Estava a ler o discurso de Sua Excelência Presidente da Frelimo, está manhã. Da leitura senti: (1) ausência de mensagem-chave. O discurso não apresenta uma mensagem-chave, conteúdo-chave, mas várias mensagens dispersas no discurso o que o torna pouco atractivo e pouco perceptivel (o que o Presidente queria dizer em concreto aos membros?); (2) Incongruência. Recentemente disse que se deve criar linha divisória entre a religião e a política mas aqui ele faz apelo à religião para se envolver na solução do actual conflito politico-militar; (3) Inseguro e sem convicção. Ele apresenta um discurso tímido, sem convicção, nem segurança. Tentou fazer um discurso limpinho, de procura forçada do inimigo externo do que um discurso virado também para dentro, de um líder que quer ordem dentro do partido. Foi um discurso de procura de apoio e alianças internas contra o inimigo comum da Frelimo. Pareceu alguém que estava a apresentar um documento que não tinha certeza de que o que estava escrito estava correcto; (4) Penitência. Foi um discurso de penitência por ter aceite ordens externas para a Auditoria às dívidas ocultas. O discurso do "inimigo do país e da Frelimo" é um pedido de desculpas aos ofendidos internos pela sua aceitação às imposições do tal inimigo. Enfim, o discurso tem o mérito de ser longo, e demérito de não ter conteúdo.
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