A imagem de uma adolescente palestiniana de 16 anos a tentar dar um soco num polícia israelita correu mundo e pôs novo foco nas centenas de crianças e adolescentes, com idades entre os 12 e os 17 anos, nas prisões do Estado hebraico.
MARIA JOÃO GUIMARÃES 30 de Dezembro de 2017, 7:32
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FotoAhed Tamim quando foi presente ao tribunal militar que prolongou a sua detenção AMMAR AWAD/REUTERS
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A imagem de uma palestiniana de 16 anos a tentar bater em dois soldados israelitas fortemente armados provocou reacções extremadas entre palestinianos e israelitas. Ahed Tamimi acabou por ser presa, e o seu caso chamou a atenção para a situação, e o número de menores palestinianos nas prisões israelitas, que é de 500 a 700 todos os anos.
Na Cisjordânia há protestos desde que Donald Trump anunciou que os Estados Unidos reconheciam Jerusalém como capital de Israel, ignorando a pretensão palestiniana à parte oriental para sua capital, a 6 de Dezembro. Muitos protestos acabaram com violência e o exército israelita a usar gás lacrimogéneo ou balas de borracha para dispersar os manifestantes. Morreram já oito palestinianos, e cerca de 2900 foram feridos (entre estes, 345 menores). Sete israelitas ficaram também feridos.
Idade mínima para um palestiniano ser preso é de 12 anos
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Mas apesar das mortes e violência, acabou por ser a imagem da adolescente loura a marcar o ciclo noticioso. A história é contada de dois modos diferentes conforme o lado: palestinianos dizem que Ahed, activista contra a ocupação desde os 13 anos e de uma família de activistas da Fatah (a facção do presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas), protestava pelo uso de balas de borracha que deixara um familiar também jovem internado e sujeito a cirurgia para retirar a bala. Para os israelitas, trata-se de uma agressão da jovem aos soldados, que ficam relativamente impassíveis.
O vídeo, que se tornou viral, mostra Ahed a tentar acertar com as mãos, fechadas em punho, na cara de dois soldados – ela mais baixa, aos pulos, tentando ultrapassar outra adolescente que se vai pondo entre ela e os dois soldados. Os militares vão evadindo os golpes, sem reagir. A dada altura, ela consegue atingir um com uma estalada.
A assimetria é o mais valorizado pelos palestinianos, para quem Ahed é uma heroína.
FotoActivistas palestinianos no Líbano com uma imagem do vídeo em que Ahel levanta o punho contra o polícia israelita WAEL HAMZEH/EPA
Na pequena localidade de Nabi Saleh, onde vivem cerca de 600 pessoas, tem havido marchas semanais contra a expropriação de terra para um colonato judaico vizinho. Estas acções levavam muitas vezes a confrontos com militares israelitas, e no âmbito destes protestos o pai de Ahed, Bassem, foi várias vezes detido (a família é conhecida por, durante os protestos, provocar os soldados e filmar a sua reacção – a figura de Ahed e a sua cabeleira são mais um elemento que chama a atenção).
Em Israel, o facto de os soldados não terem reagido foi visto sobretudo de modo crítico – considera-se que mostraram fraqueza. Depois de o vídeo ser mostrado, comentadores viram humilhação e políticos decretaram que a palestiniana deveria ser presa. “Elas deviam acabar os seus dias na prisão”, disse o ministro da Educação, Naftali Bennet.
Quatro dias depois do incidente, uma unidade feminina de militares israelitas foram de novo à localidade de Nabi Saleh, às 4h da manhã (hora local). Levaram Ahed Tamimi detida, e divulgaram imagens da detenção.
No dia seguinte, a mãe de Tamimi foi visitar a filha e assegurar-se de que esta não era interrogada sozinha. Foi também detida por incitamento – foi ela quem gravou o vídeo. Tamimi foi entretanto esta semana presente a tribunal militar, que considerou que a palestiniana “pode representar perigo” e por isso decretou a sua detenção durante pelo menos mais dez dias.
