A socialista espanhola de 46 anos, que em 2007 fez história ao assumir a pasta da Defesa, então grávida de sete meses, sofria de problemas cardíacos.
A antiga ministra socialista espanhola Carme Chacón, primeira mulher a liderar a pasta da Defesa naquele país, morreu este fim-de-semana em Madrid aos 46 anos, avança o El País. De acordo com o jornal espanhol, a ex-governante sofria de um problema cardíaco congénito.
Chacón foi encontrada sem vida ao final da tarde de domingo no seu apartamento na capital espanhola, pela polícia e os bombeiros, depois de amigos e familiares terem alertado para a ausência de resposta da antiga ministra, que estava incontactável desde sábado.
A socialista foi ministra da Habitação (de 2007 a 2008) e posteriormente da Defesa (de 2008 a 2011) no Governo de José Luis Rodríguez Zapatero. Antes, de 2004 a 2007, foi vice-presidente da Câmara dos Deputados. Em 2012, concorreu à liderança do PSOE, tendo sido derrotada por Alfredo Pérez Rubalcaba por apenas 22 votos no congresso de Sevilha.
As reacções à morte de Chacón surgem de todos os quadrantes políticos espanhóis. No campo socialista, Pedro Sánchez declarou-se "consternado e destroçado" com a notícia. "Não te esquecerei nunca", escreveu no Twitter Susana Díaz, candidata à liderança do PSOE e amiga pessoal de Chacón. À direita, o primeiro-ministro Mariano Rajoy recoda a antiga ministra como uma "grande política com sentido de Estado".
"Parte uma mulher brilhante e de grande capacidade política. Pude comprová-lo pessoalmente", escreveu no Twitter Pablo Iglesias, líder do Podemos. "Chocado", declarou-se por seu turno Albert Rivera, líder do Cidadãos.
Os problemas de saúde de Chacón, que aos 37 anos fez história ao tornar-se na primeira mulher a liderar o Ministério da Defesa em Espanha, eram públicos. "Tenho 35 pulsações por minuto e o coração do avesso, com um bloqueio auriculo-ventricular completo. Isso faz-me pensar que todos os dias são uma benção", dizia em 2015, numa entrevista ao La Vanguardia.
"Desde muito pequena me avisaram que teria de usar um pacemaker e levar uma vida muito tranquila", explicava. E, "em teoria", que não poderia ser mãe. No entanto, Chacón assumiria a pasta da Defesa em 2007 grávida de sete meses. Na altura, as imagens da futura mãe a passar revista às tropas correram mundo.
Em 2016, a socialista retirou-se da primeira linha da política espanhola e passou a repartir o seu tempo entre uma firma de advogados em Madrid e o Miami-Dade College, nos Estados Unidos, onde dava aulas. Chacón tinha acabado de regressar precisamente da Florida, morrendo em casa, em Espanha.
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