O campo de Guebuza reage.... Dois dias depois do Governador do BM, Rogério Zandamela, dar justificativas sobre o processo do Mozabanco, um amigo meu, jovem intelectual frelimista; Guebuzista mas não militante do G40 (embora próximo ), irrompeu no meu inbox perguntando-me se i) não achava que as decisões de Zandamela tinham por fim tornar o sistema financeiro mais frágil?; ii) não podia ser ele uma peça do FMI numa estratégia que visa empurrar o país para ofertas de preços de gás muito baixos? Ontem, quando recebi a reação do Eye Monitor à divulgação do relatório da Kroll confirmei uma suspeita: o Eye era uma identidade colectiva que reincarnava o G40; uma extensão da propaganda do guebuzismo. Porquê? Por que as questões que o meu amigo me colocava estavam expostas no artigo do Eye como verdades absolutas. E toda argumentação era em defesa de Guebuza, atacando ferozmente o PR Filipe Nyusi. Minha ilação foi óbvia: o Eye representa o campo do guebuzismo; não é uma voz oficial mas transmite o que nas suas hostes é discutido. No texto de ontem um ataque ao tridente Nyusi/Mthumuke/Chipande e a tentativa de passar a ideia de que os 500 milhões foram recebidos por Nyusi ("que optou por receber menos equipamento militar que o encomendado"). Uma acusação falaciosa em face das conclusões da auditoria. O Eye antecipa a prisão para breve de Gregorio Leão, António do Rosário e Manuel Chang. Um atirar da toalha ao chão ou o qui pro quo para que o barulho da dívida fica encerrado de vez? Será mesmo que a coisa ficará por aqui? Será que vamos todos considerar perdidos os mais de 500 milhões de USD a troco de meia dúzia de anos de prisão de parte dos responsáveis pelo calote? Será?
1. MENSAGEM AOS MEUS COMPANHEIROS DE TRINCHEIRA
António Carlos Do Rosário, PCA da Proindicus, Ematum e MAM
Caros
colegas e compatriotas, gostaria de vos felicitar por mais um
aniversário da nossa independência nacional. Como sabeis, fomos
brindados pelo relatório da Kroll que nos acusa, como gestores moçambicanos,
de sermos os responsáveis pelo facto das empresas moçambicanas não
estarem a operar e a gerar receitas. Não se devem deixar derrotar. Como
oficiais das FDS vamos nos dar por satisfeitos pois conseguimos
trabalhar com a Kroll e provar q sabemos o q fazemos e o q queremos.
Conseguimos defender a Pátria de suspeitas infundadas. Isto é o q
importa. Hoje já ninguém vai dizer que os projectos não existem e q o
dinheiro foi desviado. Como sempre dissemos, a modalidade de contrato
previa adiantamento na íntegra aos fornecedores em troca de bens e
serviços q este nos forneceu e tem vindo a prestar, até hoje. Houve
falhas da parte de Moçambique q ultrapassam as empresas, pois dizem
respeito a instituições específicas do Estado moçambicano, não
necessariamente do Governo. As acusações q são feitas a gestão das
empresas moçambicanas não nos devem preocupar pois sabemos e provamos,
nas várias sessões de trabalho q tivemos com o auditor q, como gestores,
fizemos e temos estado a fazer, tudo ao nosso alcance para que as
empresas comecem a operar. Aliás a EMATUM começou a operar em Dezembro
de 2014 tendo, inclusive, começado a exportar para Ásia (China) e
Europa. Os certificados de exportação são disso prova. A Kroll conhece
quem sabotou o nosso trabalho para q a EMATUM ficasse paralisada e,
dessa forma, forçar a venda dos barcos a agentes econômicos
identificamos. Mas preferiu protege-lo. Pq? Devem imaginar. Esqueçamos
isto pois se abrirmos este capítulo vamos nos distrair e perder foco e,
no fim, beneficiar aqueles q querem que Moçambique continue de rastos.
