finais de Outubro A ministra da Educação e Desenvolvimento Humano, Conceita Sortane, que primeiro felicitou os professores pelo trabalho que desenvolvem, disse que o papel do professor vai mais além do trabalho que é desenvolvido na sala de aulas. “Muitas vezes, os professores são chamados nas comunidade para ajudar na resolução dos problemas”. Para Sortane, os problemas dos professores são assemelham- -se aos de outros profissionais de outras áreas. Segundo ela, o salário nunca é suficiente para cobrir todas as necessidades. “Mas reconhecemos que precisamos melhorar as condições de trabalho do professor e isso passa pela construção de salas de aulas, de residências para o professor, que muitas vezes, por causa da mobilidade que se tem feito, este depende da boa vontade da comunidade”, explicou. Colocando “o dedo na ferida”, Sortane avançou que “temos a questão das horas extraordinárias que é um fenómeno que resulta do número exíguo de professores, o que leva o Governo a recorrer a este mecanismo para responder às necessidades da carga horária existente nas escolas. Mas é preciso compreender que o processo de pagamento das horas extraordinarias é muito lento”. Explicando as causas que estão por detrás dessa lentidão, a governante disse que “o pagamento das horas extraordinárias não é feita na mesma altura que se processa o salário normal, isto porque para o pagamento do salário já existe um mapa que orienta esta actividade, situação contrária ao pagamento das horas extras”. Segundo ela, há um processo de registo destes professores que fizeram horas extraordinárias e, em seguida, há que conferir se as horas extras estão de acordo com o excesso de carga que o professor tem, pelo que todo este processo leva seu tempo. E uma razões da demora se circunscreve na necessidade de acabar com a falta de clareza ligada no pagamento das horas extraordinárias. Num outro desenvolvimento, a governante assegurou que todas as províncias já têm os dados preparados e estão a ser enviados às Finanças e acredita que até finais de Outubro o pagamento das horas extras feitas em 2017 terá sido concluído. Ficando ainda por regularizar as horas extraordinárias em dí- vida de 2016, 2015 e 2014. Chamado a pronunciar-se em relação ao fia 12 de Outubro, o Secretário-geral da Organização Nacional dos Professores (ONP), Francisco Nogueira garantiu que a organização que representa não vai vergar antes de ver os problemas dos professores resolvidos. um ser inserido numa determinada sociedade e, por essa via, deve, apesar da globalização, saber buscar o que lhe identifica como este ser social e no meu entender cabe, igualmente, ao professor levar essa consciência a este indivíduo em forma- ção”. Porém, este trabalho, segundo a fonte, não pode, exclusivamente ser feito apenas pelo professor, é preciso que a sociedade saiba que também tem sua responsabilidade na educação dos alunos. Para Sapatinha, o Dia 12 de Outubro deve ser visto como um momento de reflexão sobre o papel dos professores que hoje são chamados a investir. Sérgio Macovo, da província de GAZA, que veio juntar-se a outros colegas da capital do País para celebrar está data, disse que são vários os desafios que o professor tem atravessado, e a estes juntam-se a questão dos casamentos prematuros que minam o desenvolvimento da rapariga. “A questão dos casamentos prematuros tem impactos negativos na sociedade, tendo em conta que o professor, a chave do desenvolvimento, é chamado a sensibilizar à comunidade, fazer palestras e trabalhar com vista a reverter este cenário”, disse Macovo. Por seu turno, Marta Manhique, professora de história, limitou-se a lamentar pela degradação dos valores morais e que no seu entender há pouca colaboração dos pais e/ou encarregados de educação no sentido de colmatar este mal, que no seu entender vai destruindo a sociedade. “É nossa tarefa educar os alunos, mas é preciso perceber que este aluno passa mais tempo com a família. E temos assistido caso de alunos que se envolvem no consumo de bebidas alcoólicas ou então em relações sexuais com pessoas mais velhas. Estamos num mundo globalizado onde a informação vem de todos lados e os alunos muitas vezes não sabem filtrar o que é importante e ou que é prejudicial. E cabe a nós pais e educadores garantir a formação integral deste e hoje é momento de reflexão em relação a nossa actuação”, aflorou. Afirmou que “só podemos lograr bons resultados se estivemos em sintonia com os pais /encarregados de educação, se estivermos motivados, se tivermos condiSérgio Macovo ções necessárias para trabalhar”. Conceita assegura que já está a ser concluído o processo de pagamentos de hora extras Foto: Nilton Cumbe Foto: Nilton Cumbe 18 Magazine independente Terça-feira | 17 de Outubro 2017 nacional Inflexibilidade leva Estado a pagar quase um ano de salário a professor sem dar aulas O Governo moçambicano aprovou a revisão do Código Comercial, um instrumento que regula e concorre na promoção de um ambiente de negócios favorável ao desenvolvimento económico. Falando em Maputo durante o briefing havido no final da 25ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, a porta-voz do Governo, Ana Comoana, disse que com a revisão, além de atrair o investimento interno privado e estrangeiro, o Executivo pretende promover uma maior competitividade do país. Segundo Comoana, que é igualmente vice-ministra de Cultura e Turismo, a promoção da competitividade deverá recolocar o país no ranking regional e mundial, bem como desburocratizar os procedimentos e exigências, evitando desnecessários litígios entre sócios. Com a revisão, o Governo quer incentivar o sector do comércio informal a aderir ao formal. A adesão do sector informal ao formal, de acordo com a porta-voz, deverá ser feita “através de uma maior flexibilização, simplificação dos procedimentos e remoção das barreiras administrativas”. Criado em 1888, o Código Comercial moçambicano, ao longo do tempo, sofreu actualizações, sendo que a última ocorreu há dez anos. Entretanto, o Governo aprovou a revisão do Código de Registo Predial. Sobre este documento, Comoana afirmou que o Executivo quer criar um sistema integrado de registo predial que possa utilizar uma plataforma electrónica. Com a plataforma, deverá assegurar “o reforço da segurança do comércio jurídico imobiliário”. Ambos documentos aprovados semana finda deverão ser submetidos à Assembleia da República, o parlamento do país, para a sua aprecia- ção e deliberação. Nesta sessão, o Executivo apreciou o relatório de petições tramitadas durante o primeiro semestre do corrente ano, na Administração Pública. São um total de 1.521.016 petições que deram entrada na Administração Pública, sendo que 146.505 transitaram do segundo semestre de 2016. Estes números significam que houve um decréscimo em termos de petições na ordem de 2,24 por cento”, disse Comoana.AIM Governo quer rever Código Comercial Neutralizado esquema fraudulento de desvio de fundos no INSS Dois funcionários do Instituto Nacional de Segurança Social, afectos à Delegação Provincial de Manica, encontram-se preventivamente suspensos das suas actividades, por estarem implicados no esquema fraudulento de desvio de fundos, que vinha ocorrendo desde 2015. Numa altura em que alguns professores paralisaram, recentemente, as suas actividades devido ao atraso no pagamento de horas extraordinárias, há quem reclama pelo pagamento de salário mesmo sem estar a exercer a profissão, trata-se de Berta Matavele, cujo processo de transferência está encalhado a quase um ano, entretanto, vê seu salário todos meses a ser pago, facto que a deixa insatisfeita por considerar que formou-se para dar aulas e não para enganar o Estado. Aida Matsinhe Com um olhar de preocupação e insatisfação em relação a demora no processo de transferência, Berta Matavele, professora de Matemática, anteriormente afecta na Escola Secundária Josina Machel, manifestou a sua preocupação em ver o seu processo de transferência encalhado a quase um ano. Entendendo que o facto de estar a pagar o seu salário não lhe conforta, pois ela foi formada para dar aulas e não para enganar o Estado. Para a fonte, está situação tem sinonimo de má-fé, entretanto, tomou conhecimento que existem professores que foram transferidos de outras pontos do País para o distrito de Boane, tempo depois do seu processo ter iniciado, mas à ela foi-lhe dada a informação de que não há cabimento orçamental para dar andamento a sua transferência. É que, de acordo com os documentos na posse do MAGAZINE, em Novembro de 2016, o Instituto Industrial e Computação Armando Emílio Guebuza (IICAEG) enviou para os Serviços Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia de Boane um ofício referindo- -se a necessidade de docentes para o ano lectivo de 2017, e tomado conhecimento desta necessidade Berta Matavele deu início ao seu processo de transferência. Eis que em Dezembro do mesmo ano, foi publicado no Jornal Notícias o concurso para admissão de docentes e não docentes, e por algumas razões não foram inclusas as vagas para docentes de Electricidade Industrial, Electrónica e Matemática seguros da existência de docentes com o perfil em referência noutras instituições com vontade de prestar serviços ao IICAEG, tal que foi solicitado o encaminhamento destes, e nesse grupo fazia parte a professora Berta Matavele. E em resposta a este ofício, o Governo do Distrito de Boane enviou à Direcção Provincial de Economia e Finanças de Maputo, na carta datada de 29 de Janeiro de 2017, o pedido de confirmação de cabimento orçamental para suportar os encargos relacionados com a transferência da funcionária Berta Matavele, enquadrada na carreira de Docente N1, classe C, Escalão 2 em exercício no Distrito municipal Kamphumo, na cidade de Maputo, para Boane, reconhecendo a existência da vaga. Segura de que a sua transferência já tinha sido autorizada, foi indicado um outro professor para ficar com as suas turmas na Escola Secundária Josina Machel. A 15 de Fevereiro deste ano, foi entregue à Berta Matavele pela Direcção de Educação e Desenvolvimento Humana da cidade de Maputo o documento que confirma a sua transferência e reencaminhamento ao IICAEG e à Direcção Provincial da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional. Entretanto, volvidos 10 meses, Berta Matavele ainda aguarda pela indicação da turma, facto que ainda está refém de cabimento orçamental ao nível do distrito de Boane, situação que lhe deixa intrigada tendo em conta que ao nível da Cidade de Maputo esta continua a auferir o seu salário. Berta Matavele, professora Foto: Nilton Cumbe A ministra do Recursos Minerais e