quinta-feira, 13 de abril de 2017

Guebuza nunca tencionou "aniquilar" Dhlakama

DESDE que iniciaram as negociações ou diálogo, conforme se confunde, entre o Governo e a Renamo, com vista a pôr fim os diferendos que apoquentam as partes, passaram mais de 20 rondas negociais sem resultados palpáveis. E foram várias vozes da sociedade que clamavam um encontro entre o Presidente Guebuza e o líder da Renamo Afonso Dhlakama nas negociações.
E em quase todas as sessões de trabalho realizadas por Guebuza em sede das visitas presidenciais, desde que essa situação eclodiu, não faltou o apelo para que os dois se encontrassem, Guebuza sempre reiterou a sua abertura ao diálogo, mas infelizmente essa disposição não encontrava eco da outra parte. Entre diálogo vai e diálogo vem, a situação político-militar foi-se intensificando, culminando com sucessivos ataques a civis pela Renamo. Em jeito de resposta e com vista a garantir a segurança das populações, as forças governamentais tomaram de assalto a base da Renamo em Sadjundgira, onde o líder da Renamo e seu secretário-geral Manuel Bissopo saíram em debandada. Recorde-se que neste ataque não havia intenção de aniquilar ninguém, mas sim pôr fim aos ataques a viaturas e civis protagonizadas pela Renamo. Após esta incursão militar não tardou para que diversos segmentos da sociedade criticassem a tomada de Sadjundgira pelas forças governamentais, esquecendo que o principal culpado era a Renamo por protagonizar ataques, a culpa sempre recaía ao Governo e a Guebuza. Inclusive prestigiadas figuras da arena política e religiosa fizeram duras críticas ao Governo por tomar de assalto a base de Sadjundgira, mas se esqueciam da dor e do luto que a Renamo causou a várias famílias moçambicanas, não nos esqueçamos o que a Renamo fez na guerra dos 16 anos, talvez testemunhas oculares possam contar melhor os horrores que vivenciaram. Hoje, em virtude dos acordos alcançados em Roma, temos que aprender a conviver com estas criaturas, e ensiná-los as regras de boa convivência, mas até quando iremos tolerar seus mimos? A Renamo é um dos poucos partidos armados na região, no continente e no mundo, e isso é inconcebível num Estado de direito democrático e multipartidário, as armas são para o Exército e não para os partidos políticos. Pode-se até reconhecer que houve ligeiras falhas por parte do Estado em fazer cumprir na íntegra com um dos preceitos acordados em Roma em que os guerrilheiros da Renamo deveriam ser integrados no Exército e na Polícia, mas a Renamo não pode usar esse pretexto para continuar armada. Repare-se que nestas negociações que têm lugar no Centro de Conferências Joaquim Chissano, um dos pontos que a Renamo colocava na mesa era a questão da paridade nos órgãos eleitorais, e hoje este ponto foi ultrapassado, portanto, houve aqui cedência por parte do Governo, mas no ponto referente à desmilitarização, a Renamo continua reticente. Qual o interesse da Renamo em continuar armada? Talvez a resposta pode ser encontrada olhando para actual situação político-militar em que o país se encontra mergulhado. Mas não constitui verdade quando se afirma que Guebuza pretende aniquilar o líder da Renamo, Afonso Dhlakama. Senão o brigadeiro Malagueta, o secretário-geral Manuel Bissopo teriam sido os primeiros a ser aniquilados. Esta não é a filosofia do Governo, mas sim fazer cumprir as normas constitucionais que regem o Estado moçambicano. Bissopo sumiu junto com Dhlakama para parte incerta, levou o tempo que levou, sozinho regressou a capital do país, mais clarinho e buchechudo, tomou o seu lugar na Assembleia da República, junto dos seus pares e ninguém o aniquilou, porquê o contrário seria feito com Dhlakama? Temos assistido constantemente o porta-voz da Renamo a fazer declarações bombásticas nos órgãos de comunicação social, porque ninguém o aniquila? Deve ficar claro que fuzilamentos ou aniquilamentos, como queiram, não constituem características do Governo moçambicano, este Estado rege-se com base nas normas constitucionais, e pelo que a constituição moçambicana se oferece a interpretar, não há pena de morte em seu texto. A Renamo deve olhar com júbilo os resultados recentemente alcançados em sede das negociações com o Governo, aprender que os problemas só se resolvem dialogando, cessar os ataques a civis e regressar a arena política, cumprindo com o mais alto objectivo dos partidos políticos " a conquista, o exercício e a manutenção do poder", mas claro, nas urnas. Aprender com outros actores políticos, como o MDM que hoje Governa quatro territórios nomeadamente, município da Beira, Quelimane, Nampula e o mais recente Guruè. Este partido não usou armas, ataques, paridade, mas sim conquistou o eleitorado, e a Frelimo reconheceu a sua derrota nestes territórios e julgo que o jogo político se configura desta forma, ganhos e perdas.