Agradeço-vos pelo apoio q me têm prestado na nobre missão de servir a
Pátria e ao Povo moçambicano. Fizemos um juramento de dar as nossas
vidas pela Pátria. Não devemos nos sentir constrangidos pelo facto dos
nossos nomes e, quiçá a nossa honra, estarem a ser beliscadas. Ainda por
cima por quem? Pela Kroll, q nós sabemos o quem realmente são e o q
querem. Sinto-me feliz por ver a forma bastante negativa com que me
atacam, pois isso prova q não cedemos a pressões e nem temos medo pelo
facto de virem de onde vem. Lutamos taco a taco. Tudo indica q ainda
estamos no começo da luta. Este ataque não é em vão. Tem haver com a
nossa verticalidade e firmeza no q fazemos. Lembram-se do episódio em
que corri com dois deles do meu gabinete pois queriam detalhes de
questões sobre a segurança do Estado? Isso mesmo. E isso, para eles, é
surpresa pois não esperavam q houvessem moçambicanos com convicções
firmes. Para vocês deve estar claro q o tal indivíduo A sou eu. Daí a
importância de queimar e fazer eco das críticas daqueles q,
desesperadamente, querem nos (Forças de Defesa e Segurança) fora das
empresas e do xadrez de negócios para tomarem o país de assalto. Isso é
de menos. Temos de ser fortes e nos recordar daquele dito africano,
segundo o qual, "homem forte não é quem derruba ou ofende o outro quando
é ofendido mas sim aquele q se segura e não perde a lucidez em momentos
de tensão". Vamos continuar a fazer tudo o q estiver ao nosso alcance
para q logremos êxitos nos projetos. Hoje já temos uma marinha de guerra
com meios e com quadros à altura q sabem o q uma marinha de guerra de
um país com 2800Km de linha de costa deve fazer. Em 2010, não tínhamos
um simples barco para perseguir piratas q se faziam transportar em
semi-rígidos e sequestraram uma embarcação cuja recuperação implicou
perda de vidas de moçambicanos. Hoje já temos dois estaleiros (um em
Pemba e outro em Maputo) com tecnologia de ponta o q habilita a MAM a
ombrear com gigantes internacionais na prestação de serviços a indústria
de Oil&Gas. Hoje a ProIndicus esta habilitada a pentear a nossa
Zona Econômica Exclusiva (ZEE) e a não permitir q os desmandos q outrora
aconteciam continuem acontecer. Q digam os armadores gatunos dos nossos
recursos muitos dos quais vem dos países q encomendaram a auditoria.
Daí a ira deles por termos mudado de provedor de serviço de satélite
para um Moçambicano pois assim temos mais controlo das imagens e do
nosso espaço. Sei q, como eu, devem estar a receber pressão familiar e
dos q vos são próximos para q "abandonem o barco". Peço-vos para que não
façam isso ... expliquem a eles q não há conquistas sem sacrifício.
Recordem-se da resistencia heróica dos nossos antepassados e do
sacrifício daqueles q lutaram pela independência do nosso país. Hoje
esta em causa a nossa independência econômica. E esta não nos será dada
de mão beijada. Como oficiais das FDS não escolhemos missão...Aos
editores (não auditores pois se lerem bem o relatório verão q apenas
editaram o q lhes foi dito, muitas vezes não por nós) vai o nosso apreço
pelo trabalho muito profissional. Até breve, A Luta Continua!
Independência Econômica ou Morte, Venceremos!
GUERRA FRIA, MOÇAMBIQUE CARNE DE CANHÃO?
A Guerra Fria (GF) “ocorreu” no período entre o fim da segunda Guerra Mundial e no colapso da então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) o seu fim. Teve como principais beligerantes os Estados Unidos da América (EUA) e a URSS. Os condões dela são de vária ordem, dentre políticos, ideológicos, militares, económicos, sociais... traduzida em posições extremas sobre o que cada um dos blocos achava ser o melhor caminho, em cada um desses condões. Não deixa, contudo, de interessar o facto de o modelo de economia centralizada ter caído em desgraça e desuso, por insustentabilidade (terá sido a ganância do homem?).
Apesar do fim da GF, na ideia de “vitória” dos EUA, o mundo nunca terá sido uníssono à volta dos vencedores, na mesma, continuam a existir blocos, com destaque para o dos EUA e seus aliados, com a União Europeia (EU) à cabeça, e o da Rússia e outros, apesar da China ter sempre uma palavra a dizer.
E o que tem Moçambique a ver com tudo isto?
Moçambique, país africano, teve a sua independência, acima de tudo, graças a entrega dos seus melhores filhos, mas contou com o apoio directo e incomensurável do bloco da URSS e teve a coragem de adoptar sua visão, pese embora, mais tarde, tenha iniciado a navegação para um modelo misto, quiçá. Contudo, porque apoiado pelo bloco da URSS, o país viu-se mergulhado numa guerra civil de triste memória para a história, onde irmãos, primos, amigos, vizinhos... pegaram em armas para expressarem algum “desentendimento” (tinha sido assim antes, durante e depois da conferência de Berlim). Estranho nisto, é o facto de os desavindos terem tido a sua génese e suporte, ideológico e militar, de dois regimes fascistas, o do Apartheid e o de Ian Smith, importantes aliados do bloco dos EUA. Qual democratas!
