Kroll e a improvável espose' da auditoria imperfeita
A auditoria moçambicana da Kroll, que amanhã chega ao fim, poderá ser o task mais imperfeito da firma criada por Jules Kroll, filho de um grafico Nova iorquino que se chateava ao ver clientes do pai exigindo "luvas" para que ele imprimisse suas encomendas. A auditoria está ferida de legitimidade porque seus Termos de Referência não foram debatidos na AR. Esta auditoria é sobre a aplicação de fundos públicos decorrente de uma decisão política ilegal, num processo que acabou criando uma enorme crise orçamental com impactos negativos no dia dos moçambicanos, verdadeiros clientes da auditoria. Estes clientes merecem uma informação cabal. Isso exige que a auditoria seja publicada cabalmente assim como os seus Termos de Referência. A opinião pública tem o direito de conhecer a identidade de todas as pessoas envolvidas no processo (incluindo nomes de entidades nacionais estrangeiras que se terão beneficiado de comissões ilegais e fundos não aplicados nos propósitos do endividamento). A PGR tem o dever de divulgar o relatório integral da auditoria e não os trechos que ela seleccionar. Por outro lado, a divulgação dos nomes e sua prisão preventiva não mata o princípio de presunção de inocência.
Um dos aspectos fundamentais de uma auditoria compreensiva sobre esta matéria, e tendo em conta os seus contornos, é garantir que os fundos não aplicados e os ganhos ilegais sejam repatriados. A Kroll tem a fama de ter rastreado dinheiros de ditadores como o Papa Doc ou o General Suharto. No nosso caso, rastreio nao basta. É preciso que o repatriamento seja garantido.
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