Olhar com exemplaridade e como uma manifestação clara do poder das instituições democráticas a atitude do Conselho Constitucional que detectou irregularidades de ambos processos eleitorais, tanto em Nampula, assim como em Guruè que ditaram a repetição do processo. Portanto, se este órgão estivesse ao serviço do partido no poder não haveria necessidade de anular o processo e a Frelimo governava mesmo com os vícios detectados. Portanto, calunias e injúrias, acusações de aniquilamento não devem ser usadas para confundir o eleitorado, a Renamo deve aprender a jogar conforme ditam as regras.
Eurico Nelson Mavie
UM colega britânico, de nome John Huges, que desde há décadas tem acompanhado os desenvolvimentos sócio-económicos e militares moçambicanos, escreveu-me um email, no passado dia 28, em que dizia o seguinte: Coisas estranhas estão acontecendo em Moçambique:
“Figuras da Igreja defendendo “gangs” armados! E os Estados Unidos argumentando contra a acção militar do Governo contra terroristas”.
No segundo parágrafo, ele vinca que “todos nós somos a favor das negociações, mas é a Renamo que necessita tomar uma decisão de abandonar as suas armas”.
Ele lamenta que haja “comentadores que agora defendem a tese de que “o pomo da discórdia (entre o governo e a Renamo) esteja em torno do dinheiro”.
“É muito triste. O que se faz com a Lei e Ordem!”, escreve, em definitivo, este jornalista britânico cujo pai, Lord Huges, apoiou muito a luta de libertação de Moçambique contra o colonialismo português.
A minha resposta a John
Em resposta a este seu email, eu disse-lhe que não era o único que o ouço a não perceber a sensatez dos que agora tentam deitar todas as culpas ao Presidente da República, Armando Guebuza, ou ao exército moçambicano, por ter assaltado e tomado o Quartel General da Renamo em Santungira a 21 de Outubro, em retaliação aos sucessivos ataques que os homens da perdiz vinham protagonizando desde Abril.
Nessa minha resposta, vinquei que encarava os que estavam contra esta reacção do exército  Moçambicano, como sendo em parte, pessoas que talvez não acompanharam o belicismo que a Renamo foi fazendo ao longo deste ano, mas que suspeitava mais, que só podem ser pessoas que não nutrem simpatias com a Frelimo, com o seu Governo e mesmo com o próprio Guebuza, e que se guiam pela tese que reza que “inimigo do meu inimigo, é meu amigo”.
Para essas pessoas, sendo a Renamo o pior inimigo da Frelimo e do seu Governo, assumem-na como seu amigo, porque está contra o seu inimigo comum que, para essas mesmas pessoas, é esta  Frelimo ou Guebuza.
Para essas pessoas que agora estão contra a reacção das tropas moçambicanas, dava-lhes satisfação, muito prazer e esperança de se verem livres da Frelimo, quando a Renamo vinha levando a cabo, impunemente, diga-se, sistemáticos ataques mortíferos contra policias, militares e mesmo contra civis.
Esta minha conclusão é de muitos outros analistas e fica mais do que provado, quando em nenhum desses ataques da Renamo contra  civis, policias e militares, se ouviu essas pessoas protestarem, como estão protestando agora que, finalmente, o Governo decidiu retaliar, tomando de assalto o Quartel-General da Renamo,em Santungira, até então residência do seu líder, Afonso Dhlakama.
Ficou mais do que evidente que este assalto entristeceu bastante os que viam nesses ataques como contribuindo para o desmoronamento do Governo de Guebuza e, por consequência, da Frelimo como partido que há muito querem vê-la fora do poder que detêm há cerca de 40 anos.
Por incrível que possa parecer, agora até alegam que o assalto e toda a acção defensiva e ofensiva das FADM contra a Renamo, é inconstitucional, como se não fosse dever e obrigação de um governo,
defender os cidadãos que o elegeram quando são alvos de ataques de quem quer que seja!
Toda a culpa a Renamo
O JORNALISTA John Huges não é o único que culpa a Renamo, dado que há muitos outros analistas não eivados pelo interesse de ver a Frelimo e o seu Governo desmontados do poder, que culpam a Renamo de ter sido quem foi provocando o Executivo até obrigá-lo a reagir, assaltando Santungira.