Com o colapso da URSS e o desgaste das guerras, face a movimentos de lucidez e irmandade africana, entre outros, os conflitos ensaiaram terminar... pois, ainda há focos de guerra, principalmente nos países tampãos, quer dos EUA, quer da Rússia, assim como naqueles em que abundam recursos naturais, porém de inclareza ideológica quanto a sua exploração (Iraque, Síria, Médio Oriente...).
O caminho, então optado/imposto, pela/à maior parte dos países/blocos, foi o modelo de democracia multipartidária, apesar de permeio terem existido movimentos golpistas, mais tarde expressão de sanguinários ditadores, que obcecados pelo poder foram seduzidos e abandonados (Mobutu Sese Seko Nkuku Ngbendu Wa Za Banga...), isto, depois de mortos alguns dos melhores filhos desta humanidade (Samora Machel, Salvador Allende, Patrice Lumumba, Thomas Sankara...).
Na rota da democracia multipartidária, um autêntico desafio da África livre, com muito por percorrer no campo das liberdades, mormente o de expressão, muitos foram os movimentos libertadores que tombaram, exemplo disso foi a UNIP, da Zâmbia, então liderada por Keneth Eduard Kaunda, que hoje quase inexiste! Doutra banda, alguns movimentos libertadores, preparados e eternos aprendizes das tendências políticas, têm sobrevivido aos adventos da democracia multipartidária e se mantêm na roda de influência política.
Ora, porque muitos se tem mostrado “irredutíveis” aos adventos queridos por uns, dos EUA principalmente, dentre os que têm importante papel geoestratégico ou dos com importantes recursos naturais, parece a GF ressurgida. Uma suspeita que se firma com o regresso da “mãe” Rússia ao tabuleiro de xadrez mundial. Os BRICS falam por si... aliás, o Brasil e a África do Sul tem estado na berlinda exactamente por isso...
Moçambique, importante na geostratégia mundial, principalmente por causa de Nacala, e com imponentes reservas naturais de recursos, vários, em que desponta o gás, como ontem, não foge esta tendência. O sinal deste advento, depois das primaveras que começaram na África “árabe”, terá sido o ressurgimento da Renamo armada, que há escassos meses do início do regular quadro de eleições, inventou motivos e fez-se aos tiros.
Graças a Deus, foi assertivo o governo de então, que confrontando a Renamo no teatro das operações, procurou nunca desfazer os laços de reconciliação e logrou um, novo, acordo de cessão de hostilidades. Debalde, porque depois das eleições, acomodadas que foram as reivindicações da Renamo, reforçadoras da transparência do processo eleitoral, de 2014, o partido da perdiz voltou aos tiros para contestar os resultados das eleições! Até que, fruto de uma abnegada entrega das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e abertura do poder político vigente, viu-se na contingência de declarar um cessar-fogo sine die.
Lado-a-lado, da escalada armada, Moçambique vê-se abraços com a chamada crise do endividamento público, que terá lições a serem tiradas, por causa da sua audácia de ver, acima de tudo, reforçada a soberania.
Por esse motivo, os EUA, através dos seus vários tentáculos, têm condicionado a normalidade orçamental de Moçambique e exigem a responsabilização de alguns moçambicanos, contudo sem nunca cogitarem a responsabilização de não africanos ou então de sistemas de mercado internacionais, mormente europeus, pois as quantias de que se falam jamais sairiam de um sistema financeiro sem serem objecto de embargo ou questionamento!
O que não espanta... não fosse, hoje, a Europa, um centro de “agiotagem” por excelêncoa, em que os africanos, depois de tentados e enfeitiçados a investir naquele continente, vêm-se, hoje e reiteradamente, despojados dos seus investimentos, que nunca regressam aos seus países de origem (que o digam os angolanos).
Outro facto, é que neste barulho, perdemos de vista algo muito importante, os nossos recursos... assinam-se acordos de exploração, principalmente do gás, por exemplo, sem que os moçambicanos saibam de facto o que ganham ou perdem... ademais, nem sequer a dita sociedade civil é chamada para conhecer os contornos de tais acordos... apenas acordamos com pompas e circunstâncias, mas nunca com os detalhes dos acordos...
“Tudo dito”, parecem poucas as dúvidas sobre o ressurgimento da GF, assim como de que Moçambique volte a ser “carne de canhão” da mesma...
