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Escrito por Adérito Caldeira em 19 Setembro 2017 (Actualizado em 20 Setembro 2017) |
No fim desta semana terão passado 90 dias desde que a Procuradoria-Geral da República(PGR) recebeu da consultora Kroll o relatório final e completo da Auditoria forense às estatais Proindicus, Empresa Moçambicana de Atum e Mozambique Asset Managment(MAM) e o povo aguarda ansiosamente a divulgação oficial que foi prometida, em finais de Junho, deveria acontecer “o mais breve possível”. No sumário executivo divulgado pela PGR poucas novidades foram tornadas públicas, muita da informação já havia sido revelada inclusivamente pelo @Verdade, porém ficou evidente nessa altura que esta Auditoria enfrentou muita resistência por parte dos arquitectos e mentores dos empréstimos que de forma arrogante, e quiçá também ilegal como as dívidas, recusaram-se a fornecer imensos documentos e informações solicitadas pelos auditores. Na versão inglesa do relatório final e completo, que há algumas semanas foi disponibilizado oficiosamente para o público, os nomes dos envolvidos assim como os detalhes de diversas operações financeiras estão protegidos contudo foi possível apurar que o Conselho de Administração da primeira das três empresas envolvidas nesta operação financeira pagou em salários ao seu presidente e administradores 884.561 dólares norte-americanos, 344.840 dólares durante o ano de 2013, primeiro ano de (in)atividade, e 539.721 dólares em 2014. Investigações do @Verdade revelaram, em Outubro de 2016, que o Conselho de Administração da Proindicus era chefiado Eugénio Henrique Zitha Matlaba, que exerceu o cargo de assessor do antigo ministro da Defesa Filipe Nyusi. O relatório da Kroll não indica quem são nem quantos são os membros dos órgão sociais desta estatal mas o @Verdade que António Carlos do Rosário é um dos administradores da empresa inactiva. “A Kroll não recebeu nenhum documento ou cálculos que suportem as despesas com os órgão sociais” refere a versão inglesa do relatório final da Kroll.
Outro milhão em Jeep Cherokee, Lexus Constatia, Toyota Fortuner, Land Cruiser Prado
Incluindo
os trabalhadores, que não se sabe quantos são nem que são, a Proindicus
gastou 2,1 milhões de dólares só em salários embora a empresa não
esteja a proteger a costa moçambicana como foi justificado para a
contratação dos empréstimos violando a Constituição da República e as
leis orçamentais.Adicionalmente esta estatal, que tem como accionistas a Monte Binga, SA, e os Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE), efectuou pagamentos de mais de 1,1 milhões de meticais a pelo menos 12 cidadãos que a Auditoria não revela quem são. Ainda nos primeiros dois anos, em que deveria ter começado a funcionar, a Proindicus gastou 902.164 dólares na compra de viaturas entre elas mais de uma dezena de luxo como são os casos de três Jeep Cherokee, quatro Lexus Constatia, três Toyota Fortuner, um Audi ou um Land Cruiser Prado. Os auditores também não receberam nenhum tipo de documento ou cálculos relativos a mais de 70 mil dólares gastos em “despesas de viagem” e, mesmo sem estar a operar, a Proindus gastou 22.792 dólares em “presentes”. |
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