Um dos que também culpa totalmente a Renamo, é o conceituado jornalista e aclamado académico também britânico, Joseph Hanlon, através dum artigo de leitura obrigatória que escreveu e distribuiu
via Internet com data de 27 de Outubro corrente, com o titulo “History Matters”, ou a História Conta, em que deixa claro que quem começou com toda a “mhaka”, é a Renamo.
Aqui estão alguns dos extractos desse artigo: “As recentes escaramuças entre os guerrilheiros da  Renamo e militares do governo moçambicano, que tiveram como ponto mais alto o ataque de segunda-feira à sede de Afonso Dhlakama em Santungira, precisam ser vistas num contexto mais amplo da história do pós-guerra’’.
Depois de provar com factos que o problema da Renamo é nunca ter conseguido transformar-se em partido político e que agora volta a se revelar que é uma máquina de guerra sem quartel, e que tem nos civis os seus alvos predilectos, Hanlon vinca que “a Frelimo, pelo contrário, foi se constituindo num partido eficaz e numa máquina similar aos partidos políticos europeus, e o nível médio de liderança
tem grande autonomia para trabalhar dentro das directrizes estabelecidas pela liderança de topo”.
‘’As duas primeiras eleições parlamentares realizadas no final da década de 1990 são reveladoras. Armando Guebuza como chefe da bancada ligada à Frelimo no Parlamento, foi capaz de a transformar  numa oposição à própria Frelimo em relação ao governo do Presidente Joaquim Chissano.
Mas a Renamo nunca foi capaz de utilizar o Parlamento como uma plataforma para apresentar-se como uma oposição com ideias alternativas e políticas’’, vinca Hanlon.
‘’Finalmente’’, diz ele, “Dhlakama provou ser um mau negociador, persistindo em fazer exigências maximizadas e recursos a boicotes em vez de negociar como sua principal táctica’’.
“Em 2000, ele recusou uma oferta para que participasse na nomeação dos governadores das províncias em que ele e o seu partido haviam ganho as eleições de 1999, o que o teria dado uma oportunidade de aumentar de forma significativa o seu prestígio político; mas ele rejeitou isso, exigindo mais e mais, e no final, recebendo nada’’.
Joseph Hanolon  prossegue, abordando já a questão das negociações em torno do pacote eleitoral, em que uma vez mais Dhlakama voltou a provar que é um péssimo negociador.
‘’Da mesma forma, na redacção da lei nova eleitoral… a liderança da Renamo não aproveitou as  portunidades para fazer alterações ao documento, tendo pautando pela tese dos ganhos máximos, como quando exige a chamada paridade na Comissão Nacional de Eleições, em que a oposição teria 10 dos 14 membros que a constituem, o que obviamente foi recusado pela Frelimo,·porque é contra o que está regimentado pelo Parlamento. Mas já o partido MDM aceitou ser minoria nessa comissão.

Da força das armas à perda da razão
NA sua análise tão realística como é tipo deste conceituado jornalista e académico britânico, deixa muito claro tanto para os que são pró como contra a Renamo, que Dhlakama e seus acólitos já têm consciência de que já perderam boa parte dos que os apoiavam, e que é por isso que agora opta por recorrer de novo a força das armas, face à perca da força da razão.
Ele mostra essa perca da força da razão, apontando como prova o facto de ter tido nas eleições de 1994 e 1999, cerca e mais de 2 milhões de votos, respectivamente, mas que nas de 2004 e principalmente nas de 2009, o apoio a Dhlakama ter se limitado nestas últimas a 650.000 pessoas que votaram por ele. De facto, a Renamo teve em 1994, 112 deputados, contra 129 da Frelimo, e nas de 1999, teve 117 contra 133 da Frelimo, mas já nas de 2004, teve apenas 90 deputados, e mesmo assim, teve de coligar-se a mais partidos, e nas de 2009, teve apenas 51 deputados.
Hanlon aponta a retirada de Dhlakama de Maputo para Nampula e, em seguida, para as matas de  Santungira, como tendo acentuado ainda mais a sua quase invisibilidade e, consequentemente, o seu esquecimento pelos que o apoiavam ainda.
‘’Dhlakama é um bom estratega militar, e vários dos ataques que foi levando a cabo nos últimos meses (deste ano) foram bem planeados e eficazes. Mas ele é mau na táctica, porque não tem nenhuma visão clara do que ele espera conseguir, e se limitou a apresentar uma lista de demandas maximizadas’’, vinca Hanlon.