Outrossim, nisto, preocupa a FRELIMO, que mais parece interessada em guerrinhas internas, entre os seus membros, do que na manutenção do seu poder político... hoje perde-se o foco, o inusitado parece normal... por exemplo, quem outrora defendeu Dhlakama, hoje parece secretário de mobilização e propaganda... e porque perguntar não ofende, terá algum dia o diabo se convertido ao cristianismo? Esquecemo-nos de Kavandame?
p.s. há memórias menos boas do processo das independências, mormente por conta de acções menos boas dos partidos libertadores... contudo, penso ter chegado o tempo de sarar tais feridas e avançarmos unos e coesos, sem que sejamos instrumentos de qualquer grupo ou força, mas sim parceiros, para fazermos valer a nossa moçambicanidade.
A Guerra Fria (GF) “ocorreu” no período entre o fim da segunda Guerra Mundial e no colapso da então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) o seu fim. Teve como principais beligerantes os Estados Unidos da América (EUA) e a URSS. Os condões dela são de vária ordem, dentre políticos, ideológicos, militares, económicos, sociais... traduzida em posições extremas sobre o que cada um dos blocos achava ser o melhor caminho, em cada um desses condões. Não deixa, contudo, de interessar o facto de o modelo de economia centralizada ter caído em desgraça e desuso, por insustentabilidade (terá sido a ganância do homem?).
Apesar do fim da GF, na ideia de “vitória” dos EUA, o mundo nunca terá sido uníssono à volta dos vencedores, na mesma, continuam a existir blocos, com destaque para o dos EUA e seus aliados, com a União Europeia (EU) à cabeça, e o da Rússia e outros, apesar da China ter sempre uma palavra a dizer.
E o que tem Moçambique a ver com tudo isto?
Moçambique, país africano, teve a sua independência, acima de tudo, graças a entrega dos seus melhores filhos, mas contou com o apoio directo e incomensurável do bloco da URSS e teve a coragem de adoptar sua visão, pese embora, mais tarde, tenha iniciado a navegação para um modelo misto, quiçá. Contudo, porque apoiado pelo bloco da URSS, o país viu-se mergulhado numa guerra civil de triste memória para a história, onde irmãos, primos, amigos, vizinhos... pegaram em armas para expressarem algum “desentendimento” (tinha sido assim antes, durante e depois da conferência de Berlim). Estranho nisto, é o facto de os desavindos terem tido a sua génese e suporte, ideológico e militar, de dois regimes fascistas, o do Apartheid e o de Ian Smith, importantes aliados do bloco dos EUA. Qual democratas!
Com o colapso da URSS e o desgaste das guerras, face a movimentos de lucidez e irmandade africana, entre outros, os conflitos ensaiaram terminar... pois, ainda há focos de guerra, principalmente nos países tampãos, quer dos EUA, quer da Rússia, assim como naqueles em que abundam recursos naturais, porém de inclareza ideológica quanto a sua exploração (Iraque, Síria, Médio Oriente...).
O caminho, então optado/imposto, pela/à maior parte dos países/blocos, foi o modelo de democracia multipartidária, apesar de permeio terem existido movimentos golpistas, mais tarde expressão de sanguinários ditadores, que obcecados pelo poder foram seduzidos e abandonados (Mobutu Sese Seko Nkuku Ngbendu Wa Za Banga...), isto, depois de mortos alguns dos melhores filhos desta humanidade (Samora Machel, Salvador Allende, Patrice Lumumba, Thomas Sankara...).
Na rota da democracia multipartidária, um autêntico desafio da África livre, com muito por percorrer no campo das liberdades, mormente o de expressão, muitos foram os movimentos libertadores que tombaram, exemplo disso foi a UNIP, da Zâmbia, então liderada por Keneth Eduard Kaunda, que hoje quase inexiste! Doutra banda, alguns movimentos libertadores, preparados e eternos aprendizes das tendências políticas, têm sobrevivido aos adventos da democracia multipartidária e se mantêm na roda de influência política.
Ora, porque muitos se tem mostrado “irredutíveis” aos adventos queridos por uns, dos EUA principalmente, dentre os que têm importante papel geoestratégico ou dos com importantes recursos naturais, parece a GF ressurgida. Uma suspeita que se firma com o regresso da “mãe” Rússia ao tabuleiro de xadrez mundial. Os BRICS falam por si... aliás, o Brasil e a África do Sul tem estado na berlinda exactamente por isso...
Moçambique, importante na geostratégia mundial, principalmente por causa de Nacala, e com imponentes reservas naturais de recursos, vários, em que desponta o gás, como ontem, não foge esta tendência. O sinal deste advento, depois das primaveras que começaram na África “árabe”, terá sido o ressurgimento da Renamo armada, que há escassos meses do início do regular quadro de eleições, inventou motivos e fez-se aos tiros.
