O silêncio fedorento ou o Estado dividido
Em Maio de 2015, o então representante residente do FMI em Maputo, Alex Segura, perguntava por e-mail à Isaltina Lucas Sales, então Secretária Permanente do MEF se o crédito para a Proindicus estava ligado ao da Ematum. Lucas Sales remeteu Segura para o poderoso oficial do SISE, António do Rosário, de quem não obteve resposta. Até que em Abril de 2016, já engasgado pelo escândalo da Ematum, o Governo reconheceu a existência de duas operações ocultadas, Proindicus e MAM. Este episódio é relatado num artigo de ontem da Bloomberg, que viu a troca de e-mails. O episódio revela uma coisa: que o Governo de Nyusi esteve sempre amarrado ao anterior executivo. Desde que foi empossado, este executivo foi mantendo um silêncio cúmplice com o maior calote na história de nossas finanças públicas. Esse silêncio representava, ao fim e ao cabo, a sombra do poder de Armando Guebuza sobre a gestão de Nyusi. A bicefalia marcou toda a gestação do nyussismo mas, quando Guebuza deixou a liderança do Partido Frelimo ainda em 2015, esperava-se que a batuta estivesse completamente segura nas suas mãos. Mas não! Desde a explosão do escândalo da dívida até a divulgação do relatório da Kroll, a sombra de Guebuza esteve sempre puxando alguns cordelinhos. O poder do presidente ainda é limitado. As forças leais ao anterior presidente continuam com um peso enorme sobre o comportamento das entidades do Estado. Há como que um poder paralelo. O Estado dividido entre dois comandos, um deles na sombra. Por isso, depois de Nyusi acordar a auditoria Internacional com o FMI, o processo foi sendo bloqueado. Nem a indicação do temível General Lagos Lidimo para liderar a "secreta", centro de todo o calote, serviu para demover as tropas de Guebuza. Valeu a intransigência do Ministro da Defesa, Atanásio Nthumuke, que recusou a ladainha da compra de equipamento militar. Mas isso não serviu de todo. A reacção de Nyusi à divulgação do relatório pareceu tímida e do executivo ninguém mais abriu a boca. Paira uma espécie de pacto de silencio, e uma campanha de intimidação à PGR, de quem se diz ter feito um acordo com a "espionagem" da Kroll. Essa aragem revanchista contra a PGR exala das hostes do poder paralelo. O país está em suspense. Mas nem Nyusi nem a PGR têm muito campo de manobra. Ambos estão num ponto de não retorno. Então é preciso que tomem acções imediatas. Nyusi dever reforçar o discurso pro-responsabilização, desafiando o espectro da bicefalia. Só assim sairá reforçado de um Congresso que se advinha de facas longas. Como o II Congresso. A PGR tem o caminho facilitado: o ônus da prova sobre o sumiço dos 500 milhões de USD cabe ao gestores apontados no relatório da Kroll.
Em Maio de 2015, o então representante residente do FMI em Maputo, Alex Segura, perguntava por e-mail à Isaltina Lucas Sales, então Secretária Permanente do MEF se o crédito para a Proindicus estava ligado ao da Ematum. Lucas Sales remeteu Segura para o poderoso oficial do SISE, António do Rosário, de quem não obteve resposta. Até que em Abril de 2016, já engasgado pelo escândalo da Ematum, o Governo reconheceu a existência de duas operações ocultadas, Proindicus e MAM. Este episódio é relatado num artigo de ontem da Bloomberg, que viu a troca de e-mails. O episódio revela uma coisa: que o Governo de Nyusi esteve sempre amarrado ao anterior executivo. Desde que foi empossado, este executivo foi mantendo um silêncio cúmplice com o maior calote na história de nossas finanças públicas. Esse silêncio representava, ao fim e ao cabo, a sombra do poder de Armando Guebuza sobre a gestão de Nyusi. A bicefalia marcou toda a gestação do nyussismo mas, quando Guebuza deixou a liderança do Partido Frelimo ainda em 2015, esperava-se que a batuta estivesse completamente segura nas suas mãos. Mas não! Desde a explosão do escândalo da dívida até a divulgação do relatório da Kroll, a sombra de Guebuza esteve sempre puxando alguns cordelinhos. O poder do presidente ainda é limitado. As forças leais ao anterior presidente continuam com um peso enorme sobre o comportamento das entidades do Estado. Há como que um poder paralelo. O Estado dividido entre dois comandos, um deles na sombra. Por isso, depois de Nyusi acordar a auditoria Internacional com o FMI, o