Este académico diz que Dhlakama irá perder de novo esta guerra que recomeçou, porque desta vez está numa situação péssima, dado que está sem os apoios que tinha quando moveu a guerra de 16 anos que culminou com o Acordo de Roma em 1992, porque nessa altura, era  apoiado pelo então regime do  Apartheid da África do Sul, e de forma indirecta, pelo Ocidente que via a Frelimo como um agente e aliado dos então regimes comunistas.
Dinheiro como razão da guerra
 HANLON cita o então representante da ONU em Moçambique, entre 1993-1994, Dr. Aldo Ajello,  como tendo reiterado que o que põe Dhlakama em exigências descabidas, é que ele quer mais e mais dinheiro. Diz que Ajello “sempre salientou que a Renamo estava mais interessada em dinheiro do que pelo poder político, e que para ganhar a sua adesão à paz e harmonia, foi se lhe dando esse dinheiro e grandes casas em Maputo, ao mesmo tempo que se lhe permitia que os seus membros que viviam em hotéis, fizessem gastos à sua vontade ou na medida dos seus caprichos’’.
‘’E a actual disputa tem no dinheiro a sua base’’, remata Hanlon, dizendo que alguns dirigentes da Renamo tem dito em surdina que invejam o poder monetário e as grandes casas de alguns dos políticos da Frelimo’’, revela Hanlon, como que a secundar uma outra revelação de Alex Vain, um outro  académico britânico também e de renome, de que mesmo para ir a Roma assinar o acordo de paz foi após ser pago pelo agora falecido milionário britânico Tiny Rawlands.
Há também muita gente que defende que mesmo os que não sendo da Renamo, apoiam também este belicismo contra a Frelimo, na sua maioria são também movidos pela percepção de que os frelimos comem sozinhos, ou seja, são movidos pela inveja que nutrem deles.
Os que defendem esta tese adiantam que tais pessoas deixam cair a sua máscara de inveja, quando usam os termos ‘’camaradas’’ e ‘’frelimistas’’ em tom pejorativo como se tivessem feito tanto mal ao país, e em contra-partida, revelando muita simpatia pela Renamo que na verdade nunca fez nada de vulto e útil para Moçambique, senão ter sido um instrumento de guerra do apartheid e de Ian Smth.
Alguns antecedents 1 de Fevereiro de 2013 – A Renamo, através do seu delegado politico em Manica, Sofrimento Matequenha, reitera que militantes da Renamo não irão apenas boicotar as eleições municipais e gerais, como não permitirão que sejam realizadas em todo o pais.
20 de Fevereiro de 2013- Governo reitera, no término de mais um Conselho de Ministros, que as eleições terão lugar nas datas já anunciadas, apesar do boicote e das repetidas ameaças da Renamo.
13 de Março de 2013 – A Chefe da Bancada da Frelimo, Margarida Talapa, reafirma também que as eleições terão lugar nas datas já indicadas, independentemente das ameaças da Renamo.
19 de Março de 2013 –Outro dirigente da Renamo, desta vez seu delegado  em Nacala, e que responde pelo nome de Benjamim Cortes, reitera também que o seu partido não só boicotará as eleições, como
não permitirá que se realizem, numa entrevista ao Wamphula Fax, que se publica na cidade de Nampula.
20 de Março de 2013 –A Renamo boicota a Comissão Ad-Hoc que iria seleccionar os membros que iriam constituir a nova Comissão Nacional de Eleições, deixando a Frelimo e o MDM, um novo partido fundado pelo antigo membro da Renamo, Davis Simango, a deliberar  sozinhos.
25 de Março de 2013 – A Renamo ordena os seus membros a não se recensear para as próximas eleições municipais de 20 de Novembro , segundo o jornal “O Pais” que se publica em Maputo, citando o chefe da mobilização da Perdiz na Beira, Horácio Calavete, tendo vincado que o que ‘’estamos a dizer é que não só iremos boicotá-las, como os nossos membros não devem se registar, ao mesmo tempo que faremos tudo para que não tenham  lugar sequer’’.
30 de Março de 2013 -  O Secretário-geral da Renamo, Manuel Bissopo, profere um discurso bastante belicoso, através duma entrevista ao “Wampula Fax,” e que depois foi ecoada pelo porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga, à Lusa a 2 de Abril  seguinte, com ambos vincando que estavam a afinar  a sua maquinaria para acabar com o que descreveram como ‘’arrogância do governo’’. Eles vincaram que a Renamo estava a afinar a sua maquinaria para inviabilizar as eleições.
18 de Abril de 2013 –Guebuza repudia ataques da Renamo, mais concretamente ao que foi protagonizado contra o paiol de Savane, em que foram mortos seis soldados que a guarneciam e apelando a razão da liderança da Renamo.
