sábado, 8 de abril de 2017

Sul-africanos saem à rua em protestos contra Zuma


Vários partidos políticos uniram-se para exigir que Jacob Zuma deixe o poder
Os protestos na África do Sul iniciaram ontem. Mais de 60 mil pessoas saíram às ruas para manifestar contra a decisão do Presidente Sul-africano, que consistiu em demitir o ministro das Finanças numa altura em que a depreciação do rand em relação ao dólar acentua.
Até aqui, os protestos são considerados pacíficos. No dia 12 de Abril, quarta-feira, dia em que Jacob Zuma completa 75 anos, está previsto que vários partidos políticos sul-africanos marchem por vários edifícios emblemáticos daquele país para exigir a saída do poder ao Presidente Jacob Zuma.
A demissão do ministro das Finanças levanta a suspeita de que a corrupção no Governo irá aumentar e a situação económica vai degradar-se. Na sexta-feira, cinco pessoas foram feridas por balas de borracha durante uma marcha perto da sede nacional do ANC, em Joanesburgo.
Entre os manifestantes estava o laureado com o Nobel da Paz, o bispo Desmond Tutu, que aos 85 anos fez uma rara aparição pública para apoiar os protestos e os pedidos de demissão do Presidente.
O ministro das Finanças, Pravin Gordhan, foi demitido há uma semana, uma situação que culminou com a queda do rand em 10% em relação ao dólar norte-americano.
Jacob Zuma demitiu Pravin Gordhan, alegando que ele e o seu vice estavam envolvidos numa campanha de mobilização da comunidade internacional para não investir na África do Sul em protesto contra as medidas radicais do Presidente.
Entretanto, o vice-Presidente e outros outros membros séniores do ANC rejeitaram as alegações de Jacob Zuma, considerando-as inaceitáveis e ridículas.
A COSATU e o Partido Comunista, aliados do ANC na governação, disseram que Zuma já não tem capacidade para liderar a aliança tripartida governamental.
Os adversários políticos e sociais de Jacob Zuma mobilizaram-se em todo o país e prometem continuar até que Zuma abandone o poder.
Depois de vários dias de rumores e tensões, o Chefe de Estado sul-africano tinha anunciado no 31 de Março uma remodelação governamental de grande amplitude, marcada pela nomeação de dez ministros e de igual número de vice-ministros, muitos deles considerados seus fiéis.
Em três anos, Zuma trocou quatro ministros das finanças. A demissão do ministro das Finanças Pravin Gordhan foi seguida pela descida do “rating” do país pela Standard & Poors no primeiro patamar do “lixo”, citando a demissão do ministro.
Em virtude da maioria que tem no Parlamento, Jacob Zuma terminará o seu segundo e último mandato em 2019. Em 2014, Zuma formou um Governo com cerca de 75 ministros, o maior na história da África do Sul, mas o seu desempenho tem sido muito criticado dentro e fora do ANC.

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