Alexandre Chivale with Isalcio Mahanjane and 9 others at Maputo.
O ELEFANTE E A FORMIGA
Quando me atenho ao que tem estado a acontecer na Pérola do Índico, me
vem, sempre, à memória, uma ilustração que era do agrado do meu saudoso
docente de Direito Criminal. É que sempre que lhe disséssemos que
estávamos empenhados a preparar testes de outras cadeiras do curso ele
sempre retorquia nos seguintes termos: “vocês estão preocupados com uma
formiga quando o elefante está aqui, bem próximo, pronto a esmagar-vos.”
Queria com isso dizer que era melhor investir mais tempo a estudar
direito Criminal, que era um bicho-de-sete-cabeças, a perder tempo com
matérias, na sua óptica, acessíveis.
Cá no burgo (basicamente
Maputo e Matola) avolumam-se vozes que, primeiro, alegam que a actual
crise financeira moçambicana é derivada dos empréstimos concedidos às
empresas EMATUM, MAM e ProIndicus, como se isso fosse verdade
indiscutível. Para desconstruir essa narrativa muito se disse e se tem
dito, mas valerá perguntar a razão de ciência dessa assertiva, sabido
que as prestações de crédito não têm estado a ser pagas e que só se nos
dissessem que houve redução de investimento em certas áreas pelo Estado,
em consequência dos encargos com o serviço da dívida, suportado pelo
Governo, poderia permitir que a afirmação retro fosse confundida com a
verdade. Também já muito se disse sobre a estratégia de asfixia
económica exercida pelos parceiros de cooperação, visando o afastamento
da FRELIMO do poder.
Aliás, não deixa de ser estranho que se fale
hoje de insustentabilidade da dívida de Moçambique, quando é líquido
que em 2005 Moçambique devia ao FMI cerca de 6 biliões de dólares.
Também não se devem ignorar os números da dívida nos anos 80 e 90, por
força da cooperação militar para fazer face a agressão que o país sofria
de forças estranhas ao processo de independência e desenvolvimento. E
tanto quanto sei, um dos critérios (senão o critério) para aferir da
sustentabilidade da dívida pública é a comparação entre o valor em
dívida e o PIB do país. Espero que não me venham dizer que o PIB dos
anos 80/90 era superior ao actual. Ora será que essa dívida era
sustentável só porque a dívida era com o FMI?
Para além disso, há
quem pense que – assumindo que a causa da crise é a dívida das empresas
citadas – a saída para a crise é prender os indivíduos A, C e L (deixo a
imaginação por vossa conta) e depois responsabilizá-los por tudo quanto
nos tem acontecido na esfera financeira. Ora, se a prisão destes três
cidadãos permitir que o dólar volte aos 35, que os moçambicanos
recuperem o seu poder de compra, que a auto-estima regresse para ficar,
que paremos de jogar yoyó no preço dos combustíveis, que a EDM não volte
a aumentar vertiginosamente os salários dos membros do Conselho de
Administração e meia volta aumentar o preço de energia, com fundamento
em aumento dos custos operacionais e que mais moçambicanos tenham
capacidade de ter a Zodwa Wabantu em cada uma das festas que
organizarem, então tem o meu apoio. Enquanto isso aguardo que me venham
provar isso.
Portanto, estamos numa espécie de embriaguez
colectiva, em que a dose da nossa incapacidade acidental é suficiente
para explicar fenómenos e, de uma forma estonteante e psicadélica,
apresentar soluções. É como quem está mais preocupado em contemplar e
combater a formiga, ignorando o elefante que está a metros de nos
esmagar.
Assim é que as pessoas que mais falam de prisão e
responsabilização estão mais ofendidas que quem emprestou dinheiro às 3
empresas. Muito estranho, pois não?
Bem espero que quando a
nossa embriaguez colectiva terminar não tenhamos já sido transportados
para a vala comum de Lhanguene, assim que os bancos credores accionarem
as garantias soberanas e exigirem directamente do Estado moçambicano. Aí
é que provavelmente muitos se lembrarão da história do elefante e da
formiga, já que parece termos ignorado a parábola da Água, o Banho e o
Bebé.
Eu também estou de volta!
A COMUNIDADE INTERNACIONAL ESTÁ A AJUDAR OS MOÇAMBICANOS A SAIR DAS MÃOS DOS EXPLORADORES QUE CECEBEM DINHEIRO PARA ENCHEREM OS SEUS BOLSOS A CUSTA DO SUOR DA NAÇÃO E MANTEM A NAÇÃO SOBE O SEU CUSTÓDIO, PROCURANDO TAPAR A TODOS PROCURANDO MOSTRAR QUE SÃO SALVADORES E ÚNICOS RESPONÇÁVEIS CAPAZES DE GUIAR O PAÍS.
ResponderEliminarAVANTE COMUNIDADE INTERNACIONAL.
VOCEIS DEFENSORES DO MAL AINDA NÃO CHEGARAM A CONCLUSÃO QUE A INTERNETE GARANTE A TRANPARÊNCIA ATÉ CERTO PONTO? AINDA NÃO SE APERCEBERAM QUE O NÚMERO DE PESSOAS QUE VOS APOIA É NUITO MENOS EM RELAÇÃO AO NÚMERO DAS PESSOAS QUE VOS DETESTÃO?
A COMUNIDADE INTERNACIONAL ESTÁ A AJUDAR OS MOÇAMBICANOS A SAIR DAS MÃOS DOS EXPLORADORES QUE CECEBEM DINHEIRO PARA ENCHEREM OS SEUS BOLSOS A CUSTA DO SUOR DA NAÇÃO E MANTEM A NAÇÃO SOBE O SEU CUSTÓDIO, PROCURANDO TAPAR A TODOS PROCURANDO MOSTRAR QUE SÃO SALVADORES E ÚNICOS RESPONÇÁVEIS CAPAZES DE GUIAR O PAÍS.
ResponderEliminarAVANTE COMUNIDADE INTERNACIONAL.
VOCEIS DEFENSORES DO MAL AINDA NÃO CHEGARAM A CONCLUSÃO QUE A INTERNETE GARANTE A TRANPARÊNCIA ATÉ CERTO PONTO? AINDA NÃO SE APERCEBERAM QUE O NÚMERO DE PESSOAS QUE VOS APOIA É NUITO MENOS EM RELAÇÃO AO NÚMERO DAS PESSOAS QUE VOS DETESTÃO?