segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Condenação por centenas de violações não agrava prisão de Rei Ghob

 

Francisco Leitão já se encontrava a cumprir sentença pela morte de três pessoas.
Nuno Ferreira Santos
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Nuno Ferreira Santos
Francisco Leitão, o homem que ficou conhecido por Rei Ghob, foi esta segunda-feira condenado a 17 anos de prisão por violação de vários jovens, parte deles menores. Mas como já se encontra a cumprir 25 anos de prisão pela morte de três pessoas, que é o máximo permitido por lei em Portugal, a sentença poderá não vir a agravar o tempo que permanecerá encarcerado. Quando muito, evitará que lhe seja concedida liberdade condicional a meio da pena – mas não impedirá a sua saída da cadeia quando completar cinco sextos da pena, isto é, 21 anos atrás das grades.
Ao longo de vários anos, o sucateiro privou com com adolescentes que levava a passear, a quem pagava jantares ou bebidas e oferecia telemóveis. Quando os convencia dos seus poderes sobrenaturais, levava-os para a sua casa na Carqueja, Lourinhã, onde os amedrontava fingindo incorporar "entidades" sobrenaturais ou dizendo que vinha a mando delas informá-los de que eles ou seus familiares corriam perigo de morte. Para evitar as consequências, teriam de se sujeitar a "injecções de energia" que seriam transmitidas sob a forma de relações sexuais.
Os crimes agora em julgamento dizem respeito a 12 menores e remontam ao período entre 2009 e 19 de Julho de 2010, data em que foi detido pela Polícia Judiciária por homicídio. As queixas tinham chegado ao Ministério Público ainda em 2009, mas o inquérito veio a ser arquivado. Foi reaberto na sequência de buscas domiciliárias das autoridades e de novas denúncias no período em que o arguido esteve a ser investigado pelo triplo assassinato. O tribunal considerou provada a violação da maioria dos 12 jovens, mas subsistiram dúvidas em relação a alguns deles. 
"O senhor destruiu a vida destas pessoas, que vão ter muita dificuldade em voltar a confiar em quem quer que seja", disse ao arguido, no final da leitura da sentença, a juíza do Tribunal Judicial de Loures.

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