Energia, Letícia Klemens, participa, de 18 a 22 de Outubro, na 6ª Conferência sobre a Produção e Consumo do Gás Natural Liquifeito (LNG), a ter lugar em Tóquio, Reino do Japão. Trata-se de uma Conferência anual que é organizada desde 2012 como uma plataforma para o incremento da cooperação entre os actores chaves (produtores e consumidores) no mercado de LNG. O objectivo da Conferência é a troca de experiência, a discussão em torno dos desafios do mercado do LNG e conta com pouco mais de 1000 participantes de entre Ministros, líderes das organizações internacionais, especialistas em LNG, entre outros. Lembrar que Moçambique possui potencial para a produ- ção do LNG e, neste momento, entrou na derradeira fase do projecto da Bacia do Rovuma no que concerne a produção e exportação de LNG com base no gás natural descoberto no offshore da Bacia do Rovuma, incluindo construções das instalações de produção e transporte do gás para a costa, a planta de processamento e liquefacção, bem como a terminal portuária de exportação do LNG. Durante a sua estadia no Japão Klemens vai, igualmente, passar em revista a cooperação entre os dois países no domínio dos Recursos Minerais e Energia, onde temos registados ganhos significativos no apoio em treinamento de quadros do sector através da JICA e da JOGMEC. Depois de Japão, a ministra dos Recursos Minerais e Energia desloca-se a República da China a convite do Governo chinês, onde irá passar em revista a cooperação existente entre este gigante asiático e nosso país. Klemens na 6ª Conferência sobre produção e consumo do gás natural liquifeito 17 de Outubro 2017 | Terça-feira Magazine independente 19 PUBLICIDADE 20 Magazine independente Terça-feira | 17 de Outubro 2017 Burkina Faso comemora os 30 anos do assassinato de Thomas Sankara O Burkina-Faso comemorou no domingo os 30 anos do assassinato de Thomas Sankara, o ícone da “revolução” de uma juventude que se queria panafricana, morto aos 38 anos. internacional Vacinas experimentais contra Ébola mostram-se promissoras na Libéria O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) manifestou a sua preocupação particular face à situação de sete milhões de pessoas vítimas da violência e de confrontos armados reiterados, que causam imenso sofrimento em várias províncias da Repú- blica Democrática do Congo (RDC). O CICV sublinha que estas sete milhões de pessoas, das quais mais de metade foram deslocadas pelos combates, necessitam de ajuda de emergência. “Os habitantes devem estar a enfrentar profundo sofrimento devido à sua situação de deslocados, a separação dos seus familiares, as exacções, as pilhagens e o risco de ser feridos ou mortos”, declarou a directora do CICV para África, Patricia Danzi, durante uma visita a RDC. “Apelamos à comunidade internacional para se mobilizar a fim de responder às necessidades destas pessoas duramente atingidas pela violência e pelo conflito armado”, acrescentou. Segundo o CICV, há algum tempo, a violência sofrida pelos civis na RDC escapa à atenção internacional. Os fundos concedidos pelos Governos doadores diminuíram progressivamente, o que faz da RDC um dos países mais cruelmente sub-financiados comparativamente aos Estados onde o CICV opera. A violência afecta, em particular, o Kivu-Norte e o Kivu-Sul e poderá atingir em breve o Kasai e o Tanganyika. Em 2016, a RDC era o país do mundo com o maior número de pessoas deslocadas pela violência interna, num total de perto de um milhão. Desde o início de 2017, o CICV, em parceria com a Cruz Vermelha da RDC, apoiou mais de 352 mil pessoas deslocadas ou residentes no quadro das suas opera- ções humanitárias. Além disso, mais de 10 mil civis e militares beneficiaram de formação em Direito Internacional Humanitário, em acções organizadas com o objectivo de prevenir os ataques contra a população. CICV preocupado com destino de sete milhões de vítimas da violência na RDC Duas vacinas experimentais contra o vírus Ébola mostraram-se promissoras para proteger contra a febre hemorrágica durante pelo menos um ano, revela um grande ensaio clínico publicado, noticia a AFP, citada pela Oestudo publicado na revista médica New England Journal of Medicine é o primeiro relatório completo de um esforço em larga escala para testar o que poderia ser a primeira vacina contra o Ébola O surto desse vírus altamente contagioso causou a morte de mais de 11.000 pessoas, principalmente na Libéria, Guiné e Serra Leoa, enquanto se propagava pelo Oeste da África do final de 2013 até 2016. O estudo de fase II envolveu 1.500 pessoas em Monróvia, na Libéria. Os participantes foram aleatoriamente designados para receber uma das duas vacinas que estão a ser testadas. O teste envolveu a favorita rVSV- -ZEBOV, inicialmente desenvolvida por cientistas do governo canadiano e agora licenciada para a Merck, a Sharp e a Dohme Corporation, e a cAd3-EBOZ, criada pelo Centro de Pesquisa de Vacinas do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas americano (NIAID) e pela GlaxoSmithKline. Após um mês, 84 porcento dos que receberam a rVSV-ZEBOV desenvolveram uma resposta de anti-corpos. Um ano depois, 80 porcento ainda tinham essa protecção. Quanto a outra candidata, cAd3- -EBOZ, 71 porcento desenvolveram uma resposta de anti-corpos e 64 porcento mantinham essa resposta um ano depois, quando o ensaio foi concluído. “Este ensaio clínico produziu informações valiosas que são essenciais para o desenvolvimento contínuo desses dois candidatos à vacina do Ébola e também demonstra que é possível conduzir uma pesquisa clínica bem projectada e eticamente válida durante uma epidemia”, disse Anthony Fauci, Director do NIAID. De acordo com Anthony Fauci, uma vacina segura e efectiva seria um complemento importante às medidas clássicas de saúde pública para controlar os inevitáveis futuros surtos de Ébola. Algumas pessoas que receberam as vacinas experimentaram “efeitos colaterais leves à moderados que foram resolvidos, como dor de cabeça, dor muscular, febre e fadiga”, destaca o estudo. “No geral, os investigadores não identificaram nenhuma grande preocupação de segurança relacionada às vacinas”, acrescentou. O ensaio foi conduzido como parte de uma colaboração de pesquisa clínica entre os Estados Unidos e a Libéria conhecida como Parceria para Pesquisa sobre o Vírus Ébola na Libéria (PREVAIL). Este primeiro estudo, designado PREVAIL 1, foi lançado em Fevereiro de 2015 e originalmente projectado para admitir 28.000 voluntários, mas teve que ser reduzido para um ensaio de fase II menor à medida que o surto diminuiu. Um total de 15 candidatas a vacinas está a ser desenvolvido em todo o mundo para prevenir o Ébola. Os especialistas dizem que as primeiras vacinas poderiam ser aprovadas para uso até 2018, sob um processo regulatório acelerado ANGOP. O governo do Quénia proibiu semana finda as manifestações nos centros de três grandes cidades, depois do apelo da oposição para manifestações diárias, visando impedir a organização da eleição prevista para o dia 26 de Outubro. “Por causa de uma ameaça clara, presente e iminente da perturbação à ordem pública, o governo notifica o público que, por enquanto, não autorizaremos manifestações nos centros de Nairobi, Mombasa e Kisumu”, declarou o ministro do Interior, Fred Matiangi. Falando em conferência de imprensa, em Nairobi, deputados da oposição prometeram não respeitar esta proibi- ção. O opositor Rahila Odinga anunciou que não concorreria à eleição presidencial de 26 de Outubro, alegando que a Comissão Eleitor (CENI) não se reformou para organizar um escrutínio credível. A oposição exigia a exoneração de alguns dos responsáveis da CENI, o que não aconteceu. Alguns observadores temem que a proibição feita num clima político tenso, corre o risco de passar para confrontos entre manifestantes da oposi- ção e a Polícia. A eleição de 8 de Agosto último, ganha pelo presidente cessante Uhuru Kenyatta, foi anulada pelo Tribunal Supremo, depois de várias manifestações da oposição que acusavam a CENI de fraude eleitoral. ANGOP Governo queniano proíbe manifestações nas grandes cidades 17 de Outubro 2017 | Terça-feira Magazine independente 21 Dissidentes do PAIGC apelam ao cumprimento do acordo de Conakry Os deputados dissidentes do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) da Guiné-Bissau, reunidos no denominado “Grupo dos 15”, apelaram ao diálogo no seio deste partido e ao cumprimento do Acordo de Conakry. Em conferência de imprensa realizada em Bissau e num comunicado distribuído aos jornalistas, os deputados pediram à direcção do partido para “accionar mecanismos e medidas concretas e imediatas conducentes à reconciliação no seio da família do PAICG (vencedor das legislativas de 2014 na Guiné-Bissau), privilegiando o diálogo franco e sincero como única via para a saída da presente crise”. No comunicado dos parlamentares, que foram expulsos da militância no PAIGC depois de terem chumbado no Parlamento o programa de Governo do então primeiro-ministro Carlos Correia, insistem que a direcção do partido deve cumprir com os acordos de Bissau e Conakry em “relação à reintegração incondicional dos dirigentes ilegalmente expulsos ou sancionados, bem como cessar imediatamente” o que consideram ser “os afastamentos sumários e exclusões ilegais” no partido. Os dissidentes propõem também a criação de uma comissão paritária entre a direcção do PAIGC e do Grupo dos 15 para iniciar um diálogo de “reintegração daqueles deputados e de todos os dirigentes, responsáveis e militantes do partido, penalizados por se terem associado ou simpatizado com a causa dos 15 deputados expulsos do partido”. No documento, os deputados informam também a “opinião nacional e internacional” que o Grupo dos 15 “nunca reconheceu as sanções instrumentalizadas e ilegais impostas pelo Conselho Nacional de Jurisdição do PAIGC”. O grupo voltou a sublinhar que continua aberto ao diálogo para uma “verdadeira reconciliação”. O Grupo dos 15, coordenado por Braima Camará, que ficou em segundo lugar na corrida à liderança do partido ganha por Domingos Simões Pereira, entrou em ruptura com a direcção do PAIGC, tendo-se juntado ao PRS no parlamento para chumbar o programa de Governo do então primeiro-ministro, Carlos Correia. O Grupo dos 15 é um dos signatários do Acordo de Conakry, patrocinado pela Comunidade Económica dos Estados da África do Oeste (CEDEAO) e que prevê a formação de um Governo consensual integrado por todos os partidos representados no parlamento, a nomeação de um primeiro-ministro de consenso e da confiança do chefe de Estado, bem como a reintegração daqueles elementos no PAIGC, entre outros pontos. O actual