Em Israel há quem diga que o crime de Tamimi foi “levar a ocupação [israelita da Cisjordânia] a fazer má figura”, como dizia o diário Ha’aretz, defendendo em editoral que fosse libertada.
Detenções de madrugada
Organizações de defesa dos direitos humanos e a própria UNICEF criticam há muito algumas rotinas dos militares israelitas nas detenções de menores palestinianos: são feitas durante a noite ou madrugada, como no caso de Tamimi, os interrogatórios fazem-se sem a presença dos pais, e são-lhes apresentados documentos de confissão escritos em hebraico, para que os menores assinem, quando muitas vezes não percebem a língua.
Também é criticada a transferência de uns estabelecimentos prisionais para outros, e de prisões na Cisjordânia para outras em Israel. Não são respeitas várias regras sobre como tratar menores, incluindo limitar ao mínimo o tempo em que estão algemados.
Num relatório de 2013 a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) apontava estas falhas e concluía que “o abuso de crianças que entram em contacto com o sistema de detenção militar parece ser comum, sistemático e institucionalizado ao longo de todo o processo, desde o momento da prisão até à acusação e eventual condenação e sentença”.
Um relatório da organização não-governamental israelita B’Tselem de Outubro de 2017 analisou 60 processos de menores detidos em Jerusalém Oriental e encontrou os mesmos problemas: detenções a meio da noite, esperas de horas por um interrogatório que decorre sem pais ou advogados presentes, apresentação de uma confissão em hebraico para os menores assinarem. Este é o modo habitual, conclui a organização, de as autoridades legais e sistema israelita lidarem com os menores que atiram pedras, o crime mais comum pelo qual respondem.
Segundo dados da B’Tselem, citando o serviço prisional de Israel, em Agosto de 2017 havia 331 menores palestinianos em prisões israelitas. Organizações palestinianas dizem que todos os anos são detidos, presos ou condenados em média entre 500 a 700 menores.
Desde a declaração de Trump de 6 de Dezembro até ao dia 18 foram detidos 364 palestinianos na Cisjordânia, entre os quais 63 menores – ou seja, um sexto de todos os detidos nestes protestos têm entre 12 e 18 anos.
tp.ocilbup@searamiug.oaoj.airam
Comentários Principais
Filipe Roberto E é assim... Que se vive num território pequeno rodeado de inimigos e se torna uma potência capaz de cultivar onde os outros apenas têm terra, transformar água salgada, onde os outros têm deserto, enfim, criar vida onde os outros apenas querem guerra. Claro que os mólinhos vêm com a história de que são violentos... Claro que são. Mas existe uma diferença. Eles usam a guerra para viver. Os outros vivem para a guerra. Uns gastam 60000$ num missil da cupula de ferro (e são disparados vários, porque uma vida de alguém no seu povo é importante) para defenderem a sua população de um simples rocket que, do outro lado, é lançado propositadamente de um pátio de uma escola para que na resposta morram crianças, DA SUA POPULAÇÃO, para aparecerem nas noticias... É bom colocar em perspectiva estes exemplos, na hora de vermos de que lado queremos ficar...
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Andréia Russo Não existe justificativa para agredir, quem quer que seja...sendo menor ou não tem que aprender a respeitar...se Não voltaremos ao olho por olho, dente por dente...se as novas gerações já estão assim, quando haverá paz?Gerir
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Rodrigo Pereira Coutinho Os soldados israelitas portaram-se como bons soldados diante de menores que os estavam a provocar e a tentar bater. Ignoraram-nas. Este tipo de “notícias” mostra mais da radicalização anti-israelita do “Público” e da Esquerda em geral que outra coisa.Gerir
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Joaquim Augusto Continua a política terrorista nazi dos israelistas até contra as crianças...e os regimes norte-americano e da União Europeia a aplaudir...que tristeza...
