quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Chuvas deixam alunos sem aulas e doentes sem assistência no centro de Moçambique

MOÇAMBIQUE


Cerca de mil alunos sem aulas, devido à destruição de salas de aula, milhares de pessoas privadas de assistência medica e medicamentosa, em consequência da destruição de hospitais no centro do país.
Autor
  • Agência Lusa
Pelo menos 40 salas de aulas e três hospitais ficaram destruídos devido a chuvas intensas que se registam desde janeiro em Manica, centro de Moçambique, e que deixaram 573 famílias ao relento, disse esta quinta-feira à Lusa fonte estatal.
Dados do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) de Manica indicam que cerca de mil alunos estão sem aulas, devido à destruição de salas de aula, milhares de pessoas estão privadas de assistência medica e medicamentosa, em consequência da destruição de hospitais em Machaze e Tambara, e o desabamento de dezenas de casas deixou ao relento milhares de pessoas, parte das quais vive debaixo de árvores.
“Relativamente a casas desabadas, escolas e hospitais, foi mobilizada uma equipa do governo, que está a fazer o levantamento”, disse à Lusa Cremildo Quembo, porta-voz do INGC em Manica.
O governo, através do INGC, prosseguiu a fonte, enviou lonas plásticas e ‘kits’ de abrigo, incluindo ‘kits’ familiares para assistir 1.500 pessoas severamente afetadas, cobrindo perto de 300 famílias num universo de 573 atingidas pelas intempéries naquela região.
Além de ter ativado todos os Comités de Gestão de risco, para a monitorização dos efeitos das calamidades, o INGC assegura que estão aprovisionados víveres alimentares e ‘kits’ de abrigos para fazer face ao plano de emergência para esta época de chuvas.
Face às previsões da Administração Regional de Águas do Centro (ARA-Centro), que alerta para o risco de travessia de rios com corrente de água, o INGC enviou uma embarcação para Dombe, no distrito de Sussundenga.
O INGC está igualmente a mobilizar a população para que deixe zonas propensas a cheias e inundações ao longo de cursos de rios, incluindo nas planícies e a não arriscar na travessia dos rios.
“O apelo que deixamos para as populações que estão nas zonas propensas a inundações é que evitem atravessar os leitos, usem todas as medidas de prevenção instruídas pelos Comités de Gestão de risco, retirem-se das zonas inseguras e retirem os equipamentos agrícolas nas zonas ribeirinhas e tomem precaução das inundações localizadas”, concluiu.MOÇAMBIQUE

Ciclone faz sete mortos e afecta 130 mil pessoas no sul de Moçambique

Sete pessoas morreram e outras 130.000 foram afetadas em Inhambane na sequência de um ciclone tropical que atingiu províncias do sul de Moçambique.
Autor
  • Agência Lusa
Sete pessoas morreram e outras 130.000 foram afetadas em Inhambane na sequência de um ciclone tropical que atingiu províncias do sul de Moçambique, informou esta quinta-feira o diretor do Centro Nacional Operativo de Emergência (CNOE).
Falando durante uma conferência de imprensa de avaliação preliminar do impacto do ciclone tropical Dineo, Maurício Xerinda disse que só na província de Inhambane, a mais atingida pelo fenómeno, perto de 20.000 casas foram destruídas e 104 salas de aulas ficaram danificadas.
“Neste momento, decorrem os trabalhos para atualização de dados, mas temos problemas devido a falta de comunicação, na medida em que as vias de acesso foram densificadas e temos o problema da falta de comunicação”, afirmou Maurício Xerinda, acrescentando que boa parte da província de Inhambane está às escuras devido à queda de postes de energia.
Os distritos de Massinga, Morrumbene, Maxixe, Jangamo, Zavala, Homoíne Vilanculos Inharrime e Inhassoro, todos na zona costeira, foram os mais atingidos pelo ciclone, um fenómeno que levou as autoridades moçambicanas a ativarem os centros operativos de emergências em todos estes locais.
De acordo com o diretor do CNOE, 49 unidades hospitalares foram afetadas e 51 edifícios públicos foram parcialmente destruídos, além de três torres de comunicação terem sido derrubadas.
“Estamos a providenciar tendas e alimentos para as famílias afetadas”, observou a fonte, que garante que o Governo moçambicano continua a monitorar a situação em Inhambane e também Gaza, onde os danos do ciclone foram menores e não houve vítimas mortais.
Contacto pela Lusa, o meteorologista Acácio Tembe, do Instituto Nacional de Meteorologia, disse que o ciclone, que chegou à zona costeira de Inhambane na quarta-feira, está a perder a sua força e espera-se que se transforme, nas próximas horas, em baixa pressão.
Neste momento, podemos dizer que já nem é um ciclone, mas sim é uma depressão tropical. Está a perder força e agora dirige-se para o norte da província de Gaza, onde poderá parar na fronteira com a África do Sul”, observou o meteorologista.
O ciclone, que começou como uma depressão tropical, formou-se no canal de Moçambique e, à medida que se aproximava da costa, aumentou a velocidade, tendo os ventos, até ao meio-dia de quarta-feira, atingido uma velocidade de mais de 100 quilómetros por hora, com rajadas de cerca de 150 quilómetros por hora.
Falando esta quinta-feira na abertura do Primeiro Seminário Internacional da Rede de Provedores de Justiça, em Maputo, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, expressou a sua preocupação com as populações afetadas, garantindo que o Governo tudo fará para assistir as pessoas atingidas pelo fenómeno.
“Queremos aqui deixar uma mensagem de muita força e coragem e o Governo tudo fará para dar uma resposta o mais rápido possível aos efeitos destes desastre natural”, referiu o chefe de Estado moçambicano.

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