Graças a Deus, foi assertivo o governo de então, que confrontando a Renamo no teatro das operações, procurou nunca desfazer os laços de reconciliação e logrou um, novo, acordo de cessão de hostilidades. Debalde, porque depois das eleições, acomodadas que foram as reivindicações da Renamo, reforçadoras da transparência do processo eleitoral, de 2014, o partido da perdiz voltou aos tiros para contestar os resultados das eleições! Até que, fruto de uma abnegada entrega das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e abertura do poder político vigente, viu-se na contingência de declarar um cessar-fogo sine die.
Lado-a-lado, da escalada armada, Moçambique vê-se abraços com a chamada crise do endividamento público, que terá lições a serem tiradas, por causa da sua audácia de ver, acima de tudo, reforçada a soberania.
Por esse motivo, os EUA, através dos seus vários tentáculos, têm condicionado a normalidade orçamental de Moçambique e exigem a responsabilização de alguns moçambicanos, contudo sem nunca cogitarem a responsabilização de não africanos ou então de sistemas de mercado internacionais, mormente europeus, pois as quantias de que se falam jamais sairiam de um sistema financeiro sem serem objecto de embargo ou questionamento!
O que não espanta... não fosse, hoje, a Europa, um centro de “agiotagem” por excelêncoa, em que os africanos, depois de tentados e enfeitiçados a investir naquele continente, vêm-se, hoje e reiteradamente, despojados dos seus investimentos, que nunca regressam aos seus países de origem (que o digam os angolanos).
Outro facto, é que neste barulho, perdemos de vista algo muito importante, os nossos recursos... assinam-se acordos de exploração, principalmente do gás, por exemplo, sem que os moçambicanos saibam de facto o que ganham ou perdem... ademais, nem sequer a dita sociedade civil é chamada para conhecer os contornos de tais acordos... apenas acordamos com pompas e circunstâncias, mas nunca com os detalhes dos acordos...
“Tudo dito”, parecem poucas as dúvidas sobre o ressurgimento da GF, assim como de que Moçambique volte a ser “carne de canhão” da mesma...
Outrossim, nisto, preocupa a FRELIMO, que mais parece interessada em guerrinhas internas, entre os seus membros, do que na manutenção do seu poder político... hoje perde-se o foco, o inusitado parece normal... por exemplo, quem outrora defendeu Dhlakama, hoje parece secretário de mobilização e propaganda... e porque perguntar não ofende, terá algum dia o diabo se convertido ao cristianismo? Esquecemo-nos de Kavandame?
p.s. há memórias menos boas do processo das independências, mormente por conta de acções menos boas dos partidos libertadores... contudo, penso ter chegado o tempo de sarar tais feridas e avançarmos unos e coesos, sem que sejamos instrumentos de qualquer grupo ou força, mas sim parceiros, para fazermos valer a nossa moçambicanidade.
2. Alexandre Chivale com Ce Henriques e 10 outras pessoas.
Como alguém disse, o “messiânico” relatório da Kroll aí está! E depois?
Noto, com algum gozo, um misto de frustração e desespero. Houve quem
andou a basear a sua análise na narrativa do roubo e da descomunal
vontade de ver pessoas presas, custasse o que custasse. Ultrajaram
pessoas e famílias, apenas na base do ódio, fofoca, intriga e senso
comum, sobretudo vinda de pessoas diplomadas, cuja capacidade de análise
supunha-se impoluta. Por estas horas Makuta Nkondo deve estar orgulhoso de, mais uma vez, a sua tese ter vingado: “o meu avo já dizia que vocês que estudaram muito parecem mais analfabetos…”
Hoje já é indisfarçável que para alguns não há outro caminho para a PGR
senão mandar prender pessoas. Com que base e a custa de que?
Ouvi o discurso do Presidente da República, na Praça da Dipanda,
carregado de muito optimismo, como resultado da publicação do relatório
pela Kroll. Senhor Presidente eu bem gostaria de estar enganado, mas não
acredito que o seu optimismo seja suficiente para levar o FMI e seus
acólitos a retomarem ajuda a Moçambique. Acredito que leu a reacção do
FMI a publicação do relatório, pelo que só posso conceber esse optimismo
enquadrado numa fé que remove montanhas.
Confesso que esperava
ouvir-lhe repetir o discurso da necessidade do impulso da produção
nacional como condição para melhorarmos as nossas vidas, mas ouvi-lhe
mais preocupado em ver os parceiros internacionais retomarem a ajuda.
Não só fico na dúvida se a estratégia é produzir ou esperar, de mão
estendida, o apoio dos parceiros, como também e sobretudo, esperava que
no dia da nossa independência exortasse os moçambicanos a lutarem, cada
vez mais, pela independência económica e nunca pela dependência do FMI e
seus parceiros.
