Além do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, outras seis pessoas também são rés na mesmo processo. A esposa de Lula, Marisa Letícia, que morreu na sexta-feira (3), também era ré nesta ação penal. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), R$ 3,7 milhões foram pagos a Lula como propina a partir de três contratos com a OAS.
A audiência começou às 9h30 e foi realizada por videoconferência de Salvador (BA), com a Justiça Federal do Paraná, em Curitiba.
A
discussão ocorreu quando Moro perguntou a Gabrielli qual foi o motivo
da substituição de Nestor Cerveró por Jorge Zelada na diretoria
internacional da Petrobras, em 2008 – os dois já foram condenados na
Lava Jato.
O
ex-presidente da estatal disse que foi uma decisão do Conselho
Administrativo, a partir de uma solicitação de representantes do
governo, mas que uma reestruturação da diretoria já estava sendo pensada
pela companhia. Gabrielli afirmou ainda que, no conselho, não se
discute a questão partidária e que ficou sabendo da indicação do PMDB
por meio da imprensa.
O
juiz perguntou, então, se Gabrielli não havia indagado sobre o motivo
da mudança da diretoria. Neste momento, a defesa interrompeu o juiz e
disse que há limites para as perguntas. Moro afirmou que estava fazendo
as perguntas e não induzindo a testemunha. A defesa do ex-presidente,
então, disse que as perguntas de Moro são “perguntas de um inquisidor, e
não as perguntas de um juiz”.
Na
audiência, estavam presentes três advogados da defesa de Lula:
Cristiano Zanin Martins, Juarez Cirino dos Santos e June Cirino dos
Santos.
Veja o trecho completo do diálogo:Defesa de Lula: Há um limite excelência.
Sérgio Moro: Eu estou fazendo as perguntas.
Defesa de Lula: Vossa excelência está insistindo.
Sérgio Moro: Eu estou fazendo as perguntas, doutor. Não estou induzindo a testemunha.
Defesa de Lula: É a quinta pergunta. Ele já respondeu.
Sérgio Moro: Eu ouvi pacientemente as perguntas da defesa e do Ministério Público, eu estou fazendo as minhas perguntas. Certo?
Defesa de Lula: Mas as suas perguntas são as perguntas de um inquisidor, e não as perguntas de um juiz.
Sérgio Moro: Doutor, respeite o Juízo.
Defesa de Lula: Vossa excelência respeite então a ordem processual.
Sérgio Moro: respeite o juízo.
O advogado Cristiano Zanin Martins disse que a defesa fez o seu papel alertando o juiz que ele não poderia insistir em uma pergunta já respondida, “como se buscasse um novo posicionamento”.
“Em todas as audiências o juiz fez perguntas às testemunhas e todas elas, sem exceção, buscavam favorecer a acusação, jamais a defesa”, diz a nota enviada pelo advogado.
Ainda de acordo com a nota, a defesa “arguiu a suspeição do juiz indicando dez fatos concretos que mostram que ele perdeu a imparcialidade para julgar o ex-presidente Lula, de modo que sua atuação se confunde com a dos acusadores”.
O juiz federal Sérgio Moro não vai se pronunciar.
Assista ao vídeo no G1.
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