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Antonio Da Silva Fernanndes Aqui as crianças são usadas como escudo protector pelos terroristas
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Mauro Ferreira Os palermas ainda não viram isso. Ou não querem ver!?!Gerir
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Amelia Pereira Por outro lado, observando o terrorismo israelita e vendo como até lhes chamam “vítimas”, proporciona-nos uma excelente oportunidade para conseguirmos compreender algo incompreensível: como foi possível Hitler ter conseguido fazer que fez? Como foi pos...Ver maisGerir
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Amelia Pereira Há que não esquecer que os Estados Unidos são geridos por Sioni$ta$ com muito poder. Existe uma relação estreita entre Israel e vários poderes económicos e políticos dos Estados Unidos. Desde mega-corporações passando pelo Senado americano.
Hitler não tinha essas “cunhas”, por isso durou menos tempo.
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Joaquim Augusto Antonio Da Silva Fernanndes Matar Crianças e deter centenas de crianças nas prisões...alguns por muito meses e até anos...deve ser para proteger terroristas...deve...deve...só se for para proteger o terrorismo de estado Nazi do regime sionista de Israel...Gerir
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Marco António Uma mulher com ideias. Os membros masculinos da família depois lhe lembrarão o que se espera realmente dela.
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Cristina Branco No entanto, uma das acusações que lhe fazem é que é incentivada pelo pai. A fraca leitura dos artigos provocam estas reacções ligeirinhas
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Marco António Eu li o artigo, ó ligeira.Gerir
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Marco António Eu acaso falei do pai? Acaso és tão limitada que não és capaz de extrapolar o sentido mais lato do que escrevi?Gerir
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Luís Filipe Miranda Já não lhes basta as 400 crianças palestinianas que mataram em 2014 com os bombardeamentos à faixa de Gaza??
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David Costa Se em Gaza não esconderem os rockets em escolas da ONU, talvez não morram tantos civis...
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Amelia Pereira Fora as crianças doentes que impedem de sair de Gaza para receberem tratamento hospitalar. Crianças com cancro, por exemplo.
Pois, é a tal “única democracia do médio oriente “.Gerir
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Luís Filipe Miranda David Costa blá.. blá.. blá.. é sempre a mesma conversa e a mesma desculpa!
É UMA VERGONHA Israel bombardear escolas cheias de crianças e centenas de prédios!.. isso é um crime contra a humanidade!Gerir
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Vasco Almeida https://www.youtube.com/watch?v=gi-c6lbFGC4Gerir
Hamas Mickey Mouse Teaches Terror to Kids
*UPDATE: Defiant Hamas TV airs resistance…
YOUTUBE.COM
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David Costa Amelia Pereira eu já a conheço mas mesmo assim não me canso de a expôr: Porque não critica o Egipto que nem para ajuda humanitária abre a sua fronteira com Gaza?
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David Costa Luís Filipe Miranda não seja ingénuo, antes de bombardear instalações militares do Hamas, a força aérea israelita até avisa antes, veja lá.Gerir
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Luís Filipe Miranda David Costa conversa de assassinos!Gerir
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Luís Filipe Miranda David Costa Vá ver oficialmente a causa dos bombardeamentos à Faixa de Gaza em 2014 que mataram 400 crianças palestinianas e 3000 civis adultos (dados da UNICEF).. se não sabe eu digo:.. foi devido à morte de 3 israelitas mortos por palestinianos!Gerir
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Luís Filipe Miranda E Israel não foi de meias medidas e faz bombardeamentos maciços à Faixa de Gaza por mais de 1 mêsGerir
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Toni Silva O que marca é a reação do soldado á agressão, mas disso os jornais preferem nem falar.
