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Escrito por Adérito Caldeira em 28 Março 2017 |
“A aeronave descolou da Beira às 7h15, hora local, com previsão para chegada à Mutare às 8h25. A aeronave tinha uma autonomia de 3 horas de combustível, à bordo viajavam dois tripulantes, o Comandante Luís Lopes dos Santos Barroso, com a licença número 397/PCA/363, acompanhado pelo piloto Rui Fonseca Pereira dos Santos, com a licença 1173/PPA/973”, afirmou a autoridade da aviação civil acrescentando que “os pilotos tinham licenças e atestados médicos válidos”. “Esta aeronave estava certificada e a sua validade era até 30 de Abril de 2017. A aeronave estava em boas condições operacionais. Os pilotos tem uma longa experiência, o Comandante Barroso é um piloto com muita experiência, voa em Moçambique há bastantes anos no segmento de charter, portanto quer o piloto quer a aeronave estavam em condições de aero navegabilidade e de certificação validadas”, declarou. Sem dados factuais sobre a experiência da tripulação João de Abreu Martins disse que “eu conheço este piloto há muitos anos, e eu penso que é um piloto que deve ter uma experiência para cima de 5 mil horas de voo aproximadamente. O co-piloto é mais recente, devia andar entre 600 a 700 horas de voo”. A Empresa de Transportes Aéreos, Lda(E.T.A. Air charter), apresenta-se na sua página na rede social facebook como uma Empresa Moçambicana fundada em 1998, com capitais e colaboradores na sua totalidade nacionais. “O seu Objecto Social é o transporte aéreo não regular, e manutenção de aeronaves. Tem actualmente cerca de 12 colaboradores nos diferentes departamentos da companhia. A E.T.A faz trabalhos na área do transporte aéreo não regular de passageiros e carga, para as capitais provinciais, distritos e localidades”. “Efectua também voos para as coutadas no interior de Moçambique destinados a safaris cinegéticos, bem como para as mais variadíssimas praias existentes no País, tais como: praia do Wimbe em Pemba, Chocas em Nampula, Praia do Tofo em Inhambane, Arquipélago do Bazaruto, Sta Carolina, Benguera, em Vilankulos, Ilha de Moçambique em Nampula e Ilha da Inhaca”. Segundo o Instituto de Aviação Civil de Moçambique a E.T.A. Air charter operava com duas aeronaves, uma delas é a que se despenhou e havia sido matriculada a 10 de Maio de 1973. Todavia a informação disponibilizada do sítio na internet do IACM, que data de 2015, refere que o registo da aeronave ora acidentada caducou a 11 de Junho de 2016. Em contacto telefónico com o @Verdade o PCA do Instituto de Aviação Civil de Moçambique esclareceu que a informação no sítio na internet “não foi actualizada”. Durante a conferência de imprensa desta segunda-feira(27) João de Abreu Martins exibiu aos jornalistas presentes um certificado de navegabilidade válido. Aliás de acordo com o documento disponibilizado no sítio da internet do Instituto, datado de 2015, todas aeronaves civis a operarem em Moçambique teriam os certificados de navegabilidade caducados.
“No local do sinistro as condições atmosféricas eram adversas sendo esta a provável causa”
Relativamente
aos passageiros o PCA do IACM detalhou que “na lista dos passageiros
embarcados constam os senhores: Adelino Mesquita, Isac Noor, António
Jorge e Banele Chibande, todos trabalhadores da Cornelder de
Moçambique”.Adelino Mesquita era o Administrador-delegado desta sociedade entre a Cornelder B.V da Holanda e os Caminhos-de-Ferro de Moçambique que gere o importante Porto da Beira. Antigo funcionário dos Caminhos-de-Ferro de Moçambique onde, entre outras posições, exerceu o cargo de Administrador, Adelino Mesquita é irmão do actual ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita. Embora durante a tarde João de Abreu Martins tenha deixado alguma esperança, “os dados preliminares em nosso poder apontam para a existência de um sobrevivente, cuja identidade carece de confirmação”, no início da noite o director provincial dos Transportes e Comunicações de Sofala confirmou que nenhum dos ocupantes da avioneta sobreviveu. Imagens do local do sinistro mostraram apenas intacta a cauda da aeronave, o resto do aparelho ficou completamente destruído com o impacto do choque. Foi possível ver alguns corpos dilacerados e espalhados por uma pequena área da montanha. “No local do sinistro as condições atmosféricas eram adversas sendo esta a provável causa” afirmou o PCA do IACM, precisando que a tripulação terá se confrontado com “visibilidade reduzida no local e com nuvens baixas, presume-se que havia nevoeiro junto a cordilheira de Machipanda até ao Zimbabwe”. Como o incidente aconteceu no País vizinho, o Zimbabwe é que lidera as buscas, salvamentos e investigações enquanto o Instituto da Aviação Civil de Moçambique criou uma comissão técnica que deslocou-se ainda nesta segunda-feira(27) a cidade da Beira para juntar-se a equipa zimbabweana. |
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