A esperança da retoma da ajuda – que se supunha
acontecer em Julho de 2016 – já vai longa e tenho fundados motivos para
crer que ela poderá vir, mais tarde do que se espera e, com ela, o
cortejo de exigências, próprias do FMI. Que tal perguntar a Portugal e a
Grécia?
Enfim, aí está o relatório, mas na terça-feira a romaria
nos my love continuará, às crianças continuará a faltar pão, nos
hospitais ainda está patente a falta de fármacos básicos, o poder de
compra continua baixo…em suma: continuamos iguais ao dia 24 de Junho de
2017.
Espero que não se pense que a prisão de alguém – que em Direito não acontece ao sabor de quem mais grita ou instruiu a PGR – será messiânica, pois o tão esperado e aclamado relatório é um embuste!
3. Isalcio Mahanjane
"Meditando" sobre a soberania, Kroll e legalidade
Terá a montanha parido um rato?
Antes de mais penso que é devida uma palavra de apreço aos milhões de
moçambicanos envolvidos em mantos de expectativas por conta de uma
"crise", que ao que se sabe foi originada por um leak dentro dos
serviços secretos pátrios e alguma casmurrice política na hora de
abordar assunto. Sabe-se que muitas terão sido as 2M degustadas pelos
emissários dos credores à espera que da Praça da Marinha houvesse um
aceno para um diálogo franco. Debalde.
Estava dado o pontapé de
saída para uma crise muito séria, a soberania do país fora finalmente
exposta, as forças de defesa e segurança vulgarizadas... o "temível"
SISE parece desde então uma autêntica "tasca", sabe-se "tudo" dele..
doutra banda, criou-se uma enorme teia de conspiração para culpar
Armando Guebuza e sua família, agentes dos serviços secretos e mais
tarde outros concidadãos, entre civis e políticos, que viram seu sigilo
bancário levantado para dar mais luz e som ao folclore.
Seguiu-se uma espiral de chantagens, a comunidade internacional deixou
de apoiar o Orçamento de Estado em nome da transparência, marimbando-se
para a saúde ou segurança alimentar dos moçambicanos. O Estado
ajoelhou-se ao FMI por conta de pouco mais de 200 milhões de Meticais e
teve de se submeter as "habituais" manhãs do FMI quando lhe batem à
porta, que nos digam os portugueses.
Encomendou-se uma auditoria
inconstitucional, adjudicada a um ente envolto em escândalos de
espionagem e pela "primeira" vez na história as nossas forças de defesa e
segurança foram vasculhadas, imagem de um Estado em rendido...
Do insuspeito garante da legalidade vimos tudo menos o seu hiato!
Aprendemos novas lições de Direito Penal e Processual penal, que nos
levam a duvidar de jurisconsultos como Germano Marques da Silva, Ribeiro
Cuna (obra descritiva)... aprendemos aí que o Processo Penal tem uma
novo quadro para-legal, que se sobrepõe ao legal... e os efeitos estão à
vista... malgrados sejam os vendedores de comida e a Ordem dos Médicos.
Uma coisa é certa, a nossa auto-estima e soberania saem
beliscadas e os nossos serviços secretos banalizados... não são
"temidos" e se conhecem as suas "manhas"...
Finalizo com o
desejo de ver Scorcese ou Eastwood a dirigirem uma longa metragem sobre
como é possível desaparecer do radar com 500 milhões de dólares, em tão
modernos tempos...
POR ESTAS E OUTRAS, NÃO DEVE ESPANTAR QUE NO
FUTURO OS AGENTES DAS NOSSAS FORÇAS DE DEFESA E SEGURANÇA RECEIEM
DEFENDER A PÁTRIA... FAZ-SE ESCOLA...
p.s. em modernos tempos
fica a sensação de que o bem vida perdeu o valor e dignidades
conhecidas, Dhlakama mata e é acarinhados, agentes das forças de defesa e
segurança defendem a pátria e são cruelmente expostos e julgados antes
do juízo dos tribunais.
Os Agentes A e C: contra a hipocrisia dos gigantes!
A Procuradoria Geral da Grei deveria ser processada por ter cometido um
crime contra a Segurança do Estado ao permitir que os agentes da
Secreta Moçambicana, após deporem na comissão parlamentar, fossem
espiados por agentes secretos de fora. Equivale a autorizar a venda da
informação sensível ao exterior. Mas temos a pergunta clássica: quem
acusará o acusador? Queriam que os individuos A e B exibissem os recibos
de compra de balas, de espingardas, de fardamentos, de botas, de
blindados... para eles saberem se fazemos negócios com os seus inimigos
imaginários entre eles a China, a Rússia, a Turquia, o Brasil, etc. só
porque os seus stokc de armamento não teem compradores. Querem que
compremos armas deles para assim incentivarem-nos a lutar uns contra os
outros. Ja se pode desconfiar de onde veio a força de uma certa formação
politica doméstica que, recentemente, agrediu o Estado Moçambicano.