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Priscila Faillace Quem vai trazer paz a ambos os povos? Ou alguém tira proveito desde os anos 60 com essa situação? Ex: o mercado, a indústria bélica, a mídia, etc...Gerir
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Samuel Dias E Erdogam e Abbas a elogiar publicamente esta criança é o quê? Não será comprometer o futuro dela ?
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Patrícia Carvalho assim só conseguem fomentar a raiva das novas gerações palestinianas contra Israel... e dão argumentos aos grupos extremistas que os atacam.
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José Xavier Os sionistas eram todos mortos à pedrada ???
Kkkkkkkkkkkk......não me façam rir.....Gerir
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Amelia Pereira O facto de o primo dela, de 15 anos, ter sido baleado na cabeça por soldados israelitas não lhe devia dar o direito de bater, seja em quem for.
Porém, ela não é a única criança-prisioneira naquele inferno. Há muitas mais e bem mais jovens.
Bom, o regime racista e de apartheid da África do Sul também levou o seu tempo a cair.... esperemos que este não dure muito mais tempo.
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Filipe Roberto Se calhar o primo morreu, ao tentar ele próprio matar alguém... Digo eu. Ou isso, ou vamos acreditar que morreu um santo.Gerir
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Amelia Pereira Filipe Roberto enquanto isso não for provado, é apenas uma suposição, aliás, muito fácil de se fazer. Facto é que ele levou um tiro na cabeça.
Bom, se um familiar seu levar um tiro boa cabeça, eu direi: bom, o mais certo é ter tido culpa de alguma coi...Ver maisGerir
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Antonio Da Silva Fernanndes Estava à espera que lhe dessem rebuçados
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Khalid Rafael Extermínio de crianças por Israel é terrível!
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Lídia Pinto Soares Sampilo Nunca mais acaba está maldita ocupação 😢😢😢
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Ahmad Abdallah
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Fábio Soares O público e a sua agenda esquerdalha pró palestina e os muçulmanos fabricam e manipulam a notícia
MARIA JOÃO GUIMARÃES 30 de Dezembro de 2017, 7:32
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FotoAhed Tamim quando foi presente ao tribunal militar que prolongou a sua detenção AMMAR AWAD/REUTERS
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A imagem de uma palestiniana de 16 anos a tentar bater em dois soldados israelitas fortemente armados provocou reacções extremadas entre palestinianos e israelitas. Ahed Tamimi acabou por ser presa, e o seu caso chamou a atenção para a situação, e o número de menores palestinianos nas prisões israelitas, que é de 500 a 700 todos os anos.
Na Cisjordânia há protestos desde que Donald Trump anunciou que os Estados Unidos reconheciam Jerusalém como capital de Israel, ignorando a pretensão palestiniana à parte oriental para sua capital, a 6 de Dezembro. Muitos protestos acabaram com violência e o exército israelita a usar gás lacrimogéneo ou balas de borracha para dispersar os manifestantes. Morreram já oito palestinianos, e cerca de 2900 foram feridos (entre estes, 345 menores). Sete israelitas ficaram também feridos.
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Mas apesar das mortes e violência, acabou por ser a imagem da adolescente loura a marcar o ciclo noticioso. A história é contada de dois modos diferentes conforme o lado: palestinianos dizem que Ahed, activista contra a ocupação desde os 13 anos e de uma família de activistas da Fatah (a facção do presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas), protestava pelo uso de balas de borracha que deixara um familiar também jovem internado e sujeito a cirurgia para retirar a bala. Para os israelitas, trata-se de uma agressão da jovem aos soldados, que ficam relativamente impassíveis.
O vídeo, que se tornou viral, mostra Ahed a tentar acertar com as mãos, fechadas em punho, na cara de dois soldados – ela mais baixa, aos pulos, tentando ultrapassar outra adolescente que se vai pondo entre ela e os dois soldados. Os militares vão evadindo os golpes, sem reagir. A dada altura, ela consegue atingir um com uma estalada.
A assimetria é o mais valorizado pelos palestinianos, para quem Ahed é uma heroína.
