domingo, 25 de junho de 2017

Aliados de Temer querem convocar procurador preso para falar em CPI e desgastar PGR

Aliados de Temer querem convocar procurador preso para falar em CPI e desgastar PGR

Por Painel
Cavalo de Troia Aliados do presidente Michel Temer no Congresso atuam para convencer parlamentares indicados à CPI da JBS a, quando instalada a comissão, convocar o procurador Ângelo Goulart, preso após a delação dos donos da empresa, a falar para o colegiado. Há forte expectativa sobre a estratégia de defesa que ele adotará. Os congressistas que articulam a convocação de Goulart esperam que ele decida abrir os métodos de trabalho e os conflitos internos da Procuradoria-Geral da República.
Como está O ministro Ricardo Lewandowski, do STF, negou na noite de sexta-feira (23) pedido de habeas corpus da defesa do procurador, que é acusado de ter recebido propina da JBS para vazar informações da operação Greenfield, que investiga fraudes em fundos de pensão.
Os russos Criada há quase um mês, a CPI da JBS ainda não foi instalada. Para começar a funcionar, o colegiado depende que o PMDB e o PT indiquem seus integrantes. Desafeto de Michel Temer, o líder dos peemedebistas no Senado, Renan Calheiros (AL), não demonstra pressa.
Jura? Provável presidente da CPI, o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) conta que pediu as indicações aos partidos “há mais de 25 dias”. “Percebo certa indisponibilidade”, diz sobre PT e PMDB.
Agora vai O líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ), deve reunir sua bancada na segunda (26) para, no dia seguinte, fazer a indicação.
Mais um alvo Em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, do SBT, que vai ao ar na madrugada desta segunda (26), o ministro Gilmar Mendes cobrou abertura de investigação sobre o ex-procurador Marcello Miller, que deixou a força-tarefa da Lava Jato para trabalhar em escritório que defende a JBS.
Assim é refresco Ministro do STF e presidente do TSE, Mendes indagou: “O Ministério Público, que adota critérios muito rigorosos, lança suspeita sobre todos, por que não está cuidando desse caso?”. Disse ainda que caberia a Edson Fachin determinar a abertura de uma apuração.
História sem fim Ciente de que o arquivamento da primeira representação no Conselho de Ética não vai pôr fim às ofensivas por sua cassação, Aécio Neves (PSDB-MG) começou a sondar advogados para sua defesa no colegiado.
Ser ou não ser Às vésperas da apresentação da primeira denúncia de Rodrigo Janot contra Michel Temer, o relator da investigação no Supremo, Edson Fachin, ainda não decidiu que rito adotará para o caso, que é inédito. Há dúvidas se ele deve abrir prazo para defesa antes de enviar o pedido ao Congresso.
Decisão colegiada O ministro passou os últimos dias consultando aliados e colegas do Supremo. Segundo pessoas próximas, passaria este fim de semana “meditando” sobre o assunto.
Menu degustação A oposição a Temer na Câmara vai fazer barulho para tentar impedir que a votação da denúncia de Janot contra o presidente seja feita a toque de caixa. Deputados articulam para que a sessão no plenário seja lenta e desgastante.
Você amanhã Os oposicionistas lembram que a sessão do impeachment de Dilma Rousseff durou três dias.
Inferno astral Em meio à expectativa da denúncia de Janot, o governo Temer se prepara para novos protestos em Brasília. Há chamado para greve geral no dia 30. Vários ministérios ainda estão cercados por tapumes.
#Sigodevolta Na conversa desta semana que irritou o ex-presidente Lula, integrantes do PT, do PSOL e do MTST discutiram lançar em julho uma plataforma online para a construção de um “programa nacional para o Brasil”. O espaço digital ficaria aberto até outubro para colher propostas da sociedade civil.

TIROTEIO
Segurança pública não pode ser assunto partidário. Não é o governo federal, mas a sociedade quem está sendo agredida.
DO MINISTRO TORQUATO JARDIM (JUSTIÇA), criticando Estados que foram palco de motins e ainda não usaram verba federal para construir presídios.

CONTRAPONTO
Decorativo, só que não!
Em 20 de maio, Garibaldi Alves (PMDB-RN) substituiu Tasso Jeressaiti (PSDB-CE) na presidência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
No comando da sessão, foi demandado a cobrar informações do Ministério da Fazenda, mas desviou da demanda dizendo que, como vice-presidente do colegiado, tinha limitações. Flexa Ribeiro (PSDB-BA), então, interveio:
— Olhe, não subestime os vices. Não é?
Garibaldi retomou a fala, aos risos:
— Não! Se não me engano, foi Lídice da Mata (PSB-BA) quem disse que o Brasil é o país dos vices. E estou muito animado com isso!

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