Queriam usar o nosso terreno para ensaios de armamentos, provavelmente
modernos, que já os possuem faltando-lhes alvos.
Entendo a Kroll
como uma organização que trabalha com/para agentes secretos no activo
e/ou reformados pelo que é fácil deduzir que vive vendendo informações.
Em nosso caso, muitos se recordarão que no relatório sabático lamenta-se
ter lidado com pessoas duras que não facilitaram a informação.
Especificamente, a Kroll não teve resposta para 500 milhões da EMATUM
(dos 850) que não se sabe para onde foram parar porque o indivíduos do
SISE directamente envolvido no esquema (Indivíduo A) e do Ministério do
Interior (Indivíduo C, Posição C) - simplesmente não ofereceram
informações sob alegação de "Segredo de Estado". O Indivíduo “A” disse à
Kroll o que já havia dito à Comissão Parlamentar de Inquérito: que o
verdadeiro destino do dinheiro foi para equipamento militar.
Neste momento, poucos homens do pensamento alternativo, preveem as
consequências da insensatez truculenta que pesaria sobre o país, caso
estes dois agentes fornecesses os ditos documentos. As consequências
mais dilatadas suceder-se-iam e os sintomas do delírio colectivo também
agravar-se-iam. Ou seja, o Estado estaria a nu, em nome da mendicidade!
Mas o que me intrigou é, por um lado, saber que a Procuradoria-Geral da
Grei deu luz verde à Kroll para colher informações que já tinham sido
dadas à Comissão Parlamentar, em vez de pedir que a AR fornecesse a
acta/relatório que se elaborou do depoimento do indivíduo “A”. Debalde
se pergunta para onde nos arrasta essa audácia desnorteada que assaltou a
PGG, de surpresa, sem plano, sem abnegação e sem patriotismo. Depois de
seis longos meses de auditoria, pergunta-se: que fez essa conjura de
aventureiros internacionais secretos que se dizia enviada para restaurar
o respeito a legalidade, corrigir os desmandos da administração
passada, acabar com todas as violências económicas e nortear, de ora em
diante, a administração do taco interno! A fragilidade de qualquer
estado reside na corrupção ou cedência dos seus agentes a chantagens
camufladas em nome da liberdade e da transparência.
Por outro
lado, subjuga-me a necessidade espiritual de provar aos defensores das
grilhetas a impossibilidade de forjarem-se grandemente para uma
consciência útil para a Grei enquanto continuarem confundindo vingança
com justiça. Sabemo-lo pelo passado, que o que move o cérebro destes
acusadores domésticos é o ajuste de contas do tempo em que, sei la por
que motivos, sentiram-se como estando do lado dos “apóstolos da
desgraça”. O cérebro deles continua vivendo o negro fantasma da opressão
e os diversos espantalhos do crime. São eles, os justiceiros
pensativos, que estão a coagir uma nação a alienar parte da sua
soberania, fazendo uso de termos que a todos emocionam, entre eles a
“corrupção”.
Os desbragamentos da intriga, as purulências da
vileza que afirmavam que certos democratas tinham desviado milhões de
Dólares, roubados à nação, caíram como calúnias ignóbeis de difamação
repugnante e proterva. Agora que lutam em defesa da calunia, é visível o
enfraquecimento da autoridade própria e a velhice duma traição. Mas não
é difícil pressagiar o termo desta tragicomédia que não poderá estar
longe. A impudência da mentira pouco dura. Eles já se esfaqueiam,
mutuamente, em rixas de cúmplices! Desejosos em ver a Itália sem Roma,
apelam pela acção da PGG cuja imparcialidade também acusamos.
Na
estreiteza da sua mediocridade rancorosa, inflamados em desvairamentos
de ódios e de vinganças, em ímpetos epilépticos de sanha e perseguição,
amordaçaram os homens que mais não fizeram do que defender e honrar um
juramento pelo seu país. E há pessoas que domesticamente acham que estes
compatriotas são a fonte de todos os males e que, portanto, deviam ser
presos. Precisamos de parar com esta anarquia facinorosa que, na
alucinação da sua ferocidade, perdeu todos os escrúpulos de justiça e
austeridade moral. É um clube de livres-pensadores que, pelo desaforado
desplante de ambições incompreensíveis, pretende pôr o joelho no peito
da nação e asfixiar-lhe as energias, com as gargalheiras dum obediente
bronco. Os algozes dos indivíduos A e B tem, neste momento, o prazer de
desprezar um pouco a Procuradoria da Grei.