processo foi sendo bloqueado. Nem a indicação do temível General Lagos Lidimo para liderar a "secreta", centro de todo o calote, serviu para demover as tropas de Guebuza. Valeu a intransigência do Ministro da Defesa, Atanásio Nthumuke, que recusou a ladainha da compra de equipamento militar. Mas isso não serviu de todo. A reacção de Nyusi à divulgação do relatório pareceu tímida e do executivo ninguém mais abriu a boca. Paira uma espécie de pacto de silencio, e uma campanha de intimidação à PGR, de quem se diz ter feito um acordo com a "espionagem" da Kroll. Essa aragem revanchista contra a PGR exala das hostes do poder paralelo. O país está em suspense. Mas nem Nyusi nem a PGR têm muito campo de manobra. Ambos estão num ponto de não retorno. Então é preciso que tomem acções imediatas. Nyusi dever reforçar o discurso pro-responsabilização, desafiando o espectro da bicefalia. Só assim sairá reforçado de um Congresso que se advinha de facas longas. Como o II Congresso. A PGR tem o caminho facilitado: o ônus da prova sobre o sumiço dos 500 milhões de USD cabe ao gestores apontados no relatório da Kroll.
“O
pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem
participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o
preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do
remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais”.
Bertold Brecht
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais”.
Bertold Brecht
O
campo de Guebuza reage.... Dois dias
depois do Governador do BM, Rogério Zandamela, dar justificativas sobre o
processo do Mozabanco, um amigo meu, jovem intelectual frelimista;
Guebuzista mas não militante do G40 (embora próximo ), irrompeu no meu
inbox perguntando-me se i) não achava que as decisões de Zandamela
tinham por fim tornar o sistema financeiro mais frágil?; ii) não podia
ser ele uma peça do FMI numa estratégia que visa empurrar o país
para ofertas de preços de gás muito baixos? Ontem, quando recebi a
reação do Eye Monitor à divulgação do relatório da Kroll confirmei uma
suspeita: o Eye era uma identidade colectiva que reincarnava o G40; uma
extensão da propaganda do guebuzismo. Porquê? Por que as questões que o
meu amigo me colocava estavam expostas no artigo do Eye como verdades
absolutas. E toda argumentação era em defesa de Guebuza, atacando
ferozmente o PR Filipe Nyusi. Minha ilação foi óbvia: o Eye representa o
campo do guebuzismo; não é uma voz oficial mas transmite o que nas suas
hostes é discutido. No texto de ontem um ataque ao tridente
Nyusi/Mthumuke/Chipande e a tentativa de passar a ideia de que os 500
milhões foram recebidos por Nyusi ("que optou por receber menos
equipamento militar que o encomendado"). Uma acusação falaciosa em face
das conclusões da auditoria. O Eye antecipa a prisão para breve de
Gregorio Leão, António do Rosário e Manuel Chang. Um atirar da toalha ao
chão ou o qui pro quo para que o barulho da dívida fica encerrado de
vez? Será mesmo que a coisa ficará por aqui? Será que vamos todos
considerar perdidos os mais de 500 milhões de USD a troco de meia dúzia
de anos de prisão de parte dos responsáveis pelo calote? Será?
Vasco Acha Recomendo uma leitura sucinta dos posts do nosso historiador Eusébio A. P. Gwembe um alinhamento a vista neste articulado:
Uma derrota aos críticos de Guebuza
Os críticos de Guebuza andam cabisbaixos porque ao longo do tempo censuraram o seu trabalho, como se ele, ao pretender defender a nossa costa, tivesse cometido uma irreverência, uma insensatez. Sempre suspeitei que as acusações contra Guebuza não tinham fundamento, nem legal nem lógico. O relatório sumário recentemente apresentado pela PGR, num Sábado, veio a dar-me razão. A indignação actual dos puritanos e críticos de Guebuza parece, antes de tudo, um exame de consciência das almas revoltadas que o tinham condenado antes que fosse acusado. Agora é preciso que esse exame seja acompanhado pela serena análise da inteligência deles, para descobrirem (o que nós outros descobrimos) os motivos políticos por que a PRG fez um relatório tendencioso, que incrimina, até certo ponto, certas pessoas fazendo uso de códigos. Este é um momento que exige coragem honesta e desassombrada. A coragem para denunciar as artimanhas que “eles” vem arquitectando contra a Frelimo.