Governo da Guiné- -Bissau não tem o apoio do PAIGC, que ganhou as elei- ções legislativas de 2014, e o impasse político tem levado vários países e instituições internacionais a apelar ao consenso para a aplicação do Acordo de Conakry. O número de mortos no maior atentado terrorista de sempre na Somália subiu para 276, anunciou, nesta segunda-feira, o ministro da Informação somali, Abdirahman Osman. Presumíveis terroristas da organização Al-Shebab detonaram camiões armadilhados num antigo mercado e num hotel no movimentado centro da cidade, pelo que a maioria das vítimas são civis. O governo somali dispensou militares para ajudar os servi- ços de emergência nas buscas de sobreviventes daquele que é considerado o pior atentado na história do país. Numerosos edifícios próximos das explosões ficaram completamente destruídos e os hospitais estão com as instalações sobrelotadas com os feridos, sendo que não dispõem de medicamentos suficientes e sangue para as transfusões. O atentado provocou protestos perto do cenário do ataque, depois do Governo somali ter acusado o grupo extremista Al-Shebab ligado à Al-Qaeda, mas a organização terrorista ainda não se pronunciou. O ataque a Mogadíscio foi um dos mais mortais na África subsaariana, maior do que o perpetrado na Universidade de Garissa, no Quénia, em 2015, ou os ataques às embaixadas dos Estados Unidos no Quénia e na Tanzânia em 1998. Os médicos da cidade estão a tentar tratar as centenas de feridos, alguns deles com queimaduras que os deixaram irreconhecíveis: “Isto é realmente horrendo, diferente de qualquer outro atentado do passado”, disse Mohamed Yusuf, diretor do Hospital Medina. “Quase todas as vítimas estão gravemente feridas” disse a enfermeira Samir Abdi, falando num “horror indescritível”. Paris, Londres, Washington, Ancara e a União Africana já condenaram o atentado ocorrido sábado na Somália, e ofereceram apoio para enfrentar a ação terrorista. O Departamento de Estado dos Estados Unidos condenou fortemente, num comunicado, o “cobarde” atentado ‘jihadista’ em Mogadíscio. Por seu turno, o Presidente francês, Emmanuel Macron, escreveu na rede social Twitter: “Apoio à Somália. Apoio à União Africana contra os grupos terroristas islamitas. A França está do vosso lado”. Em comunicado, Boris Johnson, ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, condenou também energicamente “o cobarde atentado” em Mogadíscio. A União Africana mantém na Somália uma força de cerca de 22.000 militares para apoiar o governo central contra os ‘jihadistas’ da Al-Shebab, aliados da Al-Qaeda. Da mesma forma, o ministro turco dos Negócios Estrangeiros, Mevlüt Cavusoglu, condenou “firmemente” o atentado, oferendo apoio e assegurando que vai continuar ao lado da Somália no combate ao terrorismo contra “ataques tão atrozes”. Também o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condenou hoje o atentado, e instou o país a unir-se contra o terrorismo. O Presidente da Somália, Mohamed Abdullahi Mohamed, declarou três dias de luto nacional e, como milhares de cidadãos, foi doar sangue, apelando a “todo o povo somali” para que faça o mesmo. O Governo somali atribuiu o ataque às milícias Al-Shebab, ligadas à Al-Qaida, e qualificou o ataque de “desastre nacional. Sobe para 276 número de mortos no maior atentado de sempre na Somália Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC 22 Magazine independente Terça-feira | 17 de Outubro 2017 nacional Zambézia vai ter a primeira central solar de Moçambique A montagem do financiamento para a construção da primeira central de produção de energia solar de Moçambique, a ser construída no distrito de Mocuba, província da Zambézia, fica concluída este mês, disse em Maputo o presidente da Electricidade de Moçambique (EdM). . O Município de Maputo, em parceria com a empresa de consultoria e investimentos New Sigma Holding Lda., vai lançar brevemente uma iniciativa para a protecção da fauna bravia em Moçambique. A campanha inclui a colocação de 25 símbolos de animais de vá- rias espécies, em locais públicos e nas rotundas da capital moçambicana, como forma de alertar as populações sobre a necessidade da preservação da fauna bravia. O acto surge no âmbito das celebrações da elevação de Maputo a categoria de cidade, que acontece a 10 de Novembro. As celebrações vão decorrer sob o lema Maputo 130 anos de História e de Progresso. Sem avançar o valor do investimento do projecto, o director geral da New Sigma Holdings, Rui Andrade, disse que a iniciativa inclui a reprodução, em cimento, de várias espécies de animais selvagens que o país dispõe. O projecto também irá contar com a intervenção de crianças do ensino primário que vão pintar os animais que serão colocados em vários locais públicos da capital moçambicana. Andrade disse que o búfalo é o primeiro animal que será instalado no dia 18 do mês em curso, na Avenida Kenneth Kaunda, junto a praça do Destacamento Feminino. O projecto será implementado na cidade de Maputo durante 12 meses sendo que de quatro em quatro meses, a New sigma Holdings irá pintar os animais de branco para que os demais alunos de outras escolas participem desta acção, afirmou. A secretária do Conselho Municipal da Cidade de Maputo, Susana Laice apontou que o projecto irá enriquecer o programa da celebração do dia da cidade e permitirá que as crianças em tenra idade saibam sobre a necessidade e importância da preservação da fauna bravia. Este é o primeiro projecto desta natureza e pensamos que o seu impacto vai ser muito importante para toda a comunidade em matérias de preservação da fauna bravia, afirmou. AIM Município de Maputo desenvolve acções de protecção da fauna bravia Akon e filhos de Machel massificam energia em Manica e Sofala O músico afro-americano Akon, através da sua iniciativa Akon Lighting Africa, assinou, semana finda em Maputo, o acordo de parceria com a associação Machel Fidus para a electrificação de áreas rurais nas províncias centrais moçambicanas, nomeadamente Manica e Sofala. Abanês Ndanda De nome completo Aliaune Damala Badara Akon Thiam, Akon, sublinhou, na ocasião, a necessidade de aceleração do desenvolvimento do continente africano através da melhoria concreta da vida das pessoas. “Nenhum país poderá garantir um verdadeiro desenvolvimento e significativa melhoria da vida das pessoas sem apostar na electrificação rural”, disse Aliaune Thiam. Por seu turno, Malenga Machel, em representação da Machel Fidus, “com os nossos poucos recursos, pretendemos desenvolver iniciativas relevantes, sustentáveis e realmente façam diferença”. Nas sua intervenção, a ministra dos Recursos Minerais e Energia, Letícia Klemens, ressaltou a preponderância do acesso à energia e de qualidade para o desenvolvimento e melhoria da vida das pessoas. “Baixos níveis de acesso à energia de qualidade significam baixos níveis de produ- ção e produtividade, serviços de saúde deficientes, educação deficiente, comunicação deficiente, acesso deficiente à informação, entre outros”, disse Letícia Klemens. A iniciativa Akon Lighting Africa está a ser implementada em 11 países africanos e pretende dar resposta aos desafios energéticos daqueles países, através da implementação de uma solução inovadora, alimentada por energia solar, que irá permitir criar os alicerces para o desenvolvimento sustentável das zonas rurais, pelas vantagens que a energia eléctrica proporciona às comunidades: melhoria da qualidade de vida e da educação, a criação de emprego e o impulsionar do empreendedorismo ao contribuir para o aumento da produtividade pela optimização da produção e por permitir mais horas de trabalho após o pôr do sol. Moçambique é o primeiro país da África Austral a estabelecer a parceria com o músico Akon. A Machel Fidus e o FUNAE são os parceiros estratégicos da Akon Lighting Africa para a implementação deste projecto em Moçambique. A estratégia de implementa- ção será definida em concertação com a estratégia para as energias renováveis estabelecida pelo Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME) e com o portfolio do FUNAE. A Machel Fidus é uma organização moçambicana sem fins lucrativos, liderada por um grupo de jovens maioritariamente empreendedores que têm trabalhado no desenvolvimento e implementação de projectos sustentáveis que concorram para a melhoria das condições de vida e para a inclusão económica e social das populações mais vulnerá- veis. Fazem parte da associa- ção, os filhos do antigo presidente, Samora Machel. Refira-se que apenas 40% de moçambicanos é que têm acesso à energia eléctrica, apesar de o País possuir uma das maiores fontes de produ- ção de energia eléctrica a ní- vel do continente africano que é a hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB). Calcula-se que o fornecimento de energia em Moçambique vai continuar limitado até 2020, devido à crescente procura de electricidade e aos atrasos nos grandes projectos hídricos no País. Actualmente, a produção de energia no País é de cerca de 2200 megawatts, a maior parte oriunda da barragem de Cahora Bassa mas quase toda exportada para a África do Sul, mantendo Moçambique uma taxa de acesso à electricidade de apenas 40% da sua população. Dois grandes projectos hídricos - Cahora Bassa norte e Mphanda Nkuwa, ambos no rio Zambeze - deverão aumentar a produção em 1745 MW, mas não ficarão prontos antes do final da década. Foto: António Nhangumbe Akon e Malenga Machel 17 de Outubro 2017 | Terça-feira Magazine independente 23 PUBLICIDADE A Câmara de Comércio de Moçambique acaba de criar um pelouro dedicado à construção civil, com vista ao estabelecimento de contactos e à divulgação de oportunidades de negócio entre os seus membros. Com vista ao alcance destes objectivos, a agremia- ção organizou, semana finda, na cidade de Maputo, um seminário de divulgação das oportunidades existentes no sector. O mesmo contou com a participação de cerca de 150 empresas das cidades de Maputo e Matola, que também tiveram a oportunidade de expor os seus produtos e serviços. Conforme explicou Carlos Quadros, presidente do Pelouro da Construção Civil da Câmara do Comércio de Moçambique, a criação desta entidade visa responder à fraca divulgação de oportunidades que se verifica neste sector, apesar de o mesmo estar a registar um crescimento considerável. Assim, segundo Carlos Quadros, “pretende-se que os membros se conheçam, interajam e, por via desta plataforma, tirem proveito das oportunidades que o País oferece, porque elas existem”. Na mesma ocasião, o presidente do Pelouro da Construção Civil chamou à aten- ção para a necessidade de as empresas se organizarem para poderem responder à