Assassinato de Marcelino Vilanculos
Depois de no dia 24 de Outubro do ano passado, num processo em que a
Procuradoria da República da Cidade de Mpauto classificou de
“retirada”, evadiu-se das celas da Cadeia Central de Maputo, o primeiro
dos três acusados de serem os executores do bárbaro assassinato do
procurador Marcelino Vilanculos, num crime ocorrido a 11 de Abril de
2016. Tempo depois, a investigação acusou o director da Cadeia Central de
Maputo, Castigo Machaieie, de estar, também, por trás do estranho
sumiço do acusado, identificado por Abdul Afonso Tembe. Pelo facto de os
indícios contra Machaieie serem demasiadamente fortes, as autoridades
judiciais decretaram a prisão preventiva do então director da cadeia.
Já ontem, o segundo acusado também foi solto. O que se diz é que José
Aly Coutinho foi resgatado pelos comparsas, quando ele era conduzido
para o interrogatório na primeira esquadra da Polícia da República de
Moçambique, na baixa da cidade de Maputo. Coutinho e mais outro recluso,
Alfredo José Muchanga, também acusado de cometimento de crimes
violentos, foram resgatados em frente ao Maputo Shopping, minutos depois
de terem saído, num carro celular, das celas do Comando da Polícia da
Cidade de Maputo, onde se encontravam encarcerados. Orlando Mudumane,
porta-voz da Polícia na Cidade de Maputo, diz que o resgate dos reclusos
pelos comparsas só se concretizou porque houve “falha” na segurança
montada pela Polícia. Mudumane tentou explicar que a falha deveu-se,
exactamente, à paragem do carro de escolta no semáforo, numa altura que o
carro celular de transporte de reclusos já se tinha adiantado.
Estranho nisso, é que, normalmente, os carros da Polícia,
particularmente de transporte de reclusos e respectiva escolta, recorrem
à prioridade de que gozam para andarem à velocidade que pretendem e
devidamente colados, um atrás do outro. Assim, não se entende como é
que, de repente, o carro celular seguiu viagem e o de escolta
simplesmente ficou supostamente a espera do sinal do semáforo.
Estranho, também, é o facto de o Comando da Cidade ter decidido
transportar os reclusos das celas daquele comando (com melhores
condições de segurança) para uma audição na primeira esquadra (com menos
condições de segurança) e não optar por ouvir os acusados, exactamente
nas celas do Comando da Cidade, tendo em conta que a distância de um
ponto para o outro é de menos de três quilómetros.
MEDIAFAX – 25.04.2017
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