quarta-feira, 12 de abril de 2017

O jornalista Estácio Valoi foi detido, humilhado, ameaçado com armas de fogo

Comandante da Polícia em Pemba manda deter jornalista
Escrito por Redação  em 12 Abril 2017
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O jornalista Estácio Valoi foi detido, humilhado, ameaçado com armas de fogo e despojado do seus pertences quando se encontrava a trabalhar, na passada sexta-feira (07), na cidade de Pemba, província de Cabo Delgado, por ordens do comandante da Polícia da República de Moçambique (PRM), Aires Aureliano.
Estácio Valoi foi preso quando estava a fazer a cobertura de um evento público alusivo às celebrações do 7 de Abril, Dia da Mulher Moçambicana. Ele foi mantido durante quatro horas nas celas da 2ª esquadra da Polícia naquela urbe.
A situação, considerada um claro abuso de poder, causou preocupação ao Instituto de Comunicação Social da África Austral em Moçambique (MISA-Moçambique).
O organismo difundiu um comunicado no qual diz que Aires Aureliano estava acompanhado de agentes da polícia à paisana e uniformizados.
Tudo começou quando o referido comandante ordenou que o jornalista não fotografasse o evento. Estácio Valoi não acatou a decisão e justificou que se tratava de um evento público que qualquer pessoa podia tirar fotos. Vendo-se contrariado, Aires Aureliano pediu ao jornalista que se identificasse, mediante a apresentação de crachá ou credencial como jornalista.
“Depois de discussão, o comandante solicitou uma viatura do comando da Polícia e um efectivo para deter, algemar Estácio à 2ª esquadra”, segundo o MISA-Moçambique.
O comandante e os seus agentes intimidaram e ameaçaram o jornalista com tiros. Ele foi levado por nove elementos da polícia. Arrancaram-lhe e desligaram o seu telemóvel, retiraram a memória do telefone.
“Para o MISA-Moçambique, esta detenção não só representa uma forte ameaça como também grave violação às liberdades de imprensa e do direito à informação, sobretudo por visar um jornalista em evento público em que qualquer pessoa tinha acesso e podia fazer as fotografias que quisesse”.
Neste contexto, o MISA-Moçambique reitera o seu repúdio ao comportamento da PRM e pede a responsabilização de todos os agentes envolvidos no acto.

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