altura dos desafios que o mercado e o sector impõem. “É necessário que as empresas se capacitem, organizem-se e racionalizem os recursos de que dispõem para poderem entrar em projectos de grande dimensão. Este sector é muito amplo e o que o nosso pelouro pretende é dinamizá-lo”, considerou Carlos Quadros. Câmara de Comércio cria pelouro de construção civil No âmbito do Parcerias, a área comercial da InterCement Mo- çambique organizou, recentemente, em Maputo, um curso de formação em Gestão de Empresa Familiar. Voltado aos clientes da região sul do País, a capacitação abordou temas como planejamento, finanças, vendas e pessoas, além de aspectos de segurança do trabalho, os quais buscou-se conteúdos que vem sendo trabalhado em outras Unidades de Negócios, como Argentina e Portugal. A formação é resultado de uma parceria com a Universidade Eduardo Mondlane, inclusive estudantes do curso de Engenharia Civil também participaram e puderam, ainda, ampliar conhecimento sobre cimento e concreto com os profissioanis da InterCement Moçambique. “O evento foi muito positivo, pois grande parte dos nossos clientes são empresas familiares e, ao final da capacitação, demonstraram interesse em aprofundar os temas apresentados. Esse será, portanto, o nosso objetivo nos próximos encontros”, diss Ailton Novele, Gerente Comecial e Marketing da InterCement Moçambique. InterCement Moçambique capacita clientes em gestão de empresa familiar Para além da divulgação das oportunidades de negócios existentes no País, o encontro foi também marcado pela apresentação da Política de Conteúdo Local da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH). De acordo com Victor Tivane, director de Conteúdo Local da ENH, é importante que as empresas nacionais estejam preparadas para fornecer produtos e prestar serviços às multinacionais que actuam no sector de hidrocarbonetos, pois isso vai contribuir para o seu crescimento. “Fazendo parte do desenvolvimento da indústria dos hidrocarbonetos, o empresariado nacional não estará só a promover o seu crescimento, mas também a contribuir para a criação de mais postos de trabalho para cidadãos nacionais, alargamento da base tributária, entre outros aspectos bené- ficos para o País”, referiu Victor Tivane. 24 Magazine independente Terça-feira | 17 de Outubro 2017 A procura por gás natural cresceu exponencialmente em Moçambique ao longo dos últimos 13 anos, disse, semana finda em Durban, África do Sul, o vice-ministro dos Recursos Minerais e da Energia, Augusto de Sousa Fernando. O vice-ministro, que discursava na conferência “International Gas Co-operation Summit”, disse ainda que Moçambique e a África do Sul estão a trabalhar no sentido de desenvolverem novos projectos associados ao gás natural. O grupo sul-africano Sasol explora há anos depósitos de gás natural em Pande e Temane, província de Inhambane, que é poste - riormente exportado para a África do Sul através de um gasoduto com uma extensão de 865 quilómetros. Andrew Herscowitz, um coordenador do Power Africa, programa da Agência dos Estados Unidos da América de apoio ao Desenvolvimento (USAID), disse que o mercado do gás está a crescer a um ritmo muito lento em África, caso da região em que se inserem Moçambique e a África do Sul. Referindo-se especificamente a Moçambique, Herscowitz disse que o país deverá arrecadar 160 mil milhões de dólares ao longo de um período de 20 anos através dos investimentos em infra- -estruturas baseadas em gás natural. O relatório Previsões Económicas Mundiais, re - centemente divulgado em Washington pelo Fundo Monetário Internacional, prevê que Moçambique esteja a registar um crescimento económico de 14,0% em 2022, ano em se poderá iniciar a exploração de depósitos de gás natural no norte de Moçambique. Macauhub Mercado de gás natural com crescimento exponencial em Moçambique economia Moçambique contará com refinaria de gás e petroquímica em 4 anos AT vai incrementar em 50% o número de contribuintes pagadores até 2019 BCI apoia a certificação de qualidade de empresas O Banco Comercial e de Investimentos (BCI) e a Intertek TestingServices, East Africa PTY Limited (Intertek) celebraram, esta segunda-feira em Maputo, um protocolo financeiro e de cooperação, que tem em vista dar a conhecer, ao empresariado local, o potencial transformador dos processos de certificação de qualidade.. Moçambique vai contar, nos próximos quatro anos, com uma refinaria de gás e petroquímica a ser construída pela Petro-Gethe, Moçambique, SA, no distrito de Nacala à Velha, província de Nampula. Estimado em 9 biliões de dólares, o projecto, primeiro de género no País, inclui a construção de um complexo eco-industrial que, além de produzir fertilizantes através da nafta de gás, irá também, ter uma planta de energia solar híbrida e de produção de combustível verde. Segundo o Presidente da Comissão Executiva (PCE) da Petroquímica, Francisco Lichucha, a Petro-Gethe entra para o mercado nacional para marcar diferença nos processos de depósito e distribuição, a nível de África Austral, do crude e seus derivados, a construção, gestão e exploração de refinaria petrolífera de óleos, combustível e gás. “A Petro-Gethe irá construir e explorar um pipeline, distribuir e comercializar geradores de energia, incluindo a construção da respectiva fábrica para distribuição e comercialização de material plástico e fertilizantes”, explicou Lichicha para depois acrescentar que “neste momento, o projecto aguarda pela conclusão de estudos diversos que irão facilitar a mobilização financeira, técnica, operacional, de construção e outros recursos necessários exigidos para desenvolver o projecto”. Composta maioritariamente por capitais moçambicanos e estrangeiros, o projecto da Petro-Gethe poderá constituir um dos maiores investimentos em Moçambique depois da independência nacional – o complexo ecológico. O empreendimento, que arranca próximo ano (2018), será construído na parte oeste da baia de Nacala, distrito de Nacala à velha, numa área de 1200 hectares e prevê criar entre 1500 a 2000 postos de emprego. Francisco Lichucha fez saber ainda que o projecto principal envolve o desenvolvimento de uma refinaria de gás, no entanto, a sua conclusão, inclui o desenvolvimento de infra- -estrutura de apoio nomeadamente, a refinaria de gás; uma planta petroquímica; um auto usina de geração de energia; uma fábrica de PVC e uma fazenda tanque de gás IBL. As infra-estruturas incluem igualmente uma fábrica de Fertilizantes; uma planta de água; estradas; um complexo habitacional para cerca de 20.000 pessoas, e outras infra-estruturas sócias e de serviço. Aliás, sublinhou o PCE da Petro- -Gethe, que “a partir de um dos subprodutos de gás, queremos produzir fertilizantes em resposta ao plano Quinquenal do Governo que define a agricultura como uma das grandes prioridades do Presidente Filipe Nyusi. Queremos fornecer fertilizantes a todo o país e dinamizar a nossa agricultura, assim como pretendemos, abastecer o mercado regional”. Por outro lado, o nosso interlocutor explicou que actualmente não há nenhuma capacidade de refinaria em Moçambique e o país depende totalmente de produtos importados e outros produtos petroquímicos. Refira-se que a Petro-Gethe é uma empresa privada criada para facilitar o desenvolvimento da refinaria. Com o projecto a ser implementado a breve trecho calcula-se impulsionar ainda mais o corredor de Nacala. A Autoridade Tributária de Mo- çambique (AT) deverá incrementar em cerca de 50% o número de contribuintes pagadores de imposto até 2019. Este compromisso foi assumido pela própria Presidente da AT, Amélia Nakhare, no encerramento da Reunião Nacional de Planifica- ção das Actividades para 2018. O alargamento da base contributiva faz parte de uma série de medidas a ser adoptadas pela AT de forma a reduzir a dependência externa das contas públicas. “Este objectivo depende da modernização da gestão da cobrança, do alargamento da base tributária, da intensificação das auditorias e fiscalizações, do combate aos ilícitos fiscais, do fortalecimento da ética e integridade, da simplificação e uniformização dos procedimentos e de uma gestão focada em resultados”, disse Amélia Nakhare acrescentando acreditar que a implementação criteriosa dessas medidas levará ao incrementa das receitas do Estado em pelo menos 40% nos próximos dois anos. No âmbito da reforma legal foram definidas como prioridades o ajustamento da legislação sobre o funcionamento da Autoridade Tributária, o ajustamento da legislação para o incremento da receita, nomeadamente a revisão da Lei de benefícios fiscais, requalificação do Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes, revisão do Regulamento de Isenções e reformas na gestão do Imposto sobre o Valor Acrescentado e dos prazos de tributação. Também foi analisada a pertinência de adopção de um mecanismo legal para acomodar-se o perdão da dívida. “Propomo-nos fazer esta revisão conscientes de que no sistema tributário ainda prevalece espaço fiscal para acomodar a sua expansão avaliado em 50% dos actuais níveis de colecta, significando que o incremento da receita no seu mais elevado potencial resultaria na maximização da receita em mais de 50%”, reconheceu a dirigente. Para 2018, prevê-se que a receita mínima do Estado para o financiamento da despesa pública esteja fixada em 222.8 mil milhões de meticais, o que, de acordo com Nakhare, exige da AT uma reflexão interna para fazer face ao desafio de incremento do sistema tributário respondendo de forma eficaz a este imperativo legal. “Tendo em conta a actual conjuntura económica nacional, esta meta constitui um grande desafio para nós, porém a recuperação económica do nosso país e a implementação do Programa Quinquenal do Governo dependem desse esforço, por isso, gostaria de exortar a cada colega que nos desafiemos a superar este desafio que nos é colocado, pois o desenvolvimento do nosso país depende do empenho de cada um de nós”, assumiu reiterando logo de seguida que para além de arrecadar receitas do Estado para a implementação dos programas de desenvolvimento do País, também é responsabilidade da Autoridade Tributária garantir a auto-suficiência financeira do Estado e a sustentabilidade das nossas políticas e programas de desenvolvimento. “Precisamos redobrar os nossos esforços, melhorar a nossa eficiência e ser ousados na busca de soluções que nos permitam responder de forma eficaz aos desafios de desenvolvimento do nosso País”, rematou. 