Segundo o Dicionário da Língua Portuguesa, Porto Editora, diz que vidente é um adjectivo designativo de pessoa que pretende ter um poder supranormal de conhecer acontecimentos passados ou futuros e de descobrir coisas ocultas.
Conheço Egídio Vaz como historiador, formado em História, e um activista político-social de referência, a quem respeito e estimo. Isso de aparecer feito vidente tem me deixado perplexo. A partir de uma determinada altura, Vaz foi sofrendo metamorfoses, passou a atacar, sem motivos plausíveis, à oposição ao regime da Frelimo, de modo severo, na governação de Filipe Nyusi.
Vaz vaticinou, na sua página, a morte do MDM. Ele disse que “MDM acabou. Tem dias contados. A Renamo irá repor a verdade política. Essa coisa de “ficar no muro” já está desmascarada.
Próximo ano o MDM vai perder todos municípios em benefício da Renamo. Nem Amurane nem Manuel Araújo muito menos Daviz irão ganhar. Daviz não vai concorrer. Está zangado com o próprio partido e está a exigir que haja outro candidato para Beira. Dhlakama não tem ideia de quem colocar na Beira.
A Frelimo ainda não decidiu quem avançar. Amurane pode ser da Renamo. Única oportunidade para continuar a prender corruptos. Araújo é embaixador itinerante. Acabou! ”. Como se poder ver, ele não apresenta nenhum elemento de análise lógica.
O pecado de Vaz consiste no ataque a oposição ao regime da Frelimo, ainda que, por vezes, pisque para a Renamo, mas o seu alvo principal é o MDM a fim de o desacreditar, por motivos que só ele sabe.
É um segredo aberto que o Presidente Filipe Nyusi está, aos poucos, a dispensar os serviços do decadente G40, por isso, para refazer a sua imagem, vai recrutando nomes conhecidos para fazerem maquiagem ao governo e, também, ao partido Frelimo. Não fico admirado quando vejo pessoas que, a pouco tempo, estiveram na vanguarda da denúncia dos malefícios de um regime caduco, ultrapassado, hoje apareçam, com altifalantes, a engrandecer um governo carrasco do povo.
Não estou a dizer que seja o caso de Vaz, mas, pessoas, aparentemente, de bem a atirarem fagulhas mortíferas contra vítimas do regime. Por vezes, o dinheiro fala mais alto que a consciência e o coração, porém, isso acontece. Há vários exemplos que elucidam isso. António Gaspar que passou de G40 a assessor do Presidente da República, hoje está na RP China como assessor do embaixador. José Patrício, que se acreditava que fosse um respeitável académico, de G40 saltou para vice-ministro da Defesa, Calton Cadeado nomeado director do Centro de Estudos Estratégicos do ISRI, Salimo Valá indicado PCA da Bolsa de Valores de Moçambique, etc.
Os restantes não enquadrados à volta do “tacho” sentem-se órfãos e alguns ensaiam criar seus jornais, para manterem visibilidade.
Cada cidadão tem a liberdade de defender a sua opinião, mas, isso não deve ser feito à custa dos outros.
Uma abelha bastante venenosa deve ter ferrado, a valer, em Egídio Vaz a tal ponto que o deixou estonteado?
Edwin Hounnou
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