sexta-feira, 14 de abril de 2017

Pai do ex-Presidente do Peru diz que doação da Odebrecht foi uma “colaboração ideológica”

PERU


Isaac Humala, pai do ex-Presidente do Peru Ollanta Humala, afirmou que doação feita pela Odebrecht à campanha eleitoral de seu filho em 2011 foi uma "colaboração ideológica".
As contribuições foram feitas a pedido do Partido dos Trabalhadores do Brasil
GERMAN FALCON/EPA
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  • Agência Lusa
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Isaac Humala, pai do ex-Presidente do Peru Ollanta Humala, afirmou esta quinta-feira que doação de três milhões de dólares (2,8 milhões de euros) feita pela Odebrecht à campanha eleitoral de seu filho em 2011 foi uma “colaboração ideológica”.
Em declarações à estação brasileira de rádio RPP Notícias, Ollanta Humala disse que em política “existe a solidariedade ideológica” e insistiu que a suposta contribuição de Odebrecht “não foi suborno, foi uma colaboração ideológica.”
O pai do ex-Presidente peruano afirmou que as declarações feitas no Brasil por Marcelo Odebrecht, herdeiro da empreiteira brasileira, e Jorge Barata, ex-representante da construtora no Peru, são precisos e que “é impossível eles estarem mentindo”. “Eles deram o dinheiro por ordem do Presidente [do Brasil] na época, Luiz Inácio Lula da Silva. Então é uma contribuição feita por Lula da Silva com o fundo que ele tinha com a Odebrecht”, disse.
Isaac Humala acrescentou que, nesse sentido, o dinheiro alegadamente passado pela Odebrecht ao seu filho foi “uma colaboração da esquerda representada pelo governo de Lula no Brasil a um candidato que poderia ser similar, que era Ollanta Humala”. “Não há por que negar, porque não é delito. (…) Se não tivesse havido essa ajuda, não teriam chegado à presidência “, destacou. Isaac Humala também considerou que a mulher de seu filho, Nadine Heredia, não teve qualquer responsabilidade legal ao entregar esse dinheiro.
Ollanta Humala negou na última quarta-feira ter recebido esse tipo de financiamento durante a campanha eleitoral e disse que não tem ideia de qual foi a motivação da Odebrecht e de Jorge Barata para fazerem tais afirmações, mas que estas “não são verdadeiras”.
Segundo depoimentos feitos por membros da Odebrecht à Justiça brasileira, o setor que cuidava da distribuição de subornos dentro da empreiteira pagou três milhões de dólares ao candidato à Presidência do Peru Ollanta Humala, em 2011. As contribuições foram feitas a pedido do Partido dos Trabalhadores do Brasil, de Lula da Silva, e alguns valores teriam sido entregues pessoalmente para Nadine Heredia. Ollanta Humala disse que seu relacionamento com o ex-Presidente brasileiro tem base em uma “identificação ideológica”, mas não está ligado a “questões económicas”.
A Procuradoria do Peru investiga Ollanta Humala e Nadine Heredia, ambos líderes do Partido Nacionalista Peruano (PNP), pela prática dos crimes de branqueamento de capitais e financiamento ilegal do seu partido político durante as presidenciais de 2006 e 2011.
No Peru, a Odebrecht já admitiu que pagou subornos no valor de 29 milhões de dólares (27,3 milhões de euros) entre 2005 e 2014 a funcionários e autoridades responsáveis por obras públicas durante um período que compreendeu os governos de Alejandro Toledo (2001-2006), Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016).

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