17 de Outubro 2017 | Terça-feira Magazine independente 25 Cornelder assume papel crescente no manuseamento de fertilizantes para os países da região Director do ICM viabiliza mercado de feijão bóer na Índia O papel do Porto da Beira na importação de fertilizantes na região foi um dos temas de destaque na “Conferência Internacional sobre o Agronegócio e Logística de Fertilizantes na Região Oriental e Austral de África” que teve lugar em Maputo, semana finda. O evento contou com a participação de 300 delegados oriundos de vários quadrantes do globo. Um dos objectivos do encontro, de acordo com Carlos Zandamela, presidente da Associação Moçambicana para a Promoção do Uso de Fertilizantes, foi a concertação para o aumento do uso de fertilizantes pelos agricultores no continente africano. Relativamente a Moçambique, que consome cerca de 200 mil toneladas por ano, Carlos Zandamela acredita que “o encontro ajudou na harmonização das intervenções e políticas de abordagem em toda a cadeia de valor dos fertilizantes, visando o aumento da produção e produtividade, e, acima de tudo, da qualidade dos produtos”. O objectivo da Cornelder de Moçambique (CdM), nesta conferência consistiu na exposição das vantagens comparativas e competitivas do Porto da Beira, do Corredor da Beira na logística dos fertilizantes para os paí- ses do “hinterland” (Zimbabwe, Zâmbia, Malawi e República Democrática do Congo). Dada a sua localização geo-estratégica, uma sólida experiência no manuseamento do fertilizantes, a CdM pretende consolidar a posição de principal ponto de entrada de fertilizantes para Moçambique e países da região. Para além da experiência no manuseamento deste tipo de produto, a sua excelente localização e acesso aos países do “hinterland”, o Porto da Beira apresenta inúmeras vantagens que podem influenciar na redu- ção dos custos de importação para os clientes que demandam este porto. A título de exemplo, de acordo com Jan Laurens de Vries, administrador delegado da Cornelder de Moçambique, concessionária do Porto da Beira, incentiva a comunidade portuá- ria a incrementar a capacidade de armazenagem, de ensacamento e outros serviços complementares à actividade principal do Porto. Actualmente, para além da capacidade de armazenagem do Porto existem nas zonas adjacentes vários armazéns alfandegários. Uma das empresas de logística que operam naquela cidade é a Beira Logistics Terminals, cujo director-geral, Jonathan Middleton, reconheceu a importância daquele porto no desenvolvimento do País e da região. “Posicionámo-nos na Beira, devido à sua localização estratégica, que está por detrás do aumento da demanda pelos serviços de logística, como é o caso das operações de descarga, armazenagem, transporte, entre outros”, referiu Jonathan Middleton. Actualmente, os fertilizantes constam dos principais produtos de importação a nível do Porto da Beira, que manuseia entre 400 e 600 mil toneladas por ano, destinados principalmente ao Zimbabwè, Zâmbia e Malawi. Com o incremento de eficiência de toda cadeia de logística, a Cornelder de Moçambique manuseou até Setembro do corrente ano um total de de 592.000 toneladas de fertilizantes, prevendo-se que até ao final de 2017 sejam manuseados cerca de 800.000 toneladas. O director-geral do Instituto de Cereais de Moçambique (ICM), João Macaringue, esteve na Índia, à frente de uma delegação multissectorial que abordou com as autoridades governamentais deste país a viabilização do acordo bilateral assinado entre os dois Estados em Julho do ano passado. João Macaringue manteve contactos com as autoridades indianas com o objectivo de encontrar mecanismos de materialização do processo de exportação do feijão bóer fixada pelos governos dos dois países, tendo como objectivo assegurar que todos os operadores de exportação daquele produto registados no país façam transa- ções com a Índia. A delegação abordou com as autoridades indianas a forma de garantir que a quota remanescente seja assegurada através da compra do feijão bóer ainda nas mãos dos produtores estabelecidos em vários cantos do nosso país. O Alto-Comissário da Índia, Rudra Gaurav, assegurou muito recentemente ao sector privado moçambicano que o seu país vai continuar a ser mercado para o feijão bóer produzido em Moçambique, ao abrigo do memorando de entendimento vigente. “Os moçambicanos podem ficar tranquilos. Estamos dispostos inclusive a ajudar este país a diversificar a produção de feijões, transmitindo a nossa experiência com cinco tipos que, posteriormente, seriam vendidos no mercado indiano”, disse o diplomata indiano. Dados recentemente divulgados apontavam para uma previsão de queda do preço do feijão bóer, influenciado pela decisão das autoridades indianas de suspender a importação deste produto com um impacto negativo para os produtores das sete províncias do centro e norte do país que habitualmente colocam o seu produto neste mercado asiático. O jornal Gazete of India, publicado em Nova Deli, apontava a mudança de procedimentos para a importação de leguminosas, em particular do feijão-bóer em grão ou processado, e a necessidade de atribuir quotas para os países produtores como alegações apresentadas pelo governo indiano para suspender as compras. As empresas envolvidas na comercialização do feijão-bóer nas províncias de Nampula, Cabo Delgado, Niassa, Zambézia, Sofala, Manica e Tete foram colhidas de surpresa pela informação, porquanto o processo de compra da leguminosa estava a ganhar ritmo acelerado para garantir o cumprimento da meta de 200 mil toneladas. A empresa mineira Omnia Mining iniciou a exploração de ouro em depósitos aluviais na metade ocidental da concessão que a Xtract Resources detém na província de Manica, em Moçambique, informou a empresa concessionária em comunicado divulgado recentemente. A Explorator, Lda, a subsidi- ária moçambicana da Xtract Resources, assinou contractos com as empresas mineiras Omnia Mining e Moz Gold em Junho e a Sino Minerals Investment Company em Julho para que procedam à exploração dos depósitos em aluvião. A Omnia Mining e a Moz Gold têm os direitos exclusivos para explorarem a metade ocidental da concessão mineira, ao passo que a Sino Minerals Investment Company tem a metade oriental. Estes contractos são válidos por um período de dez anos ou até ao esgotamento dos depósitos em aluvião, com uma prorrogação de cinco anos caso os depósitos não tenham sido já esgotados. Os contractos assinados estipulam que as empresas que vão proceder à exploração de ouro têm de efectuar pagamentos mensais à Explorator, Lda, de acordo com a quantidade de ouro extraída. A Sino Minerals começou a processar materiais de aluvião num dos centros de processamento dia 7 de Outubro corrente, prevendo a Xtract Resources, empresa cotada no mercado alternativo de investimento da Bolsa de Valores de Londres, que a subsidiária mo- çambicana comece a obter receitas em Novembro pró- ximo. Macauhub Xtract Resources expande exploração de depósitos de ouro em Moçambique 26 Magazine independente Terça-feira | 17 de Outubro 2017 Magazinadas Texto: Nelson Mucandze Fotos:António Nhangumbe A maldição de corrupção e os bons feitos! Ouve-se, em todos lados, discursos que nos devolvem uma sessação de um futuro leve e livre da corrupção, no mínimo não nos níveis caóticos em que se regista actualmente. As vozes de desgosto anunciam uma guerra contínua de luta contra as piores maldições da nossa sociedade. Uma maldição que está presente em nossa génese humana a partir do momento em que nossa convivência em sociedade fora estabelecida, e onde alguns indivíduos aparentemente, insatisfeitos com determinada regulação ou trato acordado entre partes em algum processo, usam de subterfúgios ilegais, imorais ou antiéticos para atingir seus objectivos. Mas surge outros actores que, desnorteados pela maldição cerebral, comportam-se de maneiras que pensávamos impossíveis, ou no mínimo improváveis, surpreendendo-nos repetidamente. Estão simplesmente tentando maximizar sua vantagem, ao mudar de postura sobre uma questão importante, mudando também as alianças para conseguir aquela vantagem. Mas, porquê só agora? Guebas, que aqui o vimos com Gamito, em conversa formal, nos falou tanto de luta contra à pobreza absoluta, do que dela, à corrupção. Não nos falou da contribuição dela no nosso fracasso em buscar um sistema agrícola produtivo e funcional, em montar um sistema educacional que crie quadros que descubram a essência dela, ou de nos trazer um sector judicial forte contra corruptos. A fraqueza a destacar está lá, na educação. Alguém disse que quando as escolas não prestam atenção aos valores culturais, ao currículo e nem nas atitudes dos membros da escola, algo está errado. Quando nas escolas há práticas de venda e compra de notas está-se a praticar e multiplicar a corrupção. Quando docentes e discentes bebem juntos nas barracas e trocam favores sexuais entre eles, estamos a normalizar a corrup- ção. Esses discentes um dia serão o director, o patrão, o chefe, o Ministro, o polícia, o enfermeiro, o médico, o advogado, magistrado, etc. Edy Mondlane e Nyelety Mondlane, sim irmãos, em conversa durante o congresso, onde também ouviram o primeiro histórico discurso de luta urgente e séria contra os comportamentos antiéticos, deveriam estar a pensar na forma de implementar o discurso, afinal, elas tiveram sorte de ter uma linhagem sanguínea que fervosamente se destacou para que nenhuma maldição assola o País. Faruco Sadique, boss da RM, e José Guerra, boss da TV Miramar e membro do Conselho Cristã em conversa, são figuras que tanto a sociedade precisa para a libertar da maldição que estamos submetidos. É verdade que esta é uma luta conjunta, que começa em casa e é consolidado nas escolas, mas a religião tem um papel exclusivo quando se trata de valores morais e éticos. Outros quadros que devem e têm demonstrado responsabilidades nesta luta são os juristas José Abudo, Adelino Muchanga e Hermenegildo Gamito. Mas, é preciso dizer que esperamos mais do que tem acontecido. 