Mas esta famosa PGG
trabalhou mais em defesa da incapacidade da Kroll do que apresentar o
trabalho digno de registo. E fê-lo, atacando e expondo cidadãos
honestos, não sabemos por que encomenda! Isto faz rir ingleses. As almas
que não sabem valorizar as pessoas que cumprem o juramento poderão (e
já estão) dizer que o indivíduos A e B foram maldosos, encobriram o
crime, e bla..blaa.. blaaa. Nós vemos naquele homens o modelo integro.
Mesmo que um dia sejam chamados a justiça, porque esta parece ser a
ordem esperando-se pelo momento oportuno de deitar a mãos sobre eles,
não deixarão de ser homens virtuosos que em momento preciso não
hesitaram em manter o Estado Soberano. Portanto, os indivíduos A e C são
o nosso orgulho contra a hipocrisia legalista!
5. Elisio Macamo estava a sentir-se perplexo.
Caso
alguém esteja à procura de algum motivo para se insurgir contra a
limitação da liberdade de expressão, arrogância e mediocridade
intelectual, eis um: é de arrepiar a forma como alguma da nossa massa
intelectual aborda o relatório da Kroll. Quando o país precisa de
pessoas para reflectirem sobre o tipo de sociedade (política) que produz
o tipo de coisas relatadas nesse relatório, só tem peritos forenses que
se juntam ao senso comum. Resultado: os condenados que tivermos, se os
tivermos, serão meros bodes expiatórios duma sociedade com mais pressa
de julgar do que de entender. Talvez ainda escreva algo sobre isto
quando tiver mais vagar... confio em ti, Júlio Mutisse, para me defenderes. O Jaime Langa não vai além com aquele golpe palaciano.
Uma derrota aos críticos de Guebuza
Os críticos de Guebuza andam cabisbaixos porque ao longo do tempo censuraram o seu trabalho, como se ele, ao pretender defender a nossa costa, tivesse cometido uma irreverência, uma insensatez. Sempre suspeitei que as acusações contra Guebuza não tinham fundamento, nem legal nem lógico. O relatório sumário recentemente apresentado pela PGR, num Sábado, veio a dar-me razão. A indignação actual dos puritanos e críticos de Guebuza parece, antes de tudo, um exame de consciência das almas revoltadas que o tinham condenado antes que fosse acusado. Agora é preciso que esse exame seja acompanhado pela serena análise da inteligência deles, para descobrirem (o que nós outros descobrimos) os motivos políticos por que a PRG fez um relatório tendencioso, que incrimina, até certo ponto, certas pessoas fazendo uso de códigos. Este é um momento que exige coragem honesta e desassombrada. A coragem para denunciar as artimanhas que “eles” vem arquitectando contra a Frelimo.
Antes da Kroll e ajudados pela sua rica imaginação, acusaram, julgaram e condenaram Guebuza mas a determinação deste, na AR, atemorizou-os. E de ombros encolhidos, num desânimo taciturno, essas pessoas foram lamentar-se para instituições estranhas da esquina habitual e do sertão familiar. Que queriam elas? Que Guebuza fosse acusado e preso. Mas prender Guebuza é prender a história de um povo! Conscientes disso agora procuram entre os labirintos do referido relatório, figuras que sirvam de bode expiatório para satisfazer os egos anti-patrióticos e do agora ferido orgulho de sabe-tudo. Para mim, não é possível amar a Frelimo e desejar ver Guebuza preso. Na verdade, atingir Guebuza é atingir todo um organismo. E este organismo chama-se Frelimo. Por detrás destas armações se escondem intenções malignas de fragilizar a Frelimo. Aos inimigos da Frelimo, gostaríamos de recordar que estamos de olhos.
Já que perguntar não ofende:
Haverá algum plano secreto entre a PGR e uma entidade estranha para sacrificar uns camaradas em nome do combate contra a corrupção? Quererá a PGR colaborar nesta missão de fragilização da Frelimo em nome de donativos?
Seja como for, o Governo de Guebuza ficou na história política do nosso tempo como a afirmação enérgica dum governo que tendo como único objectivo o interesse da Pátria, não hesitou, não quebrou, não emudeceu, mas seguiu para frente, dominador e irresistível e elevou o nome de Moçambique de tal sorte que os que antes falavam de Moçambique já se sentem obrigados a falar com Moçambique..
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