19 de Junho de 2013 –O Brigadeiro da Renamo, Jerónimo Malagueta, proclama em Maputo que as forças armadas da Renamo irão interditar a circulação de viaturas e pessoas no centro de Moçambique.
21 de Junho de 2013 – A Renamo ataca de facto um camião e um autocarro em Muxúnguè, como prova de que o que Malagueta disse não era para o inglês ouvir.
21 de Junho de 2013– Malagueta é preso e encarcerado na cadeia por incitamento à guerra e ameaça à paz no pais.
12 Outubro de 2013 -Renamo ataca um posto de polícia em Samacueza, estação de caminhos-de-ferro, no distrito de Muanza em Sofala, não muito longe de Savane onde a mesma Renamo matou soldados em Junho, ou seja, cinco meses antes do assalto a 21 de Outubro corrente à base em que Dhlakama vivia em Santungira que agora esta sendo apontada como prova do belicismo do Governo de Guebuza.
16 - 19 Outubro de 2013 - Uma unidade de polícias e do exército cerca Santunjira e corta o acesso a base em que vivia Dhlakama. Pelo menos três confrontos entre os homens armados  da Renamo e do exército e da polícia de choque, causando a morte de pelo menos dois membros da Renamo. Neste mesmo período a Renamo celebra em Santunjira os 34 anos do primeiro comandante da Renamo, André Matsangaissa, morto a 17 de Outubro.
21 Outubro de 2013 -Base de Santunjira foi invadida pelo exército e polícia de choque. Dhlakama, Bissopo e outros fogem. A Renamo diz que Armindo Milaco foi morto durante o assalto.
22 Outubro de 2013 -Renamo retalia e ataca e ocupação a sua antiga base de Maringue que serviu de  como seu Quartel-General entre 1982-92 guerra. Há uma fuga em massa das pessoas que lá vivem.
24 Outubro de 2013 -  Dhlakama dado como estando em lugar incerto e tendo perdido o controlo dos seus ex-guerrilheiros, conforme o seu porta-voz parlamentar, Arnaldo Chalaua, em entrevista ao semanário “@Verdade”.
26 Outubro de 2013 –Novo ataque da Renamo na estrada Nacional  N1, em que causa um morto e 10 feridos.
Sentença dos factos
COMO estes dados o mostram, o único causador da tensão política e do espectro da guerra que prevalece em Moçambique é a Renamo e não Guebuza ou a Frelimo a quem a liderança da Perdiz acusa de estar num casamento diabólico com o MDM.
Negar esta culpa à Renamo, e atribui-la à Frelimo ou ao Guebuza é ser mau juiz, e seria o mesmo que dizer que os aliados é que foram responsáveis pela III Guerra Mundial, só porque retaliaram aos ataques
não provocados de Hitler.
Os agredidos tem todo o direito a legitima defesa  como bem o diz o Presidente Guebuza, mesmo para um cidadão comum sem armas de fogo, muito mais para quem tenha armas como é o caso do exército
moçambicano que vinha sendo dizimando há meses, com Dhlaklama vangloriando-se que estavam ‘’a matar os periquitos’’ que agora o sacudiram de Santunjira que de “santuário” não tinha nada.   Já era tempo do exército moçambicano dizer ‘’basta, o suficiente é suficiente’’.
Para os que são contra este contra-ataque das FADM, eu compreendo a sua mágoa, porque Balzac disse há muito que ‘’os interesses se sobrepõem aos sentimentos’’. O seu interesse em ver a Frelimo ser destronada do poder os faz com que não sintam a matança dos civis, policias e soldados pela Renamo, porque sendo esta inimiga de quem é seu inimigo também, acabam encarando a perdiz como sendo seu amigo e mais do que isso, seu aliado estratégico. É uma aliança que se funda no interesse comum que é derrubar a Frelimo do poder. Tem a sua lógica se bem que peque por recorrer a métodos não só ilícitos como pior que isso, a todas as luzes criminosos.
Gustavo Mavie, da AIM

UNIDADES das Forças de Defesa e Segurança (FDS) ocuparam esta manhã a Sede da Delegação Provincial da Renamo em Sofala, na Rua Padre Rafael Maria Assunção, no bairro da Ponta-Gêa, e a residência atribuída ao seu líder sita no bairro do Macúti nas proximidades da Igreja local, ambas na cidade da Beira.
A Reportagem do Notícias esteve nos dois locais onde encontrou elementos das FDS a controlarem a situação. Apesar de tais elementos não terem aceite prestar declarações conseguimos saber de outras fontes que não houve derramamento de sangue e que alguns membros da Renamo que se encontravam nos locais fugiram para partes incertas.

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