17 de Outubro 2017 | Terça-feira Magazine independente 27 Aniversariantes Envie a tua foto e mensagem até às 12 horas de cada quarta-feira, ou contacte Adelina Pinto pelos telemóveis 827870008, 820152830 e 847684840 ou ainda pelos e-mails: adelinap33@gmail.com e jornalmagazineinde@gmail.com Parabéns para você Era um sonho antigo, um sonho que vivia nos nossos corações desde há muito tempo, no dia que chegaste aqui na creche, esse sonho foi realizado e superou todas as expectativas. Nós te agradecemos muito, pois a felicidade que trouxeste para as nossas vidas é única e incomparável. Alegra-nos ajudar-te no teu crescimento e no processo de aprendizagem, porque é a maior de todas as bênçãos. Hoje, é dia de grande festa e de recordação de todas as emoções que se viveram há t r ê s a n o s . U m a nova vida chegou para completar a tua felicidade e um amor infinito nasceu. O aniversário, na vida de alguém, é sempre um marco importante, principalmente para a família do que para Tulipa, porque ainda não compreende tudo que o rodeia. Parabéns. Que maravilha! Podermos já comemorar o teu aniversário. O teu sorriso é tudo o que precisamos para sermos felizes e sabemos que enquanto tivermos isso, somos capazes de enfrentar qualquer tempestade, porque amar-te nos cria forças para tudo. O teu bemestar e a tua felicidade são os nossos objectivos principais na vida, porque queremos ver-te a crescer forte e saudável. Hoje, quero te transmitir com alegria a minha pura e sincera amizade, manifestando a gratidão que tenho pelas coisas boas que me fizeste durante anos. Sem dúvida, és a pessoa que me conhece melhor e, por isso, quero agradecer-te e mostrar-te o como estou feliz por participar no teu aniversário. Espero estar sempre ao teu lado e retribuir-te cada palavra de carinho que me dedicou. Votos de Indimula Desejamos-te que encontres novas amizades, que possam se juntar a nós na próxima celebração. Feliz aniversário! Que o Céu te cubra com as bênçãos de Deus para continuares a ser uma pessoa ímpar, um colega sincero. Falar de te, é falar de optimismo, de paz, de alegria, porque tu sabes viver e inspirar exemplos de uma vida bem vivida como poucos o sabem fazer. Parabens! Hoje, é o dia da tua chegada ao mundo, por isso, é o dia do teu aniversário! Mais um ano de incríveis felicidades passou, felizmente tem sido assim desde o teu nascimento, que veio alegrar os cora- ções de todos nós. Contemplar o teu crescimento, a tua evolução, tem sido a maior de todas as bênçãos para nós. Feliz aniversário. Alicia Klaus Fenias Belita Acrísio O tempo voa quando somos felizes, pois hoje estás completando mais um ano. Mas o que importa mesmo é que continuas crescendo forte, saudável e feliz. Desfrute do teu dia, amiguinha, da tua festinha, dos presentes e que o teu coraçãozinho se encha de alegria e ilusão. Então, celebre com alegria e assinale este lindo momento, para que fique na memória de todos. Votos de Salazar Samuel Dias Aprecie o teu jardim pelas flores, nunca pelas folhas caídas. Viva cada minuto da tua vida como se fosse o viver eternamente. A cada h o r a q u e p a s s a r não a conte pelos ponteiros de relógio, mas sim, pelo pulsar do teu coração. Ao longo da tua existência conte a tua idade pelos amigos que conquistas e nunca pelos anos que vives. Votos de Indimula Marcela Eunica Elsa 28 Magazine independente Terça-feira | 17 de Outubro 2017 A cantora moçambicana Mingas foi a figura de destaque na apresentação, do festival do Rio de Janeiro, do documentário “Karingana: licença para contar” produzido pela Cine Group. Numa plateia composta por algumas das referência das artes do Brasil, a cantora Mingas apareceu ao lado da brasileira Maria Bethânia na apresentação do documentário “Karingana: Licença para Contar”, no Festival do Rio de Janeiro. O documentário produzido pela Cine Group e dirigido pela Mó- nica Monteiro faz um reencontro entre a cultura africana e brasileira, mostrando, igualmente, a evolução da língua portuguesa e o desenvolvimento da literatura em países como Mo- çambique e Angola. A sua construção é feita através de um fio condutor traçado pela cantora Maria Bethânia e pelos escritores moçambicano, Mia Couto, e angolano, José Eduardo Agualusa. Entre os depoimentos deles aparece, em jeito de suporte, participações de figuras como Paulina Chiziane, Calane da Silva e Lourenço do Rosário. E, como que para solidificar essa construção, Maria Bethânia recita versos de referências literárias moçambicanas como José Craveirinha. “O convite me entusiasmou. Tenho muita atracção por toda informação que possa vir da África. A música, a poesia, a prosa me interessam. Fiz uma leitura, uma participação ao lado de Mia Couto e de Agualusa, que, para mim, é uma honra imensa”, disse Maria Bethânia durante o lançamento do documentário no Festival do Rio. A cantora Mingas chamou para ela a responsabilidade de mostrar o que de melhor faz-se em Moçambique em termos musicais, interpretando a capela – em português e em Xitsua – uma canção que diz ter sido ensinada pela mãe. Foi essa actuação que recebeu aplausos da plateia e mereceu um comentário elogioso de uma das maiores referências da cultura brasileira. “Fui recebida [em Maputo] pela Mingas, que tem uma voz fora do comum. Foi uma experiência linda,” disse a cantora brasileira. Mingas encanta na terra do Samba Ngoma Moçambique já prepara Gala NGOMA Moçambique prepara a próxima gala 2017. Nesta temporada, concorrem sessenta canções para as categorias de Prémio Revelação Feminina e Masculina, Melhor Voz Feminina e Masculina, Canção Mais Votada, Prémio Carreira, Canção Popular e Melhor Canção. cultura Moçambique participa com teatro e música no festival de Macau O Festival da Lusofonia de Macau regressa às Casas-Museu da Taipa, entre 19 e 22 de Outubro, com música, artesanato e gastronomia dos países de língua portuguesa. Moçambique fará parte da festa com teatro, onde o grupo Girassol marcará presença, e na música com a banda musical Os Kassimbos que participa pela primeira vez além fronteira. Alfredo Langa S egundo os organizadores do Festival da Lusofonia de Macau, este ano a festa prolonga-se por quatro dias e volta a oferecer “uma mostra cultural de cada uma das comunidades lusófonas residentes em Macau, gastronomia típica, espectáculos de música e dança e não só. O Festival da Lusofonia articula-se com a semana cultural da China e países lusó- fonos, que decorre entre 14 e 22 de Outubro. Para a 9.ª edição, a semana cultural recebe 150 artistas que participam também na Exposição de Produtos e Serviços de Língua Portuguesa (PLPEX) e na Feira Internacional de Macau (MIF). O cartaz deste ano inclui concertos no Largo do Senado, no coração de Macau, de grupos e artistas de Portugal (Diogo Piçarra), Cabo Verde (Trio Hélio Batalha, Sílvia Medina e Ellah Barbosa), Angola (Yola Semedo), Timor-Leste (SolutionBand), Goa, Damão e Diu (TrueBlue), Moçambique (Os Kassimbos), Brasil (Rastapé), Guiné-Bissau (Klim Mota), São Tomé e Príncipe (Haylton Dias) e China (Grupo de Música e Dança da Província de Guagxi). Além da música, a semana cultural da China e dos Pa- íses de Língua Portuguesa de Macau volta a ter uma mostra de teatro de países e territórios lusófonos pelo quarto ano consecutivo. A mostra de teatro integra quatro companhias de países lusófonos, incluindo Portugal, e uma de Macau. Assim, entre 14 e 19 de Outubro, o grupo local HiuKokTheatre marca presença com a peça “O cuco da noite escura”; o Grupo de Teatro Girassol (Moçambique) leva ao palco “Nkatikuloni (A outra)”, a companhia Nómada - Art&PublicSpace (Portugal) vai representar “Solange, uma conversa de cabeleireiro”, o grupo Nós Por Cá (São Tomé e Príncipe) leva à cena “Feitiçaria”, e a Arte Naroman (Timor- -Leste) apresenta “NaheBiti”. Entretanto, o Ministro da Cultura e Turismo, Silva Dunduro, defendeu no acto da despedida dos representantes de Moçambique no festival da lusofonia de Macau em Maputo, que as culturas de cada região são importantes e que não existe equidade entre elas. Os aspectos, costumes e tradições culturais são pertenças de cada povo. Silva Dunduro alertou os artistas da necessidade de serem vigilantes e cautelosos com vista a promoção do bom nome da nação moçambicana. “Tragam o eco das festividades. Não se esqueçam que representam uma nação inteira. Demonstrem a nossa moçambicana de com zelo e disciplina”. Num outro desenvolvimento, Dunduro olha para tradição e cultura como duas coisas que se interagem mutuamente, que, geralmente, são empregues em multifacetadas situações e com diferentes conotações”. Acrescentou que “ alguns pressupostos contemporâ- neos fazem de cultura algo que pode ser tanto o retrato de uma época ou sociedade, como algum recorte específico do substrato que permeia a vida social”. O grupo banda musical Os Kassimbos que fará uma actuação internacional pela primeira vez, olha para este encontro como uma oportunidade do futuro. “Para nós é uma honra representar o País, e o faremos com total dedicação sem comprometer as ideias da nossa pátria amada”, disse um dos representantes da banda. Enquanto o Grupo de Teatro Girassol, diz sentir-se lisonjeado pela segunda oportunidade que lhe é dada, pois ao longo dos anos tem trabalhado seriamente e considera que este é fruto de muito trabalho. Os dois grupos levam no seu repertorio dança, teatro e mú- sicas tradicionais. O Festival da Lusofonia, que tem promovido, ao longo dos anos, a cultura dos países e regiões de língua portuguesa, tornou-se numa das grandes festividades anuais do calendá- rio cultural. A banda Os Kassimbos é da província do Niassa e foi criada em 2001 por um grupo de jovens. De acordo com Augusto Murtahane, líder da banda, o convite de Macau veio dinamizar o grupo. Ele garante que os Kassimbos vão levar para Macau ritmos típicos da província do Niassa como o prato forte. Grupo Os Kassimbos vai a Macau pela primeira vez Grupo teatral Girassol 17 de Outubro 2017 | Terça-feira Magazine independente 29 Quem são as actrizes que acusam Harvey Weinstein de assédio até ao estupro Desde a última semana, quando as primeiras acusações contra o poderoso produtor americano Harvey Weinstein foram divulgadas pelo jornal The New York Times, os relatos não pararam de se multiplicar. Actrizes, modelos e funcionárias que passaram pelas produtoras Miramax e The Weinstein Company vêm denunciando casos de assédio sexual, incluindo estupro, atribuídos ao empresário. Os relatos dão conta de um histó- rico de abusos ocorridos no decorrer das últimas três décadas, e que tinham como alvo mulheres jovens que almejavam uma carreira na indústria cinematográfica. Entre os nomes, estão actrizes como Ashley Judd, Jessica Barth, Katherine Kendall, Rose McGowan, Florence Darel, Judith Godreche e Emma de Caunes, e outras que acabaram desistindo da profissão, como Dawn Denning e Tomi- -Ann Roberts. Megaestrelas como Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow, Cara Delevingne e Lea Seydoux também vieram a público com histórias similares. Lauren Sivan, uma âncora de TV, afirmou que o produtor a encurralou numa área vazia de um restaurante de Nova York em 2007 e se masturbou na frente dela. Funcionárias da produtora de Weinstein, como Emily Nestor, contaram ter tido de recusar suas investidas “pelo menos uma dúzia de vezes”. Os relatos retratam um dos produtores mais poderosos da indústria do cinema como sendo um homem que usava seu poder para avançar