FotoActivistas palestinianos no Líbano com uma imagem do vídeo em que Ahel levanta o punho contra o polícia israelita WAEL HAMZEH/EPA
Na pequena localidade de Nabi Saleh, onde vivem cerca de 600 pessoas, tem havido marchas semanais contra a expropriação de terra para um colonato judaico vizinho. Estas acções levavam muitas vezes a confrontos com militares israelitas, e no âmbito destes protestos o pai de Ahed, Bassem, foi várias vezes detido (a família é conhecida por, durante os protestos, provocar os soldados e filmar a sua reacção – a figura de Ahed e a sua cabeleira são mais um elemento que chama a atenção).
Em Israel, o facto de os soldados não terem reagido foi visto sobretudo de modo crítico – considera-se que mostraram fraqueza. Depois de o vídeo ser mostrado, comentadores viram humilhação e políticos decretaram que a palestiniana deveria ser presa. “Elas deviam acabar os seus dias na prisão”, disse o ministro da Educação, Naftali Bennet.
Quatro dias depois do incidente, uma unidade feminina de militares israelitas foram de novo à localidade de Nabi Saleh, às 4h da manhã (hora local). Levaram Ahed Tamimi detida, e divulgaram imagens da detenção.
No dia seguinte, a mãe de Tamimi foi visitar a filha e assegurar-se de que esta não era interrogada sozinha. Foi também detida por incitamento – foi ela quem gravou o vídeo. Tamimi foi entretanto esta semana presente a tribunal militar, que considerou que a palestiniana “pode representar perigo” e por isso decretou a sua detenção durante pelo menos mais dez dias.
Em Israel há quem diga que o crime de Tamimi foi “levar a ocupação [israelita da Cisjordânia] a fazer má figura”, como dizia o diário Ha’aretz, defendendo em editoral que fosse libertada.
Detenções de madrugada
Organizações de defesa dos direitos humanos e a própria UNICEF criticam há muito algumas rotinas dos militares israelitas nas detenções de menores palestinianos: são feitas durante a noite ou madrugada, como no caso de Tamimi, os interrogatórios fazem-se sem a presença dos pais, e são-lhes apresentados documentos de confissão escritos em hebraico, para que os menores assinem, quando muitas vezes não percebem a língua.
Também é criticada a transferência de uns estabelecimentos prisionais para outros, e de prisões na Cisjordânia para outras em Israel. Não são respeitas várias regras sobre como tratar menores, incluindo limitar ao mínimo o tempo em que estão algemados.
Num relatório de 2013 a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) apontava estas falhas e concluía que “o abuso de crianças que entram em contacto com o sistema de detenção militar parece ser comum, sistemático e institucionalizado ao longo de todo o processo, desde o momento da prisão até à acusação e eventual condenação e sentença”.
Um relatório da organização não-governamental israelita B’Tselem de Outubro de 2017 analisou 60 processos de menores detidos em Jerusalém Oriental e encontrou os mesmos problemas: detenções a meio da noite, esperas de horas por um interrogatório que decorre sem pais ou advogados presentes, apresentação de uma confissão em hebraico para os menores assinarem. Este é o modo habitual, conclui a organização, de as autoridades legais e sistema israelita lidarem com os menores que atiram pedras, o crime mais comum pelo qual respondem.
Segundo dados da B’Tselem, citando o serviço prisional de Israel, em Agosto de 2017 havia 331 menores palestinianos em prisões israelitas. Organizações palestinianas dizem que todos os anos são detidos, presos ou condenados em média entre 500 a 700 menores.
Desde a declaração de Trump de 6 de Dezembro até ao dia 18 foram detidos 364 palestinianos na Cisjordânia, entre os quais 63 menores – ou seja, um sexto de todos os detidos nestes protestos têm entre 12 e 18 anos.
