terça-feira, 29 de agosto de 2017

“Sultão” do narcotráfico que queria montar fábrica em Moçambique detido em Londres


 

 
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Por Luís Nhachote 
“Do Quênia e Moçambique para Londres e Nova York…nas operações de drogas Hafeez não viu fronteiras ou limites” foi assim que Joon Kim, o procurador de Manhatam, em Nova Yorke, descreveu a detenção de Muhammad Asif Hafeez, 58, ocorrida na última sexta-feira, em Londres, no Reino Unido.  
De origem paquistansa, Hafeez, também conhecido como “O Sultão” encontrava-se na lista dos cidadãos com alegadas ligações ao narcotráfico sob a alçada da Drug Enforcement Agency (DEA) dos Estados Unidos da América, que se dedica a “caça” desse tipo de individuos. 
Organização Akasha  
Pesam sobre Hafeez, acusações de ser fornecedor de heroína para da organização “Akasha”, sediada no Quênia. Muhammad Asif Hafeez, 58, deverá ser extraditado de Londres para Nova York, onde será julgado por um tribunal federal  e pode ser condenado a uma pena de prisão de 30 anos ou mais. 
As autoridades da nação mais poderosa do planeta afirmam que o Sultão traficou drogas em larga escala e a nivel global, “trabalhando com organizações criminosas transnacionais para fabricar e distribuir enormes quantidades de heroína e metanfetamina em todo o mundo e para os Estados Unidos”,  conforme disse Joon Kim em um comunicado que o Primeira Mão acedeu na página web do DEA. 
A rede e a menção a Moçambique… 
Existem outros detidos em conexão com esse rede e entre eles se encontra Ibrahim Akasha. Ele é um dos quatro suspeitos de contrabando de drogas com sede no Quênia, que está sendo actualmente julgado no Estado de Nova York.  
Ibrahim Akasha terá entregue uma amostra de heroína de um quilo em nome de Hafeez para um agente secreto da DEA em Nairobi em 2014. 
Em acusação anterior envolvendo os quatro associados de Akasha afirma-se que um dos quatro, Vijaygiri “Vicky” Goswami, havia dito a um agente secreto dos EUA que “O Sultão” era o fornecedor número um da heroína branca no mundo “. 
Alega-se que Hafeez ter dito a Goswami para estabelecerem uma fábrica de metanfetaminas em Moçambique. 
O Sr. Goswami, um cidadão indiano de 55 anos é descrito pelos procuradores americanos de ser o gerente da rede dos narcóticos da Akashas e em 2015 esteve preso e tendo sido libertado sob fiança no Quênia. 
As autoridades americanas alegam que o plano da montagem da fabrica de narcóticos em Moçambique para posterior embarque para os EUA e outros países, terá sido abandonado em 2016. 
Grande parte dessa substância destinava-se a ser usada na fábrica de medicamentos que o Sr. Goswami e o Sr. Hafeez concordaram em criar em Maputo, a capital de Moçambique, segundo a acusação. 
O Sr. Goswami foi extraditado do Quênia para Nova York em janeiro, juntamente com os co-arguidos Baktash Akasha, o suposto líder da rede de tráfico de drogas, seu irmão Ibrahim Akasha e Gulam Hussein, um nacional paquistanês. 
Os quatro suspeitos em custódia em Nova York dizem ter conspirado para transportar 98 quilogramas de heroína para os EUA. 
Os irmãos Akasha, o Sr. Goswami e o Sr. Hussein enfrentam sentenças potenciais de prisão perpétua. O seu julgamento deverá começar em poucos meses. 
Moçambique um apetecivel destino da narco-indústria 
A 6 de Abril do corrente ano, as autoridades moçambicanas desmantelaram uma fábrica de mandrax, instalada numa residência arrendada, no bairro Mussumbuluco, no município da Matola, província de Maputo. 
Cinco indivíduos que foram encontrados, em flagrante, a produzirem 50 quilos desta droga foram imediatamente detidos. 
Segundo o porta-voz da Policia da República de Moçambique (PRM) na Matola, Fernando Manhiça citado pelo matutino “Notícias” na altura dos factos, a droga vinha sendo produzida naquele local há cerca de três meses. 
Dos detidos constam quatro moçambicanos e um zambiano, mas ambos com residências na África do Sul. Em 2014, no mesmo municipio, onde reside o maior parque industrial do país, uma outra fábrica depois de descoberta pela Policia da República de Moçambique, foi desmantelada e encerrada e, o alegado propriétario foi solto dias depois mediante caução. No inicio de 2000, uma operação conjunta entre as autoridades moçambicanas e sul-africanas desmantelaram uma fabrica de Mandrax. Lideraram a investigação que culminou com o desmantelamento da fábrica, da parte moçambicana, o inspector Jorge Miguel e da parte sul-africana o então comissário nacional da policia, Jackie Selebi, falecido há poucos anos depois de ter sido condenado por ter aceite subornos de um convicto traficante de drogas.  

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