sexualmente contra mulheres jovens, muitas vezes com o apoio de sua equipe, e para mantê-las caladas sobre os episódios. Após as revelações, Weinstein foi demitido de sua produtora e admitiu que seu comportamento “causou muita dor”, mas descreveu muitas das acusações contra ele como “falsas”. Seus porta-vozes negaram “quaisquer alegações de sexo não consensual” e que “nunca houve actos de retaliação” contra as mulheres que o denunciaram. Numa postagem recente no Instagram, a modelo e actriz Cara Delevingne escreveu sobre como se sentiu desconfortável em um encontro com Weinstein em um quarto de hotel - e descreve o que teria acontecido quando ela disse que queria sair dali. “Ele me levou até a porta e ficou na frente dela. Tentou beijar minha boca. Eu o impedi e consegui sair do quarto”, contou. “Eu consegui o papel para aquele filme e sempre fiquei imaginando que ele teria me deixado consegui- -lo por causa do que aconteceu. E desde então eu passei a me sentir mal por ter feito aquele filme. Senti como se não merecesse o papel. Fiquei com medo de falar sobre isso, não queria magoar a família dele”, escreveu na mensagem. A actriz francesa Lea Seydoux escreveu um artigo no jornal inglês The Guardian detalhando sua experiência com Weinstein, quem conheceu em um desfile de moda. No texto, ela conta o que ocorreu quando ele a convidou para ir até seu quarto de hotel tomar um drinque. “Nós estávamos conversando no sofá quando, de repente, ele pulou em cima de mim e tentou me beijar”, descreveu. “Eu tive que me defender. Ele é grande e gordo, então tive que usar a força para afastá-lo. Saí do quarto morrendo de nojo.” “Eu não estava com medo dele. Porque o conhecia e sabia que tipo de homem ele era.” Num outro desenvolvimento, numa declaração ao The New York Times, Paltrow disse que, depois de ter sido seleccionada por Weinstein para ser protagonista da adaptação do clássico romance de Jane Austen, Emma, em 1996, foi “intimada” a ir até o quarto de hotel dele. Lá, afirmou, o produtor colocou as mãos no corpo dela e sugeriu uma massagem. A atriz tinha 22 anos à época.”Eu era uma criança. Fiquei sem acção”, contou ela ao jornal. Paltrow disse que rejeitou os avan- ços de Weinstein e relatou o episó- dio a Brad Pitt, seu namorado na época, que tirar satisfações com o produtor - por meio de representantes, confirmou o ocorrido. “Eu achei que ele iria me demitir”, afirmou. Por seu turno, Jolie contou ter rejeitado avanços do produtor ocorridos em um quarto de hotel durante o lançamento do filme Corações Apaixonados, em 1998. Ela deu uma declaração por email ao New York Times. “Tive uma experiência ruim com Harvey Weinstein na minha juventude e, por causa disso, escolhi não trabalhar mais com ele e alertar as mulheres que trabalhavam para sua produtora. Esse comportamento com as mulheres, em qualquer área, é inaceitável.” Ashley Judd disse ao New York Times que foi convidada para conhecer Weinstein em um hotel e que esperava tratar-se de um café da manhã de negócios. Mas não foi bem isso que aconteceu, afirmou. Quando chegou, Weinstein teria pedido que ela subisse até seu quarto e apareceu de toalha de banho, pedindo que actriz lhe fizesse uma massagem. Quando a actriz recusou, o produtor sugeriu que ela o assistisse tomar banho, contou. “Eu neguei diversas vezes, de diversas formas, e ele sempre vinha de novo com algum novo convite.” Segundo o New York Times, em 1997, Weinstein chegou a um “acordo” com Rose McGowan depois de um episódio que teria acontecido em um quarto de hotel durante o Festival de Sundance. O acordo, de US$ 100 mil, não foi construído como uma “admissão” dos actos pelo produtor, mas tinha como objectivo “evitar litígios e comprar a paz”, segundo o documento, ao qual o jornal teve acesso. Naquela época, McGowan tinha 23 anos e tinha acabado de estrear na série de TV Scream. Numa entrevista a um repórter de Hollywood, ela pediu para que Weinstein deixasse o cargo e fez um apelo para que “outros homens impedissem os homens quando eles agissem de forma nojenta”. “Os homens de Hollywood precisam mudar o mais rápido possível”, afirmou. “O poder de Hollywood está morrendo porque a sociedade mudou e evoluiu, mas o comportamento dos homens de Hollywood não.” A actriz Heather Graham de Boogie Nights disse à revista Variety que Weinstein a abordou no início dos anos 2000 - ela havia o conhecido para tentar um papel em um de seus filmes. Graham contou que o produtor tentou forçá-la a fazer sexo com ele e que disse que sua esposa “não se importaria”. “Ele disse que podia dormir com quem quisesse quando estava fora da cidade. Eu saí daquela reunião me sentindo mal.” “Não houve nenhuma menção explícita de que para ser a estrela de um daqueles filmes eu teria que dormir com ele. Mas estava subentendido.” A actriz italiana e directora Asia Argento passou a trabalhar com a então empresa de Weinstein, a Miramax, quando ela protagonizou o suspense B Monkey. Ela conta que, após ser convidada para uma festa da produtora que não existia, foi deixada sozinha com ele em um quarto de hotel. Argento disse que relutou até concordar em fazer uma massagem nele, mas depois disso o produtor a estuprou. “Weinstein me dava medo. Ele não parava. Foi um pesadelo.” “Eu sabia que ele tinha destruído outras pessoas já. Por isso essa história, no meu caso, tem mais de 20 anos, outras são mais antigas. Por isso elas nunca vieram à tona”, afirmou. Argento disse que temia que ele pudesse arruinar sua carreira, e por isso não havia revelado nada até agora. A actriz Roseanna Arquette contou que rejeitou as investidas de Weinstein e que acredita ter tido sua carreira prejudicada por isso. Ao New York Times, ela disse que no início dos anos 1990 Weinstein a pediu que passasse no Hotel Beverly Hills para pegar o roteiro de um papel. Ela afirmou ter sido levada ao quarto do produtor, que apareceu de roupão pedindo uma massagem. Arquette contou que, quando se recusou a fazê-lo, ele pegou sua mão e colocou em sua virilha. BBC Brasil 30 Magazine independente Terça-feira | 17 de Outubro 2017 Nelson Santos no Ferroviário de Maputo O actual treinador do Costa do Sol, Nelson Santos, é apontado como o novo reforço do Ferroviário de Maputo para as próximas duas épocas futebolísticas. Vai ser a primeira novidade no que diz respeito a “dança” dos treinadores no campeonato nacional de futebol, Moçambola. desporto Os estudantes já têm mais um motivo para se ocuparem com diversas actividades desportivas. De 14 de Outubro a 11 de Novembro a GOtv vai organizar um torneio desportivo escolar, envolvendo estudantes do ensino secundário da província e cidade de Maputo. Segundo apuramos dos organizadores, o evento terá lugar todos os sábados no pavilhão do Grupo Desportivo de Maputo com as modalidades de Futsal e Basquetebol, e para proporcionar mais espectáculo haverá o concurso de cheerleaders e freestyle. Divididas em dois grupos por modalidade, perfazendo as seguintes escolas: “Josina Machel”, “Armando Guebuza”, “Malhazine”, para o grupo 1, e no segundo, “Francisco Manyanga”, “Acácias” e “Noroeste”, 2 para modalidade de Futsal. No basquetebol, as escolas secundárias do “Aeroporto”, “Noroeste” 1 e “Matola” disputarão entre si no grupo 1 e “Joaquim Chissano”, “Polana” e “Noroeste” 2 são as equipas do grupo 2. O torneio será realizado em 5 jornadas e tem como objectivo promover futuros desportistas e artistas do país, bem como proporcionar um intercâmbio escolar e cultural, atravéz da ocupação dos tempos livres de forma salutar. Para GOtv, evento surge no âmbito da sua actuação como empresa socialmente responsável, que tem como objectivo o desenvolvimento do capital humano nas regi- ões onde está inserido e espera alargar o projecto para todas as províncias do País. Para se juntar a festa do desporto estudantil a entrada é mediante a apresenta- ção de 3 peças de material escolar ou 20 meticais. Futsal e basquetebol para estudantes Mais empolgante o torneio de abertura de Basquetebol seniores O torneio de abertura em basquetebol está cada vez mais electrizante volvidas que foram as duas jornadas do certame. Bons indicadores apontam para as equipas do Ferroviário de Maputo em ambos os sexos como favoritas a vencer o certame. Alfredo Langa Anova época do basquetebol no modelo transitório, quer dizer, iniciou no presente ano e vai terminar no próximo ano, já começa a aquecer. Desde à sexta-feira passada teve lugar a disputa da segunda jornada do torneio de abertura em basquetebol em seniores femininos. Há indicadores que, de forma gradual, apontam no favoritismo das equipas do Ferrovi- ário de Maputo em ambos os sexos no escalão seniores. O Costa do Sol, em particular, em femininos, manifesta o desejo de destronar a curta hegemonia do Ferroviário de Maputo. Em seniores masculinos, na sexta-feira passada, a turma do Costa do Sol perdeu com a Apolitécnica por 52-64. Já no sábado houve também festa da bola ao cesto e o Desportivo de Maputo ganhou por 38-33, enquanto que o Maxaquene bateu o Atlético por 75-48. Enquanto em femininos, onde se notará uma grande luta entre o Costa do Sol e o Ferroviário de Maputo, o torneio abertura se mostra quente! Volvidas duas jornadas, o Ferroviário de Maputo está com bons sinais de querer vencer o certame. A equipa da Apolitécnica bateu o Ferroviário de Maputo “B” por um resultado que não passou a cifra dos 50 pontos, tendo terminado o jogo nos quatro períodos em 41-29. No sábado, ainda na disputa do torneio de abertura, o Desportivo de Maputo perdeu com o Maxaquene por 46-71, enquanto que o Costa do Sol, também com o Ferroviário de Maputo perdeu por 42-96. Entretanto, a equipa sénior feminina de basquetebol do Ferroviário de Maputo, em feminino, que, a partir desta semana, participa em Gaborone, Botswana, na fase preliminar de qualificação para a Taça Africana de Clubes, reforçou-se com duas internacionais oriundas da Argentina e do Sudão, respectivamente. Trata-se das postes Gizela Verónica Vega e Zeinabe Liol (Sara), duas jogadoras que já estão integradas nos trabalhos da equipa liderada por Iñaki Garcia. As duas atletas assistiram a vitória da equipa no sábado, diante do Costa do Sol (94-42), jogo do Torneio de abertura da cidade de Maputo da bola ao cesto. Resultados Femininos APolitécnica-Ferroviário de Maputo “B” (41-29) Desportivo de Maputo-Maxaquene (46-71) Costa do Sol-Ferroviário de Maputo(42-96) Masculino Costa do Sol-Apolitécnica(52-64) Desportivo de Maputo-Matolinhas(38-33) Maxaquene-Atlético(75-48) A tenista russa Maria Sharapova conquistou neste domingo (15) em Tianjin, na China, seu primeiro título desde que retornou ao circuito em Abril, depois