Entidades criticam censura judicial a reportagens sobre hacker que chantageou Marcela Temer
Entidades de classe criticaram nesta segunda-feira (13) censura imposta
pela Justiça aos jornais “Folha de S. Paulo” e “O Globo”. A decisão
judicial proíbe a divulgação de reportagens sobre a chantagem de um
hacker condenado por exigir dinheiro da primeira dama, Marcela Temer,
para não divulgar dados pessoais dela roubados através da clonagem do
celular. As entidades pedem a revisão da sentença. A TV Globo também
teve acesso aos documentos do processo.
Em abril de 2016, quando o caso veio à tona, a informação era de que
Marcela tinha sido chantageada por um hacker que ameaçava divulgar fotos
íntimas dela e da família. O processo corria sob segredo de Justiça. No
entanto, a divulgação de detalhes agora mostra que a ação do hacker
envolvia outro tipo de chantagem: ele ameaçava divulgar trechos de uma
conversa entre ela e o irmão sobre o marqueteiro de Temer, Arlon Viana,
atualmente assessor do presidente da República.
Segundo o processo, o hacker Silvonei José de Souza entrou no arquivo
remoto de Marcela e acessou a nuvem, onde ficam armazenados vídeos,
áudios, senhas e fotos. Assim, clonou os dados para o computador dele.
“Achei que esse vídeo joga o nome de vosso marido na lama. Quando você disse que ele tem um marqueteiro que faz a parte baixo nível. Pensei em ganhar algum com isso”, disse o hacker.
Marcela respondeu: “Quer negociar o que comigo? Isso é montagem. E aí, vai fazer o que? Quer me encontrar?”, disse ela.
O hacker falou: “sabe que não é montagem. Não tem cortes”.
Marcela escreveu: “Bandido, criminoso. Minha vida é limpa. E basta. Montagem e montagem. Não tenho medo de você”.
Preso por estelionato e extorsão
A Polícia Civil de São Paulo, que era comandada na época pelo hoje
ministro da Justiça licenciado Alexandre de Moraes, criou uma
força-tarefa para prender o hacker. Silvonei de Jesus Souza foi preso em
maio de 2016 e condenado, em outubro, a 5 anos de prisão por
estelionato e extorsão.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) pediu a
anulação da decisão que proibiu a divulgação de reportagens sobre o
assunto. A entidade considera a medida absurda e prejudicial ao direito à
informação e ao papel do jornalista de fiscalizar o poder público.
A Associação das Emissoras de Rádio e TV (Abert), a Associação Nacional
de Editores de Revistas e a Associação Nacional de Jornais (ANJ)
consideram a decisão judicial censura prévia e um cerceamento à
liberdade de imprensa e também pede a revisão da sentença.
Em nota divulgada no sábado (11) sobre o conteúdo da chantagem, a
assessoria da Presidência da República disse que a expressão “jogar na
lama” o nome de Michel Temer está fora de contexto e que a primeira-dama
não vai comentar o caso. Também lembrou que a Lei Carolina Dieckmann
preserva os direitos de privacidade das pessoas que tenham o seu sigilo
violado no meio digital. A TV Globo tentou ouvir o assessor Arlon Viana,
mas não obteve retorno.
Na manhã desta segunda-feira (13), após anunciar que vai afastar
ministros denunciados na Operação Lava Jato, o presidente Michel Temer
foi questionado se houve censura às reportagens que tratavam do hacker.
Ele respondeu: “Não houve isso. Você sabe que não houve”.
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