Não é nosso hábito discutir pessoas, muito menos trazer à ribalta gafes que seres pensantes como nós cometem. Mas, quando há pessoas com uma capacidade de reflexão invejável a fazerem-se de loucos para confundir a opinião pública, o papo é outro. Este mini texto de opinião surgiu a partir do debate de tonalidades lançado no último domingo (19 -03) no mural do professor Chacate Thinker, que questionava a forma como Calton dirigia a sua crítica ao professor João Mosca, tendo o acusado de proferir uma ORAÇÃO DE SAPIÊNCIA COM PROBLEMAS SEMÂNTICOS E DESPROVIDO DE CONTEÚDO, na Universidade a Politécnica.
Quando o assunto é Calton, é preciso recordar que não há um estudante atento que não sabe quem é este analista que dominou as análises da política doméstica ou internacional. Carinhosamente tratado por professor Calton, esta figura é exemplo dos poucos académicos moçambicanos que respeitam os parâmetros científicos na análise dos fenómenos políticos.
Em contrapartida, as analises deste académico confundem o público, sobretudo aos seus estudantes.
EIS AS RAZÕES:
PRIMEIRO: Existem duas personalidades encarnadas numa única pessoa, nomeadamente: Um Calton professor, que ensina, com uma pujança científica e pedagógica invejáveis, a discutir e analisar os fenómenos sócio-políticos. Este mostra aos seus pupilos que uma análise nunca deve tomar partidos, muito menos abrir espaço para conotações danosas como: lambe bota, frentista, rentista etc.
Alias, o Professor Calton mostra, em plenas aulas, que os moçambicanos são governados por gentes sem noção da política governamental. Este perfil pedagógico lembra-nos do pensamento socrático do século IV, quando o filósofo (Sócrates) apelava aos discípulos uma educação baseada na concepção aristocrática da areté, isto é, da virtude ou da excelência intelectual e moral, acessível somente aos que possuíam sangue divino. Portanto, com este método do ensino acreditamos que Calton forma estudantes com uma visão crítica necessária para a produção científica aceitável.
SEGUNDO: Paralelamente ao primeiro, existe um outro Calton amigo da imprensa estatal: Este é tido nos órgãos de comunicação social “Partidários” como um Deus que corrige todos os erros cometidos pela elite governamental. Esta figura faz o esforço de usar artimanhas científicas e não cientificas para defender um mal desnecessário e visível a olho nù. Devemos reconhecer que, sim senhor, esta figura consegue trabalhar um discurso parcial de modo a torna-lo imparcial para os menos esclarecidos. Portanto, pensamos que é possível associar a ele a um escorpião. Alias, a critica desnecessária que fez ao professor Mosca pelo facto de ter beliscado o governo do dia através do seu partido mexeu com o espírito do professor Calton enqauanto um ser dominado pela segunda personalidade que descrevemos acima.
Trecho da oração de sapiência do professor Mosca:
“Hoje, em Moçambique, não sei se existem universidades, públicas ou privadas, que não sejam alinhadas com o sistema político dominante. Há reitores não-membros da Frelimo? Quantos não-membros da Frelimo ocupam postos de directores de faculdade e de departamentos nas universidades públicas? Quantos proprietários/donos/sócios de universidades sabem o que é uma universidade e impõem aos reitores lógicas capitalistas como se fosse uma empresa de produção de um qualquer bem ou serviço? Sugiro-vos para que vejam patrão por patrão de universidade e concluam sobre o seu percurso académico, profissional, político e ético. Quantos docentes nas universidades públicas assumem posicionamentos críticos fundamentados? Realizam-se reuniões partidárias dentro das universidade com a presença de dirigentes universitários. E existem células do partido, neste caso da Frelimo. Sobretudo nas universidades públicas, os docentes são pressionados a serem membros da Frelimo. Isto é um abuso do poder, autoritarismo e espírito de todo poderoso. Isto é falta de vergonha misturada com despotismo”.(…).
RESPOSTA DO PRFESSOR CALTON CADEADO
Essa aula de sapiência, só tem nome. Vamos por partes. Primeiro, o texto tem problemas de escrita, por exemplo, de pontuação. Mas, esse problema é menor, pois poderia ter passado por um revisor. Segundo, o texto tem problemas graves de conteúdo. O conteúdo constitui uma descarga de ataques indirectos contra o governo/contra a FRELIMO e, em alguns casos, contra pessoas. Em vez de discutir ideias, pensamentos, o texto focaliza na destilação de raiva, de frustração. O texto é pobre em evidências, em exemplos, inclusive para sustentar a sua raiva. Eu não consigo encontrar nenhum valor acadêmico nesse texto que foi construído para ser uma aula de sapiência. Eu estou a pensar quantas pessoas vão procurar essa aula para citar nos seus trabalhos de pesquisa, amanhã! Hoje a tecnologia proporciona a facilidade de ver exemplos online. Podemos fazer um exercício comparativo com texto e com vídeos e vamos ver grandes aulas de sapiência, sobretudo quando são feitas por académicos/cientistas.
Portanto, para mim, esse texto está muito longe de ser uma aula de sapiência. Esse texto estaria muito bem enquadrado num muro de lamentações e numa reunião política!
DISSONÂNCIA:
A dissonância cognitva é uma das áreas que tem sido aprofundada na psicologia e na comunicação. Alias, Leon Festinger define dissonância cognitiva como um estado mental causado pela inconsistência entre a acção e o pensamento. O psicólogo alemão Dieter Frey acrescenta ainda que a exposição selectiva é despertada pela forma como encaramos a informação dissonante como uma ameaça. Portanto, a quantidade de dissonância é também directamente proporcional ao esforço que o indivíduo investe no seu comportamento. As atitudes seguem o comportamento devido aos esforço a que nos submetemos numa determinada acção. Quando o professor Calton abandona os parâmetros científicos para criticar a sapiência do Cátedra João Mosca, usando o populismo, está no gozo da dissonância cognitiva.
Por outro lado, entendemos que este ensina uma coisa na sala de aulas e no terreno, neste caso, nas redes sociais e comunicação social, faz o contrário. Para nós, um académico deve estar comprometido com a verdade científica e não partidária. Pois, a ciência não se compadece com as ideologias.
PS: Há muitos académicos que hoje encontram-se na mesma situação que o professor Calton. Não estamos a por em causa as escolhas profissionais de qualquer que seja mas sim a forma como estes posicionam-se em meios públicos. Portanto, a jornada não termina por aqui, iremos usar essas plataformas acessíveis a todas para denunciar qualquer irregularidade cognitiva.
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