de cumprir suspensão de 15 meses por doping. A russa, ex-número 1 do mundo e actualmente 86ª no ranking da WTA, derrotou na final a bielorrussa Aryna Sabalenka (102ª) por 2 sets a 0, com parciais de 7-5 e 7-6 (10/8). Sharapova conquistou o seu título de número 36 no circuito, o primeiro desde que venceu o torneio de Roma em 2015. O campeonato de Tianjin foi o sétimo que a russa disputou desde que retornou às quadras. Ela foi afastada após ser flagrada pelo uso da substância Meldonium durante o Aberto da Austrália de 2016. A russa obteve duas viradas na partida contra Sabalenka - perdia por 4-1 no primeiro set e por 5-1 no segundo. Ela chegou também a salvar um set point. O torneio de Tianjin foi disputado em quadra rápida e teve premiação total de 426.750 de dólares. Sharapova ganha após suspensão por doping Basquetebol cada vez mais de electrizante Foto: Nilton Cumbe 17 de Outubro 2017 | Terça-feira Magazine independente 31 antonio.marques17@hotmail.com ``Longo Alcance`` na R.M. Desporto, 93.1 Maputo, 98.1FM Inhambane, 99.2FM Beira, 88.5 Manica e Tete, 93.6FM Nampula, Domingo das 18.00horas às 19.00horas e em todo o mundo no site: www.radiosonline.sapo.mz Xi! Como é bom estar convosco CAMPANHA DE SEGURANÇA RODOVIÁRIA DE 3500 VIDAS Todos os anos, 1.25 milhões de vidas perdem-se em todo o mundo, devido aos acidentes de trânsito. Isso se traduz directamente em 3.500 pessoas mortas todos os dias, 500 das quais são crianças. Os jovens são particularmente afectados, pois os acidentes de trânsito são a principal causa da morte entre os 15 a 29 anos de idade. Para enfrentar este desafio, a FIA se associou a JCDecaux, líder mundial de publicidade em outdoor e juntos lançaram a campanha global # 3500LIVES a 10 de março de 2017 graças ao apoio de 13 embaixadores de renome mundial das indústrias do desporto, da música e do cinema. Através de uma abordagem concreta e positiva, a Campanha # 3500LIVES tem como objectivo aumentar a consciencialização e levar todos os utentes das estradas a adoptarem regras simples, facilmente aplicáveis e eficientes. Até agora, a campanha foi visível em mais de 900 cidades, em mais de 75 países. A FIA lançou uma nova campanha # 3500LIVES com Michael Fassbender para ilustrar a regra “controle a sua visão”. Recentemente adicionado, esta Regra de Ouro encoraja todos os utentes das estradas a controlarem a sua visão regularmente e usar óculos adequados na estrada. Na verdade, a visão é fundamental para as decisões que os utentes da estrada fazem na estrada e uma visão deficiente consegue aumentar significativamente o tempo de reação, colocando-se em risco e aos outros. Além disso, a consciencialização pública é baixa e o acesso a óculos de qualidade permanece limitado em muitas regiões do mundo. Ao incorporar esta regra, Michael Fassbender fará parte dos 13 embaixadores da campanha no mundo da arte (Michelle Yeoh e Pharrell Williams), automobilismo (Fernando Alonso, Nico Rosberg, Marc Márquez e Felipe Massa), desporto (Rafael Nadal Yohan Blake, Wayde van Niekerk, Vanessa Low e Haile Gebrselassie) e política (Anne Hidalgo) que visam aumentar a consciencialização sobre outros factores de risco fundamentais, como velocidade, álcool, cinto de segurança... Segundo o site do Clube Ferroviário de Maputo, foi em ambiente de animação e festa que os dirigentes, atletas, entre os antigos e mais novos adeptos e convidados de outras colectividades da capital do País, que o salão do Clube testemunhou a confraternização da família locomotiva, reunida na celebração dos 93 anos do Clube Ferrovi- ário de Maputo, assinalados no passado dia 13 de Outubro. Várias foram as figuras que estiveram presentes no almoço de confraternização oferecido pela direcção do clube para assinalar a data. A efeméride ficou, igualmente, marcada pela movimentação de várias actividades desportivas, com destaque para a partida de futebol entre antigas vedetas do Clube Ferroviá- rio com a congénere Desportivo de Maputo. Aliás, a família alvi-negra, para além dos seus antigos jogadores, esteve representada ao mais alto nível pelo respectivo presidente, Inácio Bernardo. Dirigindo-se aos presentes, sobretudo os que estão ligados ao clube, o presidente Sancho Quipiço lembrou que só com união e apoio de todos é que o Ferroviário continuará a ter grandes conquistas. “ Os 93 anos são uma exigência para o nosso amadurecimento. Fazemos parte da história do desporto em Moçambique e só por isso temos que fazer valer esta idade. Temos em perspectiva expandir as modalidades desportivas, porque o Ferroviário não é só futebol e basquetebol. Se quisermos voltar às vitórias, temos que estar todos unidos. Se cada um puxar a corda para o seu lado, vamos nos atirar pedras, pelo que não é este caminho que devemos seguir”. Clube Ferroviário de Maputo completa 93 anos de vida O jogo da final da Taça de Moçambique, a segunda maior prova do calendário futebolístico nacional e que vai marcar o encerramento oficial da presente época, está marcada para o próximo dia 28 do mês em curso, no Estádio Nacional do Zimpeto, em Maputo. O certame vai envolver as equipas do UD Songo e do Cosa do Sol, curiosamente, campeão e vice-campeão nacional do Moçambola Zap. Sabe-se que as duas formações, a prior, já carimbaram os respectivos passaportes para as Afrotaças, nomeadamente UD Songo para a Liga dos Campeões, e Costa do Sol para a Taça CAF, mas além desses compromissos, cada equipa de intervenientes vai lutar para soma de mais um “canecão”. A UD Songo, pelo segundo troféu, depois do primeiro que conquistou no ano passado, sob batuta de Artur Semedo, e o Cosa do Sol procura pelo seu 12º troféu, depois do último ter ganho há dez anos. Tanto quanto se sabe, Songo não só investiu para ganhar como também prepara-se para tornar-se uma potência de futebol moçambicano fora da capital, à semelhança de outras nações em que algumas potências de futebol estão fora da capital. O Costa do Sol, maior detentor de títulos, quer em campeonatos, quer em Taças, procura reerguer o império canarinho que liderou o futebol moçambicano por quase uma década, com títulos à mistura dobradinhas. No entanto, os organizadores do jogo, nomeadamente a Federação Moçambicana de Futebol e o patrocinador oficial da prova, já fazem as contas de como será a festa da final, tal que, oficialmente, vai marcar o encerramento da época. Época do Futebol termina no dia 28 de Outubro no Zimpeto UDS vs Costa do Sol Leia se faz favor: A Campanha da FIA de Seguranca Rodoviária de 3500 vidas reiniciou no Maputo, em parceria com o ATCM. Para tal fixou-se no vistoso painel da JCDecaux à saída do Aeroporto Internacional de Maputo, uma foto da referida campanha com o novo Embaixador de Seguranca Rodoviária: o actor Michael Fassbender!!! PUBLICIDADE Aluga-se mini-buses para transporte de passageiros, casamentos, viagens, excursões, etc. Contactos; 843700783/ 847618156 Aluga-se Este espaço pode ser seu Anuncie aqui! Ficaram três pontos por conquistar no Moçambola Aos 51 anos, George Weah continua a fazer história. Porém, agora não há rela- ção nenhuma com futebol, mas sim com política. Nas primeiras eleições presidenciais democráticas da Libéria, com 73 anos, o ex- -atacante do AC Milão e melhor do mundo em 1995 tornou-se o primeiro jogador de futebol a ser eleito Presidente de um país. Os resultados oficiais serão conhecidos apenas no próximo dia 25, mas vários canais de informação liberianos dão como garantida a notícia de que George Weah passará a ser o primeiro ex-jogador de futebol a governar um país. Venceu a concorrência do vice- -presidente e favorito Joseph Boakai. Este era um sonho antigo de Weah, que sempre se posicionou como um dos principais activistas no combate à guerra civil que assolou o país na década de 90. Weah próximo da presidencia da Libéria O Moçambola Zap do presente ano está prestes a ficar para história! Neste final de semana, com a disputa da última jornada do certame, onde só ficaram apenas três pontos por conquistar, está ficar tudo claro no que diz respeito ao vencedor da prova que é o União Desportiva de Songo e as que desceram de divisão: Chingale de Tete, UP de Niassa e Associação Desportiva de Macuácua. Alfredo Langa Foi um ano de muita alegria, tristeza e luta pela permanência na maior prova futebolística do País, Moçambola. Ficou apenas uma jornada e última do Moçambola com jogos apenas para fechar a classificação na tabela classificativa. E seguidamente entrar-se em férias desportivas no mês de Novembro. Em relação ao título, o campeão é a União Desportiva de Songo e as equipas que desceram de divisão são Chingale de Tete, Universidade Pedagógica de Niassa e Associação Desportiva de Macuácua. Na verdade, foi uma prova bastante competitiva, onde as equipas do norte se fizeram sentir na prova. Trata-se do Ferroviário e do Desportivo de Nacala, que realizaram um campeonato notável. Actuando no Estádio da Bela Vista, os “locomotivas” ganharam por 2-0 ao Costa do Sol, enquanto o Desportivo empatou 1-1 com o Ferroviário de Maputo. Nos outros desafios, destaques para os triunfos do Ferroviário da Beira, por 3-1, na recepção ao Textáfrica do Chimoio, e da Liga Desportiva de Maputo sobre o Maxaquene por duas bolas sem resposta. O jogo mais aguardado do certame entre o Chibuto FC e União Desportiva de Songo, envolvendo os conflituosos Chiquinho Conde e Artur Semedo, terminou empatado sem golos. O 1° de Maio de Quelimane empatou com o ENH de Vilankulo sem abertura no marcador. No jogo dos despromovidos entre o Chingale de Tete e a Associação Desportiva de Macuá- cua o Chingale de Tete venceu por 2-0. Classificação: UD Songo 63 pontos; Costa do Sol 55; Ferroviário de Nacala 49; Liga Desportiva de Maputo 44; Desportivo de Nacala, Clube do Chibuto e Ferroviário de Maputo 43; Ferroviário da Beira 42; ENH de Vilankulo 37; Ferroviário de Nampula 36; Textáfrica do Chimoio 34; Maxaquene e 1º de Maio de Quelimane 33; Chingale de Tete 26; UP Niassa 23 e AD Macuácua 18. Resultados da 29ª jornada: Clube do Chibuto-UD Songo 0-0 Ferroviário de Nacala-Costa do Sol 2-0 Liga Desportiva de Maputo- -Maxaquene 2-0 Ferroviário da Beira-Textáfrica do Chimoio 3-1 Ferroviário de Maputo-Desportivo de Nacala 1-1 1º de Maio de Quelimane- -ENH de Vilankulo 0-0 Ferroviário de Nampula-UP Niassa 1-0 Chingale de Tete-AD Macuá- cua 2-0 Moçambola vai terminar este final de semana PUBLICIDADE Mais uma plataforma para que o seu anúncio chegue mais longe Contamos desde já com aplicativo móvel www.magazineindependente.com www.facebook.com/magazineindependente Para mais informações contacte o endereço abaixo.

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