Antes da Kroll e ajudados pela sua rica imaginação, acusaram, julgaram e condenaram Guebuza mas a determinação deste, na AR, atemorizou-os. E de ombros encolhidos, num desânimo taciturno, essas
pessoas foram lamentar-se para instituições estranhas da esquina habitual e do sertão familiar. Que queriam elas? Que Guebuza fosse acusado e preso. Mas prender Guebuza é prender a história de um povo! Conscientes disso agora procuram entre os labirintos do referido relatório, figuras que sirvam de bode expiatório para satisfazer os egos anti-patrióticos e do agora ferido orgulho de sabe-tudo. Para mim, não é possível amar a Frelimo e desejar ver Guebuza preso. Na verdade, atingir Guebuza é atingir todo um organismo. E este organismo chama-se Frelimo. Por detrás destas armações se escondem intenções malignas de fragilizar a Frelimo. Aos inimigos da Frelimo, gostaríamos de recordar que estamos de olhos.
Já que perguntar não ofende:
Haverá algum plano secreto entre a PGR e uma entidade estranha para sacrificar uns camaradas em nome do combate contra a corrupção? Quererá a PGR colaborar nesta missão de fragilização da Frelimo em nome de donativos?
Seja como for, o Governo de Guebuza ficou na história política do nosso tempo como a afirmação enérgica dum governo que tendo como único objectivo o interesse da Pátria, não hesitou, não quebrou, não emudeceu, mas seguiu para frente, dominador e irresistível e elevou o nome de Moçambique de tal sorte que os que antes falavam de Moçambique já se sentem obrigados a falar com Moçambique.
Uma derrota aos críticos de Guebuza
Os críticos de Guebuza andam cabisbaixos porque ao longo do tempo censuraram o seu trabalho, como se ele, ao pretender defender a nossa costa, tivesse cometido uma irreverência, uma insensatez. Sempre suspeitei que as acusações contra Guebuza não tinham fundamento, nem legal nem lógico. O relatório sumário recentemente apresentado pela PGR, num Sábado, veio a dar-me razão. A indignação actual dos puritanos e críticos de Guebuza parece, antes de tudo, um exame de consciência das almas revoltadas que o tinham condenado antes que fosse acusado. Agora é preciso que esse exame seja acompanhado pela serena análise da inteligência deles, para descobrirem (o que nós outros descobrimos) os motivos políticos por que a PRG fez um relatório tendencioso, que incrimina, até certo ponto, certas pessoas fazendo uso de códigos. Este é um momento que exige coragem honesta e desassombrada. A coragem para denunciar as artimanhas que “eles” vem arquitectando contra a Frelimo.
Antes da Kroll e ajudados pela sua rica imaginação, acusaram, julgaram e condenaram Guebuza mas a determinação deste, na AR, atemorizou-os. E de ombros encolhidos, num desânimo taciturno, essas
pessoas foram lamentar-se para instituições estranhas da esquina habitual e do sertão familiar. Que queriam elas? Que Guebuza fosse acusado e preso. Mas prender Guebuza é prender a história de um povo! Conscientes disso agora procuram entre os labirintos do referido relatório, figuras que sirvam de bode expiatório para satisfazer os egos anti-patrióticos e do agora ferido orgulho de sabe-tudo. Para mim, não é possível amar a Frelimo e desejar ver Guebuza preso. Na verdade, atingir Guebuza é atingir todo um organismo. E este organismo chama-se Frelimo. Por detrás destas armações se escondem intenções malignas de fragilizar a Frelimo. Aos inimigos da Frelimo, gostaríamos de recordar que estamos de olhos.
Já que perguntar não ofende:
Haverá algum plano secreto entre a PGR e uma entidade estranha para sacrificar uns camaradas em nome do combate contra a corrupção? Quererá a PGR colaborar nesta missão de fragilização da Frelimo em nome de donativos?
