Não é teatro!
As dificuldades que Moçambique atravessa são enormes, que até parece que o país vai rebentar pelas costuras. Nem há como enumerá-las. A podridão é de tal ordem que até provoca náuseas. Mas, seja como for, é o nosso país. Todos nós somos chamados a colocar uma pedra para a construção deste empobrecido Moçambique.
Sinceramente, não gostei deste vídeo que hoje posto aqui. Pessoas que a priori, pela natureza da sua profissão, deviam ser zelosas até ao extremo, são as que mais nos provocam repugnância. São as que mais mancham o país. Isto não é uma peça teatral, o Polícia de Proteção (PT) está bêbado. Mal consegue ficar de pé.
Afinal, o que há com a nossa Polícia? Ora são extorsões, como aquela amplamente reportada contra turistas sul-africanos, ora é esta vergonha que estamos a ver aqui. Será que tudo está abandalhado no Ministério do Interior? Basílio Monteiro não está a conseguir tomar conta do recado? E o comandante-geral da PRM o que acha da sua Polícia?
Não é ético nem na China que um agente da Polícia, devidamente uniformizado, beba até cambalear. Este exemplo não é isolado, espelha a Polícia que nós temos. Há qualquer coisa que precisa de ser mudada. E é urgente!
A questão não é expulsar das fileiras a um agente que prevarica. Mas sim, disciplinar a Polícia, no seu todo, para que saiba honrar a profissão e o fardamento que enverga. Como é que a Polícia quer ser respeitada pelos cidadãos a cometer, sistematicamente, erros gravíssimos como este? Aqui quem está exposto ao ridículo não é simplesmente este agente que aparece aqui no vídeo. É toda a corporação, a partir do ministro do Interior, vice-ministro, comandante-geral da PRM, chefes das esquadras até ao mais reles cinzentinho.
Isto é vergonhoso. Que confiança o cidadão há-de ter com uma Polícia vagabunda (desculpem-me não arranjei outro nome)? Afinal, que critérios são usados para se ingressar na PRM? É que os escândalos no seio da corporação são frequentes. Parece um antro de vagabundagem…
É verdade que existem polícias cuja a idoneidade é inquestionável, mas perante estes exemplos diários, tudo deita-se abaixo. O escrutínio para se ser agente da PRM deve ser severo. Tem que haver o mais fino dos pentes. Há muita vagabundagem na Polícia e isto mancha-nos como país. Sabe-se lá o que terá dito aos outros turistas amigos seus, aquele casal sul-africano que recentemente foi extorquido algures na Moamba?
Há dias, a Rádio Moçambique (RM) noticiou que algures, em Lichinga, uma cidadã de origem malawiana foi roubada por cinzentinhos. Ela, coitadinha, trazia altas quantias em dólares. A boa da senhora, pediu aos dois agentes para que a indicassem um hotel seguro porque transportava dinheiro e vinha a Moçambique fazer compras. Os dois agentes começaram a salivar, no lugar de indicarem o hotel à desesperada senhora, roubaram-na. Quem devia a proteger foi quem a roubou. A boa é que, felizmente, os tais agentes foram identificados. Mas a nódoa não se apaga. Pode ser que a senhora, de regresso ao seu país de origem, espalhe que a Polícia moçambicana rouba. O ladrão, neste caso, já não são só os dois agentes em questão, é toda a Polícia.
E assim vai o meu Moçambique!!!!
Nini Satar
-1:02
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