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Filipe Roberto E é assim... Que se vive num território pequeno rodeado de inimigos e se torna uma potência capaz de cultivar onde os outros apenas têm terra, transformar água salgada, onde os outros têm deserto, enfim, criar vida onde os outros apenas querem guerra. Claro que os mólinhos vêm com a história de que são violentos... Claro que são. Mas existe uma diferença. Eles usam a guerra para viver. Os outros vivem para a guerra. Uns gastam 60000$ num missil da cupula de ferro (e são disparados vários, porque uma vida de alguém no seu povo é importante) para defenderem a sua população de um simples rocket que, do outro lado, é lançado propositadamente de um pátio de uma escola para que na resposta morram crianças, DA SUA POPULAÇÃO, para aparecerem nas noticias... É bom colocar em perspectiva estes exemplos, na hora de vermos de que lado queremos ficar...
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Andréia Russo Não existe justificativa para agredir, quem quer que seja...sendo menor ou não tem que aprender a respeitar...se Não voltaremos ao olho por olho, dente por dente...se as novas gerações já estão assim, quando haverá paz?Gerir
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Rodrigo Pereira Coutinho Os soldados israelitas portaram-se como bons soldados diante de menores que os estavam a provocar e a tentar bater. Ignoraram-nas. Este tipo de “notícias” mostra mais da radicalização anti-israelita do “Público” e da Esquerda em geral que outra coisa.Gerir
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Antonio Da Silva Fernanndes Aqui as crianças são usadas como escudo protector pelos terroristas
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Joaquim Augusto Antonio Da Silva Fernanndes Matar Crianças e deter centenas de crianças nas prisões...alguns por muito meses e até anos...deve ser para proteger terroristas...deve...deve...só se for para proteger o terrorismo de estado Nazi do regime sionista de Israel...Gerir
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Luís Filipe Miranda Já não lhes basta as 400 crianças palestinianas que mataram em 2014 com os bombardeamentos à faixa de Gaza??
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É UMA VERGONHA Israel bombardear escolas cheias de crianças e centenas de prédios!.. isso é um crime contra a humanidade!Gerir
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David Costa Amelia Pereira eu já a conheço mas mesmo assim não me canso de a expôr: Porque não critica o Egipto que nem para ajuda humanitária abre a sua fronteira com Gaza?
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David Costa Luís Filipe Miranda não seja ingénuo, antes de bombardear instalações militares do Hamas, a força aérea israelita até avisa antes, veja lá.Gerir
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Luís Filipe Miranda David Costa Vá ver oficialmente a causa dos bombardeamentos à Faixa de Gaza em 2014 que mataram 400 crianças palestinianas e 3000 civis adultos (dados da UNICEF).. se não sabe eu digo:.. foi devido à morte de 3 israelitas mortos por palestinianos!Gerir
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Samuel Dias E Erdogam e Abbas a elogiar publicamente esta criança é o quê? Não será comprometer o futuro dela ?
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José Xavier Os sionistas eram todos mortos à pedrada ???
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Amelia Pereira O facto de o primo dela, de 15 anos, ter sido baleado na cabeça por soldados israelitas não lhe devia dar o direito de bater, seja em quem for.
Porém, ela não é a única criança-prisioneira naquele inferno. Há muitas mais e bem mais jovens.
Bom, o regime racista e de apartheid da África do Sul também levou o seu tempo a cair.... esperemos que este não dure muito mais tempo.
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Filipe Roberto Se calhar o primo morreu, ao tentar ele próprio matar alguém... Digo eu. Ou isso, ou vamos acreditar que morreu um santo.Gerir
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Amelia Pereira Filipe Roberto enquanto isso não for provado, é apenas uma suposição, aliás, muito fácil de se fazer. Facto é que ele levou um tiro na cabeça.
Bom, se um familiar seu levar um tiro boa cabeça, eu direi: bom, o mais certo é ter tido culpa de alguma coi...Ver maisGerir
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