Seja como for, o Governo de Guebuza ficou na história política do nosso tempo como a afirmação enérgica dum governo que tendo como único objectivo o interesse da Pátria, não hesitou, não quebrou, não emudeceu, mas seguiu para frente, dominador e irresistível e elevou o nome de Moçambique de tal sorte que os que antes falavam de Moçambique já se sentem obrigados a falar com Moçambique.
Carlos Patricio São tretas!
Wa Ka Nhabanga Não ha espaço para dúvidas que 1/2duzia de pessoas recolham ás celas, mas será isso mesmo que interessa à nossa economia ?!!!
Rastreio e reconducão dos 500€ para o cofre de todos nós, isso sim. Podem até não trancar ninguêm.
Rastreio e reconducão dos 500€ para o cofre de todos nós, isso sim. Podem até não trancar ninguêm.
Buene Boaventura Paulo E os valores da sub facturação também...
Wa Ka Nhabanga Bem mesmo!
Paizinho Mhula Meia
dúzia de gatos pingados não vai calar a revolução. Mesmo que nos
entreguem o próprio AEG não calará o grito de socorro que já de tanto
não sair da garganta do povo acabou rompendo com as cordas vocais, eu
ainda digo mais estes senhores envolvidos neste
saque tem bens e contas gordas (empresas, bens patrimoniais e
financeiros ) que precisão ser confiscados e leluados como forma de
pagamento deste roubo. E sobre o facto d3 o Zandamela ser ou não um
agente infiltrado com a missão de levar o país a vulnerabilidade
financeira e por conseguinte perder tomates nas comercialização dos
nossos recurso olha eu sinceramente posso concordar, teria eu ficado com
dúvida sobre a lucidez dele a quando da afirmação deste com relação ao
fim da crise, confesso de tudo que pude ver, não foi um governador de
banco central a falar mas sim um senhor embriagado pela tamanha falta de
vergonha e respeito para com os moçambicano.
O povo contínua com o efeito dominó da crise se assim podemos chamar, com o preço do pão num estágio pior( o custo do pão subiu e a massa ou peso do pão reduziu) o preço do combustível continua em alta o que para o cidadão comum a crise ainda é uma realidade mesmo que para os números dele lá com os wiskys de rótulo azul, verde ou mesmo de ouro o tenham mostrado uma ligeira estabilidade tem que perceber que a crise percebida no bolso e na vida do cidadão ainda esta lá . Mas é acho que este senhor precisa deixar de ser precipitado pois a precipitação é inimiga da perfeição e tem que se lembrar que o povo (que ele é os seus chamam - no de população ) tem olhos bem abertos e não tem nada de analfabeto.
O povo contínua com o efeito dominó da crise se assim podemos chamar, com o preço do pão num estágio pior( o custo do pão subiu e a massa ou peso do pão reduziu) o preço do combustível continua em alta o que para o cidadão comum a crise ainda é uma realidade mesmo que para os números dele lá com os wiskys de rótulo azul, verde ou mesmo de ouro o tenham mostrado uma ligeira estabilidade tem que perceber que a crise percebida no bolso e na vida do cidadão ainda esta lá . Mas é acho que este senhor precisa deixar de ser precipitado pois a precipitação é inimiga da perfeição e tem que se lembrar que o povo (que ele é os seus chamam - no de população ) tem olhos bem abertos e não tem nada de analfabeto.
Titos Cau Paizinho
Mhula para mim o Zandamela agiu muito bem e no interesse do povo. A
gestao das percepcoes é essencial na economia. Mesmo que os numeros
arrolados por Zandamela ainda nao se facam sentir na barriga do cidadao
(isso nunca acontecera num mundo capitalista-
imperialista como o actual) a ideia de promover e atrair o investimento
atraves da projecao duma imagem optimista (com base nos indicadores
apresentados pelo BM) podera trazer frutos positivos a curto e medio
prazo atraves de maior crescimento. Deixemos a 'critica cinica' e
destrutiva citando um post recente do Egidio Vaz.
Raúl Nhagumbe Entre prender os presumiveis culpados e a devolução do dinheiro prefiro no rastreio e posterior devolução da mufufa.
Paula Dimande Neste país ! Não tenho dúvidas que esse venha a ser o infeliz desfecho deste embroglio !
Lucas Arnaldo Mazive Vergonha total
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